segunda-feira, novembro 08, 2004
(In)Compatibilidades_1
Muito se tem falado em Portugal sobre a (in)compatibilidade entre Karadas e Sokota. Trappatoni disse que não podiam jogar os dois juntos mas eles têm provado (a espaços) que podem. E podem porquê? Porque dois jogadores que correm o que eles correm e que trabalham daquela maneira têm lugar numa equipa. Entendo o que quis dizer Trappatoni. Melhor do que ninguém, ele sabe que o Benfica é uma equipa descompensada no meio campo. Só 2 jogadores trabalham defensivamente e os alas são fracos fisicamente. Jogar com 2 pontas-de-lança é um risco contra equipas que trabalhem bem o seu meio campo e tenham defesas fortes no 1x1. Este não é o caso do Setúbal e por isso a dupla resultou. Trappatoni pensa (e eu concordo) que é mais útil ter uma dupla de Nuno Gomes-Karadas ou Nuno Gomes-Sokota porque é melhor ter alguém na frente mais técnico e criativo (se bem que Sokota não seja tosco nenhum!). Mas tudo depende do adversário (jogar com Nuno Gomes sozinho frente ao Estugarda é um erro crasso!).
Lá por fora, vemos mais destes casos em que o treinador se vê "obrigado" a tomar decisões difíceis. Podemos pensar em Queiróz o ano passado quando teve que conciliar Beckham, Zidane e Figo no mesmo onze. Conseguiu-o adaptando Beckham a novas funções. Este ano, a tarefa de Garcia Ramón prende-se mais com a convivência entre Raúl, Owen, Ronaldo e Morientes (solução: Raúl para a esquerda, Owen a 60 minutos, Morientes a 10-15). E que tal a tarefa de conciliar Deco e Ronaldinho no Barça? Rijkaard avança Ronaldinho e prende Deco mais a meio campo (maior capacidade de recuperação). E que tal a de Mourinho, que possibilitou a dois esquerdinos vaga no ataque do Chelsea? Robben e Duff têm sido decisivos e, inicialmente, eram concorrentes à mesma posição. E Ancelotti que tenta coabitar Rui Costa com Káká recuando, sem aparente sucesso, o português para trinco...Ou até mesmo Jesualdo Ferreira quando encostou Roger à direita de modo a este jogar de início com Zahovic. E se recuarmos até 96 onde Oliveira entregou a João Pinto e Sá Pinto a frente de ataque da selecção portuguesa, abdicando de um jogador mais fixo na área?
Essencialmente, os jogadores só não são compatíveis quando não há mecanismos na equipa que possibilitem a convivência entre ambos. Não há jogadores com características 100% iguais por isso há que rentabilizar ao máximo o potencial de cada um. Basicamente, se Deco defende melhor que Ronaldinho, é ele que joga mais atrás. A sua capacidade defensiva será utilizada em prol do colectivo e da libertação da criatividade de Ronaldinho, com a vantagem de se poder contar com Deco para criar quando for preciso. Um bom treinador consegue aproveitar as duas faces de Deco. E nisso Rijkaard tem estado muito bem.
Exemplo contrário posso exemplificar com Jacques Santinni em 2 momentos: França no Euro-2004 e Tottenham esta época (entretanto abandonou): Não ser capaz de rentabilizar Henry e Trezeguet juntos (jogadores que se conhecem há quase 10 anos!!) na selecção gaulesa e não ser capaz de aproveitar as qualidades mortíferas de Defoe, Kanoute e Robbie Keane é sinal de que não há trabalho mecanizado na(s) equipa(s). Em Portugal podemos falar (se bem que ainda seja cedo dado os problemas iniciais que encontrou) da dificuldade de Fernandez em conciliar Diego e Carlos Alberto, Derlei e outro ponta-de-lança (Benni ou Fabiano). As dificuldades de mecanização (bem patentes no jogo com o PSG em casa) do Porto ajudam, e muito, à incapacidade de integração destas figuras de qualidade.
Lá por fora, vemos mais destes casos em que o treinador se vê "obrigado" a tomar decisões difíceis. Podemos pensar em Queiróz o ano passado quando teve que conciliar Beckham, Zidane e Figo no mesmo onze. Conseguiu-o adaptando Beckham a novas funções. Este ano, a tarefa de Garcia Ramón prende-se mais com a convivência entre Raúl, Owen, Ronaldo e Morientes (solução: Raúl para a esquerda, Owen a 60 minutos, Morientes a 10-15). E que tal a tarefa de conciliar Deco e Ronaldinho no Barça? Rijkaard avança Ronaldinho e prende Deco mais a meio campo (maior capacidade de recuperação). E que tal a de Mourinho, que possibilitou a dois esquerdinos vaga no ataque do Chelsea? Robben e Duff têm sido decisivos e, inicialmente, eram concorrentes à mesma posição. E Ancelotti que tenta coabitar Rui Costa com Káká recuando, sem aparente sucesso, o português para trinco...Ou até mesmo Jesualdo Ferreira quando encostou Roger à direita de modo a este jogar de início com Zahovic. E se recuarmos até 96 onde Oliveira entregou a João Pinto e Sá Pinto a frente de ataque da selecção portuguesa, abdicando de um jogador mais fixo na área?
Essencialmente, os jogadores só não são compatíveis quando não há mecanismos na equipa que possibilitem a convivência entre ambos. Não há jogadores com características 100% iguais por isso há que rentabilizar ao máximo o potencial de cada um. Basicamente, se Deco defende melhor que Ronaldinho, é ele que joga mais atrás. A sua capacidade defensiva será utilizada em prol do colectivo e da libertação da criatividade de Ronaldinho, com a vantagem de se poder contar com Deco para criar quando for preciso. Um bom treinador consegue aproveitar as duas faces de Deco. E nisso Rijkaard tem estado muito bem.
Exemplo contrário posso exemplificar com Jacques Santinni em 2 momentos: França no Euro-2004 e Tottenham esta época (entretanto abandonou): Não ser capaz de rentabilizar Henry e Trezeguet juntos (jogadores que se conhecem há quase 10 anos!!) na selecção gaulesa e não ser capaz de aproveitar as qualidades mortíferas de Defoe, Kanoute e Robbie Keane é sinal de que não há trabalho mecanizado na(s) equipa(s). Em Portugal podemos falar (se bem que ainda seja cedo dado os problemas iniciais que encontrou) da dificuldade de Fernandez em conciliar Diego e Carlos Alberto, Derlei e outro ponta-de-lança (Benni ou Fabiano). As dificuldades de mecanização (bem patentes no jogo com o PSG em casa) do Porto ajudam, e muito, à incapacidade de integração destas figuras de qualidade.
Comentários:
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1º que tudo, dar os parabéns ao mad dog por saber a idade de tanta gente ilustre...
acho que incompatibilidades há duas, e em toda a parte do mundo.
1ª- juntar dois guarda-redes na mesma baliza
2ª- juntar dem duplas, triplas, quartetos, etc, maus jogadores
PONTO COMUM, nunca resultam
sokota é melhor que karadas no global mas o karadas sabe aquilo a que ensinam na escola nórdica aos pontas-de-lança "jogues bem ou mal, seja com o pé ou com a cabeça, à boca da baliza ou de fora da área... ESTÁS LÁ DENTRO PARA MARCAR GOLOS!"
EU GOSTO DESTE TIPO DE JOGADORES
o golo que ele marcou ao nacional de fora da área, nunca mais vai marcar outro igual (ou parecido) mas será que mais alguém se lembrava de receber uma bola de costas para a baliza àquela distância e rematava assim?
100% de mérito.
é um 2º jankauskas
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acho que incompatibilidades há duas, e em toda a parte do mundo.
1ª- juntar dois guarda-redes na mesma baliza
2ª- juntar dem duplas, triplas, quartetos, etc, maus jogadores
PONTO COMUM, nunca resultam
sokota é melhor que karadas no global mas o karadas sabe aquilo a que ensinam na escola nórdica aos pontas-de-lança "jogues bem ou mal, seja com o pé ou com a cabeça, à boca da baliza ou de fora da área... ESTÁS LÁ DENTRO PARA MARCAR GOLOS!"
EU GOSTO DESTE TIPO DE JOGADORES
o golo que ele marcou ao nacional de fora da área, nunca mais vai marcar outro igual (ou parecido) mas será que mais alguém se lembrava de receber uma bola de costas para a baliza àquela distância e rematava assim?
100% de mérito.
é um 2º jankauskas
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