quinta-feira, novembro 04, 2004
Empréstimos_1
Às 12 horas de Sábado (dia do jogo), Nuno Santos e Edgar Marcelino foram informados que não poderiam defrontar o clube com o qual possuem contrato, apesar de se encontrarem emprestados ao Penafiel (com o qual também possuem um contrato). Durante a semana tinha sido dito que Clayton não podia jogar por estar emprestado pelos leões. Afinal jogou porque o seu ordenado é pago por 3 partes (Sporting, Penafiel e uma terceira parte desconhecida e duas dessas partes queriam que ele jogasse – ouvi na Renascença), enquanto que Nuno Santos e Edgar Marcelino não puderam alinhar (será o ordenado pago por inteiro pelo Sporting?). Este caso não é singular no nosso campeonato e não é um fenómeno recente. Há já muito tempo que é assim: As equipas grandes compram os melhores jogadores das equipas pequenas. “Experimentam-nos” a ver se servem para as suas equipas, se não servirem podem utilizá-los como moeda de troca num futuro negócio (muitos regressam à “casa-mãe”). Qual o problema que daí advém? É que as equipas a quem são emprestados esses jogadores, têm um modelo de jogo onde esse jogador encaixa e onde as suas características são importantes. A sua ausência de um jogo desse tipo, é enfraquecer a equipa. O problema passa pelo modelo em que o empréstimo é feito. Mas, neste caso entre Penafiel e Sporting, fica comprovado que é preciso algo mais que isso. Aliás, nesta situação o panorama é gravíssimo. O treinador Luís Castro andou uma semana inteira a preparar o jogo de uma determinada forma para que, 5 horas antes do jogo começar, a estratégia necessitou de ser repensada. A culpa também é de quem recebe emprestado: sujeitar-se a uma situação dessas é meio caminho andado para a subserviência. Já agora, alguém ouviu este caso ser falado na imprensa? Quando se trata de uma questão de hábito, ninguém se queixa...
P.S. – Quem não se lembra de ver Eto’o ao serviço do Mallorca em temporadas sucessivas ou Morientes ao serviço do Mónaco porem a cabeça em água à defensiva do Real (Eto’o chegou a fazer um hat-trick e Morientes eliminou-os da Champions). E Adriano que o ano passado, ao serviço do Parma, marcou frente ao Inter, clube ao qual estava (e está) ligado?
Relativamente a Clayton, a terceira parte a suportar o ordenado, é segundo o jornal o Jogo, o FC Porto (negociação acordada aquando da troca Clayton / R.Fernandes os quais tinham obviamente ordenados bem diferentes, recorde-se que quando R.Fernandes assinou pelo Sporting era jogador do modesto Freamunde enquanto que Clayton era figura de proa no Santa Clara).
Em parte concordo que quando é um clube a pagar por inteiro o ordenado a um jogador que está emprestado, tenha toda a moral para impedir que esse jogador defronte a "casa mãe". Agora se efectivamente o ordenado é suportado por 2 partes (independentemente da percentagem que cabe a cada um deles) então ai é indecente que se prive o clube que recorreu ao emprestimo e respectivo jogador de poderem exercer os seus direitos e profissão.
Se efectivamente, é verdadeira a situação de N.Santos (como disse GR nao devem jogar) e E.Marcelino que somente 24 horas são notificados da impossibilidade de jogar e depois de toda uma semana de preparação táctica e mental , então ai os senhores de Alvalade portaram-se mal. Muito mal.
Se não estou em erro a direcção benfiquista assumiu uma posição contrária, permitindo que efectivamente jogadores cedidos a outros clubes possam defrontar o Benfica. Aguardemos para ver o que acontece por exemplo com Zé Rui do Vit.Setúbal.
Mas obviamente tais decisões fazem parte da postura e da forma de estar na vida dos dirigentes. Há os que querem ganhar a todo o custo (que compram e compram e emprestam e emprestam, pagando vencimentos e mais vencimentos para poderem emprestar jogadores a determinados clubes, fortalecendo-os contra terceiros e enfraquecendo-os quando os defrontam, e que mais tarde ou mais cedo se reflecte em buracos financeiros, com milhões e milhões de passivo)e que portanto tem acções como estas.
Um deles, o Nuno Santos, tem sido regularmente titular no seu clube ao passo que o Edgar Marcelino praticamente ainda não foi utilizado pelo treinador do Penafiel (o que não invalida que seja um brilhante jogador, que quem priva comigo sabe que exalto as suas qualidades há muito tempo). Logo, esta história foi um fait-divers... O Penafiel não perdeu com o Sporting por causa de ter tido o Avelino na baliza, o facto do Clayton ter jogado (aparentemente por imposição do FCP, que tb não permite que os jogadores por si emprestados o defrontem...) não trouxe grande perigo ao Sporting, e o Edgar Marcelino é uma carta fora do baralho do treinador do Penafiel que até aqui, sempre apostou no folha, no Clayton, no Wesley, e até mesmo no Drulovic, e no cancro do Roberto, e só porque jogou contra o Sporting veio dizer que contava com o miúdo...
Quanto às questões dos empréstimos, todos os clubes o fazem primeiro porque o jogador exige jogar, não para fortalecer qualquer equipa nos jogos contra os rivais. Os clubes que os aceitam fazem-no porque não têm como contratar jogadores e portanto sujeitam-se. Acho muitíssimo bem que um jogador não defronte a sua entidade patronal, por todas as razões e por mais alguma, ainda que suporte a totalidade ou parte dos seus vencimentos. O jogador pertence ao clube A, o clube A paga-lhe, certamente que não para perder pontos. Logo...
Com relação à questão do buraco financeiro... disseste e muito bem, que se trata de passivo... O que te esqueces de referir é que uma demonstração financeira contém um lado esquerdo... o do activo. Que pode ou não cobrir o passivo (neste caso fá-lo, e ninguém referiu isso, aí sim com algum motivo paralelo). Depois, o que interessa ver no passivo, é se este vence a curto, ou a longo prazo, importa ver se os recebimentos vão ocorrer antes ou depois dos pagamentos, e é importante verificar que os resultados de exploração foram positivos. Não quero com isto dizer que o cenário seja rosa... mas não é com toda a certeza tão negro quanto o pintam. O Clube, hoje por hoje, é um clube estabilizado financeiramente.
A Liga vai investigar este caso.
http://www.maisfutebol.iol.pt/noticia.php?id=466789&div_id=1457
Palavras de um dirigente penafidelense:
"Admitimos que alguém tenha transmitido a ideia de que o Sporting teria impedido que os jogadores fossem utilizados, mas não, não houve impedimento nenhum. A não utilização de Nuno Santos e Edgar Marcelino deveu-se a mera opção técnica, o Sporting não é responsável”, assegurou Raul Peixoto.
Tá dito, tá dito!
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