terça-feira, novembro 30, 2004

Superliga_13

A jornada 12 da Superliga trouxe-nos mexidas no topo da classificação. O Benfica, desfalcado de peças importantes, perdeu caminho em Leiria. Está visto que não consegue reagir e prova-se o contrário do que foi dito no início da época: o Benfica não tem opções de banco válidas. As
únicas 3 posições onde o Benfica consegue trocar jogadores e não baixar o rendimento das suas peças é no ataque (Nuno Gomes-Sokota-Karadas), na esquerda da defesa (Fyssas-Dos Santos) e na ala direita (João Pereira para o lugar de Geovanni ou Miguel). Trappatoni ainda não conseguiu encontrar uma solução para as ausências de vulto da equipa. O Sporting venceu o último da tabela, conseguiu marcar 4 golos (melhor ataque da prova), Pinilla voltou a marcar e Liedson continua no trilho para ser o melhor marcador do campeonato. Estranho o facto de Carlos Martins saír lesionado 3 vezes nos últimos 4 jogos...estoirou fisicamente? Se fosse muscular não conseguiria recuperar para o jogo seguinte certo? Já agora que se fala nesta promessa do futebol português, aproveito para destacar o enorme futebol que tem apresentado.
Quanto ao novo líder isolado da Superliga, o Porto deu mais uma demonstraçao de que continua talhado para os jogos decisivos. Mesmo reduzido a 10 homens pela expulsão do seu capitão, uniu-se e não deixou o Setúbal pôr em risco a sua liderança. Vamos ver como se comporta a partir de agora com 3 pontos de vantagem sobre o Benfica e 4 sobre o Sporting. No resto da jornada, destaque para a chegada ao 2º lugar do Boavista com a fórmula de Pacheco a voltar a ter sucesso, para a reviravolta do Braga (já o tinha conseguido com o Nacional) em Belém, para a primeira vitória fora do Guimarães (será que é desta que arranca?) e para o fabuloso Rio Ave que continua a jogar muito bom futebol.

Equipa da semana: Leiria
Jogador da semana: Helton
Golo da semana: Saulo (Rio Ave)

segunda-feira, novembro 29, 2004

Forum_4

Mourinho prepara-se para mais uma época cheia de sucessos ou o Chelsea vai bloquear nos momentos decisivos como tem feito nos últimos anos?

sábado, novembro 27, 2004

Boavista_2

Muito se tem falado sobre o Boavista na últimas semanas. Péssimo Pacheco foi criticado em Alvalade, saíu do Dragão como rei e senhor. Anda-se num vaivém de críticas e vénias a uma equipa que ninguém sabe muito bem do que é capaz. Já o tinha dito aqui: o Boavista tem todas as condições para lutar e conseguir um lugar na UEFA. Tem talento, estrutura e raça. Atingiu o topo da classificação (provisório), local por onde também já passou o Setúbal e Marítimo. Num ano marcado pela diminuição de rendimento dos grandes, é natural que tal aconteça. Como é óbvio, o Boavista voltará a caír uma posições mantendo-se na luta pela UEFA até ao final do campeonato. Curioso que, a melhor fase do Boavista tem sido com pouco vindo de João Pinto (suplente no Dragão, fora dos 18 com o Beira Mar). A questão é se essa luta vai ser feita com olhos só na bola (Alvalade diz-nos que não) ou com um "olho no burro (bola) e outro no cigano (canela)"...

quinta-feira, novembro 25, 2004

Forum_3

Depois do acto irreflectido de McCarthy, será que Fernandez se vai "aproveitar" para poder novamente "encostá-lo"? Ou o sul-africano não lhe dará chances com os seus golos decisivos?

quarta-feira, novembro 24, 2004

Forum_2

A propósito da não convocação de Pedro Barbosa para a UEFA e da sua fraca utilização esta época:

José Peseiro "encostou" Pedro Barbosa ou Pedro Barbosa "encostará" José Peseiro?

terça-feira, novembro 23, 2004

Forum_1

Surge hoje uma nova rubrica: uma simples pergunta é feita para quem quiser comentar. O espaço ao debate está aberto! Tentem fundamentar a resposta para não ser só um palpite!

Aqui está a pergunta (benfiquistas, tentem responder a frio):

Giovanni Trappatoni é "burro velho" ou "velho burro"?

Árbitros_9

Esta foi uma semana polémica: Primeiro no Dragão Lucílio Baptista teve uma actuação polémica, onde um dos seus auxiliares esteve quase mais activo que o próprio Lucílio. Foi ele que expulsou (e bem) McCarthy, foi ele que arrancou (mal) 2 foras de jogo a Zé Manel e 1 a Cafu (seguia isolado), foi ele que considerou que Cafu teve acção interventiva no lance do golo anulado a Toñito (Cafu faz-se ao lance, aceita-se a decisão apesar de ser injusto anular o lance) e foi ele que validou o golo de Cafu (estava ligeiramente fora-de-jogo). Quanto a Lucílio Baptista, pouco falhou, só em não ter dado amarelo a Éder logo aos 2'.
No Beira Mar-Sporting, do que vi, apenas posso dizer que há um penalty de Rogério sobre Tanque Silva. O árbitro terá sido iludido pelo próprio Tanque Silva que simulou uma falta que...existiu!
No Benfica-Rio Ave, o golo de Simão é obtido fora-de-jogo. Aliás, esse fiscal-de-linha teve vários erros e (quase) todos a favor da equipa da casa. De resto, Nuno Almeida teve uma actuação razoável (Karadas continua a protestar por tudo e por nada).
De destacar também outro lance: Carlos Carneiro no Guimarães-Leiria salta em voo de peixe enquanto que o defesa levanta o pé. A falta, a existir, é do avançado e não do defesa. Do lance resultou o único golo do Guimarães.



P.S. - Aos 2' do Porto-Boavista, Éder "atacou" barbaramente as pernas de McCarthy. Nem amarelo...porquê? Porque estavam jogados apenas 2 minutos de jogo. Mas porquê esta política? Se McCarthy tem agredido Milhazes no primeiro minuto veria o quê? Um amarelo? É altura de julgar em função do acto e não do tempo. Em todos os jogos ditos grandes do nosso campeonato, o primeiro a "dar" escapa-se sempre do amarelo.

Superliga_12

Semana de grandes emoções até aos últimos minutos. Começou com um derby regional na Madeira com o Nacional a não ser capaz de vencer o Marítimo reduzido a 10 homens. A crise na Madeira continua mas só na Choupana. De seguida, outro derby: o do Porto entre os dragões e as panteras. Neste caso, a equipa em superioridade numérica venceu (agressão de McCarthy amplamente criticada por Fernandez...) no último minuto. O Porto, sem os criativos, apostou num meio campo de esforço (belo jogo de Bosingwa) deixando ao trio atacante as responsabilidades de desiquilibrar. McCarthy até desiquilibrou mas para o lado oposto. O Boavista surgiu com 7 novidades (!). Pacheco tinha dito que iria confiar no mesmo 11 de Alvalade mas mudou quase tudo. Perdeu crédito com isso mas ganhou o jogo. Depois da expulsão de Benni, Fernandez não mexeu: 4*3*2 ficando Derlei e Quaresma encarregados de desiquilibrar. Como não conseguiram, Fernandez lançou Hugo Almeida para um futebol mais directo. Conseguiu-o e não fosse o jovem avançado falhar 2 chances clamorosas, o resultado daria razão às opções de Fernandez. Quanto ao Boavista, teve sorte na abordagem ao jogo e o facto de ter ganho o jogo no figurino antigo ("canela até ao pescoço") ajudará no futuro Pacheco a definir o modelo a utilizar (para pena do futebol). Apesar disso, depois da expulsão de Benni, os boavisteiros foram inteligentes e não arriscaram em demasia nas entradas fora de tempo. Resultado injusto pela boa atitude do Porto.
Pouco depois começava o Beira Mar-Sporting com a chance dos leões ficarem a 2 pontos do Porto. O golo de Kingsley serviu para acordar o Sporting que conseguiu dar a volta por Douala (continua em grande forma). Peseiro não arriscou (nem tinha de o fazer) e trocou homem por homem. Num lance nfeliz, o Beira Mar chegou à igualdade já perto do fim. O Sporting perdia uma "chance de prata" para se reaproximar dos rivais.
O Benfica e Setúbal tinham assim uma "chance de ouro" para chegar novamente à liderança. A equipa de Couceiro perdeu em Barcelos e deixou-se apanhar pelo Marítimo. Quanto ao Benfica, recebeu o Rio Ave e deixou-se empatar depois de ter tido uma vantagem de dois golos por duas vezes! Começou muito bem o Benfica e, principalmente Simão (grande primeira parte e bom jogo no global) marcando dois golos. Jogando em 4*4*2, os espaços no meio campo do Benfica eram imensos, deixando hipótese a Ricardo Nascimento (grande jogo!) de pautar o jogo da equipa. À medida que o jogo ia passando notava-se cada vez mais as deficiências no jogo do Benfica: Miguel em sub-rendimento (como foi possível entrar de início e, nem ser substituído durante o encontro?), Argel sem ritmo competitivo, meio campo descompensado (2 para 3 no centro). Para além disso, Trappatoni esteve muito mal no banco: para além de não ter tirado Miguel, deixou em campo Sokota e Geovanni até ao fim e lançou Bruno Aguiar para uma posição por ele desconhecida (solto atrás do ponta-de-lança), não tendo sido capaz de reequilibrar o meio campo. Zahovic continua de castigo e assim deverá continuar mais algum tempo. Carlos Brito aproveitou, tirou os pontas-de-lança Gaúcho e Evandro e lançou a velocidade de Paulo César e Gama. Num contra ataque depois de um canto do Benfica, o Rio Ave empatou (qual Inter de Milão da Superliga). Ficou a ideia de que se chegasse à vitória ninguém se sentiria injustiçado. Mais uma vez, patente a falta de estofo da equipa encarnada.
No resto da jornada, destaque para Guimarães e Moreirense que ainda não acertaram o passo (treinadores em risco?), Braga cumpriu e Penafiel que grão a grão tem-se mantido acima da linha de despromoção. Destaque ainda para o regresso aos golos de Dário e mais uma novidade trazida por Carlos Carvalhal (Jorge Tavares).

Equipa da semana: Boavista (vencer no dragão é mais difícil que empatar na Luz...)
Jogador da semana: Ricardo Nascimento
Golo da semana: Simão - o primeiro

domingo, novembro 21, 2004

Clássico_4

Era um dos jogos mais esperados deste final de ano: Barcelona e Real mediam forças depois de um deslize dos catalães que deixou os madridistas a apenas 4 pontos. A tradição jogava a favor do Barcelona mas o Real tinha vencido (com Carlos Queiróz) na última época no Nou Camp. A subida de forma dos madridistas prometia um duelo aceso. Na realidade, o que assistimos foi a um jogo mágico do Barcelona. Ronaldinho e Deco abriram o livro e não deram chances a Guti (o que é que ele podia fazer como médio defensivo?), Beckham e depois Zidane. O Barcelona apresenta o futebol mais fantasista da Europa. Conciliar, com sucesso, o talento de Ronaldinho, Xavi e Deco para apoiar a velocidade de Giuly e a explosão de Eto'o e Larsson é digno de destaque. Não são raras as vezes em que o Barcelona canaliza o jogo pelo meio até chegar à grande área, conseguindo então libertar jogo para a ala onde surge um cruzamento (do lateral) para 4(!) homens dentro da área (3 avançados e 1 médio centro - regra geral). Foi parecido o segundo golo apontado por Bronckhorst e é assim muitas vezes nas outras partidas. Quanto ao Real, foi muito mal dirigido por Garcia Remón. Formar um meio campo daquela forma só indicia que o Real continua a ser gerido pelos jogadores e não por dirigentes e treinadores. Jogaram os 11 mais "famosos" com uma táctica de solteiros e casados. Incompreensível lançar Solari a 8 minutos do fim quando Belletti teve o corredor inteiro para desiquilibrar consecutivamente o jogo (Zidane e Beckham raramente o acompanharam). Guti, que deveria ter sido expulso no lance do penalty, foi uma nulidade, incapaz de suster o ímpeto ofensivo dos catalães. Justificava-se Celades e Solari ao intervalo (entraram tarde de mais) para reequilibrar aquele meio campo. Beckham, Roberto Carlos, Raúl e Ronaldo foram sombras de si mesmos, Figo um lutador egoísta (tanta raiva acumulada só podia dar em falta de discernimento) e Zidane o único com lucidez numa equipa desunida. O Barcelona possui 7 pontos de vantagem e é o principal candidato ao título depois de demonstrar uma superioridade imensa (dentro de campo) sobre o 2º classificado. Rijkaard consegue provar que um 4*3*3 é muito mais do que isso mesmo. A dinâmica incutida a cada jogador é que desiquilibra o futebol de hoje em dia. Impressionante ver um 4*3*3 onde os extremos são os...laterais!

quarta-feira, novembro 17, 2004

Humor_11

Jorge Silva explicando o que aconteceu à sua equipa no Sporting-6 Boavista-1:

"Nunca conseguíamos chegar a tempo à bola. Nem mesmo para dar porrada"

Pobres boavisteiros...devem ter saído mesmo chateados consigo mesmos de Alvalade. Mesmo conseguindo o tento de honra, nem uma valente castanhada conseguiram aviar. Mas houve quem tentasse...

segunda-feira, novembro 15, 2004

Superliga_11

E ao fim de 10 jornadas, temos novo líder. O Porto, como se esperava desde a semana passada, assumiu a liderança, resta saber agora até quando. Digo como se esperava porque adivinhava-se tempos difíceis na deslocação à Madeira do Benfica. O Marítimo tinha 4 vitórias em casa em tantos jogos disputados e a visita aos Barreiros dos encarnados, diz a história recente, que é a 3ª mais difícil nos últimos 8-10 anos (pior só Antas e Bessa). O Benfica entrou quase a marcar, mas logo depois sofreu um golo muito consentido onde, mais uma vez, Argel e Amoreirinha não se conseguem livrar das culpas. Simão reequilibrou a contenda em mais um livre mágico e assistiu-se a uma primeira parte de altíssimo nível. Ritmo elevado e bom futebol. Isto porque o Marítimo ataca (como poucos o fazem em Portugal) com os seus laterais bem subidos (Luís Filipe centrou mais da direita que Alan) o que provoca desiquílibrios, principalmente porque o Benfica actuava com 2 pontas-de-lança. Do lado do Benfica, estes apoiados por Simão e Geovanni muito soltos também aparentavam poder desiquilibrar a favor dos encarnados. Mas Geovanni lesionou-se à meia hora e logo depois chegou o intervalo e...tudo arrefeceu. O segundo tempo foi mais lento, mais pensado e com menos espectáculo. Não há "cabedal" nas equipas da Superliga para aguentar o ritmo (e a qualidade) praticado no primeiro tempo. Trappatoni mexeu pouco (só por lesão), tal como Barreto. O Benfica perdeu a liderança, mas segundo Trappatoni ganhou um ponto. Eu concordo: os Barreiros este ano serão corda dura de roer...Destaque para a grande exibição de Leo Lima, Manduca e Simão. Trabalho do árbitro de qualidade. Sokota simula penalty e Gaag carrega Karadas no lance do golo de Simão.
Comecei pelo ex-líder, mas não quero diminuír o feito do novo líder. O Porto, sem Baía, Carlos Alberto e Diego (este aos 12 minutos de jogo) por lesão e Jorge Costa por opção foi capaz de vencer um Gil Vicente (frágil mas trabalhador) sem grandes dificuldades. Quaresma brilhou com um golo de génio (pareceu tão fácil de fazer...) e Costinha matou o encontro à sua maneira. O árbitro do encontro errou, quanto a mim, ao não assinalar penalty de Nuno sobre Paulo Costa num lance muito parecido com o que envolveu Nuno Gomes e Marco Tábuas. A diferença é que Paulo Costa desviou a bola e não a rematou como Nuno Gomes. O Porto é líder e já consegue fazer rotação do plantel. Está-se a tornar um caso sério, mas não é aquilo que todos esperávamos?
O Sporting esteve em grande. Fez do Boavista "gato sapato", a defesa esteve (quase) perfeita, o meio campo defendeu e criou muito jogo (os 4 em muito bom nível) e o ataque demolidor. Este Boavista desilude, Pacheco mexe e remexe (trocar de posições entre Frechaut e Lucas é só um exemplo) mas a atitude é sempre igual. Apesar disso, desta vez foi uma equipa mais contida em termos de violência (Éder e Lucas bem procuraram umas pernas interessantes), o resultado foi o que se viu. Grande exibição do quarteto do meio campo sportinguista, trucidou Tiago, André Barreto, Frechaut e Lucas. Destaque ainda, pela positiva, da brincadeira de Liedson a J. Pacheco (Acosta tinha feito o mesmo em Campo Maior) e pela negativa do discurso de Peseiro. Por muito irritado que esteja com as críticas que lhe têm sido feitas, deitar "tudo fora" no flash interview não é a melhor opção. As palavras estavam há tanto tempo debaixo da língua que tinham um travo demasiado amargo. Duarte Gomes esteve em bom plano, apenas falhando em 2 ou 3 foras de jogo sem influência. Flores foi derrubado por Polga aos 4-0 mas pareceu-me que estava fora-de-jogo.
No resto da jornada, o Moreirense voltou a confirmar que Vitor Oliveira deverá estar quase a seguir novo rumo, o Setúbal suou mas manteve-se nos lugares cimeiros, o Nacional é uma constante desilusão e a Académica poderá ter ganho um novo fôlego com uma vitória forasteira com um concorrente directo.

Equipa da semana: Sporting
Jogador da semana: o "quarteto de cordas" de Alvalade - Custódio, C. Martins, H. Viana e Roca (desculpem não especificar qual o melhor)
Golo da semana: Q-u-a-r-e-s-m-a (QUE GOLO!)

P.S. - Petit e Rochemback (não são os únicos) continuam a servir-se dos cotovelos de forma exagerada. Na Madeira e em Alvalade, os dois jogadores agrediram adversários de forma discreta. Se fossem jogadores do Boavista já teriam sido crucificados.

Avançados_1

Portugal é um país de enorme tradição, no que concerne à formação de jogadores. Das nossas camadas jovens, saem frequentemente excelentes extremos, bons centrais, bons médios centro, jogadores criativos... Mas é raro vermos pontas de lança de qualidade sobrenatural! Não temos um homem, do qual possamos dizer: É um fenómeno, um goleador, forte candidato a melhor ponta de lança da Europa...

Olhando para as equipas que militam actualmente na Superliga temos como referências:
Fc Porto: McCarthy
Benfica: Sokota e Karadas
Sporting: Liedson
Vit. Setúbal: Meyong
Boavista: Cafu (ou Flores, ocasionalmente JV Pinto)
Belenenses: Antchouet
Marítimo: Pena (Bibishkov)
União Leiria: Krpan
Nacional: Adriano
Rio Ave: Gaúcho (Evandro)
Gil Vicente: Júlio César (Fábio)
Moreirense: Manoel
Académica: Joeano, Kenny Cooper, Dário... tudo o que não for português
Penafiel: Roberto (ugh... péssimo)
Beira-Mar: Tanque Silva (cruzes...)

As excepções são o Sp. Braga (João Tomás), o Estoril (João Paulo, mas cuja titularidade está em perigo) e também o Guimarães (acredito que Romeu deve ser o preferido de Manuel Machado, embora Silva tenha sido mais vezes aposta) . Também no caso do Benfica se pode falar em Nuno Gomes como referência, mas isso seria injusto para o que de bom tem feito Karadas.

Ovo ou galinha? A pergunta pode parecer descontextualizada, mas passo a explicar. Será que este facto se deve à escassez de pontas de lança portugueses de qualidade? Ou será que esses mesmos pontas de lança de qualidade são obriagados a procurar outras paragens porque não têm por cá a chance que merecem? Não posso esquecer os casos Makukula e Pauleta - Dois avançados que nunca jogaram na Superliga...

Olhando para o panorama, vemos Hugo Almeida, Hélder Postiga, Luís Lourenço (dispensado do Sporting para acomodar a contratação de um estrangeiro de duvidosa qualidade...), Makukula, Nuno Gomes, Pauleta... E de qualidade ímpar (por ímpar entenda-se acima da média) ficamos conversados? Será uma questão de formação? Será que não existe aposta? Será que os treinadores das camadas jovens só se preocupam em ter matulões na frente, que depois não têm como evoluir (lembro-me sempre de Bambo e Zeferino...sobretudo Bambo...BAMBO!!!! BAMBO?!?! Quem?)?

Que futuro? Que soluções?

sexta-feira, novembro 12, 2004

ROCA_1

Fábio Rochemback... discutivelmente (embora não muito, na minha opinião) o melhor jogador do nosso campeonato. Trata-se de um atleta fabuloso. Forte, muito evoluído tecnicamente, assim como tacticamente. É um jogador que por si só, pode determinar o controlo do meio campo, e depois é senhor de uma longa distância que lhe permite ser decisivo (embora isso ainda não tenha sido visto este ano). Parece perfeito...
Reverso da medalha: Fábio Rochemback é imaturo... Só um jogador imaturo engorda da forma que ele engordou durante o defeso (com, ou sem lesão... aquele superavit de peso NÃO É NORMAL)!!! De repente parecia que tínhamos o Maradona em Alvalade.
Só um jogador imaturo, não acata a ordem de substituição de um treinador, e julga poder fazer mais do que um colega que está pronto para entrar em campo... Rui Jorge (o tão criticado Rui Jorge...) teve no decorrer da semana passada uma saída que só me fez ficar ainda mais admirador das suas IMENSAS qualidades humanas. Dizia ele, a propósito da titularidade de Paíto: "O Paíto, como eu trabalha para jogar. Fê-lo muito bem, e mereceu a chamada do técnico. A mim restou-me trabalhar com mais afinco. Não aceitar tal decisão do técnico seria uma enorme falta de respeito para com o meu colega". Fábio, esse balneário está aí para aprenderes... Aproveita.
Por muita razão que tenha (e na minha opinião, até a teria toda), não pode de modo algum colocar em cheque o seu treinador, perante tudo e todos. Até porque Peseiro não tem hipótese senão pô-lo a jogar... E depois inundar os jornais com declarações como: "Estava a falar cmgo próprio"... ou, "o Fábio fala assim desde pequeno..."... É tentar negar o inegável. É pior que o soneto, mesmo sem ser grande emenda.
Coloquem-se na pele de José Peseiro. Que atitude poderia ter José Peseiro? Ou melhor, que atitude teriam vocês, se fossem José Peseiro? É isso que quero ouvir da vossa parte. Passo a palavra. E se vocês fossem Fábio Rochemback... Qual a melhor maneira de expressar a vossa fúria (clubismos à parte). É isso que quero ouvir da vossa parte. Passo a palavra.

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quinta-feira, novembro 11, 2004

Centésimo Post

100 Posts!!Ao fim de 3 meses e meio de blog, atingiu-se um número bonito que me orgulha de ter conseguido com a ajuda de todos vós e com a colaboração directa do Vantunes que se juntou na escrita desde inícios de Outubro e que tem comprovado grande qualidade nos seus posts.
Acima de tudo, penso que as linhas-mestre do blog têm sido cumpridas: exprimir as nossas opiniões, confrontá-las sempre que possível argumentando, da maneira correcta, a nosso favor, criticar o que de errado se passa no futebol apresentando soluções válidas para corrigir essas situações, elogiar o que de bom tem sido feito e, claro, se possível, defender as nossas cores, mesmo que seja sem ninguém perceber... eh eh eh
Quem não se lembra do Post "Imunidade Diplomática" sobre Scolari que fez correr tinta entre os "commentators"? Quem não se lembra do Post sobre os ódios de estimação (Desafio_1) que conseguiu o feito de obter 24 comments num só dia? Estes são alguns dos feitos que conseguimos ao longo destes 100 posts publicados durante estes quase 4 meses de escrita. Até a qualidade de escrita dos participantes (a minha inclusivé) tem evoluído favoravelmente! Vão ver as primeiras "páginas" do blog e notarão as diferenças!
Ao longo deste tempo não deixámos caír em esquecimento o blog e hoje é local de passagem diário para muitos. Alguns de vós sei que só lêem e não gostam de escrever. Não fico insatisfeito com isso mas a vossa participação é importante. Trazer sangue novo é sempre bom e ver nomes novos também. Também sei que alguns de vós acham os textos que escrevo demasiado maçudos. Sabem, é que deixo-me envolver pelo assunto e a capacidade de síntese ainda não é a melhor...
Voltando à questão da qualidade do blog, congratulo-me por ver algumas das ideias aqui explanadas por muitos de nós ser posta em prática pelos “senhores” do futebol. Senão ,vejamos:
Falou-se aqui da necessidade de incutir velocidade à equipa do Sporting e Peseiro lançou Douala no 11; Falou-se na falta de soluções do Barcelona ao 11 inicial e Mourinho, uma semana depois, referiu-o na sua crónica semanal; falou-se numa maneira de ajudar o Leiria a levar mais público ao futebol e foram dados bilhetes a escolas 15 dias depois; Falou-se no efeito-Rooney no balneário do Man Utd e os Red Devils não acertam o passo(a confirmar se é essa uma das causas mas é bem possivel que tenha influência negativa); Falou-se na incapacidade europeia das equipas portuguesas e elas provaram-no; Falou-se na falta de "tola" do Ranieri e ele está a comprová-lo; Falou-se no potencial enorme do Chelsea (muitos duvidavam) e eles aí estão em todas as frentes; Interrogámo-nos sobre o porquê de Nuno Santos e Edgar Marcelino não terem defrontado o Sporting e a Liga abriu o inquérito ontem; etc, etc, etc.
Meus amigos, como não acredito em coincidências, não tenho dúvidas que este blog anda a ser acompanhado (e levado bem a sério) pelos "agentes" do futebol (ehehehehe) e que quem nos visita diariamente sabe e percebe de bola.
Vamos continuar a trabalhar (muito trabalho, muito trabalho!) sempre na busca de novos temas (continuo a aceitar sugestões) e mantendo os posts semanais em actividade.
A todos, muito obrigado pelas visitas!

Ricardo_1

Ricardo parece um menino mimado a quem tiraram a chupeta. O guarda-redes do Sporting e da Selecção Nacional tem que perceber várias coisas, entre elas que a fama tem um preço a pagar. Não queria compará-los mas servir-me-ei de Baía para exemplificar as diferenças entre um guarda redes de classe e Ricardo: Baía foi enxovalhado aquando da sua passagem por Barcelona e no seu regresso ao Porto (regressou, inclusivamente, lesionado e fizeram-lhe logo o enterro). Alguns anos depois foi eleito pela UEFA o melhor guarda-redes da Liga dos Campeões. E ninguém viu Baía a "chorar" as críticas que lhe foram feitas. Pode ter argumentado e lembro-me, inclusivé, de 1 ou 2 entrevistas em que se dizia injustiçado por ser considerado o principal culpado do falhanço em Barcelona. Ricardo não. Ricardo é responsabilizado pelos lances em que intervém e que, realmente, tem culpa. Teve culpa nas Antas onde não sofreu falta; teve culpas no Lietchenstein; teve culpas no golo da primeiro golo da Grécia no Euro-2004; teve culpas no golo de Geovanni em Alvalade, etc. Mas convenhamos: Ricardo faz coisas extraordinárias! As exibições crescentes no Euro-2004 premiadas com aqueles 2 minutos de glória foram mais que merecidos porque Ricardo tem, acima de tudo, uma grande atitude dentro de campo. É capaz de empolgar uma bancada e os seus colegas com a sua vontade de vencer. Mas Ricardo tem que compreender que ninguém lhe quer "fazer a cama". Existem pessoas que não se conformam com a não chamada de Baía à selecção e por isso levantam mais alto a sua voz no rol de críticas a Ricardo, mas essas críticas não são infundadas. Intervir a meio de um programa de televisão, qual LFV ou Joaquim Teixeira no caso-Paula, para dizer que está farto de ser perseguido é sinal de fraqueza. Um jogador que demonstrou a coragem que ele demonstrou no jogo frente à Inglaterra deveria ser mais forte na análise das críticas que lhe são feitas.
Ricardo falhou, deve assumir o erro (ou, no mínimo, ficar calado). O pior é não reconhecer esse erro quando ele foi tão óbvio...

P.S. - Nada tenho contra Ricardo. Não é um guarda-redes de classe, mas é um muito bom guarda-redes com pequenos defeitos. Gosto da sua postura dentro de campo, apesar de ser demasiado nervoso e impetuoso. É um jogador correcto mas meteu na cabeça que é um alvo em movimento para todos. E ao mínimo erro sente que toda a gente se aproveita desse deslize seu. Deveria perguntar a Figo como se sentiu em Camp Nou com a camisola do Real e aí sim, veria o que era um alvo em movimento.


terça-feira, novembro 09, 2004

CLÀSSICO_3

O jogo apresentava contornos especiais. Por um lado tínhamos o FC Porto a jogar no Dragão e portanto seria sempre favorito. Por outro, passava a ideia de que o Sporting atravessava um melhor momento de forma (e passava muito bem).
Olhando para a constituição das equipas, pareceu claro a todos que não havia grandes surpresas. Entrou Beto no Sporting, no Porto não haviam novidades.
O Sporting estruturou-se num 4-4-2 , o Porto abandonou este sistema (que utilizou em todos os jogos grandes...) e apresentou-se em 4-3-3.
A vantagem do Sporting parecia clara. Um meio campo forte, musculado, com mais unidades, que lhe permitiu controlar o andamento da partida durante cerca de 35 minutos da primeira parte. Costinha não sabia muito bem com quem haveria de se preocupar, Diego não se libertva da dupla marcação de Rogério e Custódio, e Maniche neste momento é amorfo e sem dinâmica, limitou-se c ontrolar o raio de acção de Hugo Viana (já terá tido por certo tarefas bem mais complicadas). O Sporting apostava na solidez a meio campo, e na qualidade de passe destes 4 elementos para sair rapidamente para o ataque. Mas não era dia de Douala e Liedson... A defesa do Porto chegou e sobrou para as encomendas, e ao mesmo tempo que se via um Sporting dominador, também ficava claro que dificilmente conseguiria um golo... É a tradicional muita parra e pouca uva.
O Porto, entregou o jogo ao Sporting, procurando talvez explorar a rigidez dos seus laterais, e algum défice de velocidade do Sporting... Também não funcionou. Raramente tinha a bola nos pés, e a superioridade do Sporting a meio campo permitia libertar um desses elementos para fazer dobras, quer à direita, quer à esquerda. Quaresma não se libertou, Derlei à esquerda não se liberta e McCarthy ia aqui e ali dando conta da sua presença, mas perigo propriamente dito não havia. De qualquer maneira pairava no ar a sensação que quando o FC Porto acelerasse, o caso mudaria de figura... E a aceleração do Fc Porto só podia passar por um lado: Os laterais. E nesse aspecto, a substituição forçada de Ricardo Costa por Areias acaba por beneficiar a equipa da casa. Com a subida dos laterais, os médios interiores do Sporting começaram a abrir para as alas (a marcação tinha que ser deles), e o espaço no meio campo começou a aparecer. Foi isto que se viu, quer no final da primeira parte, quer depois na segunda parte. E o FC Porto cresceu, cresceu, cresceu, ao passo que o Sporting ficou mais preocupado em conter os seus ímpetos, deixou de sair para o ataque (talvez por falta de dinâmica dos homens do seu meio campo, bons jogadores, mas à parte de Rochemback, todos muito estáticos) e perdeu o controle do jogo.
Aqui surge o primeiro erro de José Peseiro... Com o Porto constantemente a sair a jogar pelas alas, através dos seus laterais, a solução nunca odia passar pelo sacrifício da coesão a meio campo, mas antes por pedir a Liedson e Douala que oscilassem e impedissem eles a saída pelas alas. Quando o Porto sai a jogar nas alas, Costinha recua mais para junto dos centrais, para abrir linha de passe e também para prevenir alguma perda de bola (Esteve bem Fernandéz... A sua ideia era essa desde o início, mas a incapacidade de Ricardo Costa, impediu-o de fazer valer a estratégia... ou seria?). Como Costinha recua é perfeitamente possível ser o médio mais avançado da equipa adversária a impedir a progressão pelo meio... E como os laterais são estorvados pela acção dos avançados, raramente passam do meio campo, a bola tem que seguir para o central e a progressão faz-se pelo meio... onde o SCP tinha vantagem. Peseiro pediu aos homens do meio campo para fazerem essa cobertura. Diego agradeceu, maniche soltou-se, e até Costinha ficou mais solto das marcações que deveria fazer.
O Porto cresceu, sem culpa nenhuma dos erros de Peseiro, e sobretudo porque foi muito sagaz na leitura que fez da partida. Esperou pacientemente, e pôde fazê-lo porque do domínio do Sporting ressaltava que nenhum perigo imediato iria resultar para si. O Sporting foi previsível... E a defesa do Porto controlou facilmente os seus pontos fortes (velocidade de Liedson – 20 foras de jogo – e Douala).
O Porto marcou, naturalmente (quando o golo surgiu, era uma coisa tão esperada, que o marcador das Antas já o tinha assinalado antes), e Peseiro entrou em PÂNICO (com letra grande) e fez a substituição nula (nula porque tacticamente não significa absolutamente nada). Miais valia estar quieto. A sua substituição não trouxe velocidade (foi Douala por Pinilla), não trouxe poder de choque, não trouxe jogo de cabeça, porque não havia alas, não trouxe mobilidade... enfim não trouxe nada. Foi puro pânico. Entrou um ponta de lança, pronto!! Os jogadores do Porto controlaram cada vez mais o jogo, e a seguir Fernandez desferiu um golpe de génio!! A entrada de Carlos Alberto para a saída de Quaresma... Como o Sporting não tinha alas, Seitaridis era livre para fazer o corredor direito, CarlosAlberto equilibrou as contas a meio campo, e ainda garantia com a sua velocidade e imprevisibilidade um terceiro homem no ataque. Derlei cai no meio e obriga ao recuar do trinco do Sporting (porque não se pode jogar 2 para 2 no meio), o ascendete no meio campo acentua-se e na altura lembro-me de ter pensado: “Ainda marcam mais dois ou três.”. Ah, e única maneira que o Sporting tinha de contrariar isto era subir os laterais... Enakarhire (subir só em altura...) e Rui Jorge (bom jogo, mas subir, só em sonhos). Mas nem isso Peseiro lhe pediu... E ainda bem porque teria sido embaraçoso. E a saída de Rochemback... cruzes, credo...
O Porto ganhou porque foi melhor em todo o lado, no campo, na inteligência, na cabeça dos seus jogadores e até no banco.
Queria referir um outro aspecto... A atitude dos jogadores do Sporting. Pareciam uns profetas em campo, sempre dispostos a dar a outra face. O único que combatia fogo com fogo era Fábio Rochemback (e Beto, embora este o fizesse de forma pouco inteligente). Depois, a seguir ao golo do FCP os jogadores do Sporting perderam por completo a cabeça, rematavam de todo o lado, entravam às pernas dos adversários, reclamavam com os árbitros (mesmo quem já tinha amarelo...). Enfim, se Fernandéz se queixa de falta de maturidade, Peseiro pode dizer que os seus ainda nem nasceram... o problema é que eles podem dizer o mesmo dele.

Árbitros_8

Devo admitir: quando começou o jogo entre os líderes, e por estar a ser muito interessante, não me "preocupei" muito em prestar atenção à actuação de Paulo Costa. No cômputo geral, o árbitro portuense esteve bem. No lance entre Nuno Gomes e Marco Tábuas penso que agiu bem, até porque Nuno Gomes rematou à baliza e o choque aconteceu depois. Podemos acusar Marco Tábuas de saída fora de tempo mas o choque foi "quase normal".
No clássico Porto-Sporting, António Costa teve uma boa actuação, apesar do grau de dificuldade do jogo ter sido elevado. 2 lances na área do Sporting: primeiro, Polga derruba Quaresma, mas era quase impossível ver o pé maroto de Polga levantar no último momento. No segundo lance, Derlei cai sem parecer que Rui Jorge lhe toque para tanto. Por duas vezes foi pedido o segundo amarelo a Beto. Em nenhuma das ocasiões deveria ter sido dado: da primeira, Beto joga de pé em riste mas sem maldade (jogou a bola apesar de ser falta). Na segunda, Beto divide um lance com McCarthy, este joga primeiro com a mão, depois Beto. A falta é assinalada a favor do Porto mas deveria ter sido ao contrário, logo erro do fiscal-de-linha ao ajuízar o lance. Não teve influência no resultado e a sua actuação foi positiva. De destacar o comportamento dos fiscais-de-linha. Erraram muito pouco nos lances de fora-de-jogo (o lance do 3º golo do Porto é legal), tendo também actuação positiva.

Superliga_10

Semana de dois duelos interessantíssimos: o Benfica-Setúbal e o Porto-Sporting. No primeiro, vantagem clara para o agora líder isolado da Superliga. Um jogo que começou taco a taco (surpresa táctica de Couceiro ao lançar Igor de início e Manuel José a lateral direito), mas que foi desiquilibrado por quem não desperdiçou as oportunidades iniciais. Trappatoni também apresentou novidades: Geovanni e 2 pontas-de-lança de início é coisa pouco vista vinda do italiano. O risco inicial foi assumido pelos 2 treinadores: Couceiro "fez" 1 substituição ofensiva ainda o jogo não tinha começado: deixou no banco o lateral direito Éder e lançou um ponta-de-lança de início (Igor - já tinha jogado de início?). Couceiro, com esta novidade no onze, só tinha a ganhar: mesmo que perdesse o jogo seria reconhecido pelo risco e, no futuro, este risco tomado poderá lhe ser útil para motivar a equipa (apesar da pesada derrota). Se esteve bem ou mal? Bom, o resultado diz que não. Eu digo que abusou um bocadinho de elementos ofensivos. Para mim esteve audaz, mas o problema é que Couceiro "esqueceu-se" que a sua defesa é fraca (uma das piores duplas de centrais da Superliga) e que quem tapa de um lado destapa-se do outro. O Benfica apresentou o modelo ideal para equipas de menor dimensão: 2 pontas-de-lança e 2 alas capazes de deambolar pela frente ofensiva. Depois, um médio ofensivo, Manuel Fernandes, que não fossem perdas de bola infantis a meio campo estaria um sério jogador. Venceu bem, fez a melhor exibição da temporada mas atenção: há falhas graves na equipa e as soluções ao 11 continuam a ser escassas (Amoreirinha e Argel muito aquém do exigido).
No jogo grande da jornada, o Porto bateu o Sporting por esclarecedores 3-0. O jogo teve um primeiro tempo muito dividido, mas quando o Porto carregou no acelerador no segundo tempo, o Sporting ficou para trás. Peseiro desiludiu, manteve alguma rigidez táctica (a superioridade numérica no meio campo nunca foi aproveitada com eficácia) e substituíu Douala e Rochemback, jogadores que têm sido importantes na manobra da equipa. Justificou-se com o seu cansaço mas em jogos destes os grandes jogadores não se "cansam". O Porto foi mais feliz mas também foi melhor. Destaque para Diego e, claro, Benni McCarthy. Continua invencível, já venceu os seus 2 rivais directos e está a um ponto do primeiro lugar. Terá passado por alguma crise? Quanto ao Sporting, fica mais longe do título, não por ter perdido 3 pontos, mas pela atitude demonstrada pelos seus jogadores. E as palavras que Rochemback dirigiu a Peseiro aquando da substituição não terão sido de elogios...
No resto da jornada, destaque para o Estoril e Leiria pelas vitórias fora e para a desilusão de Guimarães e Moreirense ser cada vez maior. O Gil Vicente conseguiu um resultado importante num dos campos mais difíceis da Superliga (Choupana). Primeira derrota do Rio Ave, tornando o Porto a única invencível até ao momento.

Equipa da semana:Estoril (recuperar e dar a volta a uma desvantagem a jogar fora de casa é sempre de premiar)
Jogador da semana:Antchouet
Golo da semana: Diego (a defesa facilitou mas não lhe podem tirar o mérito)

segunda-feira, novembro 08, 2004

(In)Compatibilidades_1

Muito se tem falado em Portugal sobre a (in)compatibilidade entre Karadas e Sokota. Trappatoni disse que não podiam jogar os dois juntos mas eles têm provado (a espaços) que podem. E podem porquê? Porque dois jogadores que correm o que eles correm e que trabalham daquela maneira têm lugar numa equipa. Entendo o que quis dizer Trappatoni. Melhor do que ninguém, ele sabe que o Benfica é uma equipa descompensada no meio campo. Só 2 jogadores trabalham defensivamente e os alas são fracos fisicamente. Jogar com 2 pontas-de-lança é um risco contra equipas que trabalhem bem o seu meio campo e tenham defesas fortes no 1x1. Este não é o caso do Setúbal e por isso a dupla resultou. Trappatoni pensa (e eu concordo) que é mais útil ter uma dupla de Nuno Gomes-Karadas ou Nuno Gomes-Sokota porque é melhor ter alguém na frente mais técnico e criativo (se bem que Sokota não seja tosco nenhum!). Mas tudo depende do adversário (jogar com Nuno Gomes sozinho frente ao Estugarda é um erro crasso!).
Lá por fora, vemos mais destes casos em que o treinador se vê "obrigado" a tomar decisões difíceis. Podemos pensar em Queiróz o ano passado quando teve que conciliar Beckham, Zidane e Figo no mesmo onze. Conseguiu-o adaptando Beckham a novas funções. Este ano, a tarefa de Garcia Ramón prende-se mais com a convivência entre Raúl, Owen, Ronaldo e Morientes (solução: Raúl para a esquerda, Owen a 60 minutos, Morientes a 10-15). E que tal a tarefa de conciliar Deco e Ronaldinho no Barça? Rijkaard avança Ronaldinho e prende Deco mais a meio campo (maior capacidade de recuperação). E que tal a de Mourinho, que possibilitou a dois esquerdinos vaga no ataque do Chelsea? Robben e Duff têm sido decisivos e, inicialmente, eram concorrentes à mesma posição. E Ancelotti que tenta coabitar Rui Costa com Káká recuando, sem aparente sucesso, o português para trinco...Ou até mesmo Jesualdo Ferreira quando encostou Roger à direita de modo a este jogar de início com Zahovic. E se recuarmos até 96 onde Oliveira entregou a João Pinto e Sá Pinto a frente de ataque da selecção portuguesa, abdicando de um jogador mais fixo na área?
Essencialmente, os jogadores só não são compatíveis quando não há mecanismos na equipa que possibilitem a convivência entre ambos. Não há jogadores com características 100% iguais por isso há que rentabilizar ao máximo o potencial de cada um. Basicamente, se Deco defende melhor que Ronaldinho, é ele que joga mais atrás. A sua capacidade defensiva será utilizada em prol do colectivo e da libertação da criatividade de Ronaldinho, com a vantagem de se poder contar com Deco para criar quando for preciso. Um bom treinador consegue aproveitar as duas faces de Deco. E nisso Rijkaard tem estado muito bem.
Exemplo contrário posso exemplificar com Jacques Santinni em 2 momentos: França no Euro-2004 e Tottenham esta época (entretanto abandonou): Não ser capaz de rentabilizar Henry e Trezeguet juntos (jogadores que se conhecem há quase 10 anos!!) na selecção gaulesa e não ser capaz de aproveitar as qualidades mortíferas de Defoe, Kanoute e Robbie Keane é sinal de que não há trabalho mecanizado na(s) equipa(s). Em Portugal podemos falar (se bem que ainda seja cedo dado os problemas iniciais que encontrou) da dificuldade de Fernandez em conciliar Diego e Carlos Alberto, Derlei e outro ponta-de-lança (Benni ou Fabiano). As dificuldades de mecanização (bem patentes no jogo com o PSG em casa) do Porto ajudam, e muito, à incapacidade de integração destas figuras de qualidade.


sábado, novembro 06, 2004

Benfica_5

Era à partida, para muitos, o "grande" que mais expectativa trazia. A dupla Vieira-Veiga conseguiu ir buscar o mais conceituado e premiado técnico do mundo (para muitos) mas reforços de nível parecido ou ligeiramente inferior nem vê-los. A política passou por trazer alguém que não levantasse dúvidas e não pudesse ser criticado ao mínimo erro (Camacho era de difícil substituição). E assim tem sido. Trappatoni, convenhamos, tem errado! E muito! Errou nas substituições da Supertaça, errou no 11 para Bruxelas (Zahovic de fora, muitos miudos de início), errou no 11 com o Porto (corrigiu à meia hora de jogo), até errou no treino em que Sokota fez 4 golos (uau) e ele pensou que Sokota estivesse no ginásio...mas também tem feito muitas coisas boas: o Benfica ainda só tem 3 derrotas em toda a época (nos 3 jogos de maior dimensão, problema que vem das épocas transactas. Aqui não piorou, apenas manteve), é 1º classificado (igualdade com o Setúbal) na Superliga, tem uma das defesas mais bem organizadas do campeonato, lançou como indiscutível Manuel Fernandes, fez evoluír Karadas (quem o viu e quem o vê), consegue o unânime apoio (pelo menos do que está à vista) de direcção e jogadores, mas também de comentadores e jornalistas que, até agora, não têm feito grandes críticas ao seu trabalho (aqui o reconhecimento a Vieira-Veiga) e mais uma coisa: quando chegou disse que o presidente lhe tinha dito que iria ter 3 reforços de qualidade (qual discurso dito a Camacho). Desde essa altura, e já depois de ter percebido que esses reforços não iriam chegar, Trappatoni não mais falou nisso.
Relativamente á época transacta, os dois modelos tácticos utilizados são semelhantes: Zahovic ou um segundo ponta-de-lança é a interrogação (Paulo Almeida por Zahovic frente ao Moreirense é a excepção que confirma a regra). A diferença está na bola corrida: com Trappatoni, em caso de dúvida, a bola vai para o ar em direcção ao ponta-de-lança (a aquisição Karadas justifica-se com este futebol), um problema tem sido, quando isso acontece, por vezes é Nuno Gomes que está a jogar como ponta-de-lança, logo é bola perdida. O Benfica mantém a forma defensiva. Aparece um pouco mais aberto no meio campo (tanto a atacar como a defender), mas a eficácia é a mesma. E tal como Camacho, Trappatoni oscila 2-3 jogos sem sofrer com 2-3 golos sofridos pr jogo.
A produção da equipa é muito semelhante à do ano passado. A defesa está mais sólida (principalmente Luisão, tem-se mostrado integrado no futebol europeu), Manuel Fernandes substitui melhor na defesa Tiago (mas a produção ofensiva é muito menor), João Pereira está muito abaixo do ano passado, Geovanni continua nos seus altos e baixos, Zahovic é o mesmo, não muda, nem mexe, Simão desiquilibra, mais na técnica que na velocidade e Nuno Gomes e Sokota passaram crises de confiança (será que já a passaram mesmo?). E é no sector atacante que o Benfica passou a produzir menos relativamente ao ano passado. Com Camacho, o Benfica atacava e rematava mais. A bola chegava aos avançados 5-10 metros mais à frente. Com Trappatoni, os avançados têm que recuar muito baixando por isso a produção ofensiva.
Com a fragilidade apresentada pelo Porto e a irregularidade patenteada pelo Sporting, o Benfica tem condições para chegar ao título. "Apenas" deve manter a regularidade apresentada até aqui, rezar para não se deixar fragilizar (ausência de jogadores influentes) e esperar que a "crise" do Porto e Sporting se arraste mais algum tempo. De qualquer das formas, todos devem estar conscientes de que o Porto é o principal candidato ao título e o Sporting com Rochemback (seria 2º classificado o ano passado não fosse a sua lesão) é uma equipa forte.

P.S. - A febre do título não pode pairar sobre a Luz muito cedo. Faz mal aos jogadores (só Argel e Zahovic sabem o que é ser campeão) e aos adeptos (muitos deles pensam que o Eusébio ainda joga).
P.S. - Começa a ser por demais evidente as dificuldades do Benfica em jogos de importância capital. E os erros que comete são, normalmente, erros de principiante. Falta de qualidade dos jogadores (sobrevalorizados pela imprensa) ou faltas de concentração resultantes de lacunas no trabalho semanal e na responsabilização dos erros individuais de cada um?

quinta-feira, novembro 04, 2004

Balanço_1

Ao fim de 1/4 de campeonato já jogado já é possível fazer uma breve análise àquilo que as equipas têm apresentado. O objectivo passa por expôr o que as 18 equipas da Superliga têm andado a fazer durantes estes 8 jogos de Superliga (e 1 eliminatória da taça mais prestação na UEFA, porque não?).
Porto: sofreu a primeira chicotada psicológica da época. Sofreu (e ainda sofre) com isso. As contratações ainda não confirmaram todos os seus créditos, nem ganharam o seu espaço (Fabiano como cabeça de cartaz). Diego e Quaresma têm aparecido a espaços, Pepe tem oscilado entre o bom e o...péssimo (Supertaça Europeia, Choupana e Luz), Seitaridis tem cumprido. O 3º lugar a um ponto do primeiro indica-nos que não está tão mal quanto se pinta (ainda não perdeu). Apesar disso, a Liga dos Campeões é agora uma miragem...Começou num 4*4*2 mas era necessário encaixar Quaresma e Derlei (por isso Carlos Alberto foi adaptado à ala para ter outras soluções), por isso passou a um 4*3*3 que ainda está muito preso de movimentos.
Benfica: A velha raposa prometeu suceder, com êxito, a Camacho mas tem falhado como falhou o espanhol: qualificação para a Liga dos Campeões e jogos com rivais (Supertaça e Luz). O modelo de jogo utilizado é semelhante mas menos bonito (mais bombeado e directo). As contratações encontraram um lugar ao lado de...Trappatoni (Quim, Amoreirinha, Paulo Almeida, Everson, Carlitos, Karadas). Quantas vezes estes jogadores não são o banco do Benfica? Nos momentos críticos, falhou sempre (Anderlecht, Porto (duas vezes) e Gil Vicente) . Tem alternado entre o 4*2*3*1 e o 4*4*2. Denota falta de entrosamento na zona centro atacante (as constantes trocas entre Zahovic, Nuno Gomes, Sokota e Karadas dão ideia de quebrar o entrosamento entre os jogadores).
Sporting: Começou mal (sem Roca), está a melhorar (com Roca). O brasileiro é mais importante que todos (menos do que Liedson). A defesa tem altos e baixos, o meio campo está cada vez mais forte, o ataque (digo, Liedson) tem estado bem. A dependência em Roca e Liedson pode ser danosa, mas Benfica (Petit, Miguel e Simão) e Porto (Maniche, McCarthy e Jorge Costa) não estão nas mesmas condições? Poucas vezes abandonou o 4*4*2, jogando agora na variante do 4*1*3*2 (possivelmente o que mais se adapta aos seus jogadores). Com a recente aproximação aos lugares cimeiros, apresenta boas condições para lutar pelo título.
Setúbal: A surpresa do campeonato. Venceu o Sporting e tem, até agora, o jogador do campeonato (Jorginho) e o melhor ataque (!). O futebol é agradável e espera-se bons ventos do Sado para o resto do campeonato. Couceiro, finalmente, vê reconhecido o seu enorme trabalho no futebol português. Tem um modelo táctico muito móvel: adapta-se ao 4*4*2, 4*2*4 e 4*2*3*1 (o papel de Jorginho torna-se ainda mais importante dado ser ele a peça que se move mais no xadrez). Apesar disso, a tendência é para ir perdendo posições à medida que o campeonato for avançando.
Boavista: A inconstância marca este Boavista. Capaz de perder em casa com o Rio Ave e ganhar em Belém, o Boavista apresenta um modelo habitual em Pacheco, mas com caras novas e talentosas (Zé Manel, André Barreto, Toñito e João Pinto). Pode ir longe mas se ganhar ou perder os seus jogos, ninguém repara...Possui a melhor defesa do campeonato (como seria de esperar). Como muitos dos outros candidatos à Europa, apresenta o modelo de 4*2*3*1.
Marítimo: a segunda surpresa mais agradável do campeonato a seguir ao Setúbal. Bibishkov revela-te matador, Wênio, Alan, Leo Lima e Manduca talentos à solta. A defesa é sólida e Mariano Barreto tem surpreendido pela positiva pela disposição ofensiva das suas peças. Nos Barreiros, 4 jogos, 4 vitórias. A partida de Pepe não se tem feito notar. É de todos os 4*3*3, um dos mais parecidos com o 4*2*3*1. A eliminação em penalties com o Rangers foi o momento mais inglório da época até agora. Forte candidato ao 4º lugar, juntamente com Boavista e Braga.
Rio Ave: o "empata" da Superliga. Sem derrotas até agora, mas com 75% de empates, o Rio Ave mostra futebol alegre, mas menos técnico que no ano passado (as saídas de Jaime e Wandinho enfraqueceram a criatividade da equipa). Carlos Brito não abdica de 3 avançados abertos (por vezes com 2 pontas-de-lança juntos - Evandro e Gaúcho). Deverá ter um resto de campeonato tranquilo.
Nacional: Uma das desilusões do campeonato. As perdas de Rossato e Paulo Assunção foram determinantes para a baixa de produção relativamente ao ano passado. O goleador Adriano só agora se conciliou com os golos mas o futebol produzido é demasiado musculado e pouco trabalhado. Rui Alves ainda terá de engolir as palavras que proferiu: "O objectivo é ficar à frente de um dos grandes". Rigidez táctica parecida com a do ano passado (4*3*3) mas sem o desiquilibrio de Rossato na ala esquerda (fundamental, diga-se). Na UEFA a passagem foi fogaz, o Sevilha tinha mais argumentos.
Braga: O 4º plantel mais forte da Superliga. Uma equipa com boas soluções mas que insiste em bloquear em momentos importantes. Já garantiu algo que não tinha conseguido o ano passado: parar os grandes, e logo por duas vezes (Porto e Benfica). Demasiado dependente da produção ofensiva de João Tomás e Wender (8 golos em 10 da equipa), Jaime e Wandinho têm sido agradáveis surpresas. Jesualdo continua a ser contestado ao mínimo erro, talvez fruto da rigidez do seu sistema (4*3*3, com a única variante do triângulo de meio campo ter o vértice atrás ou à frente). O Hearts eliminou o Braga de uma forma que não se esperava. Jesualdo justificou-se com falta de experiência europeia...para tê-la no ano que vem, terá que melhorar alguns aspectos da equipa.
Beira Mar: um protocolo com uma empresa inglesa levou-a a virar o rumo ao modelo inglês. Durou 3 meses essa aventura...Wadsworth já deu meia volta e chegou Cajuda. De qualquer forma, a grande revelação da equipa é mesmo britânica: McPhee. Destaque também para Beto (se bem que esteja a perder espaço de manobra com Cajuda). Começou num 4*4*2 losango, mas tem alternado com um 4*3*3. Não deverá ter dificuldades para se manter.
Guimarães: Outra desilusão (haveria mesmo ilusão?). O pior ataque da Superliga continua sem provar que consegue jogar bom futebol. Nomes como Rogério Matias, Nuno Assis, Silva, Romeu e Luís Mário não estão a ser capazes de empurrar esta equipa para lugares longe da despromoção. Manuel Machado está a deixar um pouco a desejar depois de um óptimo trabalho em Moreira de Cónegos. Tal como o Beira Mar, tem alternado entre o 4*4*2 e o 4*3*3. Espera-se que consiga dar um pulo na classificação.
Belenenses: Uma boa surpresa da Superliga deste ano. Contando com jogadores que o conhecem bem (Amaral, José Pedro e Antchouet), Carlos Carvalhal montou um 4*4*2 losango assente na criatividade de Petrolina e José Pedro e na velocidade de Antchouet e Lourenço (e nas boas supresas Amaral e Rolando). É das equipas mais interessantes da Superliga e poderá vir a ser candidato à Europa.
Penafiel: Recém-promovido à Superliga, aparenta ser uma equipa fraca, mas dentro desse lote é das poucas que utiliza o modelo do 4*2*3*1 (Wesley como pivot em destaque). Está acima do que seria de esperar mas dificilmente conseguirá aguentar o ritmo inicial.
União Leiria: Um dos plantéis que mais se reforçou no início do ano (reforçou-se tanto que alguns dos reforços já foram dispensados) e que começou a competir mais cedo (Intertoto). Tem feito uma época irregular, com altos e baixos, capaz de empatar nas Antas e de perder em casa com o Penafiel. Vitor Pontes tem sido audaz mas os resultados não têm sido muito positivos. A defesa leiriense continua a apresentar lacunas que poderão ser insuficientes para o objectivo-Europa.
Académica: João Carlos Pereira prometeu muito o ano passado mas este ano está um pouco aquém das expectativas. O plantel é mais fraco e tem tido muitos lesionados, principalmente no ataque (Dário e Delmer, este de fora toda a época). Jogadores como Joeano, Dário, Ricardo Fernandes, Vasco Faísca ou Paulo Adriano poderão ajudar à manutenção.
Estoril: Uma boa surpresa da Superliga, detentora da maior goleada até agora (5-0 ao Beira Mar). Alguns jogadores têm-se destacado pela positiva e merecia, inclusivamente, uma melhor posição. Terá dificuldades em se manter mas até agora merece-o pela coragem e audácia demonstrada. Joga em 4*2*3*1 onde se destaca Dorival na defesa e N'Doye no meio campo. Tem boas opções ofensivas como João Paulo, Yuri ou Fellahi.
Gil Vicente: Uma desilusão (para quem estava iludido). Falou-se na Europa, está em último com 4 pontos. Luís Campos conseguiu a proeza de perder 6 vezes e ser eliminado da taça pelo Odivelas. Agora, com Ulisses Morais, os jogadores estarão espevitados mas o plantel é muito desiquilibrado (muitas e boas opções ofensivas, poucas na defesa).
Moreirense: Depois de várias épocas sob o comando de Manuel Machado, o Moreirense tem passado maus bocados sob o comando técnico de Vitor Oliveira. A equipa é mais defensiva, menos atrevida e joga um futebol menos bonito. O plantel é praticamente o mesmo do ano passado mas a qualidade de jogo é medíocre. Tem alternado entre o 4*4*2 (no início) e o 4*3*3. Nenhum jogador se tem destacado, para além de, claro está, Manoel. Será que Vitor Oliveira durará muito mais tempo?



Empréstimos_1

Às 12 horas de Sábado (dia do jogo), Nuno Santos e Edgar Marcelino foram informados que não poderiam defrontar o clube com o qual possuem contrato, apesar de se encontrarem emprestados ao Penafiel (com o qual também possuem um contrato). Durante a semana tinha sido dito que Clayton não podia jogar por estar emprestado pelos leões. Afinal jogou porque o seu ordenado é pago por 3 partes (Sporting, Penafiel e uma terceira parte desconhecida e duas dessas partes queriam que ele jogasse – ouvi na Renascença), enquanto que Nuno Santos e Edgar Marcelino não puderam alinhar (será o ordenado pago por inteiro pelo Sporting?). Este caso não é singular no nosso campeonato e não é um fenómeno recente. Há já muito tempo que é assim: As equipas grandes compram os melhores jogadores das equipas pequenas. “Experimentam-nos” a ver se servem para as suas equipas, se não servirem podem utilizá-los como moeda de troca num futuro negócio (muitos regressam à “casa-mãe”). Qual o problema que daí advém? É que as equipas a quem são emprestados esses jogadores, têm um modelo de jogo onde esse jogador encaixa e onde as suas características são importantes. A sua ausência de um jogo desse tipo, é enfraquecer a equipa. O problema passa pelo modelo em que o empréstimo é feito. Mas, neste caso entre Penafiel e Sporting, fica comprovado que é preciso algo mais que isso. Aliás, nesta situação o panorama é gravíssimo. O treinador Luís Castro andou uma semana inteira a preparar o jogo de uma determinada forma para que, 5 horas antes do jogo começar, a estratégia necessitou de ser repensada. A culpa também é de quem recebe emprestado: sujeitar-se a uma situação dessas é meio caminho andado para a subserviência. Já agora, alguém ouviu este caso ser falado na imprensa? Quando se trata de uma questão de hábito, ninguém se queixa...


P.S. – Quem não se lembra de ver Eto’o ao serviço do Mallorca em temporadas sucessivas ou Morientes ao serviço do Mónaco porem a cabeça em água à defensiva do Real (Eto’o chegou a fazer um hat-trick e Morientes eliminou-os da Champions). E Adriano que o ano passado, ao serviço do Parma, marcou frente ao Inter, clube ao qual estava (e está) ligado?



quarta-feira, novembro 03, 2004

Humor_10

Caneira no final da partida frente ao Inter para a Liga dos Campeões:
"Adriano deu-me um soco com as duas mãos."
Não terão sido dois socos Caneira...? Um de cada mão? Ficaste tão atordoado que nem sabes de onde é que eles vieram...pareciam tordos!

terça-feira, novembro 02, 2004

Salgueiros_1

É triste ver um clube com o historial do Salgueiros (obteve um 5º lugar, um 6º lugar e representou Portugal em competições europeias por uma vez na Taça UEFA) chegar ao ponto a que chegou. Este fim-de-semana perdeu 10 a 0 (!!!) com o líder da Zona Norte da II Divisão B, Vizela, e mantém o último posto com zero pontos. Mas, mais grave do que isso, passa por uma crise directiva como pouco tem sido vista em Portugal (nos escalões profissionais a última que me lembro foi do Leça). O presidente da direcção recentemente destituída, José António Linhares, é um dirigente tipicamente português: olhamos para ele e desconfiamos à primeira. Tem cara de "guloso" e de "sabichão". Os sportinguistas certamente se lembrarão deste guloso quando pensam na festa do seu título em 1999/2000. Bilhetes a 30 contos foram vendidos nas bilheteiras de Paranhos para assistir à festa leonina. Os portistas podem confirmar a qualidade de sabichão pois sempre foi visto como amigo de Pinto da Costa. O problema maior surgiu quando entrou em conflito aberto com João Loureiro e surgiram problemas financeiros no clube. Em 2002 deu-se a descida administrativa à II Liga e a decadência total. Ao fim de 9 anos na cadeira do poder salgueirista, Linhares foi destituído em Assembleia Geral em Novembro de 2003. Hoje, dizem, barricou-se na sede deixando a Comissão Administrativa à porta. Mas, se foi destituído há um ano, o que ainda anda lá a fazer? O desejo do blog é que José António Linhares desapareça para bem longe do futebol ainda a tempo de se conseguir salvar o histórico Salgueiros que não merece que pessoas pouco dignas usem o seu nome para benefício pessoal.

P.S. - Navegando pelo site do clube, podemos constatar que existe um projecto para um novo complexo desportivo para o clube (http://www.scsalgueiros.pt/www/mostra.php?id=o_futuro). Quando se passam as dificuldades que estão à vista de todos, como é possível haver condições para investir numa obra desta dimensão?

Árbitros_7

Numa semana em que, curiosamente, dois árbitros do Porto arbitraram os jogos de FC Porto e Sporting e um de Llisboa apitou o Benfica (o sorteio não era condicionado a determinados factores?), só poderei falar do que vi Paulo Costa fazer no jogo da Madeira e Duarte Gomes em Barcelos. Posso dizer que o primeiro esteve ao seu nível, ou seja, esteve mal. Mal no julgamento de vários lances, falhou ao não expulsar Ávalos por ter agredido McCarthy (deu amarelo aos dois jogadores) falhou no lance que antecedeu o segundo golo do Porto, assinalando uma falta inexistente a meio campo a favor dos azuis, falhou no amarelo dado a Jorge Costa e falhou ao não assinalar um penalty de Pepe sobre Adriano. Podia continuar mas o texto ficava maçudo...De assinalar que, no lance dos amarelos a Benni e Ávalos, o árbitro auxiliar deveria ter tomado outra acção no lance. Era ele quem estava mais bem colocado. Paulo Costa seguiu a via mais fácil (duplo amarelo), mas esta nem sempre é a mais correcta. Já no Penafiel-Sporting, dado que só vi o resumo, apenas de assinalar que foi mal assinalado fora-de-jogo a Clayton que poderia ter feito o 1-0 nesse lance. No segundo tempo, o mesmo fiscal-de-linha, não teve dúvidas de que Custódio estava em jogo (e estava mesmo!) e este fez o 0-2. Bem, dúvidas no lance de Clayton também não teve porque se tivesse deixava seguir o jogo conforme as regras.Quanto a Duarte Gomes esteve quase sempre bem e foi coerente nos critérios. Fyssas deveria ter sido expulso mais cedo, Nuno Gomes e Fyssas caíram na área e deixou seguir (e bem), Paulo Almeida derrubou (?) Júlio César perto do final e viu só amarelo. Foi mesmo derrube? Discutível ...Discutível já não foi o agarrão de Marcos António (chegou a ver amarelo por agarrar consecutivamente Karadas antes da marcação de um canto) a Sokota em lance passível de grande penalidade. No global, actuação positiva mas com 2 falhas graves (expulsão retardada de Fyssas e penalty não assinalado sobre Sokota).

Superliga_9

Na Choupana, um golo madrugador de Diego deu tranquilidade ao Porto contra um Nacional apático e praticamente inofensivo. Quem viu esta equipa o ano passado e a vê este ano pensa no que andará a incutir nos seus jogadores Casimiro Mior. A perda de Paulo Assunção e Rossato não justificam tão má qualidade de jogo demonstrada recentemente frente a Benfica e Porto. Mas o que é facto é que, nos dois jogos, reduziu em descontos, esteve perto do empate na Luz e conseguiu-o mesmo frente ao Porto. O Porto não merecia este desfecho, até porque fez um jogo tranquilo, teve-o dominado durante 90 minutos, sofreu um auto-golo num lance infeliz e depois...teve o azar de Adriano voltar aos golos para o campeonato, ao fim do 8º jogo da época! Muito azar para um Porto que começou o jogo cheio de...sorte. Mas esta muda quando menos se espera. Destaque para Benni (mais um golo!) e Fabiano demonstrou que quer recuperar o “seu” lugar. De qualquer forma, num campo difícil, o Porto sofreu um empate esquisito (poder-se-á dizer proibitivo) e a equipa irá ressentir-se disso, porque a insegurança vai aumentar.
O Sporting deslocou-se ao terreno do fraco Penafiel e conseguiu a terceira vitória consecutiva. Liedson continua a provar que, com a ajuda de Rochemback, poderá levar o Sporting ao topo da classificação. Será para manter a eficácia desta dupla demolidora?
O líder Benfica, frente a um Gil Vicente de “cara lavada”, perdeu a chance de se distanciar do Porto e, pior que isso, demonstrou falta de carácter. Teve sorte, foi feliz ao caír do pano (sorte de campeão?), mas os 90 minutos que ficaram para trás desse lance não justificavam vencer. O Benfica sentiu a falta de Miguel e Petit, o meio campo (Manuel Fernandes e Paulo Almeida) não estancou jogo e Amoreirinha abriu uma auto-estrada no corredor direito (não é lateral, será assim tão difícil de compreender isso?). Acabou por ser, mais uma vez, Simão a resolver. No contexto do jogo, o Benfica ganhou um ponto mas ao nível do campeonato, perdeu uma boa chance de ganhar fôlego. De qualquer forma, o Porto-Sporting da semana que vem dá-lhe a possibilidade de ganhar pontos a um dos rivais. Precisa, para isso, de ultrapassar o obstáculo Setúbal...Por falar em Setúbal, respeito ao líder da Superliga que tem feito um campeonato notável. Mais uma vitória, desta vez, com os seus rivais homónimos. De destacar também a maior goleada da Superliga até ao momento: o 5-0 do Estoril ao transformado Beira Mar de Cajuda (re-adaptar uma equipa à moda inglesa ao futebol de Cajuda tem o seu preço...) e à vitória entre europeus do Marítimo sobre o Braga (4 jogos em casa, 4 vitórias, os Barreiros continuam a fazer mossa em quem os visita).
Para a semana, dois duelos de titãs da Superliga: Benfica-Setúbal e Porto-Sporting. Quem vencer na Luz ficará líder isolado mas um empate nesse jogo e uma vitória do Porto fará com que estes cheguem ao primeiro lugar. Como será?


Equipa da semana: Setúbal (chegar a líder da Superliga à 8ª jornada é muito bom sinal)
Golo da semana: Gama
Jogador da semana: Adriano (mais pelo regresso aos golos e de uma forma tão importante)

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