controvérsia futebolística

Acredite-se ou não, o Benfica tem a melhor chance para ganhar nas Antas nos últimos 6-7 anos. Não que esteja a convencer alguém com o seu futebol, não que tenha algum jogador particularmente em grande forma, não que tenha demonstrado em jogos grandes que se agiganta nessas ocasiões. Inclusivamente, Trappatoni está a ser mais contestado do que nunca. Aliás, o passado recente do Benfica joga contra si. O que dá essa chance ao Benfica é o estado de espírito do Porto. Jorge Costa até vai voltar, Maniche também já regressou, até Benni foi despenalizado e, por fim, Leandro do Bonfim resolveu a sua novela e foi convocado! Provavelmente, nos últimos 2 meses o Porto vai entrar com o maior numero de campeões da Europa dentro de campo (7), mas neste momento não é uma equipa, nem um grupo unido. E essa sempre foi a vantagem do clube. Um espírito de guerreiro vencedor.
Outra barreira que o Benfica pode ultrapassar neste clássico é a do medo. Medo esse que muitos referem como sendo o maior handicap do Benfica nas Antas (Dragão agora) desde há 14 anos para cá.
Feitas as contas teóricas, só dá azul. Mas "bastarão" 2 factores para mudar tudo: vencer a barreira do medo e manter a equipa do Porto desunida.

P.S. - O medo de jogar nas Antas já foi vencido por alguns jogadores do clube da Luz. Basta pensar nos dois últimos confrontos nas Antas. Se o Benfica chegar à vantagem, só a perde se sentir o medo. Ao invés, Couceiro tem a possibilidade de reunir definitivamente o grupo. A tarefa do português é bem mais fácil (e previsível) que a do italiano...

Não, não vou gracejar nem tentar fazer uma piada. Neste caso, "humor" significa estado de espírito. O estado de espírito do homem que toda a gente cita, comenta e ouve com atenção: Mourinho.
O treinador do Chelsea teve o primeiro desaire "grave" da época. Eliminado da Taça da Liga, competição que tanto deseja vencer (ouvi-o com atenção e tou a comentar...como todos!), pelo Newcastle, teve uma tirada que também a teve enquanto esteve no Porto: "Nunca perdemos dois jogos seguidos, portanto também não será desta". Mas foi...o adversário era de peso, o campo de jogo respeitável e Mourinho perdeu 2 jogos seguidos mas só um deles (com o Newcastle) foi um desaire grave. Como se calhar nunca sentiu essa sensação fechou-se em copas durante 2 dias. Isto porque Mourinho não sabe perder. Ele tenta contornar essa questão e diz que não gosta de perder (tou a citá-lo...mais uma vez!). Pois, mas Roberto Carlos (por exemplo) também não gosta mas "sabe estar" depois de uma derrota.
Assim, 2 dias depois do jogo lá estava Mourinho a disparar internamente contra Wenger e Ferguson para os manter à distância (apesar de já o estarem) e a disparar internacionalmente contra Rijkaard e Anders Frisk. Virou o mundo contra ele, como faz cada vez que perde ou não ganha um jogo que julga ter na mão. Precisou então de dois dias para se lembrar que o jogo está no intervalo e a desvantagem é facilmente anulável. Pena foi não se ter lembrado disso dois...minutos depois do final da partida e tê-lo ido referir à conferência de imprensa. Mas o mau perder cegou-o...


P.S. - Mourinho fala como se já tivesse ganho a Premier (citando-o: "juntar à Premier uma Taça qualquer faria desta época algo fantástico"). Assumo-o de igual forma desde que empatou em Highbury, não o vou retirar agora. Mas se a perder "pago" para ver a sua reacção. Quanto mais alto é o voo, maior é a queda e Mourinho não está preparada para esta.

Li, não sei se é verdade, que o Simão Sabrosa é alvo de um processo sumaríssimo por agressão a Alex... Não vi, não me interessa ver, não li, não quero ler. Acho que é ridículo! Por todas as razões. Gostava que alguém me explicasse esta moda... Então o árbitro, já não tem que ver nada durante o jogo, porque há iluminados a castigar por fora. E o timing só serve para alimentar suspeitas.
Mas quem é que trabalha para credibilizar o futebol?

Pois bem, mais uma semana, novas movimentações na frente.
Sexta-feira o FC Porto, veio a Lisboa «roubar» 3 pontos em belém. Apresentou-se novamente sem algumas figuras de referência (Seitaridis, Jorge Costa, Pedro Emanuel, Maniche e McCarthy), e o seu futebol tb se apresentou sem qualquer coisinha... Venceu numa partida em que dominou territorialmente, durante grande parte do encontro, mas sem criar qualquer perigo, e denotando uma enorme falta de automatismos. Continua a não convencer este FCP de José Couceiro, e o próximo jogo com o SLB vai dizer-nos alguma coisa quer quanto à vontade de vencer dos jogadores, quer quanto à capacidade do seu técnico tirar o melhor rendimento, dos melhores jogadores. Bosingwa apresenta-se como um oásis no deserto azul, mas é provável que frente ao Benfica fique sentado no banco (a corda parte pelo elo mais fraco). A equipa inicial do FCP foi: Baía, Bosingwa, Valente, Ricardo Costa e Pepe; Costinha, Meireles, Ibson, Diego; Quaresma e Postiga. Dos campeões da europa titulares sobram 3, e dois deles acabaram por fazer a diferença: Baía com uma monumental defesa a livre de Neca, e Costinha com o golo. Os outros, por lá andam, semsaber muito bem como carburar.
Entretanto, já o Sp. Braga havia perdido na Madeira, confirmando que não tem andamento para frente (nos últimos 3 jogos conquistou 1 ponto...). De seguida, o Boavista arrancou um empate a ferros em Vila do Conde - resultado mais previsível da semana, embora sem golos fosse o que todos pensavam que ia acontecer.
Entra em campo o segundo candidato ao título: O SCP. Li esta semana, que é a equipa que às vezes melhor futebol pratica. Concordo totalmente. E desta vez, não foi. O cansaço não serve de desculpa para a paupérrima exibição dos jogadores do SCP na primeira parte. Não houve atitude e lia-se claramente nos seus movimentos que pensavam que a qualquer momento tirariam um coelho da cartola e venceriam o jogo. O SCP limitou-se a fazer uma boa jogada o jogo todo, e essa foi travada pelo olho de lince do fiscal de linha. Castigo justíssimo para quem não se lembrou que os jogos têm 90 minutos, e o mesmo vale para o Leiria - quem joga daquela maneira em 45 minutos, não pode alinhavar uma segunda parte tão remetido à defesa. Com o adversário nas cordas, o Leiria virou-lhe as costas. É claro que José Peseiro meteu a cassete do empenho dos jogadores na segunda parte, mas deveria ter virado a cassete e se calhar tocar outro tema: "Mas que porcaria de primeira parte foi esta!?!?!?!?!?!?". Já agora, deixo uma pergunta ao treinador do SCP: O que é que o SCP já ganhou este ano, para andar por aí a exibir alardes de vencedor? Que tal penalizar os jogadores pela falta de resultados, dado que me parece que o sistema táctico é de longe o mais evolúido de Portugal? Se calhar não dá, porque a atitude dos jogadores é o reflexo de uma liderança fraca... Tudo ses, mas se o SCP vencesse regularmente, eram ses que não se colocavam.
Por fim o Benfica. Estava à espera de uma surpresa neste jogo. Sentei-me para o ver com toda a atenção do mundo. O Guimarães parecia-me a equipa ideal para incomodar o Benfica. E o início do jogo, deu-me razão. Vitória pressionante, Peixoto em grande (que brilhante jogador Sr. Pinto da Costa), e de repente o benfica tem uma jogada bem conseguida (a segunda do encontro, teve uma oportunidade logo a abrir) e faz um golo contra a corrente do jogo. O Vitória atordoou-se, mas recompôs-se, e teve algumas oportunidades para empatar. Mas o Benfica (2 assistências de Nuno Gomes- se o papel do ponta de lança é conseguir golos, ele conseguiu-os para os outros) faz um segundo golo à beira do intervalo e vai para o intervalo a pensar nos três pontos. Manuel Macado achava que merecia mais e num misto de genialidade (não tem assim tanta) com loucura (tem de sobra) lança dois atacantes para dentro do campo e abdica do meio campo (embora tenha dito a Rafael para ir distribuir pancada sempre que pudesse). Nessa altura pensei: "Vai ser goleado! É maluco. Então, o homem a jogar com 4 avançados e um número 10, está à espera que o meio campo do Benfica recue e o deixe criar perigo?". Dito e feito. O benfica tremeu, tremeu, tremeu (até porque o vitória fez um golo logo a abrir - César Peixoto, que é um grande jogador Sr. Pinto da Costa), mas aguentou até ao fim. Ilações?? O Benfica não aguenta a pressão; O meio campo do Benfica é altamente sobrevalorizado (Moreno gigante, mas as manchetes foram para Petit e Manuel Fernandes, que desta vez nem se podem escudar na inferioridade numérica); Giovanni está em grande forma; Simão tanto evitou o amarelo que levou com um sumaríssimo; Nuno Assis é um reforço e Nuno Gomes decide. Ah, e o Miguel não está em condições. Mas o Benfica venceu e bem (feitas as contas). Apesar de ter tremido, tb teve várias oportunidades para conseguir o 3-1 , e francamente, dadas as circunstâncias deveria ter goleado o Guimarães (uma boa equipa, a jogar contra um Guimarães com aquele esquema táctico goleia! Até o Real Madrid a jogar com grandes vedetas foi goleado quando ousou jogar desta forma...).
Equipa da Semana: Equipa de Arbitragem de Carlos Xistra
Jogador da SEmana: Costinha
Golo da semana: não vi todos, voto no do Zé Manel (piu...)

Faleceu João Santos, antigo presidente do Benfica. Contava já com 90 anos e das últimas vezes que o vi, perto da sua residência em Lisboa, era já de cadeira de rodas a ser passeado por um dos seus netos. João Santos partiu e fez-me pensar...Pensar na altura em que foi presidente do Benfica entre 1987 e 1992 e onde conquistou 3 campeonatos e chegou por duas vezes à final da Taça dos Campeões. Esse tinha sido o seu lema de campanha para enfrentar Fernando Martins: "Por um Benfica Europeu".
Lembro-me de gostar de João Santos . Na altura, ainda pouco sabia de futebol, quanto mais das figuras que o rodeavam, mas o ex-presidente do Benfica era boa pessoa, de tratamento afável, educado e, sem ser arrogante, mantinha uma pose nobre. Sei que a ideia que os benfiquistas têm, no geral, é que foi com ele que começou a crise financeira do Benfica. Puro engano. A crise do Benfica começou com Fernando Martins e a conclusão do 3º anel. Obra de grande envergadura e de grandes...custos. João Santos limitou-se a herdá-la. É um facto que não a resolveu mas o investidor-mor não tinha planeado o modo de saneamento dessa dívida.
A ideia-chave que guardo de João Santos é a descrição. Com essa mesma descrição alcançou títulos. Com essa mesma descrição foi criticado por uma grande facção de associados na altura. João Santos foi alguém que eu imagino ideal para dirigente desportivo (pessoa educada e com "low profile"), mas Portugal não se contenta com dirigentes desse calibre...


P.S. - Miguel Ribeiro Telles tem um perfil, no modo de trato, semelhante ao de João Santos. Era bom para o futebol em geral que continuasse no Sporting e que outros como ele chegassem à frente de outros clubes.

No jogo das estrelas para angariação de fundos para as vítimas do Tsunami o Deco jogou pela equipa de Ronaldinho, ou seja, do lado dos jogadores extra-europa?
Curioso a ideia que se tem no mundo do futebol do "nosso" luso-brasileiro...

Nunca vi uma Superliga assim, não me canso de o repetir. É equilibrio e nivelamento a mais para qualquer campeonato europeu com 18 ou mais equipas. Não é normal e, por isso mesmo, o campeão poderá não ser o que mais normal se possa supôr nesta altura.
Apesar disso, e analisando friamente os dados, não tenho muitas dúvidas sobre quem será campeão. O Sporting é a equipa mais forte para conquistar o campeonato. Vamos ver 5 pontos a seu favor:
- Melhor futebol praticado, conjugado com mais soluções ofensivas relativamente aos rivais.
- Meio campo mais forte da Superliga e que joga sempre com superioridade numérica.
- Liedson e Rochemback, os melhores jogadores da Superliga (Maniche e Simão estão praticamente ao seu nível).
- Sempre que sofreu ausências por lesão ou castigo, apresentou soluções minimamente plausíveis (Enakharire por Beto, Paíto por Rui Jorge, Carlos Martins por Rochemback, Sá Pinto por Douala, Douala por Pinilla. A excepção é Custódio).
- Vários jogadores campeões dentro do clube (Nélson, Tiago, Rui Jorge, Pedro Barbosa, Hugo Viana, Sá Pinto, Niculae)
Claro que os seus adversários também têm pontos fortes: O Porto também tem jogadores que já foram campeões, têm um ritual de vitória incutido, é a defesa menos batida do campeonato e esta costuma dar títulos, fora de casa é a melhor equipa, tem o calendário mais acessível dos 3 grandes. Ou o Benfica que tem boa equipa formada pela mesma base de jogadores há já 3 anos, Simão quase sempre decisivo, criatividade com Nuno Assis, duplas de centrais e centro campistas muito fortes. Se não sofrer lesões (mas sofre e tem sofrido muitas), é forte candidato ao título. Em caso hipotético, o Boavista pode entrar nas contas. Se estes deslizes dos 3 grandes se mantiverem e os do Bessa continuarem a vencer jogos no último minuto, têm uma chance de vencer mas muito ténue, apesar do calendário mais acessível que apresentam.
De qualquer modo, quero deixar bem claro algumas premissas para cada um dos grandes ser campeão. Se acontecerem, cai por terra a minha ideia de hoje do Sporting ser campeão "à partida":
Porto - vence o Benfica e empata ou ganha em Alvalade, apenas perdendo um jogo fora de casa.
Benfica - vence nas Antas e não perde, nem em casa com o Sporting, nem na Madeira com o Nacional.
Sporting - não perde mais do que 2 jogos fora, nem com o Porto em casa.

Parece uma visão simplista (até admito que seja), mas é bom de ver que, se a decisão do campeonato for levada até perto do fim, serão os pequenos detalhes a decidir o campeão, por isso, é nos duelos mais difíceis que se verá o vencedor.
O Sporting tem deslocações a Leiria, Braga, Luz, Belém, Bessa e Moreira de Cónegos. Destas, considero difíceis Braga, Bessa e Luz. Se não perder 2 desses jogos, nem se deixar surpreender pelo Porto em casa é campeão. Até porque recebe Académica, Penafiel, Beira Mar, Estoril, Guimarães e Nacional. Joga com os 5 ultimos do campeonato, 4 deles em casa.
Quanto ao Porto, tem as visitas chatas de Benfica, Marítimo e Setúbal. Noutros anos seriam favas contadas, neste não será bem assim. As contas complicam-se com as idas ao Restelo, Bessa, Alvalade e Vila do Conde.
Por fim, o Benfica tem de viajar até à Madeira (onde nenhum grande venceu este ano), Dragão, Setúbal e Vila do Conde. Na fase final do campeonato, vai a Penafiel, Estoril e acaba no Bessa. Tem o final de campeonato mais complicado dos 3 (Penafiel+Sporting+Boavista), precisando por isso de ganhar vantagem entre a jornada 25 e a 30. Se não perder pontos significativos nas próximas 3 jornadas e ganhar nas 6 jornadas seguintes, dependerá só de si para chegar ao triunfo.
Simplista ou não, o "julgamento" tem data marcada: 22 de Maio. Ou será antes?

Sá Pinto pediu (choramingou!) a Liedson para marcar o penalty que faria o 2-0 frente ao Rio Ave. Liedson aceitou mas sem grande vontade. Se fosse no Dragão, Couceiro teria um colapso, Peseiro parece ter aceite bem. Mas o engraçado é a declaração de Sá Pinto:
“Dividimos um pouco. Na última vez, o Liedson criou o lance e eu deixei que fosse ele a marcar. Neste caso, como eu criei o lance e senti confiança, pensei que era uma grande oportunidade para voltar aos golos. Felizmente aconteceu e ainda bem.”
A contradição foi a declaração do capitão de equipa, Pedro Barbosa, no dia seguinte:
“Indigitados para marcar os ‘penalties’ estão o Roca e o Liedson. Houve uma troca de palavras entre Liedson e Sá Pinto, já explicadas pelo próprio Sá Pinto. Este fez um pedido e o Liedson acedeu."
Já o treinador teve um discurso mais abrangente e menos contraditório (juntou tudo e fez um batido):
“Está decidido que quem marca os ‘penalties’ é o Rochemback e o Liedson, apesar de o Sá Pinto também treinar grandes penalidades.
Vamos a factos:
- A bola entrou e Sá Pinto fez o 2-0 e levou o Sporting à conquista dos 3 pontos.
- Sá Pinto quis festejar com Liedson, este nem tugiu nem mugiu. Foi substituído ao intervalo, sinceramente não sei se por lesão, fadiga ou poupança.
- O capitão Pedro Barbosa veio falar e dizer que está tudo bem. Cumpriu o seu papel esclarecendo procedimentos internos do clube.
- José Peseiro fez de bom samaritano e meteu a cassete da paz: "Sá Pinto também treina grandes penalidades"...no mínimo, dá vontade de rir.
- Apesar disso, José Peseiro lidou bem, resolvendo (ficará mesmo sanado?) dentro do balneário, mas o discurso para o exterior deixa, mais uma vez, muito a desejar.

P.S. - Enquanto lia as declarações de Pedro Barbosa sobre este assunto lembrei-me de...Jardel. Aliás, a situação de Liedson faz-me lembrar a situação de Jardel (tirando das contas as drogas). Ele é o matador, faz mais de 50% dos golos da equipa, esta depende do seu rendimento e, com isso, tira partido para benefício pessoal (estadia prolongada no Brasil e atitudes de "menino mimado"). Não pretendo com isto atacar Liedson, jogador que muito admiro e reconheço capacidades que mais nenhum em Portugal tem. A questão é como tem lidado o balneário com toda a envolvente em redor do matador brasileiro...

Praticamente de 15 em 15 dias voltamos ao mesmo! Que Superliga repetitiva!! Voltamos a ter 4 líderes graças aos deslizes de Porto e Benfica. Deslizes? Bom, nesta fase do campeonato e com a classificação com este "aspecto" começa-se (pelo menos eu vou fazê-lo) a contar pontos perdidos e ganhos em função dos resultados conseguidos pelas outras equipas. O Benfica, ao empatar em Braga, ganhou um ponto ao Porto (só conquistou um frente aos bracarenses, o Benfica dois). Era um jogo difícil, o Braga estava motivado. Se foi ao Dragão arrancar a liderança, também poderia ser capaz de o conseguir em casa frente a um Benfica que se apresentou cauteloso, mas com menos deslizes do que em jogos como o Anderlecht ou o Belenenses. Mesmo assim, o nome de "suissinho" que apliquei ao Braga poder-se-á aplicar ao Benfica neste momento: parece que falta sempre alguma coisa...agora que Nuno Assis veio dar mobilidade ao ataque, este sente falta de um matador, uma referência na frente que marque a diferença. Nuno Gomes não o é e está sem confiança, Delibasic, Karadas e Mantorras não entram para esse tipo de contas. Bom jogo de futebol, faltaram os golos.
O Sporting encontrou um Rio Ave fragilizado, sem a sua grande referência Ricardo Nascimento. Uma vitória inequívoca e expressiva, conforme José Peseiro afirmou que poderia acontecer como reacção aos maus resultados das últimas semanas. Grande Liedson e Roca, agora acompanhados por um Sá Pinto rejuvenescido. Tem sido a solução adequada para a lacuna existente ao lado de Liedson.
Quanto ao Porto, voltou a desiludir a jogar em casa. A "corrente de ar" que passa no Dragão parece esvaziar as ideias desta equipa. Couceiro apresentou novidades (Ibson, Pittbull e Leo Lima a titulares, Diego no banco) e a equipa mostrou falta de entrosamento. Curioso ver a queda, a todos os níveis, do Porto este ano. Grande jogo de Bosingwa.
O Boavista colou-se à liderança, com uma revelação deste ano: Diogo Valente continua a surpreender pela positiva. O Marítimo ainda assustou mas não conseguiu chegar ao empate.
No resto da jornada, a Académica, o Penafiel e o Moreirense ganharam 3 pontos a jogar em casa e um novo alento. O Beira Mar (Luís Campos) continua sem convencer mas pode-se queixar das muitas ausências para este jogo.
Equipa da semana: Sporting
Jogador da semana: Diogo Valente (falar sempre no Liedson é...repetitivo!)
Golo da semana: Orlando

"Processo sumaríssimo"
Seja lá o que isso quer dizer, na verdade está em voga neste país. É mais uma febre que andamos a viver e que na temporada de 2005/2006 já foi substituída por outro termo técnico qualquer. Na verdade, não é mais do que castigar jogadores através do recurso ao vídeo. Tem sido assim desde o início de época, mas de uma forma crescente e progressiva. Será que só agora é que há cotoveladas voluntárias?
Neste capítulo, há um clube que vai isolado em 1º lugar. Na realidade, o Porto tem visto alguns dos seus jogadores ter atitudes completamente desprezíveis. Não que os outros clubes não tenham um ou outro jogador com esse tipo de comportamento, mas no Porto tem sido demais e não há como desmentir: Seitaridis, Pedro Emanuel, McCarthy, Luís Fabiano...esqueço-me de algum?
A questão principal onde quero chegar é o castigo a aplicar e recorro ao caso de McCarthy para exemplificar:
Benni McCarthy foi (bem) castigado pela Comissão Disciplinar da Liga em 2 jogos, depois desta ter visionado o vídeo do jogo da agressão. 2 jogos para um jogador reincidente pareceu-me pena justa. Como é normal, o Porto recorreu da decisão. Agora o que não é nada normal é a Comissão Disciplinar da Liga rever o processo e passar o castigo de 2 para 3 jogos!!! O que se terá passado? Será que o vídeo que o Porto levou à Liga tinha outra agressão de McCarthy? Será que foi só à segunda que perceberam bem a gravidade da situação? Não dá para perceber...qualquer dia é a própria Comissão Disciplinar da Liga que recorre da sua decisão!! "Não concordamos com a decisão que tomámos!"
É tempo de dizer BASTA ao poder intocável de uma Comissão que a cada passo que dá nos faz envergonhar cada vez mais e pensar nas razões porque todo o futebol português funciona desta forma...

Mais uma semana, mais uma alteração no topo da classificação. Se há 2 semanas tínhamos, por exemplo, o Sporting em 1º e o Benfica em 5º, esta semana "ficámos" com o Benfica em 2º (ex-aequo com o 1º) e o Sporting em 4º (ex-aequo com o 5º). Sinal de competitividade (nivelada por baixo venha quem vier dizer o contrário!) e de equilíbrio. Nova hipótese de alcançar o topo desperdiçada pelo Sporting mas desta vez até se compreende. A deslocação à Madeira, toda a gente o sabe, é muito difícil. Jogar nos Barreiros costuma ser tarefa complicada para os grandes mas de lá o Sporting trouxe uma desvantagem de 1 ponto relativamente aos seus rivais Porto e Benfica (empataram). O Marítimo foi superior mas o Sporting deu réplica (apesar de ténue). Mariano Barreto anulou bem o meio campo sportinguista com a constante descida de Alan e Silas para cobrir as laterais leoninas. Wénio e Chaínho estiveram também muito bem na luta de meio campo. Quanto ao Sporting, os erros defensivos aumentam semana após semana. Até em vantagem numérica sofreu um golo. O Benfica cumpriu a obrigação ao derrotar, uma cada vez mais solitária, Académica. Simão brilhou e Delibasic...estreou-se. Ficamos assim, por enquanto. Vem aí 5-6 jogos muito complicados (decisivos mesmo) entre campeonato, UEFA e Taça de Portugal. Muito da época do Benfica joga-se neste próximo mês. O Porto estreou Couceiro que fez questão de nacionalizar a equipa: apenas Seitaridis, McCarthy (médio direito??) e Diego não eram portugueses. Deu uma chance a Postiga mas o avançado anda muito aquém do que seria de esperar. Foi mais músculo que arte. Assim terá de ser enquanto os processos de jogo não forem solidificados. Vitória difícil (única fora de portas) mas justa. O Estoril não demonstra consistência no miolo o que poderá ser determinante nesta fase da época. O Rio Ave continua a "encher o papo", veremos como se comporta sem Ricardo Nascimento. O Belenenses continua a desiludir, não conseguindo obter 2-3 resultados positivos de seguida.

Equipa da semana: Marítimo
Jogador da semana: Simão
Golo da semana: Bosingwa

Chegou um novo central ao Boavista: chama-se Ambassa e é camaronês. Define-se como “um misto de Ronald Koeman e Marcel Desailly”...
Os únicos registos existentes sobre o jogador são...uma agressão a um árbitro nos Camarões.
Sinceramente, não me recordo de tal comportamento em Koeman ou Desailly...

P.S. - Diz quem sabe que Jaime Pacheco assim que soube desse facto (a agressão) quis logo fechar negócio. Veio colmatar uma das lacunas do plantel: a agressão não a jogadores mas sim a árbitros!

Grande jogo entre rivais minhotos! Deu para (quase) tudo.
De um lado, o Guimarães com o seu novo modelo: 4*2*3*1 - Moreno entra para o lado de Flávio Meireles, Marco Ferreira e César Peixoto para as alas). A criatividade destes dois começa a ganhar importância e será decisiva na carreira do Guimarães. Do outro lado, o Braga fiel ao seu 4*3*3 mas com ausências importantes: Nem, Luís Loureiro e João Tomás e com a estreia de Andres Madrid.
O jogo começa vivo e quente. Afinal, são dois dos maiores rivais de todo o Portugal. O Guimarães tem na mão a chance de roubar a liderança ao rival Braga e este tem a chance de saír do estádio do rival como líder por, pelo menos, mais uma ronda. O jogo é disputado,intenso e equilibrado. Nota-se algum nervosismo nos jogadores do Braga. A bola prende um pouco demais ao pé e o peso da responsabilidade sente-se aqui e ali. A liderança acaba por ser uma desvantagem para os bracarenses (Arrisco-me mesmo a dizer que, se não fossem líderes, teriam ganho o jogo).
Já na segunda parte, num lance infeliz de Paulo Santos, o Guimarães chega à vantagem de bola parada. É o delírio nas bancadas! O Braga reage, passa a 4*2*3*1 declarado e movimenta-se bem. A equipa está solta e confiante. Até Paulo Santos vai à área contrária tentar o golo! Aos 93 minutos, Paulo Sérgio cai na área tapado por Flávio Meireles. Lance para penalty! Pedro Proença (bela exibição, com alguns erros normais, num jogo muito difícil de controlar) fecha os olhos e dá pontapé de baliza. Era demasiado arriscado assinalar um penalty num lance duvidoso à velocidade a que é visto. Compreende-se mas está errado. O Braga perde a liderança com um erro seu (o lance do golo) e um do árbitro. Foi infeliz (como o Benfica frente ao Porto na Luz?). Bonita atitude dos jogadores que souberam controlar as emoções, tal como Jesualdo que se conteve, já de cabeça fria, no final do jogo. Tal como o Sporting depois do jogo da Choupana, também o Braga está de parabéns. Porque tem uma belíssima equipa e uma muito boa atitude.
Destaco pela positiva Nunes (grande central), Marco Ferreira (vai fazer esquecer Nuno Assis) e Abel (se fosse ele à selecção no lugar de Rogério Matias só se tinha a ganhar - passava Paulo Ferreira para a esquerda).
Destaque negativo para Paulo Turra e Rafael (não fazem falta nenhuma ao nosso futebol: são agressivos, agressores e anti-desportistas).

Recentemente, ficou na moda instaurar processos sumaríssimos pelas cotoveladas do futebol português. Tantas foram elas que o CD da Liga teve que voltar com a palavra de início de época atrás (não utilizar o vídeo para castigar jogadores) e decidir aplicar uns castigos e ganhar mais uns trocos com eles.
Penso que foi já na semana passada que foi instaurado um processo sumaríssimo a Luís Fabiano e Pedro Emanuel por agressões durante o jogo com o União Leiria. As agressões ocorreram no mesmo jogo e os processos instaurados no mesmo dia.
O CD da Liga reune à sexta-feira (!!!!) para decidir este tipo de processo. Se saír um castigo e a equipa jogar nesse dia...azar! Ah, e se o castigo for contestado pelo clube fica automaticamente suspenso. Assim aconteceu com o castigo a Pedro Emanuel (é que Pepe também está castigado e Jorge Costa lesionado, resta Ricardo Costa). E já agora: os clubes contestam o quê? Os "juízes" do CD da Liga castigam com base no vídeo. O que fazem os clubes? Levam a cassete do jogo filmada do outro lado do campo? Adiante...
Curiosamente, a lista de convocados do Porto saíu antes do anúncio dos (possíveis) castigos. Mas, vendo a lista de convocados quase que nem era preciso anunciá-los. É que Pedro Emanuel foi convocado e Luís Fabiano não. Poucas horas depois, o anúncio formal do castigo a Luís Fabiano. Então afinal para quê reunir à sexta se os castigos são conhecidos (pelos clubes) antes disso?

José Couceiro merece o topo. Foi como Presidente do Sindicato dos Jogadores que começou a dar nas vistas. Firme na postura, mostrou-o então. Em seguida, foi para Alvalade, clube do coração no qual tem raízes familiares (Peyroteu). Assumiu o cargo de director desportivo e notabilizou-se pelo bom trabalho desempenhado e deixou caminho preparado para Luís Duque assumir o cargo e levar o Sporting ao título. Não vou dizer que está ligado ao título mas ajudou um pouco a arrumar a casa leonina. Depois, um novo desafio: Presidente de um clube! O Alverca perdeu Luís Filipe Vieira e José Couceiro assumiu o papel de gestor. Rigor nas políticas (salários pagos a tempo e horas, impostos em dia, compromissos assumidos e cumpridos) provaram mais uma vez seriedade de alguém que, aos poucos, foi revelando variadas (e boas) facetas. O clube desceu de divisão e Couceiro decidiu assumir o comando da equipa. Pegou num grande grupo de jovens talentos (eram cerca de 30 jogadores), sem responsabilidades de subida e venceu a II Liga folgadamente. Chegou à I Liga, sem orçamento para grandes aventuras e apenas com o objectivo de permanecer e lançar alguns jovens promissores. Apenas cumpriu a segunda tarefa e, mesmo com mais um ano de contrato, perdeu as forças para continuar.
Avisou muito cedo que as "forças do mal" tinham preparado ao Alverca a descida. Fez frente ao "poder axadrezado" em pleno Estádio do Bessa num flash interview onde atacou literalmente a família Loureiro (o caso "Apito Dourado" veio-lhe dar razão em relação às suspeitas levantadas). Desceu por um golo de diferença em relação ao Belenenses e com uma derrota polémica em Moreira de Cónegos (segundo ele, penalty inexistente). Bateu com a porta ao fim de 6 anos e virou-se para o Sado. Para trás ficou uma época recheada de ataques a Luís Guilheme do Conselho de Arbitragem e a João Loureiro (chegou a ir a tribunal numa queixa apresentada por este, uma das suas testemunhas de defesa foi...Pinto da Costa). Foi frente ao Alverca que o Porto sagrou-se campeão o ano passado. Num jogo onde Couceiro poupou habituais titulares dado estarem em risco de suspensão e o jogo da semana seguinte ser fundamental para a manutenção (vitória sobre o Nacional por 2-1). Muitos discordaram da atitude de suposta vassalagem de Couceiro. Eu concordei e achei coerente: se esteve a época toda a queixar-se de perseguição não seria fácil saír penalizado das Antas com vários jogadores castigados? Precisando de 3 pontos não seria mais fácil conquistá-los em casa frente ao Nacional do que nas Antas frente ao mais que provável campeão?
Chegado a Setúbal deparou-se com algo que sempre evitou: salários em atraso. Saíu em defesa dos jogadores (qual ex-presidente do SJFP!) e exigiu à direcção a regularização das dívidas. Os jogadores recompensaram-no com a liderança passageira na Superliga.
Três anos depois de ter iniciado a carreira como treinador chega ao Porto campeão europeu em título. À primeira vista, não tem o perfil indicado: é honesto defensor dos "David's" do futebol, demasiado amigo dos jogadores e tem pouca experiência de banco. Como pensador ou gestor, é muito bom. Tem vasta experiência em diversas áreas do futebol. Como treinador, necessita de um desafio destes. Chegou a sua hora, será que vai agarrá-la?

P.S. - A imagem que tenho dele é de um trabalhador sério e honesto. A imagem que tenho de um funcionário do Porto é de matreiro e mentiroso. Couceiro disse na conferência de imprensa que ainda não tinha ligado o telemóvel depois do jogo com o Sporting e a câmara apanhou-o com o auricular posto...ontem voltou a mentir: "Tinha mais jogadores brasileiros no Setúbal (7) do que tenho no Porto (8). Será que Couceiro se está a habituar ao rótulo...?

José Peseiro, no início do ano, prometeu futebol espectáculo. Muitos se riram com as primeiras exibições leoninas...afinal, em 5 jogos perdeu 2, apenas ganhou 1 e mexeu 4-5 jogadores de jogo para jogo. As indefinições e alterações constantes que apresentou no início do ano já raramente ocorrem. Hoje em dia, quando um jogador é chamado ao banco para entrar, já existe uma ideia na bancada de quem irá saír. A equipa-base está montada, quase 3 meses depois desta fase incial. Peseiro assentou ideias e apresentou o tal futebol-espectáculo. Sim, é o Sporting quem joga melhor em Portugal. A bola flui naturalmente. O médio criativo tem sempre, pelo menos, 2-3 linhas de passe (avançado, outro médio criativo e lateral). Posse de bola mantida acima dos 55-60% e muitos remates feitos à baliza. O problema é quando se perde a bola originando contra-ataque adversário. Aí é o cabo dos trabalhos porque não há compensação suficiente na equipa do Sporting: Custódio (bela época) não chega a todo o lado, Rui Jorge e Rogério são lentos a recuperar posições, os 3 médios ofensivos não têm (naturalmente) grande vontade em voltar à posição natural o mais rápido possível (talvez Rochemback o sinta). Muito se tem falado sobre o facto do Sporting defender mal. Se estudarmos os recentes golos sofridos, são bolas paradas, faltas de atenção ou falhas de eficácia defensiva e não lances de ataque continuado. Até porque o Sporting não permite ao adversário estar muito tempo a atacar. Mas o seu problema tem sido não concretizar toda esta qualidade em eficácia.
Lembro-me de chegar ao final do jogo Nacional-Sporting e pensar: Peseiro, ao arriscar tudo com apenas 10 jogadores, incutiu o golpe final de mentalidade ganhadora nos jogadores. Perderam, é um facto, mas psicologicamente era fácil recuperar os jogadores daquela derrota. Provou-se com a boa vitória em Barcelos. Depois, a ida à Luz para a taça: grande primeiro tempo, lesão de Custódio, sofreu uma quebra mas manteve um bom nível de jogo. Teve-o na mão e deixou-o fugir. Lotaria dos penalties...derrota e eliminação de um dos objectivos da época. Pensei: bom, provaram que são melhores que o Benfica, também não será difícil recuperar os jogadores...mas já são duas... Por fim, vencer o Setúbal em casa, dava-lhes a liderança. Massacraram em termos de chances de golo, falharam golos escandalosos, sofrem um golo de meio campo e marcam um de...auto-golo! Final do jogo e Peseiro adopta o seguinte discurso (demasiadamente) optimista: "Massacrámos o adversário, a jogar assim seremos campeões!"
Concordo com o mister, mas o que o Sporting demonstrou nos últimos 15 dias foi uma grande falta de "killer instinct" (instinto esse que também tem faltado aos seus rivais directos). É a equipa que melhor joga futebol, isso dá-lhe uma grande vantagem para vencer o campeonato. Mas, a continuar assim, se o conseguir, é por maior demérito dos demais do que por mérito próprio.

Mourinho já é tão famoso que toda a gente lhe quer apertar a mão...

"Fiquei um pouco aborrecido devido ao facto de o treinador adversário não ser suficientemente afável para apertar a minha mão, no final da partida. Por vezes, tem de se ser digno na derrota, mas também tem de se saber sê-lo na vitória. Talvez José Mourinho estivesse muito ocupado com os seus jogadores no relvado...”, Mark Hughes, treinador do Blackburn no final do jogo onde o Chelsea venceu por 1-0.

No fundo, Mark Hughes queria um autógrafo que o filho lhe tinha pedido...


P.S. - Esta é só uma nota de humor. Em Inglaterra, a primeira coisa que o treinador faz é cumprimentar a equipa técnica adversária (salvo raras excepções). São hábitos que não estamos habituados a cumprir, mas no berço do futebol é o que se chama de fair play. Mourinho sabe-o, mas também sabe que, com aquela vitória, garantiu (nas suas contas - e nas minhas também) a vitória da Premier League. Compreendo a atitude, não é todos os dias que se "ganha" tão importante troféu.

Já aqui se falou em Boavista, Marítimo e Guimarães (fora 3 grandes). Chegou a vez do actual líder da Superliga.
É um caso estranho, difícil mesmo de se explicar. Um projecto iniciado o ano passado por Jesualdo Ferreira, muito criticado desde o início e assobiado ao mínimo deslize. A razão é simples: Jesualdo não gosta de convencer ninguém. É homem de ideias fixas, teimoso, fiel ao seu sistema onde a única coisa que altera é o posicionamento do 3º homem de meio campo. Gosta de jogar um futebol directo com 3 homens na frente, mas ao mesmo tempo tem das equipas mais tecnicistas da Superliga.
Na baliza Paulo Santos. Não convence muita gente mas tem feito uma boa época.
Depois, na defesa um quarteto muito unido: Abel, lateral aguerrido, sobe e centra bem, não é rápido mas é muito esforçado e lutador. É um bom jogador pecando um pouco em termos de altura. Do outro lado Jorge Luíz. Já sem a concorrência de Kenedy, é um brasileiro bom tecnicamente, com bom tackle, por vezes demasiado agressivo. Sobe muito bem sendo um óptimo apoio a Wender. A dupla de centrais tem Nem (lento mas com bom sentido de colocação e de orientação da defesa) e Nunes (muito bom na marcação, central rijo e com óptimo jogo de cabeça). No banco a opção Paulo Jorge que é um misto dos 2 titulares: bom jogo de cabeça, rijo e lento). No meio campo, o melhor recheio: Luís Loureiro, Wandinho e a surpresa João Alves. Luís Loureiro é o menos influente, apesar disso fecha bem as subidas dos laterais e compensa no centro graças ao seu jogo de cabeça. Um razoável cabeça-de-área. Wandinho é diferente: é "pau para toda a obra"! Joga, normalmente, como médio volante, mas já o vimos a a fazer de cabeça-de-área e até já esteve na lateral. Corre inúmeros Kms e sabe soltar jogo para a frente. A seu lado, a revelação João Alves. Bom tecnicamente, tem revelado óptimo sentido de orientação numa zona nevrálgica como o centro do terreno. Excelente passe, fundamentalmente a soltar jogo nas alas. Bom nas bolas paradas, tem sido uma das revelações do campeonato. No banco, várias opções: a experiência de Barroso (já não é o de outrora) e de Castanheira e ainda a criatividade de Cândido Costa e de Jaime, se necessário. Este último é o titular do lado direito do ataque. Joga por dentro, pois é ele que dá mais imaginação à equipa. Mas, em jogos importantes é mais útil a sua influência do que, por exemplo, a de Paulo Sérgio que este ano tem sido preterido para o banco muitas das vezes. Do lado esquerdo, Wender. A realizar mais uma excelente época, tem sido o maior desiquilibrador no ataque. Não raras vezes durante o jogo, e com a movimentação da equipa, vemo-lo na frente ao lado de João Tomás, recuando Jaime para fazer um quarteto a meio campo. João Tomás está igual a si mesmo. Capaz de marcar fantásticos golos de cabeça (como no Dragão) ou de falhar chances claras (Porto na 1ª volta), é o típico ponta-de-lança com uma vantagem: corre e trabalha muito para a equipa. As opções no banco resumem-se a Cesinha (veloz e ágil, aproveita o desgaste das defesas provocados pelas movimentações de Wender e João Tomás), Baha (um pouco aquém das expectativas, parece inadaptado ao esquema da equipa) e Cícero que entretanto já partiu.
É no ataque que a qualidade abunda mas as alternativas escasseiam. A dependência da equipa na veia goleadora de João Tomás e Wender é por demais evidente (15 em 29 golos). A recente chegada vindo da equipa B de Edinho pode ajudar mas não deverá ser suficiente para oferecer garantias máximas.
Foi através de um sistema rígido (mal amado pelos adeptos bracarenses) que Jesualdo Ferreira chegou ao topo da liderança. Certamente não chegará ao final do campeonato nessa posição, mas o trabalho que tem feito nos últimos anos em Braga é de destacar. Já disse que têm o plantel mais forte da Superliga a seguir aos 3 grandes. Para além disso, têm outra vantagem: a equipa-tipo é a mesma há já algum tempo.

Nova ronda, novo líder, mais pontos perdidos pelos 3 grandes e com um acrescento: Fernandez foi despedido no mesmo dia em que o Porto contratou mais 2 jogadores (quem os pediu afinal?)! À 3ª foi de vez: o Braga teve de ir ao Dragão para arrancar a liderança! Se não o conseguiu em casa frente ao Penafiel e Moreirense, obteve-o em grande estilo e, em 4 jogos com os grandes, ainda não perdeu nenhum. A equipa está mais competitiva e resta saber se conseguirá manter-se no topo por muito mais tempo. O Sporting foi o último a jogar e, mais uma vez nessa condição, não aproveitou esse facto. Jogou bem, massacrou o Setúbal, conforme disse Peseiro mas só marcou de...auto-golo! Tanta beleza mas tão pouca eficácia...Nuno Assis estreou-se em grande num Benfica que voltou a tremer até contra 10. Em tanta tremideira, os 3 pontos deram jeito e a visita da Académica à Luz e a chegada de Nuno Assis e Delibasic poderá embalar novamente os benfiquistas (é um pára-arranca!). A visita a Braga é já daqui a 15 dias...
No resto da jornada, o confiante Belenenses parou o Rio Ave e foi a única equipa a vencer em casa. O Beira Mar não convenceu depois do brilharete da Luz, tal como a Académica que perdeu pontos em casa importantes. O Marítimo voltou a vencer fora e o Nacional parece voltar ao bom futebol da época passada, recheado de golos.

Equipa da semana: Braga (líder à 19ª jornada!!!)
Jogador da semana: Jorginho (não fossem os empresários de futebol e estaria num clube à sua altura, conforme provou em Alvalade)
Golo da semana: Jorginho