controvérsia futebolística

Chegados quase à metade do campeonato, há dados conclusivos (estatísticos e não só) que podemos extraír desta edição da Superliga. Tem sido um campeonato parecido com o do ano passado, com várias mudanças na liderança, perdas de pontos inesperadas por parte dos grandes (se bem que em menor quantidade) e, como sempre, com algumas chicotadas psicológicas (algumas ainda sem efeito).

Análise individual às equipas:

Porto: É o líder incontestável da Superliga. Joga um futebol atractivo sendo que a diferença dos pontos conquistados, comparativamente com o Setúbal por exemplo, é que o Porto baseia o seu jogo no modelo ofensivo e o Setúbal no modelo defensivo. Duas formas de ganhar distintas mas, pelos vistos, eficazes. Tem o melhor jogador do campeonato até agora: Quaresma demorou a entrar no ritmo, mas conquistou o seu espaço na equipa e é a figura central deste Porto. Nem McCarthy (apenas um golo), nem Diego (muitas vezes suplente). A entrada de Paulo Assunção na equipa deu-lhe consistência e libertou Lucho Gonzalez, o jogador mais completo da Superliga. A matéria-prima está lá, a Liga dos Campeões não, por isso o Porto tem todas as condições para se sagrar campeão. 6 pontos de avanço que há que gerir apesar das saídas complicadas à Luz, Alvalade e Bessa. O jogador: Quaresma.
Nacional: É a maior surpresa do campeonato. Relativamente ao ano passado, manteve a estrutura da equipa, apenas mudou o treinador. E desde cedo Manuel Machado mecanizou a equipa num 5*3*2 bastante móvel, com laterais bastante ofensivos e duas agradáveis surpresas no miolo: Bruno e Chaínho. Goulart e André Pinto também têm sido muito úteis. Dificilmente segurará a 2ª posição mas poderá lutar pela Europa. O jogador: Chaínho
Benfica: Tem vivido altos e baixos acentuados. Começou mal, muito mal, teve uma série de 5 vitórias seguidas, voltou a perder terreno e leva novamente 4 jogos sempre a ganhar. Oscilou o fraco com o bom. Perdeu Simão por mês e meio, mas soube sobreviver e acaba o ano em alta depois de ganhar 5 jogos seguidos (entre eles vencendo o Man Utd). Destaca-se pela positiva a defesa de betão e o regresso de Nuno Gomes ao mais alto nível e pela negativa a falta de solução nos extremos e a incapacidade dos médios de cobertura de construirem (e estancarem) jogo. O jogador: Nuno Gomes
Sporting: Começou a época com José Peseiro mas cedo se percebeu que o balneário não estava com ele. O jogo da taça foi o prenúncio que algo iria acontecer e a solução apareceu: Paulo Bento surge como disciplinador, fã do colectivo e capaz de unir o balneário para enfrentar uma 2ª volta onde terá que melhorar a qualidade do futebol para atingir patamares mais elevados. Recuperou os níveis de confiança de Ricardo, Deivid e Liedson e tem hoje a imagem de treinador durão mas amigo. O jogador: João Moutinho
Setúbal: Vinha de conquistar a taça de Portugal e, apesar de enormes mexidas no plantel e equipa técnica, conseguiu surpreender. Não joga bonito, não tem um jogador que se destaque (só Moretto que tem brilhado) mas o colectivo tem funcionado. Norton de Matos construíu um muro defensivo interessante mas falta sal a esta equipa. Não joga bonito, defende muito mas tem a permanência praticamente garantida. Afinal, o mais importante no nosso campeonato...O jogador: Moretto
Braga: Volta a ser a equipa mais consistente. Acaba mal o ano (4 derrotas em 5 jogos) mas mesmo assim não saíu dos lugares de topo. Sofreu com as inúmeras ausências por lesão que teve e com as saídas de última hora de João Alves e Wender, mas certamente entrará nos 3-4 primeiros lugares. O jogador: Andrés Madrid.
Boavista: Ainda não convenceu, apesar da boa prestação caseira. Fora de portas ainda não conseguiu ganhar e está um pouco aquém do que seria de esperar. A recuperação do nível exibicional de João Pinto e Fary são as melhores novidades que Carlos Brito introduziu neste Boavista mas ainda é pouco para aquilo que seria de esperar. Destaques também para Manuel José e Diogo Valente. Mais uma vez, Carlos Brito (apesar dos empates) demonstra como é dificil derrotar uma equipa treinada por si. Tem todas as condições para chegar a um lugar europeu, nem que seja pela previsível quebra de Nacional e Setubal. O jogador: Manuel José.
Marítimo: Começou muito mal, cedo se percebeu que Juca não era o homem indicado para aquele lugar. Chegou Bonamigo e as vitórias apareceram. O balneário mais brasileiro da Superliga tem vindo a subir de produção e, a este ritmo, pode lutar por um lugar europeu. Mas cada vez mais os seus adversário vão conhecendo melhor os "craques verde-rubros" o que dificulta a tarefa para a segunda volta. O jogador: Kanu.
U. Leiria: A equipa que melhor beneficiou com a chicotada psicológica . Jorge Jesus trouxe alma e coragem a esta equipa que andava descaracterizada com José Gomes. os homens rápidos da frente (Maciel, Paulo César e Touré) têm sido autênticas dores de cabeça para as defesas contrárias. De referir a vocação ofensiva da equipa que apenas alinha com um médio de cobertura (Paulo Gomes). O jogador: Maciel.
Paços Ferreira: Começou mal o campeonato, mas com o entrosamento da linha avançada (Didi, Ronny e Edson) e a experiência dos homens de meio campo (P.Sousa, Pedrinha e Junior) acertou o passo e já vai em 10º lugar. Será dificil manter tão boa classificação mas, se mantiver a boa performance no seu reduto, deverá salvar-se da despromoção. O jogador: Edson
Rio Ave: É, a par de Nacional e Leiria, o 5º melhor ataque da prova. Sem ter grande qualidade no plantel, tem conseguido amealhar pontos (apenas 2 derrotas seguidas por uma vez) aos poucos e, mantendo essa regularidade, poderá evitar a descida de divisão. O jogador: Cleiton
Belenenses: Uma das equipas que não tem sido acompanhada pela sorte, já desde o tempo de Carvalhal. Existe qualidade no plantel (apesar dos desiquilibrios evidentes), sendo alguns dos jogadores de boa qualidade (M.Aurélio, Amaral, Meyong, Silas, Pélé). Com Couceiro, certamente não deixará fugir uma posição tranquila na tabela. Depois de 2 vitórias consecutivas, o facto dos 2 próximos jogos serem em casa também pode ajudar a equipa. O jogador: Meyong
Estrela Amadora: Não diria uma agradável surpresa (porque o futebol praticado não tem sido de muito boa qualidade), mas é certo que não se esperava que, a esta altura, estivesse acima da linha de água. Toni tem conseguido pontos importantes (como recentemente com as vitórias em Penafiel e Alvalade) o que lhe permite sonhar com a manutenção. O jogador: Manu.
Académica: Esperava-se mais da equipa de Nelo Vingada que o ano passado terminou o campeonato em beleza. Este ano, Roberto Brum não tem sido o cérebro, nem Luciano o motor. Apesar disso, Marcel tem causado sensação e já despertou interesse forasteiro. Com a sua mais que provável saída, a Académica enfrenta riscos grandes para alcançar a permanência. O jogador: Marcel.
Gil Vicente: É uma equipa estranha que, tanto ganha a quem não se espera (Benfica e Braga), como perde jogos teoricamente mais acessíveis (Penafiel em casa). Essa "incoerência" pode causar dissabores em relação ao confronto directo com as equipas que lutam pela permanência. O jogador: Jorge Baptista
Guimarães: Uma desilusão. A maior de todas. Jaime Pacheco prometia no regresso a um trabalho que parecia ter ficado incompleto há un anos atrás. Com matéria-prima de qualidade, faltou organização defensiva (estranho numa equipa de Pacheco) e opções para a táctica do treinador (apenas Clayton e Paulo Sérgio para as alas, quando o treinador nem era muito fã deles). Com a chegada de Vitor Pontes fica a dúvida se é a pessoa indicada para o lugar. Certamente, sairá da linha de água, mas não poderá aspirar a muito mais este ano. O jogador: Benachour.
Naval: A par do Estrela Amadora, era a equipa que parecia menos capaz de aguentar o ritmo da Superliga e, apesar de o ter consguido inicialmente, perdeu o Norte e Cajuda saíu (talvez a prever males maiores). Voltou o bom filho Álvaro que tentará agarrar a equipa na Superliga a todo o custo. O jogador: Fajardo.
Penafiel: A par de Vingada (mas a um nível inferior), Luís Castro prometeu mais o ano passado do que está a dar este ano. O mesmo é dizer que o Penafiel está em maus lençóis mas, de todos os modos, ressalve-se o facto de manter o treinador. Às vezes, a solução não está em trocar, mas sim em confiar. Assim tem feito o Penafiel e, sinceramente, penso que o problema está mais na falta de qualidade do plantel do que do treinador. Terá tarefa difícil. O jogador: N'Doye (nem tanto pelo que tem jogado mas por ser o menos mau).

Dados estatísticos:
Melhor ataque: Porto (26 golos)
Pior ataque: Guimarães (9 golos)
Melhor defesa: Setúbal (5 golos)
Pior defesa: Naval e Penafiel (27 golos)
Melhor equipa em casa: Braga (79% pontos conquistados)
Melhor equipa fora: Porto (83% pontos conquistados)
Melhor golo: Quaresma no Porto-3 Rio Ave-0

Outros:
Equipa que melhor ataca: Porto
Equipa que melhor defende: Braga
Equipa que melhorará muito na 2ª volta: Guimarães
Equipa que ficará aquém na 2ª volta: Setúbal

E esta seria, quanto a mim, a equipa da 1ª volta:

Melhor Guarda-Redes: Moretto
Melhor Defesa-Direito: Nélson
Melhores Centrais: Luisão e Nem
Melhor Defesa-Esquerdo: Miguelito
Melhor Médio-Defensivo: Lucho Gonzalez
Melhor Ala-Direito: Quaresma
Melhor Ala-Esquerdo: Manu
Melhor nº10: Benachour
Melhores Avançados: Nuno Gomes e Marcel

Muitas prendas de Natal ofereceu-nos a ronda 16 da Superliga: Liedson, Nuno Gomes e Quaresma fizeram as delícias dos seus adeptos, marcando golos importantes e de rara beleza. A vitória do Porto em Guimarães mostrou-nos que o Porto defende bem melhor do que há 2 meses atrás e continua a pôr nos seus contra-ataques 4 jogadores em posição de golo. De salientar também o desnorte completo da equipa de Vitor Pontes que terá muito trabalho para fazer com uma equipa que tem qualidade técnica mas falta-lhe muito trabalho táctico. A quem não falta trabalho táctico é ao Setúbal que continua a impressionar pela forma eficiente como defende. Foi preciso Nuno Gomes tornar solução o que 2 minutos mais tarde seria um problema. Antes, tinha sido Liedson que voltou a resolver e, mais uma vez, Paulo Bento colhe frutos depois de afastar um jogador (1º com Deivid, depois com Liedson).
No resto da jornada, destaque para a 4ª derrota em 5 jogos do Braga, a importante vitória de Belenenses e Estrela fora de portas e a estrondosa vitória no Bessa do Nacional por uns expressivos 3-0.

Equipa da semana: Nacional (ganhar 3-0 no Bessa não está ao alcance de muitos)
Jogador da semana: Liedson (tá vivo!)
Golo da semana: Quaresma (já cansa...)
Treinador da semana: José Couceiro
Negativo da semana: as bolas que entram e não valem e as que não entram e dão golo.

Adiei este título de post o mais possível mas o caso-Maciel transbordou o copo...agora apareceu outra vergonha. O dono dela é Quinito, director-desportivo do Setúbal:

"O V. Setúbal é o clube que tem mais em dia os seus profissionais. Deve meio mês e alguns prémios de jogo. Não há nenhum clube em Portugal e se calhar na Europa e no Mundo que deva hoje aos seus profissionais só qualquer coisa como alguns dias e alguns prémios."

Quem diz isto só pode estar a brincar com assuntos sérios. Depois de ver 5 jogadores e 1 treinador rescindiremcom justa causa por falta de pagamentos proclamar-se como "o melhor pagador do futebol mundial actual" é de uma prepotência, de uma arrogância sem palavras. Quinito escreveu ontem a página mais negra da sua história no futebol. Se esteve tanto tempo calado enquanto não houve dinheiro, poderia ter continuado mais um tempinho assim.

P.S. - Sr. Quinito, até pode ter razão e pertencer hoje ao clube mais cumpridor do mundo, mas não se esqueça que há clubes ligeiramente menos actualizados em termos de processamento de salários mas esses...esses pagam com dinheiro do clube, não de projectos de consultadoria.

Marcel, sobre a sua situação na Académica:
"Se o meu empresário disse que o meu último jogo pela Académica será na quarta-feira (amanhã), é porque é verdade, não sei que posso mais dizer."

É triste um gajo dizer isto...leio e releio e só me apetece dizer que é triste. Por 1000 razões diferentes.

18 clubes de Superliga, 18 Capitais de Distrito em Portugal Continental (fora ilhas). Já sabemos que o país é assimétrico, regionalmente diferenciado e que o litoral prevalece sobre o interior e o norte sobre o sul.
Mas, se metermos lado a lado o mapa de Portugal e o da Superliga por regiões dos clubes desse escalão deparamo-nos com uma disparidade enorme e deveras preocupante.
Não há nenhum distrito do Interior português representado (na II Liga apenas temos o Chaves de Vila Real e o Covilhã de Castelo Branco, sendo que os flavienses sobrevivem com grandes dificuldades). Em 36 equipas, distritos como o de Bragança, Viseu, Guarda, Portalegre, Évora e Beja (um terço dos distritos) não se encontram representados e, pior que tudo, se formos analisar a situação das principais equipas destes distritos deparamo-nos com falências, abandonos e últimos lugares de 3ª divisão...
Se olharmos para os anos 80, apenas vemos que, de clubes de capitais de distrito, só Académico Viseu, Farense e Chaves (contando que representa Vila Real) tinham expressão. O Juventude e Lusitano de Évora, o Estrela Portalegre e o Vianense (para citar alguns) já tinham saído do panorama nacional e passado a um plano mais regional.
Não seria normal as câmaras apoiarem os clubes da sua zona? Não há um valor pré-determinado que se encontra canalizado para o futebol daquela região? O que verdadeiramente se nota são apoios autárquicos e aí clubes como o Gondomar, Marco ou Felgueiras sempre sobreviveram com base nesses apoios. Aliás, é impossível não associar a este tipo de clubes os construtores civis dominantes de cada região. Se olharmos para os presidentes de Juntas de Freguesia e de clubes regionais, a grande maioria são pessoas ligadas ao sector da construção civil.
A construção dos estádios do Euro-2004 também não ajudaram à descentralização. A derrota da candidatura de Viseu em benefício da de Aveiro na recta final das decisões veio arruinar por completo a ilusão de evolução no interior.
Olhando para a Espanha vemos cada cidade representada por um clube e poucos são aqueles que, estando no 1º escalão, não sejam representativos de uma grande cidade (Villarreal parece-me ser a excepção, sendo que, por exemplo, o Getafe é de Madrid o que torna natural a sua estadia na 1ª, tal como a do Estrela da Amadora da Superliga por razões óbvias). Mas se olharmos com atenção, vemos a Galiza, a Andaluzia, a Catalunha, o País Basco e a Estremadura devidamente representados no escalão maior.
Hoje, quando olhamos às falências de Tirsense, Farense e Salgueiros, à ruína de Setubal e Estoril concluímos que o mal não é geográfico...é de gestão: desportiva, municipal e autárquica.

Sinceramente, olho para Jorge Sousa e parece-me um árbitro sério (por exemplo, Bruno Paixão não me parece nada sério). E em relação a árbitros é assim que funciono. Se olho para ele e me parece honesto, quando ele erra, para mim não viu. Faço este àparte para explicar a análise que faço do jogo Benfica-Nacional em termos de arbitragem. Houve uma mão cheia de erros, entre os quais os mais badalados: Ávalos apoia-se com as duas mãos em Luisão, cometendo penalty e Luisão toca com o braço na cara de Benaglio no lance, impedindo-o de disputar a bola à vontade. Dois erros relativamente graves. No resto da partida, destaco a expulsão correcta de Alcides, a falta de um segundo amarelo a Chaínho por agarrar Mantorras pelas costas e a inexistência de falta (num lance entre os mesmos jogadores) no lance do golo do Benfica (seria pontapé de baliza).
De destacar também a incompreensível expulsão de Paulo Gomes no Estrela-Leiria decidida pelo António Resende e a correcta decisão no lance de penalty sobre Quaresma por parte de Artur Soares Dias.

E aos poucos, as ditas equipas pequenas vão perdendo gás no topo da classificação. O Nacional tinha um teste difícil frente a um Benfica motivado e com o regresso de Miccoli. O italiano voltou a ficar "fora dela" e foi preciso um golo do, este ano, inevitável Nuno Gomes para recuperar pontos relativamente aos não-candidatos. Sim, porque os verdadeiros candidatos ganharam todos. O Porto ainda apanhou um susto frente a um Penafiel que chegou à vantagem quase sem saber como. Depois foi defender e esperar que o pouco provável não acontecesse: o Porto marcar, marcar e...marcar. Destaque para Quaresma que mais uma vez abriu o livro e destaca-se, até ao momento, como a figura do campeonato. Já os meninos trabalhadores de Paulo Bento voltaram a encarreirar caminho. Jogo pobre, 3 pontos mais para a recta final do ano. Segue-se uma semana em que podem recuperar pontos a Porto e Benfica (têm saídas complicadas). Já o Braga derrotou a Académica com lances de bola parada. Não jogou muito bem, mas soube ser eficaz e recuperar alguma confiança perdida depois das 3 derrotas seguidas.
No resto da jornada, destaque para o Belenenses que voltou às vitórias frente a um tranquilo Paços e para a vitória do Marítimo que conseguiu marcar um golo ao Setúbal. O Leiria voltou às vitórias (depois da derrota em casa frente ao Porto) curiosamente com o regresso à titularidade de Maciel.

Equipa da semana: Belenenses
Jogador da semana: Quaresma
Golo da semana: Lucho González
Treinador da semana: José Couceiro
Negativo da semana: os incidentes no Bessa

José Veiga depois do sorteio da Liga dos Campeões que colocou frente a frente Benfica e Liverpool:
"Simão não sai em Janeiro"

Koeman sobre a actual boa classificação sobre Nacional, Braga e Setubal:

"No final, os três grandes estarão no topo da classificação"

Este post poderia ser evitável, mas ele abriu de novo a boca. Chumbita Nunes figurará, para sempre, como um dos piores dirigentes do futebol português. Ele que, em directo, assumiu não pagar aos jogadores há 2 ou 3 meses (não me recordo) mas admitir (admitir não está errado, fazê-lo é que está) que tinha recebido já o seu ordenado do último mês.
Posteriormente, numa entrevista ao jornal "A Bola", Norton de Matos viria a dizer que não admitiria receber o seu ordenado antes dos seus jogadores, deixando entrelinhas uma mensagem ao presidente. Disse também que os jogadores já não acreditam nem confiam no presidente (e penso que daí a ameaça de greve).
Ora, Chumbita Nunes indignou-se e...disparou. Acusou Norton de Matos de tentar derrubar o presidente e de influenciar os jogadores para avançarem para a greve. No fim, teve uma tirada só ao nível mesmo de um Chumbita:
"O Norton de Matos só ainda se mantém em Setúbal por misericórdia."

Comentários para quê? É um chumbita português...

P.S. - Dembelé rescindiu esta tarde contrato. Outros se seguirão em breve. Chumbita se estivesse à procura de soluções para pais de família em vez de tentar puxar outros para o lamaçal onde caíu faria melhor figura.

Já foram encontrados os jogos dos Oitavos de Final da Liga dos Campeões. Aqui ficam eles:




Chelsea-Barcelona
Ajax-Inter
Rangers-Villarreal
Benfica-Liverpool
Bayern-Milan
PSV-Lyon
Werder Bremen-Juventus
Real Madrid-Arsenal

Vá pessoal, toca a mandar bitaites sobre as 8 equipas que irão passar!

Portugal voltará a organizar um evento a nível europeu. Será entre 21 de Maio e 4 de Junho que terá lugar o Europeu de sub-21 a realizar em estádios como o de Braga, Guimarães, Bessa, Barcelos, Aveiro e Águeda (todos no Norte do país).
Relembro as equipas qualificadas para esta prova:
Portugal, Alemanha, Itália, França, Sérvia e Montenegro, Ucrânia, Dinamarca e Holanda.

Pois é o Mercado está ai à porta! Clubes, Jogadores, Empresários, Imprensa, andam num alvoroço! Começam as jogadas de bastidores, regressa a agitação!
Todos os clubes sem excepção, desde o 1º classificado até ao último, todos procuram fazer acertos no seu plantel.
Uns procuram fazer aquilo que não fizeram antes do inicio do campeonato (fosse por mera opção ou por imperativos financeiros) , ou seja reforçar com qualidade e amenizar desiquilibrios nos seus planteis, outros procuram dispensar, despachar jogadores excendentários que não são opção, ou que estando insatizfeitos seja qual for a razão, pretendem sair. Isto já para não falar das compras que são efectuadas só para impedir os concorrentes directos de se reforçar.
Mas não são as saídas que mais impacto têm. São as (possiveis) entradas.
Infelizmente nós aqui no blog não temos poder de decisão nos clubes por quem torcemos, mas tal como fazemos de treinadores de bancada, também podemos ser gestores de bancada!
Como tal gostaria de saber que jogadores contratariam para os vossos clubes caso fossem dirigentes. A ideia é ter conta a vertente financeira (se não dizia já que ia buscar o Quaresma e o Lucho para o Benfica) e os pontos fracos dos clubes por quem torcem.
Acho isto também interessante, porque há jogadores que não tendo assinado pelo clube do seu coração, quando estão num outro clube dizem ser mediocres mas quando depois assinam pelo seu clube já são os maiores!
Talvez o caso de Nélson agora no Benfica seja um bom exemplo disso mesmo.
Se eu fosse o Veiga do Benfica e tendo as necessidades do plantel contrataria (só vale mercado nacional):

Marcel: Adoro este jogador! Era logo o 1º a contratar! Faz imensa falta ao Benfica

Targino: É uma excelente alternativa a Simão.

Manduca: Se por acaso a opção por Targino falhasse.

N´Doye: Excelente para opção a M. Fernandes. Beto nunca!!

M.José: Boa opção para a Medio Direito. Complementar-se-ia bem com Nélson


Notas:
J.Luiz: é muito bom mas no momento não o trocaria por Leo e como tal era uma aquisição desnecessária.

J. Castro: Titular em qualquer uma das outras equipas em Portugal! Muito bom. Mas com Luisão , Anderson e R Rocha o Benfica está muito bem servido. Se algum saisse.....

Benachour / Silas: Casos a pensar

Cleiton (Rio Ave): Do que vi gosto, mas precisava de ver melhor.

J.Tomás: Caso Marcel falhasse......

A. Madrid / Dembelé: Gosto e se N´Doye falhasse....


De resto, em Portugal (jogadores de Sporting e Porto à parte) não queria mais nenhum no Benfica. Falta de qualidade.

E vocês?? Quem contratariam???? Ou ninguem em Portugal tem na vossa opinião qualidade para assinar pelo vosso clube??

O sorteio do Mundial já foi realizado e muitas foram as vozes a falar sobre o sorteio favorável que Portugal obteve. México, Irão e Angola, dirão muitos, são adversários acessíveis e nenhum deles pode derrubar a selecção lusa. Mas, o objectivo de Scolari é atingir os quartos de final. E, para isso, não só tem que derrubar estas 3 selecções como também terá que derrubar uma destas 4: Argentina, Holanda (as grandes favoritas), Sérvia e Costa do Marfim.
Mas, analisando o nosso grupo antes de tudo, fico com a ideia de que Portugal terá como maior obstáculo a preparação para 3 jogos totalmente diferentes: enfrenta 1º o sangue africano, um jogo de carácter especial, com a "irmã" Angola, penso que 6 anos depois de, mais ou menos na mesma data, terem realizado uma batalha campal em Alvalade. Estamos num Mundial e para isso pouco valerá as últimas vitórias por 5-1 e 6-0. De todos, é o adversário mais acessível. Já o Irão tem outra cultura. A expressão "morrer em campo" pode-lhes ser aplicada à medida. É uma selecção muito forte fisicamente e que correrá o mesmo que a Coreia do Sul em 2002. Por isso, a técnica não bastará para derrubar a selecção iraniana, haverá que correr muito. Por fim, o México. Teoricamente, para decidir o vencedor do grupo. Mas, se tiver ocorrido alguma surpresa, pode ser necessário vencer para passar. E não é por acaso que o México é o 7º cabeça de série da FIFA. Este jogo pode servir também para "escolher" o adversário do grupo C que melhor se encaixe à equipa portuguesa. E aí não há dúvidas: Holanda é a escolhida. De qualquer forma, o adversário mais dificil para a selecção portuguesa até à meia final sairá do grupo C, ou seja, nos oitavos de final. Porque dos outros grupos, as selecções mais fortes são a Alemanha (A) e a Inglaterra (B).

P.S. - Duas notas suplementares: neste Mundial teremos jogos a meio da semana a começar às 14/15/16 horas o que nos fará perder alguns desses jogos. Recordemos que a competição é vista por todo o mundo e que este é o modo mais justo. Recordar também que, para 64 jogos, existem 12 estádios, recebendo cada um dos quais 5 jogos até aos quartos de final. Ficando assim 4 estádios (meias finais, 3º/4º e final) com 6 jogos cada. Faz-vos lembrar a (des)organização do Euro'2004?

Pinilla, antes de ser jogador de futebol, já era...sul americano. Digo isto porque acabo de ler uma entrevista dele onde descreve que, enquanto esteve em Alvalade, o mundo foi (quase) perfeito: Carlos Freitas que foi quem o contratou sempre foi muito amigo dele, Paulo Bento é um profundo conhecedor do futebol e teve as suas razões para não o pôr a jogar (tal como Peseiro), a liga portuguesa pode ser das melhores do mundo, os adeptos foram espectaculares, o balneário é muito amigo, etc. Discurso "abrasileirado" do qual não sou fã por isso questiono algumas afirmações suas porque sempre tive a sensação de que Pinilla seria um elemento destabilizador do balneário. Sempre deixou implicita a sua insatisfação por não jogar.
Este ano somou azares com lesões mas a promessa que fez de marcar 20 golos apenas indiciou que esses 20 golos (ou muitos deles) teriam de ser apontados ao serviço de outro clube porque no Sporting não teria espaço para tal. Pinilla sai, dificilmente voltará, mas, apesar de tudo, conseguiu criar uma empatia com adeptos pouco habitual em jogadores que sem darem muito e sem serem muito famosos, nunca conseguiram criar no clube grande português. Terá sido por prometer muito?

P.S. - Quem se lembra do jogo em Braga e em Vila do Conde o ano passado e do jogo da meia final da taça UEFA com o AZ em Alvalade, recordar-se-á como Pinilla tem potencial para ser craque. No mínimo, um bom jogador. O seu problema tem que ser de foro psicológico. Não deverá ser muito forte nesse aspecto específico. Foi craque muito jovem no Chile, ainda hoje é sex-symbol lá (género o que foi Dani aqui), casou com uma modelo também muito famosa no Chile, assinou com 19 anos pelo Inter Milão e a partir daí...foi sempre uma promessa adiada. Celta, Chievo, Sporting, segue-se o Racing Santander. Possivelmente, deu um passo maior que a perna e hoje paga essa factura. Em Janeiro terá contrato com 3 clubes (Racing, Sporting e Inter), e dizer que nenhum deles o desejará em Junho do próximo ano não é, de todo, impossível...

Muito se esperava desta jornada onde Benfica, Porto, Nacional e Braga tinham jogos bastante complicados mas acabou por ser o Sporting a perder mais neste fim de semana. A derrota com o Estrela da Amadora a abrir a jornada trouxe-nos de volta um Liedson desinspirado e um Estrela agradável com 3 avançados bem adiantados no terreno. Semedo e Manu foram quebra-cabeças para a defesa leonina que continua a denotar fragilidades mesmo depois de Paulo Bento ter endireitado o rumo da nave. E se Rogério e Edson (apesar de raramente ter jogado poderia ser a melhor opção para defesa esquerdo) saírem as opções diminuem drasticamente.
No derby madeirense, um jogo pouco habitual: intenso mas correcto, emoção até ao último minuto e a vitória dos visitados com um golo de canto directo apontado por um ex-jogador da equipa visitante...
O líder Porto voltou a ganhar pontos à concorrência (neste caso a Braga e Sporting) e a explicar o porquê de ser líder. Mesmo a ganhar 2-1 deixou o jogo aberto e continuou a jogar o seu futebol. Como foi melhor e mais feliz que o Leiria, chegou ao 3-1 não deixando dúvidas sobre qual foi a melhor equipa em campo.
O clássico Benfica-Boavista era visto com muita expectativa para os da casa até porque a vitória sobre o Man Utd ainda estava muito presente. O Benfica não realizou uma grande exibição mas foi consistente e, apesar do Boavista ter pressionado muito no segundo tempo, apenas teve uma chance real de golo. O Benfica defende bem mas continua a ser pouco ousado no seu futebol.
No resto da jornada, destacar as vitórias de Paços Ferreira frente ao Braga que perde há 3 jogos consecutivos, do Setúbal cujos jogadores continuam a ganhar sem receber dinheiro e do Guimarães que ganhou o jogo da Liga dos últimos. A ver como será a sua reacção frente a um Boavista ferido depois do jogo da Luz...

Equipa da semana: Estrela Amadora
Jogador da semana: Bruno
Golo da semana: Bruno (o de canto directo)
Treinador da semana: Toni
Negativo da semana: Os assobios a João Pinto no estádio da Luz. Têm explicação?

Até à época passada era permitido emprestar jogadores a outros clubes e introduzir no contrato uma cláusula a impedir a utilização do jogador contra a "equipa-mãe". Era uma situação polémica mas considerava-se que podia haver dúvidas do porquê do jogador em causa falhar um golo: azelhice ou má intenção.
Felizmente, este ano saíu uma lei que impede a existência dessa mesma cláusula. Pensou-se que a questão estaria ultrapassada mas eis que surge uma novidade de última hora: o acordo de cavalheiros!
João Bartolomeu e Pinto da Costa selaram tudo num aperto de mão: "Amigo João, levas o Maciel mas já sabes...connosco senta-se na bancada". "Tudo bem amigo Jorge...não te preocupes que nós somos bonzinhos e cumpridores..."
Se anteriormente a legislação permitia e prejudicava, tanto o jogador, como a equipa que recebia o jogador (se bem que a opção de incluír no contrato a cláusula também partia deles), agora não há razão nenhuma para tal suceder. A não ser que os senhores cavalheiros do nosso futebol apareçam com alguma novidade de última hora...


P.S. - Admirem-se agora as pessoas que olham para o estádio do Leiria e vêem menos de 1000 pessoas a presenciar um jogo de Superliga...tá encontrada a razão: se não podem contar com o presidente, para quê acreditar na equipa?

Co Adriaanse sobre o possível regresso de Jorge Costa ao Porto:

"É um grande profissional e foi um grande jogador do FC Porto. Acredito que um dia voltará ao clube"

"Sim, porque eu não vou ficar cá a minha vida toda e o Octávio já não deve voltar..." - concluíria off the record...

São sempre os mais fáceis de criticar e muitas das vezes não se lhes reconhece o devido mérito pelo seu trabalho. Por isso, aqui fica os parabéns pelo trabalho de alguns treinadores ao recuperar a confiança e auto-estima de alguns dos seus atletas:

Co Adriaanse - fez rejuvenescer Quaresma, um jogador que andava perdido e sem mostrar todo o seu potencial.
Paulo Bento - recuperou a confiança de Ricardo que tem feito excelentes intervenções nos últimos jogos.
Koeman - ajudou Nuno Gomes a marcar, para já, 10 golos. O que é sempre de saudar.
Carlos Brito - João Pinto está perto do final da carreira mas mesmo assim continua a mostrar alegria e qualidade em campo. Está a kms-luz do ano passado.
Manuel Machado - tornou o Nacional uma equipa interessante a jogar fora de casa e a isso muito se deve o trabalho realizado no meio campo por Chaínho.

Estes são só alguns exemplos desta época, se se lembrarem de mais é só dizer...

O Porto iniciou hoje um período de contenção verbal. Não é black-out porque isso costuma ser quando se perdem muitos jogos a serem prejudicados pela equipa de arbitragem. Desta vez, as razões são outras e até fazem sentido. Aqui vai um excerto do comunicado da SAD azul e branca:
"As frases de Co Adriaanse são constantemente reproduzidas fora do seu contexto, o que cria sentidos que nada têm a ver com as ideias do técnico e enganam os associados e adeptos do clube, gerando opiniões baseadas em más interpretações."

Eu chamar-lhe-ia "período de reflexão" durante o qual os jornalistas portugueses deveriam tentar aprender melhor a lingua inglesa. E já agora, o sr. Co Adriaanse também poderia ir a uma aulinha ou outra (porque a do Raul Meireles na linha de golo é erro seu mister!)..."

Jorge Costa sai hoje pela 2ª vez do Porto pela porta pequena. Um facto estranho ver o capitão de equipa, no clube há 14 anos, ser "convidado" a saír pela 2ª vez por um treinador que está no clube há menos de 1 ano. Foi assim com Octávio (que diga-se de passagem enfureceu o "bicho" de tal forma que este atirou a braçadeira para o chão aquando da sua substituição num jogo em casa frente ao Setubal), foi assim com Co Adriaanse. As razões da dispensa penso que são iguais, mas os argumentos apresentados (alguém se chegou verdadeiramente a justificar?) diferentes: Ambos treinadores queriam ser a figura de proa dentro do balneário e por isso temiam a força do "bicho" junto dos colegas. Co Adriaanse justificou-se com "Jorge Costa já não é o que era", Octávio limitou-se a dizer que haviam soluções no plantel e que a proposta do Charlton era boa para todos.
De qualquer das formas, o mais importante nestes processos é a tomada de posição do presidente Pinto da Costa: Ninguém lhe pede que vá contra as decisões do treinador que contrata. Se o contratou é porque confia nele. Também não se espera que assuma uma posição oficial ao lado de Jorge Costa, mas e em relação ao facto do nome de Jorge Costa ter surgido na 1ª lista de dispensas de Co Adriaanse e ter sido vetada pela direcção? Terá sido mesmo verdade? Se calhar Pinto da Costa deu um tempo a Co Adriaanse para provar que estava certo e que Jorge Costa já não era necessário.
Mas será que o Porto (e Pinto da Costa obviamente) não perde com a saída de Jorge Costa? Parece-me que sim. Sai um homem devoto ao clube, um líder exemplar, o patrão do balneário, um confidente da direcção.
Ficará o Porto órfão de pai no balneário? Chegará Vitor Baía, Pedro Emanuel e Ricardo Costa (há alguém mais que o possa fazer?) para passar a mística? São perguntas de resposta teórica óbvia, mas falta confirmar na prática o que vai acontecer...

E uma nova rubrica no controversias, e pretende ser sobre futebol. Nao sobre o falado, mas sobre o jogado. Visa explicar resultados, ver o que cada equipa faz bem e menos bem. Nao e tarefa facil, mas vamos encarar o desafio de peito feito. Preveem-se seis capitulos para esta rubrica, e hoje surge o primeiro.

Comecamos por uma equipa em voga, nao so por ca, mas tb na Europa do futebol: o SLB. Actual campeao nacional e sexto classificado da Liga Portuguesa.
O que faz o Benfica andar? O que prejudica o Benfica?

Ponto forte :
O ponto forte do Benfica e a sua defesa. Nao tenho duvidas absolutamente algumas em referir que o Benfica e a equipa que tera os melhores defesas no nosso campeonato. Centrais, sao todos bons, com Luisao a confirmar a epoca passada, e Anderson a ganhar terreno a Ricardo Rocha, fruto da sua maior sobriedade e ocupacao de espacos. Alcides, sendo bom, tem que esperar. Para alem de que agora e opcao para o lugar de defesa direito.
Neste lugar o Benfica tem apresentado Nelson em grande forma. Mais do que pelas correrias pelo flanco acima, Nelson tem sido eficaz na cobertura do segundo poste (qdo o ataque adversario se desenrola pelo lado de Leo), e da velocidade na saida para o ataque. Alcides, traz estabilidade defensiva, e curiosamente nao tem sido facil passar por este gigante, mesmo quando afastado do centro do terreno.
Na canhota, o Benfica tem jogado com Leo , e com Ricardo Rocha. Leo parece-me debil defensivamente, nao da garantias no jogo aereo, e a seu favor tem a sua velocidade. Ricardo Rocha e um marcador por excelencia. Ate marca melhor na ala, do que no meio. Mas nao garante profundidade ofensiva. O Benfica tem modelos, opcoes , rotatividade, profundidade... procurem os adjectivos que quiserem. Esta defesa e o ponto forte do Benfica e pode-se adpatar consoante o adversario.

Ponto Fraco: Cobertura defensiva no meio campo
O meio campo do Benfica tem como actores principais Petit, Beto, Manuel Fernandes e Karyaka. Sobretudo os tres primeiros. E este meio campo, tem o condao de estragar com uma enorme facilidade o bom trabalho desenvolvido pela sua defesa. O meio campo do Benfica e composto por jogadores que so querem marcar com bola... Sem bola, nao estao preocupados com tarefas defensivas (Petit e um pouco a excepcao), e isso provoca desiquilibrios. SE um lateral sobe, nao ha medio centro que lhe proteja a retaguarda, o que deixa um enorme espaco para o aparecimento nesses locais dos adversarios directos dos centro campistas. Se um central sobe, o outro fica la atras soiznho, e se Petit tenta fazer alguma destas coisas, nao ha quem deite um olhinho pelo homem do internacional portugues.
Pior do que isso, e algo facil aos adversarios do Benfica trocar a bola, porque se tiverem medios que se movimentem, Manuel Fernandes nao esta interessado em ir atras de quem nao tem bola e dai a insistencia de Koeman em Beto, mas Beto e pessimo na transicao defesa-ataque... Perde inumeras bolas (ainda ontem com o Man Utd.), e elemento perigoso para a propria equipa. KKoeman tem que ter uma conversa com Manuel Fernandes, porque ja e demasiado tempo sem evolucao nessa materia ,e nem me interessa se remata bem, se e forte, etc e tal... Defensivamente e prejudicial a equipa.

Figura: Simao Sabrosa
Nuno Gomes vai desculpar, mas e de Simao que o Benfica vive. Sobretudo porque a incapacidade do meio campo do Benfica, obriga a que se carrile todo o jogo do Benfica pelas alas (esta nos livros que perder la a bola, tem menores consequencias que no meio). Do lado Direito, se ha Geovanni, as vezes nao lhe apetece, e por vezes Koeman joga Beto para tapar mais o meio. Logo sobra Simao, para em 3-4 segundos pegar na bola e leva-la do meio campo ate a entrada da area do adversario. Simao, inclusive, obriga sempre um medio centro contrario a estar de olho na esquerda para provocar alguma superioridade numerica nessa faixa, e isso cria desiquilibrios na faixa central para os remates dos medios centros.

Ovelha negra: Beto
E o mal amado, essencialmente porque a sua enorme disponiblidade fisica, nao compensa o defice de tecnica, o desacerto nos passes, as perdas de bola (se existissem turnovers no futebol, era o rei dos mesmos) e nao tem movimentacao que o faca aproveitar o seu bom pontape (essencialmente porque o treinador nao deve querer), pois tem um papel mais de contencao e nao de aproveitamento de espacos.

O Treinador:
Koeman precisa de um reforco no meio campo, para que este benfica seja consistente. Ou entao precisa de falar com os seus medios centro (principalmente Manuel Fernandes, que tem que assumir as responsabilidades da sua reputacao). Acho inteligente a movimentacao que o Benfica faz a direita do ataque, qdo joga com Beto. Este cai para o meio e abre uma avenida mais mortal para os adversarios do que a 24 de Julho, para Nelson ir por ai acima. Tenta fazer o mesmo do lado esquerdo com Leo, agora que nao tem Simao... Mas perde defensivamente, porque por vees os laterais sobem ao mesmo tempo... e entao Koeman opta por fazer um dosseus jogadores avancar para o meio campo, e ter centrais a faerem de laterais. Parece-me que Koeman pensa no que esta a fazer, em termos de equilibrio da equipa, mas nao encontra solucoes ofensivas a medida dos jogadores que tem. Esse e o seu maior desafio.

Cristiano Ronaldo portou-se mal. Não soube aguentar a pressão de um estádio cheio a assobiá-lo e reagiu com um gesto ofensivo. As câmaras apanharam e arrisca-se a um castigo. Se recuarmos um par de semanas atrás, Nuno Gomes passou pelo mesmo. Provocado (ou não) por um adversário, injuriou colegas de profissão. Nuno Gomes está sob alçada da Comissão Disciplinar da Liga, Cristiano Ronaldo sob a alçada da UEFA.
A questão é: haverá castigo para algum deles?

Chega ao fim a 1ª fase da Liga dos Campeões. Para começar a análise às equipas portuguesas: o Sporting foi eliminado prematuramente por uma Udinese que até calhou num grupo complicado. O Barcelona era e confirmou ser o principal favorito, enquanto que Werder Bremen parecia o rival directo dos italianos. Panathinaikos seria o outsider. Vantagem final para os alemães.
Já o Porto tinha uma tarefa teoricamente acessível: enfrentava o sempre forte Inter, mas tinha em Rangers e Artmedia (a surpresa da competição) adversários ao seu alcance. Na prática, viria-se a provar que nem sempre a teoria no futebol é aplicável. Rangers qualificou-se sem sequer ter feito uma boa campanha: a abrir, venceu em casa o Porto num jogo polémico e foi somando empates (4)sem nunca convencer. É o 2º classificado com menor pontuação (conjuntamente com Werder Bremen).
Em relação ao Benfica, tinha um grupo mais forte: Man Utd, que não concretizou o seu favoritismo, nem nunca demonstrou ser uma equipa superior às outras 3, Villarreal (fortíssimos em casa) e Lille (agradável surpresa mas prejudicada pelo facto de não ter jogado em sua casa). Foi o grupo dos empatas e dos poucos golos marcados: 12 apenas(Só o Barcelona sozinho fez 16!), sinal de equilibrio entre todos mas também de excessivas cautelas. No jogo decisivo, derrubou o colosso Man Utd e garantiu o acesso aos oitavos da Liga dos Campeões.
Nos restantes grupos, Bayern e Juventus superiorizaram-se sem problemas a Club Brugges e Rapid Vienna, tal como Arsenal e Ajax relativamente a Sparta Praga e Thun, Lyon e Real Madrid e Chelsea e Liverpool também confirmaram o seu favoritismo nos respectivos grupos. No outro grupo, Milan e PSV qualificaram-se mas o Schalke 04 merecia outra sorte, dada a qualidade de futebol que apresentou.

P.S. - Em 8 grupos, não se pode dizer que tenha havido competição aguerrida. Antes da última jornada, de 16 apurados, 10 tinham já carimbo garantido (sendo que 4 desses grupos já nada tinham a mudar). Se o objectivo da sobrecarga de jogos é o aumento da competitividade, será este o melhor modelo para a Champions?

Lorenzo Sanz, antigo presidente do Real Madrid, sobre a actual situação do clube:
"Agora somos galácticos, antes (alusivo ao seu mandato que terminou em 2002) não éramos. Antes ganhávamos títulos, agora não".

O empresário de Robinho veio a terreno criticar Florentino Perez pela saída de Wanderlei Luxemburgo. Referiu que Roberto Carlos não tem suplente à altura, os laterais direitos Michel Salgado e Diogo não têm categoria e a dupla Helguera-Pavón é um...pavor!
Como se não bastasse, terminou dizendo que há um problema no balneário madridista: "Helguera, Guti e Raúl não gostam dos brasileiros e isso prejudicou Luxemburgo"

Já sabemos que o balneário madridista sempre foi uma bomba-relógio (principalmente porque a base espanhola da equipa sempre foi problemática - Helguera, Portillo, Morientes, Guti, Raúl - mas, se sempre foi assim, qual a razão de juntar a Beckham, Owen e Woodgate e adensar a lingua brasileira com Luxemburgo e Robinho?

Imagino Co Adriaanse, quando questionado relativamente ao numero de vitorias que o FC Porto conseguiria com o Artmedia:

"Nunca disse isso!! Disse que em 10 partidas, o FC Porto ganha 8!!".

Paul Gascoigne foi demitido do cargo de manager do Kettering Town ao fim de 39 dias. Isto depois de, segundo o presidente, ter causado 37 incidentes (deve ter folgado 2 domingos). Mas Gascoigne já arranjou uma solução:

"O presidente quer demitir-me, mas nunca desistirei do Kettering Town. Vou lutar até final. Estou a pensar comprar o clube. Nunca me deixaram desenvolver o meu trabalho de treinador em paz."

O espírito é agradável: chateamo-nos com o chefe, compramos a empresa e despedimo-lo!

No clássico Porto-Sporting, Lucílio Baptista (depois de tanta polémica sobre a lesão de Olegário Benquerença) teve tarefa dificil. Disciplinarmente, esteve bem. O problema foi a nível técnico: se acertou no golo em fora de jogo de Deivid, já não lhe foi possível acertar no lance em que Lisandro marca de cabeça (não parece haver falta sobre Rogério), nem no lance em que Nani rouba a bola a Pepe de forma limpa e, com o jogo já interrompido, introduz a bola na baliza de Baía. Em termos de penaltys, 4 lances: Sá Pinto agarra Lisandro num livre batido da esquerda; Polga toca a bola com a mão, mas parece não ter intenção (pelo menos demasiadamente firme) de jogar a bola; César Peixoto tem o braço "fora de sitio" e corta o remate de Polga. Sem ter tido reacção no sentido de cortar o lance com a mão, a verdade é que a mão não deveria estar ali; No ultimo minuto, Rogério derruba Quaresma junto à linha de grande área mas fora.
No Braga-Setubal, a 2 minutos do fim, Paulo Pereira assinala mal pontapé de baliza depois de um lance dividido entre José da Fonte e João Tomás. Este, exaltado, correu para a bola (que Moretto tinha posto na marca de pontapé de baliza) e chutou-a para longe. Disse umas 3 ou 4 asneiras para Paulo Pereira e este apenas disse 1 ou 2 frases ao avançado do Braga. Pergunta? Como querem os árbitros serem respeitados se permitem este comportamento?

Jornada de clássico no Dragão e outros jogos muito interessantes. Começando pelo jogo grande, assistimos a um ataque contínuo da equipa de Co Adriaanse, estancado a espaços pela equipa de Paulo Bento. 2 erros defensivos proporcionaram os 2 golos do jogo. Notou-se que era mais importante para Paulo Bento não arriscar perder do que arriscar ganhar. O que se compreende visto que não era um jogo decisivo. De destacar Quaresma e Lucho no Porto, Carlos Martins e Deivid no Sporting. Este empate a iniciar a jornada poderia vir a beneficiar Braga, Nacional, Setubal e Benfica. Os actuais campeões foram vencer a um terreno sempre dificil e a uma equipa que ainda não tinha perdido sob o comando de Paulo Bonamigo. Um golo de Mantorras num erro defensivo (só assim poderia haver golos), algo que o Benfica não cometeu e que fez toda a diferença. Já o lider Nacional, perdeu esse estatuto depois de saír derrotado do Restelo com um golo estranho. Quebrada a resistência da melhor defesa fora de casa (agora a par com o Setubal), a equipa de Couceiro consolidou o moral ganho com o empate na Luz e aproveitou para recuperar alguns lugares na classificação. O recém-grande Braga enfrentou um Setubal muito rigoroso nos seus processos defensivos e letal no contra-ataque. Parece incrível como uma equipa tão inexperiente consegue ser tão fria e calculista. O Braga perdeu mas a entrega dos seus jogadores é de saudar.
Nos outros jogos, destaque para as vitórias forasteiras da Académica frente à Naval e da União Leiria em Guimarães (Cajuda já caíu, Pacheco está a caminho?), à vitória do E.Amadora frente ao Gil Vicente num jogo de aflitos e mais uma derrota para o Penafiel que para a semana recebe o Guimarães, num jogo muito importante para Luís Castro.

Equipa da semana: Setubal
Jogador da semana: Paulo César
Golo da semana: Diogo Valente
Treinador da semana: Norton de Matos
Negativo da semana: Guimarães

Já aqui foi falado a dificuldade em compreender o porquê da chamada de Frechaut e até de Jorge Ribeiro à selecção nacional. Essa dificuldade aumenta quando o novo treinador do Dinamo Moscovo os incluíu na lista de dispensas e referiu que Maniche também poderia ser negociado.
É certo que, com a abertura dos mercados em Janeiro, os 3 não terão dificuldades em encontrar clube para jogar (a questão será mais a dimensão do clube em causa, talvez aí Maniche se sinta mais à vontade) mas o que é de realçar é o facto de estes 3 jogadores não se terem adaptado bem à Russia, estarem a jogar em sintéticos a época inteira (como muitos atletas de escalões inferiores do nosso país) e não estarem a render os 100% que lhes era exigido. Mesmo assim não deixaram de ser fortes opções do seleccionador. Fica a dúvida: e como será a partir de Janeiro?

Mantorras chegou a Portugal em 1999 ao Alverca. Rosto de menino, vistoso a driblar (tanto parecia trapalhão como parecia habilidoso), penso que o primeiro jogo foi mesmo em Alvalade. 1 ano e alguns jogos depois, marcou um golo a Schmeichel, deixou André Cruz de cabelos em pé e saltou para a ribalta. O interesse dos grandes passou a ser falado e Luis Filipe Vieira (seu protector e amigo) decidiu vendê-lo ao Benfica. Um negócio, no mínimo duvidoso, de cedência de 50% do passe por 1 milhão de euros. O dinheiro nunca se sabe se chegou ao destino, mas isso são outras contas...
Chegado ao Benfica, muito se falou no seu valor e no que iria significar a sua chegada: "O novo Eusébio", "o passe de 18 milhões". Nos jogos, a bola passava sempre por ele e os adversários também...uma primeira época na Luz que rendeu 13 golos e um problema que durou 2 anos. Jogou lesionado mas, na sua inocência, achou sempre que era em prol do clube. Com Toni foi ponta-de-lança, com Jesualdo alternou a ala direita com a frente de ataque ao lado de Jankauskas.
O ano passado voltou, aos poucos, disponível a ajudar, nem que fosse 10-15 minutos. Trappatoni geriu ao máximo a sua utilização e Mantorras entregou de bandeja 6 pontos em 3 jogos marcando nos últimos 5 minutos (Estoril, Marítimo e Leiria). Se Simão foi a figura do campeonato benfiquista, Mantorras foi quem decidiu nos momentos críticos.
No fundo, vê-lo entrar em campo foi sempre motivo de alegria para os benfiquistas. As demonstrações de afecto e simpatia com um jogador que, enquanto deu pouco ao clube (3 primeiras épocas), foi um herói. Hoje, depois de ter contribuído decisivamente para a recuperação do título para as bandas da Luz e de ter declarado a sua simpatia pelo Sporting, é assobiado num estádio que, um dia, o colocou ao nível de Eusébio...

P.S. - Qual seria a reacção dos adeptos benfiquistas se Nuno Gomes, Simão Sabrosa, José Veiga, Nuno Assis e Manuel Fernandes revelassem o clube da sua simpatia de sempre?

Porto-Sporting, nunca é fácil de "lançar" um jogo destes. Vamos tentar:
Tanto um como o outro alteraram a sua filosofia de jogo desde há 5 ou 6 semanas. Com a diferença de que o Porto manteve o treinador. Co Adriaanse aprendeu com o Benfica que não é só ter uma equipa de ataque que se ganham jogos. Lançou Paulo Assunção, abdicou de Diego e ganhou consistência defensiva. Paulo Bento fez algo parecido: acertou o modelo defensivo, joga um futebol de menos risco do que Peseiro.
Penso que vai ser um jogo equilibrado em que o Sporting vai saber conter a maior parte das ofensivas portistas. Quaresma será factor de desiquilibrio e Tello terá muitas dificuldades para o segurar. Mas não será o único a poder desiquilibrar: Lisandro e Lucho poderão afirmar a sua enorme qualidade num jogo desta dimensão. Resta a dúvida: haverá ou não ponta-de-lança de início? Jorginho está fora de forma, Benni aos saltos no banco e Hugo Almeida com motivação suficiente para entrar forte.
Já Paulo Bento optou por não arriscar pelo desiquilibrio 1x1. Liedson fica de fora por opção, Douala por lesão. Perde-se a velocidade e o poder de finalização. As opções que ficam são de equipa (tal como foi Paulo Bento enquanto jogador): Defesa já definida há algum tempo, meio campo da "cantera" com Custódio, Moutinho e Sá Pinto (este um pouco mais adiantado) a assegurarem consistência e as 3 armas de fogo: Nani pelo repentismo, Carlos Martins pela qualidade de passe e Deivid.
Nos bancos, mais opções para Co Adriaanse (pode lançar, por exemplo, Diego e McCarthy). Paulo Bento tem "apenas" Wender, Pinilla e Varela.