controvérsia futebolística

Ao contrário dos outros países, em Espanha o campeão não parte como favorito. Arsenal, Milan e Porto são os principais candidatos para revalidar o título. O Valência não. Isto porque mudou de treinador (o Porto também), mas fundamentalmente porque o Real e o Barcelona reforçaram-se muito e bem...nalguns sectores.Assim, o Valência apresenta Ranieri a comandar um plantel com muitas influências italianas: já lá estava Carboni, chegam Fiore, Di Vaio, Corradi e Moretti. É nítido a tentativa de Ranieri de implementar um estilo italiano no futebol ché. O plantel, praticamente mantém-se, apenas entram, para além destes italianos, Caneira e De Los Santos. Todos eles para compensar a saída de Juan Sanchez, Garrido e Oliveira. Com Cúper e Benitez, o Valência foi uma equipa que valeu pelo seu todo, que jogou como um bloco e onde a criatividade deu lugar à rigidez táctica. Com Ranieiri não parece que será diferente, mas este ano surgem 2 rivais que têm que ser campeões. O Real Madrid reforçou-se com grandes nomes: Samuel, Morientes, Woodgate e Owen. Quem viu a equipa jogar o ano passado, reconhece que faltou reforçar a zona nevrálgica do terreno: o meio campo defensivo. Tudo bem que, com Samuel e Woodgate, Helguera poderá subir no terreno mas só isso não chega. O único médio defensivo do plantel saíu (Cambiasso) e regressou Celades depois de 2 boas épocas no Bordeaux. Beckham fará novamente papel de médio centro (está destinado a acabar a carreira nessa posição), mas a grande incógnita do Real será o ataque. A ideia que fica é que, este ano, haverá descanso para todos os jogadores. Figo, Zidane, Raúl e Ronaldo não farão mais de 85% dos jogos, ora descansando um ora descansando outro. A política de Camacho é a correcta, não desgasta as figuras principais da sua equipa e nas alturas-chave eles lá estarão em forma para resolver com pernas frescas. É o mais forte candidato à vitória final. Quanto ao Barcelona, apresenta muitos reforços na frente de ataque: Eto'o, Larsson e Deco prometem fazer maravilhas, mas também aqui a política de aquisições é discutível. Possuíndo o 2º melhor criativo do mundo (atrás de Zidane), o Barcelona contratou Deco...como configurar uma linha inicial com estes 2 criativos? Penso que Ronaldinho jogará um pouco mais adiantado que Deco (num 4*4*2) ou Deco encostará um pouco na linha (num 4*3*3). As saídas importantes de Cocu, Luis Enrique, Reiziger, Luís Garcia, Saviola (quase certa) e Kluivert podem inflluenciar o balneário, tanto na positiva como na negativa (saem 3 holandeses, um deles altamente conflituoso - Kluivert). O grande problema parece ser a defesa. Apesar da linha inicial ser boa (Belletti, Puyol, Edmilson e Van Bronckhorst), não há soluções no banco (Marquez, Oleguer, Silvinho e Navarro). Depois, outro problema é entrosar Ronaldinho, Deco, Eto'o e Larsson, o que até não parece muito complicado. De qualquer das formas, parte em 3º na luta pelo título. Pela luta por um lugar na Liga dos Campeões, o habitual Deportivo que não sofreu grandes mudanças secundado por Villareal (possui um ataque poderosíssimo com Sonny Anderson, Forlán, Guayre, Jose Mari e Victor com Riquelme como nº 10) e Atlético Madrid (que se reforçou com Luccin e Salva que promete formar uma dupla terrível com Fernando Torres). As surpresas poderão vir do Sevilha (Jesuli, Makukula e Renato), Levante (Celestini, Harte e Mjallby) e Getafe (Albiol, Amaya e Yordi) que continuam numa busca incessante de reforços. Curiosidade ainda para seguir o desempenho do Mallorca sem Eto'o e do Málaga com Marcio Amoroso.

Jogadores a seguir: Amoroso (Málaga), Caneira e Di Vaio (Valência), Makukula (Sevilha), Edmilson e Deco (Barcelona), Harte (Levante), Farinós (Mallorca), Milosevic (Osasuna), Woodgate e Owen (Real Madrid) e Forlán (Villarreal)