controvérsia futebolística

A contratação do defeso europeu acaba por ser Wayne Rooney. 37 milhões de euros pagou o Man Utd pela contratação do menino-prodígio do futebol inglês. Bem precisa o Man Utd de alguém que empolgue a equipa, o problema é ele chegar lesionado. Arsenal e Chelsea parecem estar no patamar acima mas quando Rooney e Nistelrooy recuperarem o Man Utd ficará muito forte. O problema é se já não vão a tempo de apanhar o comboio...Adiante, Bobby Robson foi despedido dos "Magpies". Por esta altura do ano passado, a classificação era semelhante e conseguiu acabar num óptimo 4º lugar. O problema deste ano foi a formação do plantel: jogadores importantes como Solano, Speed ou Woodgate saíram sem serem substituídos (a não ser Butt para Speed). Outro problema foi Dyer (esse menino-prodígio que não passa disso mesmo há 5 anos, leiam: http://www.maisfutebol.iol.pt/noticia.php?div_id=1473&id=436271) que se recusou a jogar como médio direito. Com tudo isto, Robson perdeu influência junto do balneário e direcção. Para além do mais, a chegada de Kluivert e a possível vinda de Rooney não deverá ter sido bem aceite pelo capitão de equipa, Shearer. Ele que já se sentou no banco no último jogo de Robson (coincidência?) estava predestinado a sucedê-lo no comando da equipa para o ano. Os maus resultados não explicam tudo até porque o contrato de Robson foi prolongado recentemente por mais um ano. Alguém lhe fez a cama...terá sido a administração? Ou terá sido o balneário pela voz do seu capitão, Alan Shearer? Estará ele a minar o balneário do Newcastle, tal como João Pinto minou o do Benfica? As figuras intocáveis de cada clube sabem o que fazer para se manter como tal e Shearer parece não ser diferente...no primeiro momento em que o seu lugar foi verdadeiramente posto em causa (suplente de Kluivert frente ao Aston Villa), o treinador foi demitido. Terá sido meramente uma terrível coincidência ou haverá algo mais por trás deste despedimento repentino...?

Não sou, nem nunca fui, muito de me queixar dos árbitros. A maior parte das vezes nem sei quem vai apitar ou quem apitou os jogos do Benfica. Pura e simplesmente, regra geral, passa-me ao lado. Duma forma geral, está standardizado que são todos gatunos, que beneficiam o Porto, o Boavista, o Penafiel e/ou o Benfica. É fácil associar o Paulo Costa e o Martins dos Santos ao Porto, o Lucílio Batista e o Bruno Paixão ao Benfica, etc. Por isso, decidi abrir uma rubrica para os árbitros. Este ano vou tentar manter uma maior atenção ao trabalho destes desgraçados (ou talvez não). Mas antes disso, gostava de dizer aquilo que eu acho essencial num jogo de futebol, seja ele qual for:
1º - o critério a utilizar durante os 90 minutos tem de ser igual!! Esta é a premissa nº1!! Um exemplo: Zahovic com o Beira Mar, se vê o primeiro amarelo, tem que ver o segundo! Ou não vê nenhum, ou vê dois! Não interessa muito se se diz que "a lei é para cumprir" ou "é uma questão de intensidade".
2º - Para mim, Collina é (foi) igual a todos os outros. Só porque tem um visual diferente, um estilo muito próprio e tem um olhar esbugalhado não me convence. Numa coisa é bom, ninguém discute com ele! (que saudades Veiga Trigo, que saudades...) Em Portugal, dois aproximam-se desse patamar de actuação: Duarte Gomes e Pedro Proença. Não gosto de nenhum...
3º - O fora de jogo é algo que me incomoda. 2 milhões de pessoas a verem uma imagem parada, ou a andar em câmara lentíssima, 50% diz que está, os outros 50% dizem que não está. E querem que o bandeirinha adivinhe num segundo. Claro que o fora-de-jogo do Poborsky em Paranhos ou o do Amaral nas Antas para a Supertaça são casos excepcionais!
4º - Por falar em bandeirinhas...estes árbitros auxiliares (designação actual correcta) já têm funções mais abrangentes. Podem decidir faltas, orientar barreiras, expulsar jogadores. Em Portugal, continuam a ser os mais gordinhos com bigode do quarteto de arbitragem e a serem enxovalhados por Rui Jorge's e outros que tal. Já era tempo de terem formação adequada e de representarem um papel mais activo, mas parece que a mudança de mentalidades é difícil. Aproveito também para dizer que são poucos os árbitros com os quais simpatizo. Penso mesmo que só Carlos Xistra e Jorge Sousa. Pedro Proença e Duarte Gomes não me convencem...chegaram novos demais ao topo e tecnicamente não são nada de mais. Quanto a Pedro Henriques, acho que devia ser árbitro de boxe (lembrem-se do Porto-Leiria na final da taça). Já agora, Elmano Santos esteve mal no jogo Beira Mar-Benfica. Deixou passar impune uma penalidade sobre Simão, amarelos para Ribeiro, Kingsley e segundo a Zahovic e não foi capaz de manter um critério uniforme em relação aos jogos do empurra (Karadas saíu prejudicado). Em relação aos outros jogos, não segui com grande atenção.

Caro amigo Karlos:
Fiquei surpreso com a tua reacção...compreendo e sei que não és fã da rubrica de Humor. Sei que, tal como eu, gostas de dissertações sobre o plantel do Chelsea, a apresentação da Premiership, da Superliga, do Calcio, etc. Mas gostava que compreendesses uma coisa (que eu compreendi ao longo do tempo que tenho escrito para aqui): isso não "vende"! Eu sei que parece contra-natura o que te estou a tentar dizer, mas se fores a ver os comentários que essas rubricas tiveram, foram quase 0 (zero) em cada! A altura em que as pessoas começaram a escrever no blog foi com a rubrica das apostas (a malta é saloia, curte é mandar bitaites!). Repara, a rubrica do Chelsea é aquela que eu mais gosto pois está-se a comprovar (mais ou menos) aquilo que referi. Mas ninguém comentou porque é demasiado maçudo. Por isso, introduzi novidades (como vou continuar a apresentar, sempre que me lembrar ou alguém me ajude) de modo a cativar pessoas. E ao cativar essas pessoas, hei-de conseguir que elas alarguem os seus horizontes de modo a palpitar sobre este ou aquele assunto mais maçudo. A rábula da americana, os posts de humor... entendo a tua visão, mas sabes que isso também faz parte do marketing e hoje fala-se no blog, não porque o plantel do Chelsea foi apresentado dos pés à cabeça, mas porque é um espaço de lazer (e informação), onde se aprende e se desabafa (o sub-título do blog menciona isso mesmo). Sei que isso é comercial, mas aprendi que tem que começar assim. Espero que no futuro seja como tu o imaginas, porque é como eu o imaginei no início.
Acredita que, se criei este blog, foi a pensar em pessoas como tu e como o Vantunes. Pessoas que, como costumo dizer, me ensinam sobre futebol. Sabes que o blog também serve para, uma dia mais tarde, poderemos dizer: Tu não disseste isso! Tenho provas escritas!!! ehehheh
Espero que reconsideres a tua posição e percebas a vertente "comercial" de um espaço destes. Concordo inteiramente (e aí dou-te toda a razão) que, deve escrever posts quem demonstre mérito e qualidade por aquilo que escreve e não pela quantidade. Concordo e vou rever essa posição. Até porque ainda não há um regulamento do blog que diga o contrário!!

P.S. - Há outra questão que foi o facto de teres acesso a escrever posts e eu ter tirado esse acesso. Quanto a isso falaremos mais tarde...pertence à revisão de posição de que falei anteriormente.

Pois é, resultados iguais mas enquadramentos diferentes...Benfica e Sporting ganharam 3-2 mas pode-se dizer que os de Alvalade devem estar mais satisfeitos. Peseiro conseguiu motivar os jogadores e arrancar deles uma boa exibição. Está visto que Liedson é o matador, que Pinilla pode ser útil, que Barbosa e Viana não duram jogos inteiros, que Carlos Martins e Danny serão opções válidas e que surge uma novidade na defesa: Paíto está prestes a destronar Rui Jorge (pelo menos nos jogos com equipas mais fracas). O Sporting defendeu mal nas bolas paradas, mas demonstrou coesão durante todo o jogo. A máxima de Peseiro está a dar resultados. Quanto ao ataque denota algumas limitações, mas Liedson é um fora-de-série e parece capaz de resolver grande parte dos problemas. O Benfica conseguiu algo impensável para quem estava a ver o jogo (e quem viu os últimos 3 jogos) que foi marcar 3 golos em 3 oportunidades. Depois, como é hábito há já algum tempo, a equipa desleixou-se e sofreu quase o empate. Esta vitória sofrida não consegue esconder graves problemas na equipa montada por Trappatoni. Karadas esteve contantemente na linha de meio campo a fazer jogo, jogando assim muito longe da baliza; João Pereira foi (e é) uma unidade a menos (mais uma vez se vê o bom trabalho que Camacho conseguiu: pôs João Pereira a meio campo a jogar bom futebol); Petit assume-se como o patrão da equipa (é ele que dá a palestra antes do jogo começar); Álvaro Magalhães é o ideólogo, Trappatoni é a personalidade (as substituições parece que não fazem parte do jogo de Trappatoni quando a equipa se encontra a vencer). Não há fio de jogo, não há grande mobilidade dos alas (Simão encosta à esquerda e limita-se a cumprir, Geovanni não consegue arrancar, João Pereira rende zero e Carlitos terá, em breve, o seu espaço) nem dos médios centro (Zahovic arrasta-se, Manuel Fernandes anda um pouco perdido, Paulo Almeida não sabe, Bruno Aguiar está esquecido). Outro problema gravíssimo é a falta de soluções. Não há banco! O Benfica depende da forma de Moreira, Miguel, Luisão, Rocha, Petit, Simão e Nuno Gomes (e/ou Sokota). De destacar ainda o regresso de Ricardo Rocha e Fyssas: trouxeram solidez defensiva e o facto de, da equipa titular, apenas Karadas é reforço. Já no banco, caras novas eram todas menos Manuel Fernandes (e Sokota mas estava lá só a fazer número)...ou seja, o Benfica comprou jogadores para o banco...
No resto da Superliga, destaque para o Belenenses a comprovar a boa pré-temporada (atenção a José Pedro e à velocidade dos 2 avançados), para o Setúbal (bateu a equipa mais fraca da superliga, conjuntamente com o Estoril) e para o Boavista que, sem jogar futebol de qualidade, venceu por 1-0 a equipa-sensação do ano passado (resultado esse que deverá conseguir muitas vezes nesta Superliga).
Já agora, e seguindo o conselho do Vantunes, aqui vão os prémios da semana:
Equipa da semana: Setúbal (acho que a votação "resultado mais surpreendente" encaixa-se mais ou menos nesta distinção)
Jogador da semana: Karadas (ganha ao Liedson ao milimetro e porque o Liedson é 10 vezes melhor que ele)
Melhor golo: epá, não vi todos mas voto no golo do Martelinho! (Jogada do Zé Manel!!!!!)

Crise no FC Porto!! É impossível esconder mais, não dá para tapar o sol com a peneira!
Em pouco mais de 3 meses, o FC Porto já teve 3 treinadores e perdeu 2 finais que disputou (Taça de Portugal e Supertaça Europeia)! Entre tudo isto, alguns dos jogadores mais caros e importantes do plantel (Ibarra, Deco e Paulo Ferreira foram alguns deles), pediram para saír porque disseram que já não aguentavam mais e que tinha chegado a altura ideal. Os adeptos pedem a cabeça do presidente pela constante perca de títulos e perguntam-se como é possível ter um ataque com tantos jogadores (Postiga, Derlei, Mccarthy, Hugo Almeida, Jankauskas, Maciel, Luís Fabiano) se nenhum deles marca golos?!

P.S. - Era tão fixe que fosse assim não era?

Pois é, já temos um vencedor do prémio "Commentator do mês":
Vantunes é o vencedor destacadíssimo! A classificação foi a seguinte:

COMMENTATOR
1º Vantunes 17
2º Santinni 8
3º Gamarrita 7
4º Maligno 7
5º Oeste 6
6º Mad Dog 5
7º Saltvandsfisk 5
8º Faneca 5
9º Karlos 4
10º Kiribi-Makaku 2
11º Cevadas 1
12º Elisa Williams 1

Para o mês que vem, Vantunes, se voltar a vencer, pode ganhar o direito a poder escrever posts de sua livre vontade.

Já agora, algumas curiosidades estatísticas:
- Foram escritos exactamente 30 posts (em média 1 por dia)
- Num total de 68 comments (sem contar com os meus), houve 12 pessoas a fazê-lo (média um pouco acima de 5 por pessoa)
- Dos 30 posts, 7 ainda estão sem qualquer comentário
- Há 14 posts consecutivos que todos os posts têm comentários
- O record de comments foi para o post sobre a eliminação do Benfica com o Anderlecht com 10 comments.

P.S. - Relembro que ainda podem fazer as vossas apostas no blog acerca dos campeões para este ano. Basta ir ao arquivo de Agosto, procurar o post das Apostas e seguir as regras do jogo.

Pois é, hoje o Blog completa um mês de existência! Bem sei que ainda é novinho, até porque ainda está a sofrer alterações (já tem uma nota introdutória e links para as melhores páginas de futebol, falta-lhe um look mais moderno...), mas de qualquer modo, tem sido uma experiência muito engraçada e gostava, desde já, agradecer a vossa contribuição. São vocês que animam o site, apesar do vocabulário menos próprio que alguns têm utilizado e que agradecia que evitassem ou, pelo menos, moderassem. Mas tem sido muito bom ver a vossa adesão ao blog. Inicialmente, estavam um pouco de pé atrás mas, felizmente, entraram dentro da brincadeira e têm participado activamente na discussão. Gostava também de realçar a internacionalização do blog. Sim, conseguimos levar além-fronteiras este nosso espaço de lazer. Chegámos à América!!! Todos sabemos as dificuldades que as empresas têm em assentar raízes lá fora, o blog consegui-o em um mês e espera atingir no próximo mês países como a Bolívia, Arábia Saudita e Polónia. eheheheh
Aos poucos vou tentar introduzir novidades no blog, de modo que vocês não se cansem disto! E de maneira a que participem cada vez mais de uma forma activa. Este não é só o meu blog, é o nosso blog (agora parecia um político!). Bem, sem mais demoras, peço-vos apenas que, neste post, deixem a vossa sugestão do que deve ser melhorado, de links úteis (sobre futebol, nada de xxx) que conheçam e queiram dar a conhecer. Desde já vou-vos apresentar uma novidade. É o "Commentator do mês"!!! Exactamente, quem tiver colocado mais comments durante um mês vence o prémio. A vantagem é, quando atingir a segunda vitória como "Commentator do mês" passa a poder colocar posts, tal como eu. E tem o direito de ter o nome no blog como um dos "contributors"!!! Já temos um primeiro vencedor, a lista dos comments será publicada todos os meses (publicarei a deste mês brevemente). Por agora, fico-me com um agradecimento a todos vós (até a ti Elisa!!) pela vossa participação.
Um abraço.

Pois é, Benfica e Leiria falharam os seus objectivos: a Liga dos Campeões e a Intertoto. No fundo, este falhanço poderá ser positivo para o ranking português...passo a explicar: Com o Leiria na UEFA, passaríamos a ter 7 equipas em competição e a pontuação do Leiria deveria ser abaixo da média dos outros 6, por isso a tendência seria para descer no ranking. Com o Benfica, a situação poderá ser parecida. Será mais acessível pontuar em 4 jogos da UEFA do que em 6 da Liga dos Campeões (visto que deverá, se conseguir o apuramento, partir como cabeça de série para os grupos). Assim, acabará por ser positivo para o ranking português o falhanço destas equipas. Basta pensar que um dos grandes problemas dos franceses dos últimos anos tem sido a presença constante de 7 a 9 equipas nas competições o que baixa a média do ranking. Mas a grande questão que se levanta com este falhanço (mais do Benfica que do Leiria) é o facto de estarmos com um ranking muito bom, mas apenas devido à prestação do Porto e de uma época de ouro do Boavista que atingiu a meia final da UEFA. De resto, Sporting, Benfica e os demais que participaram nos últimos 5 anos não conseguiram fazer algo digno de registo. É por demais evidente que a única equipa com mentalidade ganhadora em Portugal é o Porto. Basta ver os títulos que os seus jogadores possuem (Baía é o atleta com mais títulos em todo o mundo!!!!!) e os que possuem os jogadores de Benfica e Sporting. Quanto ao Sporting, com os 2 títulos de campeão que conseguiu, é mais fácil seguir as pisadas do Porto, a única adversidade é a política da SAD que visa o lucro (ou o mínimo prejuízo) e não consegue manter jogadores como Simão, Hugo Viana, Quaresma e Cristiano Ronaldo, as jóias da coroa. Quanto ao Benfica, o problema é mesmo a ausência de títulos, apesar da conquista da taça da época passada. A política da SAD está correcta: manter o máximo de tempo os jogadores-carisma do plantel (Moreira, Miguel, Petit, Simão, Nuno Gomes). Mas terão eles todo esse carisma? E aliarão a esse carisma qualidade de líderes? O problema passa pelas aquisições...o Benfica só deve comprar (conforme dizia Camacho) jogadores para serem titulares. Suplentes há lá muitos. Valeria mais comprar só um grande jogador, do que comprar 6 ou 7 medianos jogadores...mas tudo isto é um ciclo vicioso: sem bons jogadores, não se ganham jogos, sem se ganharam jogos, não há dinheiro, sem dinheiro não se compram bons jogadores...

...e vão 3 vitórias de seguida na liga inglesa. 3 jogos, 3 vitórias e 3 jogos sem sofrer golos. Mourinho está a conseguir implementar a sua filosofia nos seus jogadores, a consistência defensiva está a dar resultado apesar das inúmeras críticas que tem recebido da imprensa e de alguns treinadores britânicos (entre eles Gordon Strachan). Entende-se o porquê das críticas: os ingleses não estão habituados a ver uma equipa fechar-se do modo como o Chelsea se fechou nas duas primeiras partidas, mas Mourinho sabe porque o fez. 1º Porque era importante derrotar o Man Utd para marcar uma posição: a imperiosidade de vencer em casa própria e de derrotar um candidato ao título completamente rotinado em todos os sectores, ao contrário do Chelsea. 2º Porque o terreno do Birmingham é um dos mais difíceis da Premiership e a equipa da casa tem uma equipa muito forte onde se destacam Heskey, Gronkjaer e Julian Gray. 3º Porque começar com resultados menos bons poderia fragilizar a sua situação. Mourinho aplica a sua rigídez táctica, algo raramente visto em Inglaterra, e abdica da criatividade da equipa. Os seus criativos são os avançados, mas até estes possuem indicações tácticas a cumprir. É certo que a invencibilidade não durará sempre e os maus resultados irão aparecer, mas Mourinho tem sido defendido e elogiado pelos seus jogadores e até Wenger já invejou o modo como a sua equipa defende. Ao mínimo deslize, a imprensa "cega" atacará Mourinho de qualquer maneira, mas ele também já lhes demonstrou que está pronto para quando esses ataques surgirem. Recentemente exigiu respeito para com o actual treinador campeão da europa e lembrou aos ingleses que não ganham competições internacionais há muito tempo e perguntou porquê...Uma chapada "à la Mourinho". A única diferença para o "seu" Porto é que a imprensa britânica não é como a portuguesa e, se para ele será fácil manter do seu lado os jogadores, a imprensa será certamente bem mais difícil de agradar. Precisará Mourinho dela?

“Os grandes jogos decidem-se nos pequenos pormenores”. Esta frase é utilizada por qualquer treinador com o mínimo de experiência e, hoje em dia, todos estamos consciente disso mesmo. E essa frase pode-se aplicar aos dois últimos jogos do Benfica. Uma dúvida levantou-se no jogo da Supertaça: o que se passa com Ricardo Rocha? Porque estará ele no banco? Esse pormenor, quanto a mim, decidiu o jogo. Quaresma não o passava da maneira que passou por Argel. E no jogo de hoje foi a mesma coisa. Porque jogou Argel no lugar de Rocha?? Terá sido pela experiência? Não, não pode ter sido...Zahovic foi suplente de Manuel Fernandes, a desculpa da experiência não pega...e se Ricardo Rocha anda triste e desiludido, conforme disse que ficaria, por não ter saído para a Real Sociedad? O que é certo é que Ricardo Rocha, a não ser por um caso de indisciplina (o que não foi o caso porque se não não estaria no banco), poderia ficar de fora de 2 jogos desta importância. O Benfica jogou 6 milhões de euros fora por pequenos pormenores e este foi um deles. Já referi outro: Zahovic, em jogo grande, NUNCA pode ser suplente! Ele pode não durar mais que uma hora, pode até nem render 45 minutos, pode não ter motivação para outros jogos, mas é o jogador com mais futebol nos pés e, acima de tudo, na cabeça. Só um jogador tem um futebol da sua dimensão dentro da cabeça: Petit (apesar dos pés falharem de vez em quando). Vimos durante mais de uma hora um miudo que andou perdido, sem saber bem o que fazer, se fechar o meio campo, se subir com a bola. Foi um miudo que, ainda há bem pouco tempo, andou fora das opções de Trappatoni (até ao dia em que renovou contrato). Este foi outro pormenor que decidiu o passado recente do Benfica. Tenho outro: Miguel, o que se passa com o melhor lateral do europeu (para alguns)? Só há 2 respostas possíveis: uma é que anda com a cabeça no Newcastle e anda triste como o Ricardo Rocha. Mas, se anda triste, porque não ficou de fora? Ou Ricardo Rocha ficou mesmo de fora por ser o terceiro central para Trappatoni (espero sinceramente que não!). A segunda hipótese é não ter características de lateral e estas lacunas ficarem mais expostas nos jogos grandes. Não é possível um defesa jogar tantas vezes na “queima” e colocar-se á frente do extremo/avançado. Miguel deu dois golos ao Anderlecht. Eu vou mais pela segunda hipótese. Já agora, porque não falar de Quim? O guarda-redes relâmpago que é tão rápido que, quando o avançado remata, ele já se está a levantar da estirada inútil que fez. Foi assim com Quaresma (aceitável) e com Aruna (ridículo!). O remate de Aruna é na linha de grande área. Quim é o terceiro guarda redes do Benfica (não sabe jogar com os pés, chuta para onde está virado, não sabe fazer uma mancha, é pequeno, não sabe saír a um cruzamento, não sabe agarrar uma bola, não faz, não tem e não, não e não) e não faz sentido Trappatoni ter apostado nele. Isto porque Trappatoni disse que daria uma oportunidade a Quim, (ou seja, o lugar inicialmente era de Yannick que foi defendido pelo treinador depois do jogo da primeira mão). Nessa oportunidade dada, o Benfica perdeu, Quim não brilhou, nem fez boa exibição (defendeu alguma bola?), por isso o lugar deveria ser de Yannick (voltamos à questão da experiência). Como fica Yannick perante esta situação? Só mais 2 referências: Paulo Almeida (seria melhor explicar-lhe que o campo não é 50 por 20 metros, é 100 por 60!) e Geovanni. Será que é possível não perceber que Geovanni está fora de forma, sem confiança e apático. Que opção foi ele para este jogo? Pura e simplesmente, não foi...Só mais uma pergunta: Se Aruna era o jogador mais possante e perigoso nas bolas paradas, porque é que não foi Luisão que o marcou? Mais um pequeno pormenor...com tantos pequenos pormenores, estranho é só terem sido 3-0...


P.S. - Quanto a Trappatoni, parece a selecção olímpica...anda de olhos fechados. E Álvaro tem a missão de os abrir. Parece que já ouvi esta história aquando da passagem de Waseige pelo Sporting...
Bolas, lembrei-me de outro pormenor...o lateral esquerdo do Anderlecht (o loirinho) é mais lento que o Geovanni fora de forma. Porque será que não aproveitámos, em condições, essa lacuna do adversário? É melhor desligar o computador, isto tudo pode deixar de ser apenas pormenores...

"Scolari a tratador de relva já!
A Federação precisa de quem saiba escolher um estádio para jogar. Se depender de Madaíl será o brasileiro. " in Maisfutebol, 21/08/2004

Para último a liga mais interessante para todos nós. A liga onde o actual campeão dominou nas duas últimas épocas e onde todos os candidatos ao título apresentam novos treinadores (o Porto então já apresentou dois!!). Dos 3, o Porto foi o mais prejudicado. Chega ao fim a era-Mourinho, onde foi possível ganhar tudo o que havia para ganhar. A escolha de Pinto da Costa não foi a mais feliz (Del Neri) visto que o seu modelo de jogo não se adequava ao plantel portista. As razões da saída ainda são desconhecidas mas não será de estranhar que estejam relacionadas, não só com o esquema de Del Neri, mas também com o escândalo em que este se encontra envolvido. Chegou Luís (digo, Victor) Fernandez e começou logo a ganhar. Conforme disse, essa vitória deveu-se à mentalidade vencedora que se encontra incutida no espírito dos portistas. A saída de Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Deco e, acima de tudo Mourinho fragilizam o campeão mas os seus substitutos também têm valor e o Porto apresenta o plantel mais forte dos 3 grandes. Apenas dois senãos: a chegada tardia de Victor Fernandez e até que ponto a saída de Mourinho pode marcar o clube e os atletas. No Benfica chegou Trappatoni, o técnico mais ganhador do mundo. Falta-lhe matéria-prima para poder prometer títulos. Perdeu Tiago, jogador importantíssimo nos últimos dois anos e não teve nenhum reforço acima da média. Trappatoni poderá atingir o patamar que Camacho alcançou e chegar aos 75-76 pontos, pontuação essa que poderá servir para ser campeão visto que o Porto não fará pontuação melhor que a do ano passado. De qualquer forma, é muito difícil atingir esse número dada a escassez de soluções do plantel. No Sporting, a solidez defensiva parece a máxima de Peseiro (tal como de Trappatoni). Um plantel desiquilibrado nas alas e a falta de poderio ofensivo (Niculae está uma lástima, Pinilla é ainda uma incógnita) parecem ser as maiores lacunas duma equipa que parte em desvantagem relativamente aos concorrentes directos mas que facilmente se poderá colocar ombro-a-ombro com os outros dois rivais. Na luta pela UEFA, temos 4 equipas muito fortes: Nacional, Boavista, Braga e Marítimo. O Nacional perdeu Rossato (foi buscar Rondinelli para o seu lugar) e Paulo Assunção, mas o seu presidente assume como objectivo ficar à frente de um dos 3 grandes. Digamos que a sua fasquia está acima das suas possibilidades. O Boavista apresenta inúmeros reforços de qualidade mas o seu futebol medíocre e anti-desportivo só nos dá vontade de puxar contra eles. De qualquer forma, aparece muito forte e com condições de re-assumir o 4º lugar. Braga e Marítimo apostam na continuidade tendo-se reforçado com Cesinha, João Tomás, Luís Loureiro e Baha (Braga) e Tonel, Silas e Luís Filipe (Marítimo). Curiosidade para seguir as campanhas de Belenenses e Guimarães, dois históricos que o ano passado tiveram um desempenho medíocre e que apresentam um tridente ofensivo muito interessante: Juninho Petrolina, Rodolfo Lima e Antchouet (Belenenses) e Nuno Assis, Silva e Luís Mário (Guimarães). A regularidade da União de Leiria e do Rio Ave também poderá fazê-los ficar perto ou na zona da UEFA. Das restantes equipas, e visto que serão 4 equipas a descer este ano, a luta pela manutenção será enorme. Os recém-promovidos Penafiel, Setúbal e Estoril terão grandes dificuldades para se manter. Beira Mar, Académica, Moreirense e Gil Vicente serão outros "candidatos" à despromoção.

Jogadores a seguir: José Pedro e Rodolfo Lima (Belenenses), Vasco Faísca e Rafael Gaúcho (Académica), Paul Murray e Stephen Mcphee (Beira Mar), Bruno Aguiar (Benfica), Fellahi (Estoril), Rondinelli (Nacional), Jaime, Cesinha e Baha (Braga), Carlos Martins (Sporting), Luís Mário e Silva (Guimarães), Roberto (Penafiel) e Fábio (Gil Vicente).

Ao contrário dos outros países, em Espanha o campeão não parte como favorito. Arsenal, Milan e Porto são os principais candidatos para revalidar o título. O Valência não. Isto porque mudou de treinador (o Porto também), mas fundamentalmente porque o Real e o Barcelona reforçaram-se muito e bem...nalguns sectores.Assim, o Valência apresenta Ranieri a comandar um plantel com muitas influências italianas: já lá estava Carboni, chegam Fiore, Di Vaio, Corradi e Moretti. É nítido a tentativa de Ranieri de implementar um estilo italiano no futebol ché. O plantel, praticamente mantém-se, apenas entram, para além destes italianos, Caneira e De Los Santos. Todos eles para compensar a saída de Juan Sanchez, Garrido e Oliveira. Com Cúper e Benitez, o Valência foi uma equipa que valeu pelo seu todo, que jogou como um bloco e onde a criatividade deu lugar à rigidez táctica. Com Ranieiri não parece que será diferente, mas este ano surgem 2 rivais que têm que ser campeões. O Real Madrid reforçou-se com grandes nomes: Samuel, Morientes, Woodgate e Owen. Quem viu a equipa jogar o ano passado, reconhece que faltou reforçar a zona nevrálgica do terreno: o meio campo defensivo. Tudo bem que, com Samuel e Woodgate, Helguera poderá subir no terreno mas só isso não chega. O único médio defensivo do plantel saíu (Cambiasso) e regressou Celades depois de 2 boas épocas no Bordeaux. Beckham fará novamente papel de médio centro (está destinado a acabar a carreira nessa posição), mas a grande incógnita do Real será o ataque. A ideia que fica é que, este ano, haverá descanso para todos os jogadores. Figo, Zidane, Raúl e Ronaldo não farão mais de 85% dos jogos, ora descansando um ora descansando outro. A política de Camacho é a correcta, não desgasta as figuras principais da sua equipa e nas alturas-chave eles lá estarão em forma para resolver com pernas frescas. É o mais forte candidato à vitória final. Quanto ao Barcelona, apresenta muitos reforços na frente de ataque: Eto'o, Larsson e Deco prometem fazer maravilhas, mas também aqui a política de aquisições é discutível. Possuíndo o 2º melhor criativo do mundo (atrás de Zidane), o Barcelona contratou Deco...como configurar uma linha inicial com estes 2 criativos? Penso que Ronaldinho jogará um pouco mais adiantado que Deco (num 4*4*2) ou Deco encostará um pouco na linha (num 4*3*3). As saídas importantes de Cocu, Luis Enrique, Reiziger, Luís Garcia, Saviola (quase certa) e Kluivert podem inflluenciar o balneário, tanto na positiva como na negativa (saem 3 holandeses, um deles altamente conflituoso - Kluivert). O grande problema parece ser a defesa. Apesar da linha inicial ser boa (Belletti, Puyol, Edmilson e Van Bronckhorst), não há soluções no banco (Marquez, Oleguer, Silvinho e Navarro). Depois, outro problema é entrosar Ronaldinho, Deco, Eto'o e Larsson, o que até não parece muito complicado. De qualquer das formas, parte em 3º na luta pelo título. Pela luta por um lugar na Liga dos Campeões, o habitual Deportivo que não sofreu grandes mudanças secundado por Villareal (possui um ataque poderosíssimo com Sonny Anderson, Forlán, Guayre, Jose Mari e Victor com Riquelme como nº 10) e Atlético Madrid (que se reforçou com Luccin e Salva que promete formar uma dupla terrível com Fernando Torres). As surpresas poderão vir do Sevilha (Jesuli, Makukula e Renato), Levante (Celestini, Harte e Mjallby) e Getafe (Albiol, Amaya e Yordi) que continuam numa busca incessante de reforços. Curiosidade ainda para seguir o desempenho do Mallorca sem Eto'o e do Málaga com Marcio Amoroso.

Jogadores a seguir: Amoroso (Málaga), Caneira e Di Vaio (Valência), Makukula (Sevilha), Edmilson e Deco (Barcelona), Harte (Levante), Farinós (Mallorca), Milosevic (Osasuna), Woodgate e Owen (Real Madrid) e Forlán (Villarreal)

Queria evitar falar neste jogo mas é impossível. Começar uma época desportiva desta maneira dá-nos logo azia...a Federação esqueceu-se de avisar os clubes qual a bola com que se irá disputar a partida. Até foram rápidos a apresentar a solução alternativa, mas solução essa que dá vontade de rir (ou de chorar). Jogar cada parte com uma bola é uma das maiores aberrações da história do futebol português. Isto não é um jogo amigável, publicitário, é o primeiro encontro oficial da época. Bem sabemos que ninguém lhe dá muita importância, mas isso já é outra história...
Esta história da bola serve para encobrir outra história...a história de 2 rapazes que se lesionaram e, por isso, não puderam participar na desgraça olímpica. Esses 2 rapazes, segundo as normas da FIFA, não podiam jogar pelos seus clubes até o seu país ser eliminado dos jogos. Afinal, os 2 rapazes já estão bem fisicamente (foi rápido não foi?) e, surpresa das surpresas, o seu país foi eliminado da competição dois dias antes da partida da Supertaça. A surpresa maior foi a decisão que a FPF tomou (com o apoio da FIFA) de liberar os 2 atletas para jogar pelas suas equipas exactamente um dia antes da eliminação da selecção. Será que não contavam com a eliminação prematura e quiseram liberar os atletas para jogarem nas competições onde os seus clubes estão envolvidos? Mas isso não vai contra os regulamentos? Interessante foi a atenção dada pelos jornais a esta situação...
De qualquer das formas, e para não variar, nem a competição mais curta em Portugal se livra de estar envolta em polémica...é demais não é?

Imaginemos a seguinte história:
O filho chega a casa e pede ao pai e à mãe dinheiro para ir ver o jogo da supertaça entre o Benfica e o Porto. Os pais perguntam quanto é o bilhete. O filho responde 20 euros para sócios de cada clube. Os pais dizem-lhe que não podem dar tanto dinheiro, que já lhe pagam as quotas que não são nada baratas (12 euros), que estão em contenção de despesas e que o jogo dá na tv. O filho, triste, diz aos amigos que não pode ir porque não tem maneira de pagar o bilhete do jogo mais a deslocação de carro ou de comboio para Coimbra. Os amigos propõem-lhe fazer o que eles fizeram: Mesmo sem serem sócios do clube que apoiam, conseguiram através da claque que representam, e das quais são sócios (pagam cerca de 8€ por época) bilhetes por 17 euros. Assim, vão na camioneta alugada pela claque (com o dinheiro das quotas ou vindo sabe-se lá de onde), páram numa estação de serviço, roubam cerveja e embebedam-se o que os conduz à violência partindo vidros, ameaçando motoristas, entrando em confrontos com as claques rivais e polícias. Parece exagero, eu sei. Estes incidentes não acontecem a toda a hora, mas...acontecem! E não são tão poucas as vezes...estes adeptos entusiastas, tão entusiastas que chegam a colocar o cachecol do seu clube de modo a tapar o seu rosto (dedicação insuperável) são rebeldes. Rebeldes esses que têm forma de ir ver o futebol sem descontos especiais. É que, no fundo, quem pagou a estes vândalos o dinheiro da diferença para o bilhete que possuem foi o clube da sua claque. Ou terá sido o sócio dedicado que ficou em casa a assistir ao jogo por não ter conseguido bilhete ou por ter o achado muito caro...?

P.S. – Já me propuseram a hipótese de me filiar numa claque do Benfica e falaram-me nas vantagens (algumas aqui devidamente identificadas, faltam outras) de o fazer. Rejeitei, rejeito e rejeitarei. Prefiro pagar as minhas quotas do que pertencer a um grupo de vândalos capazes de cometer barbaridades inqualificáveis.
Um adepto de uma claque não é sócio do clube, ou pelo menos não precisa de o ser para obter este tipo de descontos. Pertence a um grupo liderado, normalmente, por jovens que possuem negócios obscuros e que vivem deles.
A história que contei é adaptada mas acreditem que não anda longe da realidade e até está contada de forma bastante afável...

Um "até já", um "sempre às ordens (a partir de 2005)" ou um "trabalhem lá um pouco que eu depois vejo se me apetece"...Qualquer uma destas sugestões parece encaixar com o comunicado que Figo leu aos portugueses. Primeiro que tudo, há que agradecer a Figo tudo aquilo que ele nos proporcionou. Foi ele que nos levou ao Mundial de 2002 (com os seus golos frente à Holanda e Irlanda), foi ele que levou o nosso nome aos 4 cantos do Mundo (depois de Eusébio), foi ele que foi eleito bola de ouro, é ele que é hoje um dos futebolistas mais constantes e completos do mundo. Ninguém pode negar que Figo deu o máximo pela selecção e foi aquele que nos impulsionou para voos mais altos. A chamada geração de ouro tem como rei Figo. Mas o seu comunicado é dúbio: tanto parece que Figo pode ser um D. Sebastião e aparecer para pegar na equipa quando esta tiver uma crise, como parece que Figo deixa a porta aberta para o Mundial-2006, sem ter que participar na qualificação. Figo não merece que pensemos da segunda maneira, mas a impressão que o seu comunicado deixa é que essa é uma situação (mais que) possível de acontecer...

O ano passado, por esta altura, Carlos Queiroz avisava a nau: o Ferrari precisa de rodas para andar. Valdano fez ouvidos de mercador...e deu no que deu. Há 2 meses, depois de Queiroz saír e ser responsabilizado por tudo, Valdano saíu pela porta grande (entrou Brutagueño) e, com ele chegou Camacho e a primeira roda, Samuel. Ficou a faltar outra roda, tudo se parecia conjugar para que essa roda se chamasse Vieira, mas um vaivém de recuos e avanços nas negociações deitou tudo a perder...Butragueño olhou para as contas e pensou que as vendas estavam em baixo...era urgente contratar alguém que desse lucro monetário (mais importante que o lucro desportivo que Vieira daria) e apareceu Owen em dois dias. 15 milhões de euros, que se recuperam facilmente (e duplicam) através da venda de camisolas ou concessão de direitos publicitários. Assim, a fábula dos galácticos continuou e agora será Camacho a passar pelo mesmo que Queiroz. Com uma diferença: Camacho é respeitado (por jogadores, dirigentes e adeptos) por aquilo que foi e por aquilo que é. Queiroz não o era...e isso faz toda a diferença.

...E não é que ficaram mesmo de olhos fechados? Tinha dito que estes olímpicos, se abrissem os olhos, passariam sem dificuldades. Falharam a missão, mas a única dúvida que fica é: não conseguiram ou não quiseram abrir os olhos?
Alguns jornalistas deixaram escapar durante o estádio da selecção que algo não estava bem. Hoje sabemos o que era.
Acho que nestes momentos onde tentamos encontrar os chamados "bodes expiatórios" devemos ser objectivos. O que falhou? A organização e a disciplina, acima de tudo.
Antes disso, vamos ver o caminho que esta selecção tomou: esta equipa só soube ganhar quando jogou jogos decisivos. No apuramento para o Campeonato Europeu, perdeu os dois jogos com a Turquia que se mostrou nitidamente superior. Quando precisava de ganhar, esta selecção foi capaz de ir a Inglaterra vencer por 2-1 (com golo irregular de Postiga e a jogar num esquema de 3 centrais). Chegámos ao play-off onde defrontámos uma das mais importantes selecções da europa: a França. Comecámos mal com a derrota por 2-1 em Guimarães. Viríamos a vencê-los, fora, em penalties, já depois da expulsão de Cissé e de uma boa exibição da equipa lusa.
Depois, no Campeonato da Europa, no primeiro jogo perdemos claramente por 3-1 (depois de ter estado a ganhar por 1-0) com a selecção da Suécia que seria a derrotada nas meias finais pela equipa portuguesa, vitória essa que deu acesso aos Jogos Olímpicos. Quem viu os dois jogos, pôde comparar a diferença no modo como os jogadores encararam as duas partidas. Ou seja, só nos momentos altos é que se viu a verdadeira qualidade destes jogadores. Uma coisa é certa: os Jogos Olímpicos caíram mal a toda a gente: Porto, Sporting, Man Utd queixaram-se. Os outros não se queixaram porque, de uma forma ou de outra, não tinham lá muitos jogadores. A pressão sobre os dirigente da Federação deverá ter sido imensa. E quase que lhes parecia convir a eliminação da selecção na primeira fase de modo que os jogadores ficassem livres para o primeiro jogo da superliga e que Postiga e Tiago possam finalmente jogar (eles que já estão recuperados das suas horríveis lesões). Depois há outro aspecto a comentar: José Romão. Frases a seguir ao jogo com a Costa Rica revelam bem a sua personalidade: "Não se pode falar em má imagem", "temos de reconhecer que o adversário foi mais feliz", "Não podemos esquecer que esta selecção [Costa Rica] e o Iraque têm um ritmo superior ao nosso" são frases quase tão horríveis como a fome no Sudão. O que quererá dizer ele com não ficou uma má imagem quando, nos Jogos Olímpicos, tivémos 3 expulsos e 2 agressões passadas em claro? Não foi uma questão de felicidade (mandaram 2 bolas ao poste!!!) nem uma questão de ritmo. ATITUDE! DIGNIDADE! PROFISSIONALISMO! São expressões demasiado fortes para alguém tão frágil...Por fim, Frechaut não tem culpa...a culpa foi de quem o lá pôs!

Finalmente o segundo post sobre o Sporting!
É estranho ver um meio campo com tanta qualidade e só ver um homem a trabalhar...Tinga tem-se destacado, apesar daquela "casa" monumental no golo de Sávio. Rogério já se viu que é bom, é polivalente e pode ser útil durante o campeonato para suprir alguma ausência em determinada posição. Mas o Sporting apresenta 3 grandes problemas: 1º a defesa continua a claudicar em momentos importantes, apesar de manter praticamente a mesma estrutura. Dá ideia de estar muito dependente de Beto. De qualquer das formas, Paíto vai começar a ganhar um lugar que já lhe devia pertencer, parcialmente, desde o ano passado devido ao notório abaixamento de forma de Rui Jorge. O segundo problema é não poder utilizar o modelo 4*3*3 visto que as alas estão desiquiibradas. Douala diz que aí "sou mesmo bom" mas não vai poder potenciar o seu futebol pois parece natural o Sporting jogar em 4*4*2. E aqui surge o 3º problema: quem acompanha Liedson no ataque? Niculae está fora de forma e não é o mesmo que conhecemos, Douala não rende muito naquela posição e Pinilla não convenceu nem demonstrou capacidade para jogar naquele modelo. Peseiro pareceu arriscar em utilizar uma frente de ataque com Pinilla no centro, Liedson à direita e Douala na esquerda mas isso seria inutilizar o faro goleador de Liedson. De qualquer das formas, o Sporting tem aspectos positivos importantes: grandes jogadores de meio campo (Roca, Tinga, Carlos Martins, etc), um avançado decisivo (Liedson) e uma dupla de centrais muito boa (Polga e Beto).
Peseiro, quanto a mim, tem potencial para treinar o Sporting, mas poderá ser posto em causa muito cedo dado o seu curriculum não ser muito extenso. Peseiro parece privilegiar a solidez defensiva, meio campo forte fisicamente, mas não se pode esquecer que o ataque pode ser a melhor defesa...e aí o Sporting está debilitado. Ainda para mais já se sabe que Pedro Barbosa demora a aquecer, Roca está lesionado, Viana e Niculae estão fora de forma, Tello não convence, Carlos Martins e Danny começam de fora e Douala ainda não marcou. O início de época do Sporting parece que será turbulento, mas tem todas as condições para depois arrancar para uma boa época.

Mais vale já do que deixar para depois...
Pois é, confirma-se: Jaime Pacheco regressou em grande! O ano passado acabou o ano a dizer que os jogadores não tinham qualidade para jogar no Boavista, dispensou mais de metade do plantel e foi buscar tudo de novo. Se virmos o nome das aquisições, pensaremos que o Boavista segue pelo caminho do futebol jogado: Toñito, Zé Manel, Guga, Flores, Carlos Fernandes, Lucas e, claro, João Pinto são alguns dos bons jogadores (tecnicamente) que Jaime Pacheco adquiriu. Mas, o modelo de jogo mantém-se! 4 defesas, 3 médios defensivos e 3 avançados abertos, pontapé para o ar (se bem que menos acentuado que nos outros anos) e pontapé na canela! Pena tenho eu de ver bons jogadores a serem sacrificados neste tipo de tarefas e não poderem desenvolver o seu futebol. Estranho é Jaime Pacheco ter afastado Paulo Turra, Filipe Anunciação, André e outros da mesma "raça", ter ido buscar bons jogadores e incutir-lhes aquele espírito "pitbull" dentro deles...A grande incógnita acaba por ser João Vieira Pinto. O homem que disse ao fisioterapeuta que não fazia aquele exercício que se podia aleijar e limitou-se a fazer uns alongamentos e ir para o duche dá ideia do que pretende do Bessa: voltar ao Bairro da Areosa para perto da família acompanhado da sua namorada (estava na bancada a ver o jogo com o Porto). Duas questões se levantam: onde encaixa João Pinto no modelo de Jaime Pacheco? Nos 3 da frente? Muito difícil...Ou Jaime Pacheco abdica de 3 avançados e recua uma peça do xadrez para nº 10 (a exemplo de Ricardo Sousa com Sanchez) ou então passa a jogar só com 2 médios defensivos e João Pinto fica a ver as bolas a passar por cima da cabeça...De qualquer das formas, o plantel do Boavista tem qualidade para fazer um bom campeonato e atingir a UEFA novamente. Basta acertar na bola e não nas canelas...

Passando à análise do campeonato italiano, para muitos o (ainda) mais competitivo da Europa. Este ano, poderemos observar uma luta a 3: Milão, Juventus e Inter, por esta ordem, perfilam-se como os grandes candidatos. As equipas da capital, Roma e Lázio, perderam fulgor e as dívidas que possuem obrigaram-nas a vender os seus melhores jogadores, por isso estão afastadas do título. O Milão apresenta-se como o mais forte, praticamente não saíu ninguém e ainda se reforçou com Stam, Dhorasoo e Crespo. Tem sido assim nos últimos anos, compra pouco mas bem (Cafu, Pancaro e Káká na época transacta). Para além do mais possui o melhor central (Nesta), o melhor nº 10 (Káká) e o melhor avançado (Shevchenko) do campeonato. As suas responsabilidades são imensas, Ancelotti, com o seu modelo táctico extremamente rígido e calculista, deverá conseguir mais uma época com títulos. O maior adversário do Milão parece ser a Juventus. Reforçou-se com Capello que fez questão de trazer Emerson consigo. O meio campo da Juve vai ganhar com isso. O seu plantel é muito forte e homogéneo. Tal como Ancelotti, Capello é tacticamente muito forte e, quando em vantagem no marcador, raramente a perde. Com Nedved a tempo inteiro, depois de abandonar a selecção checa, Trezeguet a prometer uma época em cheio depois da não-saída para o Barcelona (por causa de Capello, segundo ele), fica a curiosidade de ver Emerson, Nedved, Del Piero, Miccoli e Trezeguet no modelo táctico de Capello, sabendo de antemão que não cabem todos no onze. Quanto ao Inter é aquele que mais mexeu: foi buscar Mancini, Verón, Cambiasso, Burdisso, Zé Maria, Mihajlovic e Davids. A dúvida maior é se Mancini conseguirá fazer de um grupo de jogadores tão forte uma equipa capaz de ombrear contra 2 estruturas de futebol montadas há já alguns anos (Milão e Juventus). Nos últimos anos este será , provavelmente, o ano mais disputado relativamente ao título, mantendo-se estas 3 equipas equilibradas até ao final. A grande que questão passa por Mancini conseguir conjugar Davids, Verón, Stankovic, Cambiasso, Zanetti e Emre no meio campo e Vieri, Recoba, Adriano e Martins no ataque. É que, por vezes, jogadores de qualidade a mais também dão problemas se não houver um forte balneário, o que não parece o caso dada a chegada recente da maior parte destes jogadores. A seguir a estes 3 candidatos, surge a curiosidade das equipas romanas e até que ponto a crise as afectou (tal como o Parma). Mas a maior curiosidade surge com a Fiorentina que se reforçou a grande nível com Portillo, Ujfalosi, Nakata e Maresca, estando ainda conotada com a aquisição de vários jogadores de top. Curiosidade também para ver a acção do Chievo sem Del Neri e a Sampdória que recentemente viu 3 jogadores seus convocados para a selecção italiana. Depois, uma série de equipas que não possuem grande qualidade, apenas alguns avançados rápidos e perigosos. Por fim, o desejo de ver o regresso de Roberto "il codino" Baggio. Brescia chama por ele mas o regresso parece pouco provável.

Jogadores a seguir: Zagorakis (Bologna), Barone e Toni (Palermo), Bonera e Gilardino (Parma), Diana e Bazzani (Sampdória), Flo (Siena), Pinzi e Iaquinta (Udinese)

Dou início à análise dos campeonatos europeus precisamente com aquele que, possivelmente, mais atenção chamará esta época. A liga inglesa terá como principais actractivos a carreira do Chelsea (Mourinho) e Liverpool (Benitez), o desempenho de Kluivert, Drogba e Cissé e, claro está, a luta pelo título. Começo por aqui:
2 candidatos normais: Arsenal (enfraquecido no ataque pelas saídas de Kanu, Wiltord, lesão de Alliadere e incógnita sobre a capacidade de Bergkamp em jogar ao mais alto nível; fragilizado pela situação de incerteza relativamente ao seu capitão Vieira e ao central Campbel, aparentemente resolvidas) e Man Utd (enfraquecido pelas lesões de Nistelrooy e Solskjaer; saída de Butt). Mas nesta corrida, 3 outros candidatos aproximaram-se a larga escala: Chelsea, Liverpool e Newcastle. O Chelsea, clube tão badalado como o Real Madrid neste defeso, contratou muito e bem. Mourinho tem o plantel que quis e parte em vantagem nesse aspecto. Já Benitez teve um contratempo de última hora: Owen não consta nos planos por ter "piscado o olho" ao Real Madrid. Mesmo assim, os dois técnicos possuem duplas jovens de avançados que serão interessantes de acompanhar (Kezman e Drogba; Baros e Cissé). Quanto ao Newcastle possui uma dupla interessante mas mais "adulta". Shearer e Kluivert prometem arrasar com as defesas, faltará saber se Robson tem a ousadia para apoiar esta dupla com Bellamy e/ou Robert de início. O Newcastle perdeu Speed mas ganhou Butt. A defesa está mais madura (continua a ser o seu ponto fraco) e resta saber o modelo nas alas a utilizar (arriscado com Robert e Bellamy ou contido com Bowyer e Dyer. Para mim, Arsenal e Chelsea afiguram-se como os mais fortes. O Man Utd será sempre candidato, porque mesmo jogando mal consegue ganhar e virar jogos praticamente sem se dar por eles. Expectativas sobre Middlesborough (tem Reiziger, Southgate, Parlour, Zenden, Mendieta, Hasselbaink e Viduka), Birmingham (comprou Melchiot, Gronkjaer, Heskey e Anderton) e, por fim, Tottenham (reforçou-se bem para dentro de campo com Naybet, Pedro Mendes, Sean Davis e Defoe, mas mal para ficar sentado no banco: Santini).
Fica também para descobrir até que ponto Anelka (Man City), Kanu (WBA), Vassel (Aston Villa) e Rooney (Everton) serão capazes de pegar na equipa e levá-la aos lugares cimeiros.
Jogadores a seguir: Okocha e Hierro (Bolton), Solano e Laursen (Aston Villa), Yakubu (Portsmouth) e Gronkjaer (Birmingham).

Paulo Ferreira falou sobre o jogo do Chelsea-Man Utd da 1ª jornada inglesa:
«Vamos encarar este jogo como foi a final da Liga dos Campeões, na época passada, frente ao Mónaco».
Vamos? Quem vai? Parece que estou a ver o P.Ferreira e o R.Carvalho dentro de campo e o Mourinho no banco com o restante plantel ao lado a comer tremoços e a beber umas minis...tal e qual no dia da final com o Mónaco!

Eto'o, aquando da apresentação no Barcelona:
«Vou correr como um negro para ganhar como um branco.»

Já é bom ter-me alguém a ligar a pedir para escrever no blog para ele comentar!! Assim, aqui vai:
Claro que é fácil criticar a selecção olímpica neste momento...perder com o Iraque não passava pela cabeça dos portugueses, mas devia ter passado pela cabeça dos jogadores, treinadores e dirigentes da selecção. Acima de tudo, a grande vergonha não é perder com o Iraque...é perder desta forma! Onde raio estavam aqueles pensamentos? Ronaldo deveria ter sido expulso, gastou mais tempo a discutir do que a jogar; Boa Morte, que deveria ser um exemplo para os mais novos, perdeu a cabeça e foi expulso; Hugo Viana conseguiu o feito notável de ter menos mobilidade do que Zahovic. Mas a razão de tudo isto deve-se, principalmente, à mentalidade incutida nestas cabecinhas burras: José Romão e companhia têm que explicar a estas almas (e compreender para eles mesmos) que o futebol do David&Golias acabou e quem joga de "cadeirinha" arrisca-se a perder. Mas a história de Romão já é antiga...
Primeiro erro crasso - a convocatória inicial:
Quaresma de fora por lesão? Tem sido o melhor jogador do Porto
Frechaut praticamente não fez pré-época no Boavista e foi um dos 3 extra sub-23?
O conceito de convocar os 3 jogadores que (quase) mereciam ter ido à selecção e não foram é aceitável. Isto se não tivéssemos feito o mesmo em Atlanta (Rui Bento, Capucho e Litos?) e não tivesse dado um péssimo resultado. Tudo bem, adiante: Meira, Frechaut e Boa Morte. Agora, onde encaixá-los? Meira na defesa, naõ há dúvidas! Ao lado de Ricardo Costa, o capitão. Foi lá que jogou nos últimos 2 anos na Alemanha. Frechaut no meio campo, lugar de origem dele, nem fazia sentido convocar um jogador com mais de 23 anos quando temos para essa posição Miguel Garcia, Mário Sérgio, João Pereira e Bosingwa. Boa Morte, para a ala esquerda. Mas Tiago e Postiga tiveram que abandonar o estágio. Quem entra? O médio e o avançado que estavam em stand-by, lógico.
Segundo erro crasso: para quem diz que não cede a pressões e é instransigente nas ideias, Romão esquece-se que não é com uma lesão que se mudam as tácticas a utilizar. A entrada de João Paulo e não de Custódio levanta dúvidas sobre que modelo pretendia utilizar Romão inicialmente. Para mim, este Portugal só tem 2 formas para jogar: 3 centrais, 2 laterais rápidos e 2 médios centro voluntariosos contra grandes selecções ou então 4x3x3 que se desdobre num 4x2x3x1 e onde as peças de meio campo (pelo menos uma) tenham capacidade para desiquilibrar na avançada. Ora, Romão começa o jogo de tal forma que até o Albuquerque ficu confuso! Meira jogou sempre no meio campo mas os médios Bosingwa e Hugo Viana não tiveram um papel inicial activo, não desiquilibraram. E quando se tem Bruno Alves na defesa, qualquer ataque adversário é perigo iminente! Com o desenrolar do jogo, só se viu que os jogadores não têm mentalidade (a qualidade está lá e é mais que muita) para saír de situações adversas, controlar emoções e que aja em prol do colectivo. José Romão é muito passivo (faz lembrar Artur Jorge) e permitiu, não chamando a atenção de Cristiano Ronaldo por causa da sua agressão, que a indisciplina aumentasse a cada minuto. Não vou entrar pelo lado das pressões externas de Queiróz, Porto SAD ou Sporting SAD. Espanta-me ver de fora Quaresma, João Pereira (não por ser peça fundamental, até porque não foi muito utilizado na qualificação, mas pela sua importância táctica no esquema de 3 centrais) e Carlitos (estava lesionado aquando da convocatória?). Mas atenção, Portugal só não passa se não abrir os olhos...

Para aguçar o apetite do blog, venho-vos convidar a fazerem as vossas apostas para esta época que aí vem: os campeões, os melhores marcadores, os vencedores das provas europeias e algo mais sobre a nossa liga portuguesa: a classificação dos 3 grandes e os 4 que descem (não vale dizer Penafiel porque se não os irmão Oliveirinha cortam o financiamento do blog!!). "Daqui a 9 meses você vê o resultado" e ficas a saber se acertaste nas previsões ou não. Eu dou o exemplo, para não dizerem que copiei!
Portugal - campeão: Benfica 2º Porto 3º Sporting descem: Estoril, Setubal, Penafiel e Beira Mar. m.marcador: Liedson
Espanha - campeão: Real Madrid m.marcador: Ronaldo
França - campeão: PSG m.marcador: Pauleta
Inglaterra - campeão: Arsenal m.marcador: Henry
Itália - campeão: Juventus m.marcador: Trezeguet
Alemanha - campeão: Bayern m.marcador: Makaay

Campeão Europeu: Milan
Finalista: Real Madrid

Vencedor da Taça UEFA: Deportivo

BOAS APOSTAS

O nome, para quem conhece e é de "Lisboa", não é positivo. Victor Fernandez, diz-se, tem um estilo muito parecido com o de Mourinho (mesmo em termos de metodologia de treino), apesar de ser menos próximo dos jogadores. Utiliza o sistema que mais se adequa aos jogadores do Porto: 4x2x3x1. No Porto deverá entrar com Derlei e Quaresma nas pontas, um único ponta-de-lança e, se for ousado, Rossato a defesa esquerdo com liberdade para subir e permitir a Derlei encostar-se ao ponta-de-lança Mccarthy ou Postiga. No meio campo, 2 galos para um poleiro: Carlos Alberto ou Diego. Diego dará mais consistência ao jogo, Carlos Alberto mais explosão. No fundo, o Porto volta a ser temido e poderá apresentar grande poderio durante a época. Mas começa com um mês e meio de atraso e isso poderá pôr em risco a época...

Pobre exibição, mas importante resultado. Isto é o que se pode dizer no final do Benfica-Anderlecht. No primeiro tempo, viu-se um Anderlecht fraquinho, com pouca circulação de bola, talvez a temer o estádio cheio. Mas o Benfica não criou muito perigo, valeu o tiro de Zahovic (quem mais com classe para aquele golo?). No segundo tempo, foi o inverso: o Benfica amedrontou-se. Trappatoni disse que o Benfica tinha condições para jogar 60 minutos ao mais alto nível (o tempo que, curiosamente, Zahovic esteve em campo), mas enganou-se: o Benfica demonstrou nervosismo, incerteza no passe e os laterais tiveram dificuldades em acertar na marcação. João Pereira foi uma lástima, Miguel ficou 4 ou 5 vezes nas covas por culpa de Wilhelmsson, Trappatoni deveria ter mexido no lado direito da equipa. Colocar Amoreirinha no lugar de João Pereira e avançar Miguel não lhe teria ficado nada mal. Ficou uma dúvida nesta equipa: Falta de pernas ou falta de ambição? Apesar de tudo, Zahovic no final do jogo explicou-se muito bem: "Queríamos não sofrer golos e conseguimos". Trapattoni sabe-o melhor que ninguém: as eliminatórias ganham-se em 180 minutos e um golo fora vale (quase) por dois. Pela positiva, Ricardo Rocha: tem grandes condições para ser o esteio da defensiva (apesar do pontapé no ar). Pela negativa, destaco a incansável assobiadela do publico a Yannick. Se algum dia Moreira saír da baliza do Benfica alguém terá que lá jogar e é bom que os adeptos se habituem à ideia...

A 2 dias do início da época oficial do Benfica, já se pode fazer um balanço concreto de tudo o que se passou para trás. O Benfica começou a sua preparação com os seus jovens e caras novas a estagiar na Suiça. De fora ficaram os "europeus", ou seja, mais de metade da equipa-base. E começou bem, a ganhar, sem sofrer golos (Carouge, Saragoça e Marselha), até que o plantel ficou completo. E desde aí o Benfica não ganhou. Empatou com o Real e com o Braga. A produção dos "europeus" até nem foi má, mas Trappatoni já levantou um bocadinho o véu do que vai ser o Benfica deste ano: muito táctico, defesa sólida, meio campo de músculo e grande distanciamento entre a linha média avançada e o(s) ponta(s) de lança. Trappatoni não pôde, praticamente, testar 2 avançados, por isso utilizou quase sempre uma linha de 5 médios com 4 deles a fazer pressão na linha de meio campo. Assim, na baliza, Moreira parte em vantagem, apesar de estar de fora durante 3 ou 4 jogos iniciais. Na defesa, a concorrência apenas existe no lado esquerdo da defesa, os restantes lugares parecem preenchidos (Miguel, Luisão e Ricardo Rocha). A primeira opção de banco parece passar sempre por Amoreirinha (tanto para a direita como para o meio). No meio campo, Paulo Almeida tem jogado como trinco único e Petit mais à frente. Se quiser ser ousado, Trappatoni tira Paulo Almeida e recua Petit, dando mais criatividade com Bruno Aguiar e Manuel Fernandes. Nas alas Simão e Geovanni parecem ser as primeiras apostas, estando João Pereira e Carlitos em segundo plano. Depois, a dúvida habitual: Zahovic nas costas de Sokota (ou Nuno Gomes) ou Sokota com Nuno Gomes na frente? A grande incógnita passa pelas lesões. Mantorras está fora e não vale a pena contar com ele, Alcides chegou lesionado, Nuno Gomes está lesionado desde o Euro, Geovanni já teve uma lesão muscular, Everson vem com fama de lesionado...Mais uma vez o plantel do Benfica é curto e incompleto e a condição física parece que nunca é a melhor. A dupla Vieira-Veiga não foi capaz de contratar um grande nome e os jogadores que chegaram não oferecem grande credibilidade para fazer a diferença. Amoreirinha é muito jovem, Paulo Almeida muito pesado, Carlitos desiquilibrador mas, por vezes, inconsequente, Karadas não aparenta ser grande matador. Assim, só a prata da casa é que poderá trazer de volta o título ao Benfica, não os novos reforços. Trappatoni começará por apostar só num ponta-de-lança mas, assim que consolidar o sector recuado, poderá avançar para 2 opções de ataque. O sangue novo deste Benfica são os jovens (Miguel, Amoreirinha, Bruno Aguiar, Manuel Fernandes, João Pereira), mas como Trappatoni disse, falta-lhes matreirice. E essa matreirice são poucos os jogadores do Benfica que a têem: Zahovic, Sokota, Argel (mas falta-lhe a qualidade) e Simão e Petit (só às vezes). O Benfica tem, este ano, a melhor hipótese de chegar ao título dos últimos 10 anos. Não por demérito do Benfica dos últimos 2 anos (somou mais de 75 pontos) mas porque o Porto está (muito) mais frágil e o Sporting parte da mesma posição, apesar dos seus reforços serem melhores. Contudo, o seu balneário encontra-se algo fragilizado. Frente ao Anderlecht, não se poderá aceitar outro resultado que não o apuramento para a Liga dos Campeões. E a conquista da Supertaça (se bem que não muito importante) torna-se quase obrigatória dada a ausência de jogadores importantes no Porto e a instabilidade devido à saída de Del Neri.

Quem diria? Num repentismo nunca dantes visto em Portugal, um treinador de um grande foi despedido ainda antes de se iniciar a época oficial. Mas, mais esquisito ainda, foram os contornos desse despedimento (ou como diria Pinto da Costa: "acordo para terminar contrato"): Del Neri atrasou-se no aeroporto e, á chegada ao Porto, teve uma reunião de emergência para definir o seu futuro. Certamente que o atraso não foi a única razão para o despedimento. Aliás, terá sido apenas o golpe de teatro para avançar com a rescisão. Como Del Neri já disse, parece que alguns dos barões não gostaram de si. A imprensa também não o acolheu muito bem, mas no FC Porto a influência da imprensa é mínima...o que conta mesmo são esses barões. Têm sido esses barões que ditam regras. São eles que investiram dinheiro no clube em tempos de crise...é o que se diz por aí. Esses barões são portistas de gema e homens de negócios de sucesso. As verdadeiras razões do afastamento de Del Neri dificilmente serão conhecidas na sua totalidade. Eu arrisco com algumas:
1- A rigidez do sistema táctico: a última defesa em linha de um grande levou 7 em Vigo, por isso nunca teria sucesso.
2 - A lista de dispensas: arrisco-me a dizer que o nome de Carlos Alberto estaria lá. No esquema de Del Neri, Carlos Alberto não cabia, ainda para mais com a chegada de Diego (outro com dificuldades em entrar em esquema tão rígido).
3 - A postura inicial de Del Neri: falou demais desde que chegou...e os barões não terão gostado.
Mas o mais esquisito no meio de tudo isto é o facto de já 2 treinadores terem rejeitado o dragão: Claude Puel e Wanderley Luxemburgo. Se falássemos de um Fabio Capello ou de um Marcelo Lippi compreenderíamos a situação, mas quando os nomes são menos famosos do que esses fica-nos a interrogação: devotos ao clube onde estão (foi a razão apresentada) ou irreverentes o suficiente para não aceitar um presidente com mais poder dentro do balneário do que eles?
Uma coisa é certa: por muito que não apareça grandes destaques na imprensa e que pareça que Pinto da Costa tem a situação controlada, o campeão europeu atravessa uma grave crise que chegou mais cedo do que seria de esperar...afinal, o fantasma de Mourinho ainda mexe.

Publicar um post sobre o Chelsea na 4ª posição seria de algum modo estranho não fosse as circunstâncias que circundam esse clube. José Mourinho, quer se goste, quer não se goste, marca indubitavelmente os jogadores, adeptos e dirigentes por onde passa. O modo de falar sobre o futebol, o modo como estuda as equipas adversárias, o modo como fala sobre quem trabalha com ele, etc são referências como poucos utilizam. Por isso, e por tudo aquilo que já falei sobre Mourinho, aquando da sua passagem pelo Benfica, é inevitável publicar uma crónica sobre um clube que sempre me agradou muito e um treinador que poderá ser considerado esta época como de topo mundial com apenas 4 ou5 anos de carreira (há quem já o considere com esse estatuto). Assim, Mourinho, quando decidiu que saíria do Porto, já tinha o país escolhido: Inglaterra. Faltava-lhe escolher o clube...tinha 2 opções: Chelsea e Liverpool. Escolheu a mais fácil...mas fê-lo não para poder ter grandes craques ou 11 galácticos. Escolheu porque sabia que teria quem queria, custasse o que custasse. Quando chegou ao Chelsea, Mourinho já tinha 2 jogadores comprados: Cech (que elogiou durante o Europeu em Portugal) e Robben (incógnita por não ter sido Mourinho a adquiri-lo). Na composição do actual plantel, Mourinho não esconde o seu modelo de jogo favorito: 4x4x2 losango. Tal e qual o Porto na Taça UEFA de há 2 anos. Na defensiva, Bridge e Paulo Ferreira (o seu investimento absurdo apenas serviu para rotulá-lo de "jogador de Mourinho") nas alas. Sobem os dois bem, fecham muito bem o flanco. Bridge é, inclusivamente, melhor que Nuno Valente. Alternativas: Babayaro e Johnson (as garantias ofensivas são mais fracas). No centro da defesa, Ricardo Carvalho e Terry, o novo capitão de equipa (qual Jorge Costa). Como opções, Gallas (central e não lateral como vimos no Euro), Huth e até Smertin. No fundo, a defensiva, que actuará como bloco, tem bons valores individuais na primeira linha mas as opções não se apresentam como muito consistentes. Passamos então ao meio campo: muitas opções, todas elas de centro, ou interior: Makelele e Smertin, como trincos; Geremi e Lampard, como interiores direitos; Parker e Tiago, como interiores esquerdos, Joe Cole como pivot (a desempenhar as mesmas funções de Deco. No ataque, quatro avançados muito móveis, cada qual com características muito específicas: Kezman, Gudjohnson, Mutu e Drogba. Dois jogadores não encaixam muito bem neste sistema: Duff e Robben. Dois grandes jogadores que, pela sua qualidade na extrema esquerda, não podem ser esquecidos. Por isso, Mourinho tem uma táctica-extra: o 4x3x3, tal e qual usou em 2002, mas, neste caso, o lado direito é "coxo". Aquando da contratação de Kezman, Mourinho referiu que ele também poderia jogar na direita. Outra opção é deslocar Mutu um pouco para a linha. As apostas de Mourinho irão passar, sobretudo, por quem? Apesar da dúvida na baliza, Cech parte em vantagem. A defesa titular está definida: Ferreira, Carvalho, Terry e Bridge. No meio campo, Makelele, Lampard e Cole parecem indiscutíveis. Tiago parte em desvantagem por causa da pubalgia, por isso Mourinho apostará em Parker (inteligência táctica) ou Geremi (força e pulmão) ou ainda Duff (jogando como interior esquerdo mas com liberdade para colar na linha). No ataque, as apostas maiores deverão recaír, sobretudo, em Kezman e Drogba, suas escolhas. Gudjohnson surge como primeira opçao à dupla e Mutu parte no ultimo lugar. Com todo o dinheiro do mundo disponível, Mourinho comprou 2 jogadores para a defesa que conhece bem e já trabalharam com ele (sempre fez isso por onde passou), 1 jogador de meio campo de quem conhece o seu potencial e 2 avançados fortíssimos, capazes de fazer muitos estragos em qualquer equipa. De qualquer modo, Mourinho não comprou nenhum galáctico (talvez Ricardo Carvalho, pela época que fez e pelo interesse do Real se assemelhe a tal) e fez muito bem, porque não haverá, neste momento, um jogador capaz de dizer que é superior ao seu rival directo.