sábado, fevereiro 05, 2005

Couceiro_1

José Couceiro merece o topo. Foi como Presidente do Sindicato dos Jogadores que começou a dar nas vistas. Firme na postura, mostrou-o então. Em seguida, foi para Alvalade, clube do coração no qual tem raízes familiares (Peyroteu). Assumiu o cargo de director desportivo e notabilizou-se pelo bom trabalho desempenhado e deixou caminho preparado para Luís Duque assumir o cargo e levar o Sporting ao título. Não vou dizer que está ligado ao título mas ajudou um pouco a arrumar a casa leonina. Depois, um novo desafio: Presidente de um clube! O Alverca perdeu Luís Filipe Vieira e José Couceiro assumiu o papel de gestor. Rigor nas políticas (salários pagos a tempo e horas, impostos em dia, compromissos assumidos e cumpridos) provaram mais uma vez seriedade de alguém que, aos poucos, foi revelando variadas (e boas) facetas. O clube desceu de divisão e Couceiro decidiu assumir o comando da equipa. Pegou num grande grupo de jovens talentos (eram cerca de 30 jogadores), sem responsabilidades de subida e venceu a II Liga folgadamente. Chegou à I Liga, sem orçamento para grandes aventuras e apenas com o objectivo de permanecer e lançar alguns jovens promissores. Apenas cumpriu a segunda tarefa e, mesmo com mais um ano de contrato, perdeu as forças para continuar.
Avisou muito cedo que as "forças do mal" tinham preparado ao Alverca a descida. Fez frente ao "poder axadrezado" em pleno Estádio do Bessa num flash interview onde atacou literalmente a família Loureiro (o caso "Apito Dourado" veio-lhe dar razão em relação às suspeitas levantadas). Desceu por um golo de diferença em relação ao Belenenses e com uma derrota polémica em Moreira de Cónegos (segundo ele, penalty inexistente). Bateu com a porta ao fim de 6 anos e virou-se para o Sado. Para trás ficou uma época recheada de ataques a Luís Guilheme do Conselho de Arbitragem e a João Loureiro (chegou a ir a tribunal numa queixa apresentada por este, uma das suas testemunhas de defesa foi...Pinto da Costa). Foi frente ao Alverca que o Porto sagrou-se campeão o ano passado. Num jogo onde Couceiro poupou habituais titulares dado estarem em risco de suspensão e o jogo da semana seguinte ser fundamental para a manutenção (vitória sobre o Nacional por 2-1). Muitos discordaram da atitude de suposta vassalagem de Couceiro. Eu concordei e achei coerente: se esteve a época toda a queixar-se de perseguição não seria fácil saír penalizado das Antas com vários jogadores castigados? Precisando de 3 pontos não seria mais fácil conquistá-los em casa frente ao Nacional do que nas Antas frente ao mais que provável campeão?
Chegado a Setúbal deparou-se com algo que sempre evitou: salários em atraso. Saíu em defesa dos jogadores (qual ex-presidente do SJFP!) e exigiu à direcção a regularização das dívidas. Os jogadores recompensaram-no com a liderança passageira na Superliga.
Três anos depois de ter iniciado a carreira como treinador chega ao Porto campeão europeu em título. À primeira vista, não tem o perfil indicado: é honesto defensor dos "David's" do futebol, demasiado amigo dos jogadores e tem pouca experiência de banco. Como pensador ou gestor, é muito bom. Tem vasta experiência em diversas áreas do futebol. Como treinador, necessita de um desafio destes. Chegou a sua hora, será que vai agarrá-la?

P.S. - A imagem que tenho dele é de um trabalhador sério e honesto. A imagem que tenho de um funcionário do Porto é de matreiro e mentiroso. Couceiro disse na conferência de imprensa que ainda não tinha ligado o telemóvel depois do jogo com o Sporting e a câmara apanhou-o com o auricular posto...ontem voltou a mentir: "Tinha mais jogadores brasileiros no Setúbal (7) do que tenho no Porto (8). Será que Couceiro se está a habituar ao rótulo...?

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