controvérsia futebolística

A importância de jogar em casa ou fora...
"Quando vamos a Paris? Antes jogamos no nosso campo, com o PSG, não podemos estar a pensar no que pode acontecer daqui a três semanas (silêncio, alguém diz ao treinador do F.C. Porto que o próximo jogo é em Paris). Não jogamos primeiro em casa? Bom, Paris é o primeiro, então é o mais importante, peço desculpa"
palavras de Victor Fernandez no final da partida com o Chelsea.

Questão:
Estaria Fernandez ainda confuso com a lição táctica dada por Mourinho ou o homem teve tão pouco tempo livre desde que chegou que nem olhou com "olhos de ver" para o calendário da equipa?

Este fim-de-semana assistiu-se a maus espectáculos, poucos golos e a uma raridade: nos 3 jogos grandes, apenas 1 golo (Como não poderia deixar de ser, de bola parada). Benfica e Sporting primaram pela desilusão: O Benfica apresentou-se como líder e com a "pressão" de saber que o Porto já tinha ganho. A jogar em casa, com a 4ª equipa mais forte do campeonato (pelo menos em teoria e no que diz respeito à classificação da época transacta), não foi capaz de assentar o seu jogo durante 90 minutos. A primeira parte foi razoável, a segunda péssima. Isto porque bombeou jogo. Não soube jogar um futebol fluído e denotou falta de imaginação. Zahovic, quer se goste ou não (e por muito que se possa estranhar), faz falta naquela equipa! A defesa está sólida, mas os avançados ineficazes e pouco perigosos. Demonstrou, mais uma vez, falta de estofo de campeão.
O Sporting continua a prometer por palavras o que não consegue cumprir com futebol. O discurso de Peseiro assenta no espectáculo e na emoção mas o seu futebol tem sido de qualidade duvidosa. Rochemback está quase a voltar e é bom para Peseiro começar a pensar desfazer uma das suas duplas favoritas: Barbosa e Viana. Só um chega...e basta!
O Porto venceu e convenceu. Esteve sempre em cima do Guimarães que praticamente não criou perigo para Baía. Esta equipa tem um caudal ofensivo muito grande e será difícil de parar se engrenar. O efeito Liga dos Campeões poderá ser determinante.
No resto da jornada, destaque para as primeiras vitórias de Penafiel (a jogar fora de casa), Gil Vicente e Estoril que pode ser revitalizante para qualquer um deles (Penafiel e Estoril defrontam-se este fim-de-semana).

Equipa da semana: Penafiel
Jogador da semana: Clayton
Melhor golo: Zé Rui (ahahahaha)

Quem viu o Real jogar frente à Roma pensou certamente que aqueles jogadores eram galácticos. Recuperar de uma desvantagem de 2 golos na Liga dos Campeões marcando 4 golos é obra. Ainda para mais, o Real massacrou a Roma até ter uma confortante vantagem. Claro que podemos dizer que tiveram sorte no 1-2, que o penalty (que é penalty!) foi arrancado a ferros (aquilo acontece tanta vez...), mas foi a procura incessante no golo, a luta e o suor deixados dentro de campo que justificaram o apelido de galácticos àqueles jogadores. A arte estava lá, apareceu em pequenos pormenores mas a raça e o querer foram superiores. Via-se nos olhos dos jogadores, na forma como procuravam a bola, na reacção de quando sofreram os golos (boa realização). Aquele não era nem podia ser o resultado. Acima de tudo, galáctico (leia-se, extraordinário) foi ver Ronaldo correr até à linha de meio campo atrás do adversário, ver Raúl a incentivar os colegas, Figo a fazer carrinhos, Zidane a correr o jogo todo. Nos dias que correm, para estes monstros do futebol actual continuarem a ser galácticos, terão que correr como correram ontem. É que a sua arte é única e está acima da dos outros, mas o seu esforço é que tem andado por baixo.

P.S. - Ver o treinador do Real (Como se chama mesmo? Garcia Ramón??) no banco é o mesmo que filmar um espectador na bancada. A única diferença é o símbolo do Real no fato. Foi triste ver a cara de desespero deste homem ao 0-2. Apático e sem reacção. Esta apareceu vinda do interior dos jogadores. Esta vitória não é de Camacho, nem de Ramón, nem de Pérez...é de um grupo de jogadores de classe mundial com orgulho ferido.

A edição deste ano da Premiership está-nos a mostrar como é possível ser-se candidato ao título com um sistema ofensivo (Arsenal), um sistema defensivo (Chelsea) e, possivelmente, vai-nos demonstrar que um modelo que engloba um misto de modelo defensivo e ofensivo (Man Utd) também pode resultar.
O Arsenal demonstra que, mesmo em situação de vencedor, não abdica de uma linha de 3 médios ofensivos atrás de Henry. O Chelsea, por seu lado, bateu este fim-de-semana um record: acabou o jogo com o "Boro" com os 4 centrais do seu plantel dentro de campo! O Arsenal é rigoroso mas liberta a imaginação de Bergkamp, Pires, Reyes e Henry. O Chelsea não se liberta do seu modelo altamente defensivo (7 golos marcados em 7 jogos; 1 golo sofrido), sendo que a liberdade de Joe Cole, Duff e Mutu é muitas das vezes alternada, estando várias vezes os 3 jogadores de fora. Como disse anteriormente, a criatividade do Chelsea surge apenas na linha mais avançada. O Man Utd aposta em 5 jogadores de cariz defensivo (até O'Shea já joga a médio) e liberta a criatividade de Ronaldo, Scholes e Giggs. É mais cuidadosa do que o Arsenal mas menos defensiva que o Chelsea. Ao fim de 7 jornadas, o Man Utd parte em desvantagem em termos pontuais (devido também às suas inúmeras lesões), mas a tendência será aproximar-se do topo. A questão é se essa diferença não será já substancial para os dois líderes...

P.S. - De realçar outra situação: as 3 equipas promovidas este ano à Premiership ainda não venceram ao fim de 7 jornadas. Apesar dos estádios estarem cheios, talvez fosse altura dos ingleses pensarem em diminuír o nº de equipas de 20 para 18. É que, fazer 38 jogos de campeonato, jogar em 2 taças de Inglaterra (FA e League Cup) e alguns clubes ainda jogarem na Europa é demasiado desgastante.

Na jornada 3 da Superliga, Augusto Duarte teve uma actuação positiva no jogo das Antas. O penalty de Abadito sobre Postiga é bem assinalado e não deixa dúvidas. No segundo tempo, e já perto do fim, Seitaridis carregou Arrieta por trás. Uma falta discreta que Augusto Duarte dá-me ideia de não ter visto pois a sua visão estava tapada por Costinha. Aí, o desconto de não ter visto mas a chamada de atenção por estar mal posicionado.
No Académica-Benfica, houve mais casos polémicos: Sokota foi ou não agarrado por Danilo? Paulo Paraty, como todos, não sabe medir intensidades com o olhar numa décima de segundo. O que ele consegue ver é um agarrão, pequeno ou grande. A questão principal (e aplica-se o mesmo a Hugo na semana passada) é: o que está a mão de Danilo a fazer agarrada à camisola de Sokota? Quanto a mim, não foi suficiente para a queda de Sokota. Mas, se o árbitro marcasse penalty, que defesa possível tinha o central academista? Como se não bastasse, Danilo, convencido que tinha que fazer um penalty, agarrou de forma nítida Simão na grande área. O vermelho era o único cartão a mostrar. Já no lance do golo do Benfica, Nuno Gomes está em fora-de-jogo posicional. Ou será que não é só de posição? A bola vai para a zona onde ele está e ele tem um movimento de quem se vai fazer ao lance. De qualquer modo, não teve acção interventiva na jogada. O fiscal-de-linha deveria ter assinalado fora-de-jogo, segundo as regras. Na minha óptica, não deveria ser fora-de-jogo, a não ser que Simão passasse a bola a Nuno Gomes (este lance faz-me pensar nos golos que Jardel fazia muitas vezes: quando a bola era jogada na linha para o cruzamento, Jardel estava offside. Mas quando a bola era cruzada, Jardel já estava em jogo porque o extremo corria mais que ele). De qualquer das formas, reafirmo que, segundo as regras, e a meu ver, havia fora-de-jogo.
Já o trabalho de Carlos Xistra (árbitro que defendi no início do blog), foi polémico e...desastroso a nível técnico. Para além de ter sido mal auxiliado (como é possível anular o 2º golo a Bibishkov??? No lance do primeiro tempo em que Ricardo derruba Bibishkov, o jogador está em linha mas o árbitro auxiliar tem o benefício da dúvida pois Bibishkov dá um pequeno salto para a frente no momento imediatamente a seguir ao passe), errou no julgamento de possíveis lances de grande penalidade. 1º tempo: Enakharire estica o braço e evita a passagem de Manduca. 2º tempo: Douala vai para rematar, mas Briguel faz um carrinho e toca no pé direito de Douala. Quanto a mim, penalty. No lance de Tonel com Douala, Tonel jogou a bola, sem se ter apoiado em Douala. Limpo. No aspecto disciplinar, esteve muito bem no amarelo a Marcos. Nestes casos de queimar tempo por parte dos guarda-redes, não deve haver contemplações. Quanto ao lance do 2º amarelo a Liedson, infelizmente não vi as imagens mas parece que, opinião geral (não consensual), foi mal dado. Teve influência significativa no jogo, mas não foi o único lance nessas condições. Muitos erros para um jogo só a prejudicar, sobretudo, o espectáculo.

No arranque da jornada, dois dos anteriores líderes, empataram. O Boavista esteve perto de vencer e apenas falhou defensivamente numa bola parada. Bom empate para o Setúbal, num terreno onde será muito difícil conseguir mais do que isso mesmo. Surpresa das supresas, o Estoril de Litos (e Carlos Xavier porque não dizê-lo?) conseguiu um fantástico empate nas Antas. Uma exibição personalizada, mas recheada de sorte. A sua entrega ao jogo, aliado à má exibição do primeiro tempo do Porto, justificam o ponto conquistado. Grande exibição dos dois centrais, Dorival e Buba e uma pressão no primeiro tempo com 5 homens junto à linha de meio campo! A rever. O Porto deixou esperanças com o seu segundo tempo (um banco daqueles aquece quaisquer hostes) mas a inconstância do seu futebol deve desagradar, e muito, os seus adeptos. Ao fim de 33 vitórias consecutivas para a superliga, o Porto cede pontos em casa! O novo líder isolado, o Benfica conseguiu uma vitória fora sempre importante, apesar de ter sido num terreno que, à partida, não oferecerá grande resistência aos grandes. Simão esteve no pior e no melhor. O Benfica, nesta fase do campeonato (lá mais para a frente não será tão bom assim), tem a vantagem de, quando entra um jogador, já se sabe quem vai saír (Zahovic-Nuno Gomes; Sokota-Karadas). De qualquer das formas, o Benfica tem 3 jogos, 3 vitórias, as suas exibições ainda não convenceram e vêm aí 3 jogos muito complicados: Braga (c), Guimarães (f) e Porto (c). Muito dificilmente o Benfica sairá destes 3 jogos com outras tantas vitórias, por isso é bom manterem uma vantagem pontual perante os outros candidatos nesta fase inicial da liga, de modo a terem margem de manobra.
O Sporting desiludiu perdendo em casa frente ao Marítimo. Peseiro revolucionou, sentou de uma vez Barbosa e Viana (para metê-los ao intervalo em situação de desvantagem) e apostou nos regressos de Rui Jorge e Beto. Para um só jogo foi mexer demais: primeiro jogo de Enakharire na lateral, primeiro jogo de Beto e Rui Jorge de início, Polga não treinou sexta e sábado....foi arriscar de mais na defesa. Meio campo com Rogério e Tinga oferece garantias e trabalho. Linha ofensiva com Carlos Martins foi ineficaz, Danny foi inconsequente, Douala foi mexido mas para render realmente TEM que jogar na esquerda, não na direita. Por tudo isto, o Sporting praticamente não existiu no primeiro tempo. Com o intervalo julgou-se que tudo mudaria mas a expulsão de Liedson veio contrariar os factores. De qualquer modo, o Sporting teve uma boa reacção, mesmo com 10 homens. O pontapé de Viana à cabeça de Marcos merecia o golo do empate, mas é preciso ver que o Marítimo poderia ter chegado a 2-0 antes disso (golo anulado). Segunda derrota no novo José de Alvalade em jogos para o campeonato (a primeira foi com o Benfica na época transacta ao fim de 16 jogos invencíveis), tal como o Porto um registo histórico que acaba por ter algum significado da instabilidade, a nível futebolístico, vivida pelos dois clubes.
Uma referência ao Gil Vicente que soma por derrotas os jogos disputados. Se bem que enfrentar Sporting e Beira Mar (fora) e Boavista (casa) não seja tarefa fácil, começa a ser difícil de acreditar na qualidade de Luís Campos que, na Superliga, ainda não conseguiu nenhum feito de destaque. Mas aguardemos...

Equipa da semana: Marítimo (melhor que o Estoril pois este foi massacrado e "só" empatou)
Jogador da semana: Jorge Baptista
Melhor golo: Pinheiro

P.S. - Tanto Fernandez como Peseiro falaram em gestão do plantel para justificarem as mudanças radicais nas suas equipas. Eu pergunto como é que alguém pode estar a fazer gestão de uma equipa quando esta ainda não tem automatismos enraízados. Estes só crescem jogo a jogo, por isso essa gestão do plantel é um péssimo acto.

Depois de um dos mais fracos defesos dos últimos anos, tem sido demais a campanha encetada pelo jornal "Record" para, de algum modo, lançar notícias bombásticas capazes de surpreender e, sobretudo, vender. Nas últimas semanas, o jornal "Record" já teve o desplante de dizer que Ricardo Rocha pediu para não jogar pelo Benfica, que Peseiro pediu desculpas a Tinga, que Trappatoni pediu a compra de Jorginho, etc. Há já algum tempo que assisto a este rol de invenções que só servem para iludir os adeptos obrigando as pessoas envolvidas a marcar conferências de imprensa para desmentir as notícias. Ou seja, o jornal consegue lançar o boato (1 dia de notícias) e desmenti-lo a seguir (2ª dia de notícias). Confesso que também o jornal "A Bola" tem deixado a desejar, principalmente desde que alterou o seu site. No meio de tudo isto, dos jornais impressos, só "O Jogo" disfarça alguma mediocridade tendo as suas notícias algum fundamento (os irmãos Oliveirinha são credíveis...eh eh eh). Apesar da má qualidade da escrita de alguns artigos, ao menos, estes são fundamentados. Pena é não haver evolução no jornalismo português de modo a partir em busca de algo novo e não caír constantemente nas perguntas óbvias e nos clichés do futebol português...
Muito sinceramente, hoje em dia prefiro vaguear pela net em busca de uma boa página de desporto (algumas das que encontrei ou que me indicaram estão na página principal do blog) do que comprar um jornal cuja capa se serve do bombástico e lá dentro essa notícias, muitas das vezes, mal aparece. Sem dúvida nenhuma, o Benfica é o clube mais apetecível sendo, também por isso, e quanto a mim, o mais prejudicado.

P.S. - Ao longo de várias semanas no final da época passada, Fernando Santos viu-se marginalizado pelos jornais diários que, constantemente, bombardeavam notícias do seu mais que provável afastamento do comando técnico da equipa do Sporting. Fernando Santos estranhava tais notícias e desmentia categoricamente. Afinal, confirmou-se a sua saída e ele foi mesmo o último a saber (até Peseiro já sabia e ligou-lhe). Isso revela o poder da imprensa. É que os dirigentes que tanto a acusam de atacarem os seus clubes servem-se dela para quando mais lhes convém. Arrisco-me a dizer que a direcção leonina poderá ter "pedido" a alguma imprensa para fazer a cama de Fernando Santos, de modo que o "deitar" fosse mais suave...

O Real continua em crise. Quem viu o jogo de sábado, viu uma equipa amorfa, sem garra e sem força anímica. As alterações de Camacho não deram resultado, mas o problema é mais profundo que estas duas derrotas. Quando até Camacho reconhece que o balneário é individualista, é porque algo de grave se tem passado. Certamente, a chegada de Beckham o ano passado foi determinante para o estado de coisas. Não duvido da determinação deste em trabalhar e em se adaptar durante a época transacta, mas deitou tudo a perder quando mandou Queirós..."passear" após ser substituído. A contratação de Owen e Woodgate (não pondo em causa a sua qualidade) quase que me deixa a pensar que estes serviram para dar companhia a Beckham durante treinos e estágios...O maior erro de gestão de Florentino nem foi a compra de Beckham, nem a de Owen. Foi a venda de Makelele. E ele merecia receber (quase) tanto como as vedetas. Numa empresa, os serviços administrativos só dão despesa, nunca geram receitas. Mas não é por isso que deixam de ser um sector fundamental da organização. Camacho vai passar um mau bocado, essencialmente porque Zidane, Ronaldo e Raúl estão longe da forma que era habitual neles; porque Samuel só tem comprometido e não parece ser a 4ª roda do Ferrari; porque Helguera não é "carne nem peixe" (nem central nem médio); porque Beckham está sem vontade de jogar no meio e trabalhar; porque os jogadores nem devem falar entre si; porque sim...
Horas depois de escrever estas linhas, o (in)esperado acontece: Camacho demite-se dizendo que não tem capacidade de dar "a volta ao texto". Quem conhece Camacho, um homem de trabalho, pessoa de não virar a cara à luta, vê-lo tomar uma decisão destas é porque o balneário do Real Madrid deve ter algo de surreal. E agora podem-se levantar muitas questões sobre Camacho: uma delas é dizer que desistiu ou que não aguentou a pressão. Ora bem, quando Queiróz foi despedido, algumas pessoas (inclusivamente pessoas próximas dele) vieram dizer que, pelo estado das coisas, o melhor que Queiróz tinha feito era despedir-se em Janeiro ou Fevereiro, altura onde ainda poderia ganhar todas as competições. Queiróz iludiu-se e foi traído pelo seu sonho. Camacho fez o oposto: reconheceu a sua incapacidade (leia-se de "domar" aquele balneário) enquanto foi altura. O único jogador que o veio defender (ainda antes de se demitir) foi Roberto Carlos, jogador que só ficou no Real porque Camacho lhe pediu. O capitão Raúl nada declarou e penso mesmo que de verdadeiro capitão deve ter muito pouco. Dizer-se que Camacho foi cobarde, quanto a mim, é errado. É errado porque Camacho mostrou no Benfica que, mesmo quando o presidente lhe mentiu (ao prometer reforços de qualidade e a não trazer ninguém), Camacho não abandonou o barco. E tinha tudo para o fazer...Ora, no Real deverá ter sido o inverso: o presidente prometeu-lhe trabalhadores e trouxe-lhe...Owen. Mas os problemas são muito mais graves que isso. É que, no balneário, também se ganham jogos.

O Porto continua sem vencer para o campeonato: 2 jogos, 2 empates. É certo que o Estoril foi massacrado no segundo tempo, que o 3º golo portista só não aconteceu quase por milagre (cabeçadas de Costinha, Pepe e Derlei, penalty falhado por este), mas o que é certo é que o 1º tempo foi mau, muito mau. Não houve ritmo de jogo, falharam demasiados passes, não houve mobilidade do losango. Para além disso, Seitaridis falhou no primeiro golo, onde Pepe deu uma "casa" que começa a ser habitual, Pedro Emanuel falhou inúmeros passes, Areias define-se pelo seu nome, Hugo Leal foi uma nulidade, Costinha pensa bem mas age tardiamente (apesar de ser fundamental nas bolas paradas).
Fernandez concebeu uma equipa inicial (sem Diego lesionado) com um losango no meio campo. Depois, quando as coisas não corriam bem, alterou o losango para um 4*2*4 (não era como Del Neri queria jogar?). O grande problema do Porto não é o sistema de jogo. É estar órfão do pai (Mourinho) e alguns filhos terem "fugido" de casa (R. Carvalho, P. Mendes, P. Ferreira, Alenichev, Deco). A qualidade (apesar do excesso de juventude) está toda lá. O Porto tem soluções para quase todos os modelos de jogo (já só não dá para jogar com 3 centrais porque Rossato saíu). Mas acho que um dos problemas, neste momento, é exactamente esse: jogar em que modelo? Está visto que Fernandez vai andar nessa indefinição até começar a ganhar com um dos dois sistemas (4*4*2 losango ou 4*3*3, variante 4*2*3*1). A questão é quantos pontos mais vai o Porto perder até encontrar o sistema e o 11 base correctos.

P.S. - Mourinho, no Dragão, venceu todos os seus jogos (excepto com o Deportivo). Fernandez empatou os dois que fez...

O jogo Leiria-Estoril teve 1400 espectadores! Na realidade, é péssimo isto acontecer e não é um fenómeno recente. Lembro-me que, aquando da construção do novo estádio, poucas eram as pessoas que se deslocavam ao estádio para ver o Leiria jogar. Mas porquê este fenómeno? A equipa nem joga mau futebol, consegue razoáveis classificações, teve jogadores de nível considerável nos últimos anos (Derlei, Éder, Maciel, João Paulo, Nuno Valente, etc.), mas não tem apoio. Numa recente entrevista, Bilro referiu que as "gentes" de Leiria (dentro do clube) foram afastadas pela SAD em funções. Só isso não chega para afastar adeptos. Outra razão dada foi apresentada por um responsável leiriense: "O clube é recente (fundado em 1966) e está muito perto da capital, não tendo por isso muitos adeptos". É importante este factor mas...1400 pessoas no jogo de estreia da equipa na Superliga deste ano? Ainda não me convence...Outro factor do fenómeno poderá ser o facto dos bilhetes serem muito caros. É um facto que os bilhetes têm preços proibitivos e que é algo que necessita de ser corrigido no futuro (próximo). Um exemplo: no Marco-Felgueiras, derby de uma região (qual Porto-Boavista), os adeptos forasteiros pagavam 5 euros de entrada. Registou-se uma boa lotação para um jogo de II Liga. Porque será que não se aposta em ofertas às escolas? Promoções para famílias?
Na verdade, olharmos para um estádio com capacidade para 30 mil pessoas onde se gastou milhares de euros, cheio de cor e ver lá 1400 pessoas (quantas teriam convite?)é...desolador!
E o problema é que esta ausência de publico é expansível a quase todos os estádios do nosso país. São tantas as pessoas que respiram futebol todos os dias, discutem com os amigos, vivem as vitórias e derrotas da sua equipa favorita, mas o que é facto é que as pessoas preferem não ir ao estádio. Estranhos hábitos para um povo que vive tão intensamente o futebol...

Antes de começar o campeonato, José Peseiro referiu que o Sporting tinha o melhor plantel do campeonato. Ora bem, ouvir isto do seu treinador é um factor de moralização para os jogadores mas Peseiro não lhes pode mentir desta forma! O máximo que Peseiro pode fazer é comparar o seu plantel com o do Benfica porque, com o do Porto, francamente! Como é possível comparar o sector atacante quando o Sporting tem Liedson, Pinilla e Douala para Derlei, McCarthy e Postiga do Porto (nem conto com Fabiano, talvez ainda não tivesse chegado na altura)? De qualquer modo, Peseiro desfez em Setúbal (mal se viu mas fê-lo) o losango de meio campo utilizado por Fernando Santos durante a época passada e durante a sua própria temporada. Se as soluções nas alas fossem outras aceitava-se, mas Barbosa e Viana não são soluções (a tempo inteiro) para fazer o corredor lateral. Outro problema grave é não ter um lateral minimamente completo: Rui Jorge defende, não ataca. Paíto vice-versa (se bem que possa evoluír em termos defensivos). Do outro lado, Mário Sérgio não defende, sobe mais ou menos e cruza bem. Miguel Garcia fecha bem, sobe com confiança mas não sabe centrar (é central de origem). A equipa depende muito da imaginação de Barbosa e do poder atacante de Liedson. Ou Peseiro consegue lançar, com sucesso, Douala ou Danny ou então terá graves problemas. A solução parece tê-la encontrado no segundo tempo com o Rapid. Por falar em Rapid, a rapidez de Danny e Douala foi determinante para a vitória. É que jogar parado já não vence jogos (o Real Madrid que o diga). O que significa sacrificar Barbosa ou Viana...

Voltou a competição mais desejada de todas, a Liga dos Campeões, com muitos motivos de interesse: provavelmente, será o ano em que o actual campeão será eliminado mais prematuramente; poderá ser o ano em que o treinador em título tem boas probabilidades de o revalidar, mas sob o comando de outra equipa; poderá, finalmente, ser o ano do Arsenal?; poderá o Real Madrid vencer de novo a Liga depois de no ano passado ter quebrado a tradição de vencer "ano sim, ano não"? Enfim, muitas interrogações, mas uma certeza: tal como no ano passado, vencerá a equipa que se esforçar mais e que melhor funcione como isso mesmo: uma equipa!
Da 1ª jornada (terça-feira), não retiramos grandes surpresas: no grupo E, o Arsenal venceu, não convenceu, mas fez aquilo a que está habituado a fazer: ganhar. É o favorito do seu grupo e deverá comprová-lo. Panathinaikos e PSV parecem mais fortes que Rosenborg, mas aposto mais no PSV apesar da saída de pedras influentes como Rommedahl, Robben e Kezman.
No grupo F, Milan e Barcelona venceram e confirmaram as credenciais. Celtic está muito abaixo do que foi há 2 anos e Juninho não parece ser capaz de fazer esquecer Larsson.
No grupo G, Valência e Inter confirmaram favoritismo e a sua passagem só parece estar dependente da sua prestação fora de casa. De realçar Adriano que reúne todas as condições para ser um avançado do top-3 mundial. É um Vieri com o dobro da técnica!
Por fim, no grupo H, o actual campeão não foi além de um nulo em casa, resultado preocupante dado ter sido alcançado com a equipa teoricamente mais fraca. Chelsea confirmou (e superou) os seus créditos e apareceu finalmente Drogba a resolver um jogo. Nos grandes momentos, vêem-se os grandes jogadores.
Na quarta-feira, a primeira grande surpresa (ou talvez até nem tanto assim): o Leverkusen derrotou o Real por 3-0 num jogo onde o Real pouco ou nada fez. O seu modelo é desactualizado, não há rasgos de velocidade, a equipa movimenta-se pouco e devagar, por isso será complicado obter sucesso nesta liga. De qualquer modo, e a confirmar-se a surpreendente derrota da Roma em casa frente ao Dynamo Kiev (jogo interrompido ao intervalo por agressão a Frisk), para mim, continua como o principal favorito à vitória no grupo B. No grupo A, o Deportivo desiludiu (sem soluções no banco) não indo além de um empate em casa frente ao Olympiakos de Rivaldo. O Liverpool venceu os vice-campeões Mónaco, deixando estes a ideia de estarem muito longe de conseguirem novamente atingir o patamar da época transacta (tal como o Porto na terça-feira). No grupo da "morte", o grupo C, Juventus e Bayern confirmaram o seu favoritismo com vitórias fora, uma graças ao talento e arte de Nedved, outra graças à solidez da equipa do Bayern. Por fim, no grupo D, o Man Utd recuperou de uma desvantagem de dois golos e, sem brilho, igualou um partida que esteve praticamente perdida. No outro grupo, o Fenerbache venceu o Sparta com um golo (irregular) de Van Hooijdonk (quem mais?).
Ao fim da primeira jornada, destaca-se a baixa produtividade dos finalistas do ano passado (que seria de esperar), a péssima prestação do Real Madrid e a confirmação do valor do Chelsea e do Barcelona.

A jornada 2 da Superliga não teve grandes casos ou controvérsias. Para começar, Pedro Proença apitou o Braga-Porto. Como já disse anteriormente, não gosto muito dele mas numa coisa é bom: o que decide dá ideia de ser indiscutível. É isso que o diferencia dos restantes. Parece que não tem um momento de indecisão. Mas, no Braga-Porto não esteve bem, quanto a mim, em 3 coisas: a falta de Quaresma é feita fora da área. Se bem que à velocidade a que foi era difícil julgar melhor do que aquilo que fez; Vandinho jogou com a mão dentro da área, num lance de Diego. Pedro Proença tinha de ter visto. De realçar que, nas duas situações, Pedro Proença estava muito bem colocado (apesar de parecer que Diego pode tapar a vista no lance de Vandinho). Outra situação (mas esta tem a ver com o seu modo de estar) tem a ver com a postura de jogadores como Jorge Costa e Costinha que reclamaram muito com ele e não houve acção disciplinar. Mas neste caso acho que é mesmo a capacidade de comunicação de cada um que vale.
No jogo do Benfica, o árbitro Rui Gomes Costa teve actuação bem positiva. Apenas duvido de alguns lances em que ajuízou faltas de ou sobre Karadas. Concordei com poucas. Uma delas deu o golo de Petit...De resto, de realçar só ter mostrado um cartão amarelo num jogo correcto e sem grandes problemas.
No jogo do Sporting, Olegário Benquerença esteve bem, se bem que podia ter estado melhor. No lance do penalty sobre Meyong, Hugo teria que ver amarelo. Hugo que, posteriormente, viu amarelo por ter tentado marcar com a mão, num lance em que, para mim, foi empurrado o que resultaria em penalty. No lance de Liedson com Hugo Alcântara, nada a assinalar. Bola disputada normalmente. Por fim, Manuel José deveria ter sido expulso quando pontapeou Paíto. O árbitro ficou-se pelo amarelo.
Nos outros jogos, realço no Leiria-Estoril o penalty que António Costa marcou. A falta foi do avançado e não do defesa!

Foi a estreia do campeão no campeonato. Melhor não poderia começar: um golaço daquele que promete ser o líder (em termos futebolísticos) da equipa. O problema veio depois...o Porto adormeceu o Braga mas um lance infeliz de Quaresma (péssimo!) permitiu a igualdade. Deste novo Porto é visível que não há espaço para o desiquílibrio em velocidade; que McCarthy teve a sua chance e vai para o banco, saíndo de lá dificilmente; que Diego está inadaptado, mas se o conseguir vai vingar porque tem muito futebol nos pés e na cabeça; que Costinha pensa bem mas faz mal; que Fernandez ainda não descobriu a melhor forma de tirar o máximo partido do talento de Quaresma, C. Alberto e Diego ao mesmo tempo. Do outro lado, estava um Braga a jogar num claro 4*3*3. Dois jogadores desiludiram-me: Luís Loureiro e João Tomás. Muito positivo só mesmo Jorge Luíz que secou Quaresma e ajudou no ataque. Faltou ao Porto ser mais ambicioso para chegar ao 2-0. Para começar, até nem foi nada mau até porque este ano, e ao contrário do ano passado, o Braga vai roubar pontos aos grandes.
O Benfica fez uma exibição paupérrima. Muita lateralização, pouca profundidade e velocidade. O espaço entre o ponta-de-lança e o ala é enorme; Zahovic não desempenha funções em campo, nem é segundo ponta-de-lança, nem 3º médio (mas a sua classe é visível em cada passe ou desmarcação que faz, Simão que o diga); Petit enche o campo e é o pulmão para este Benfica; Miguel é o único jogador sem posição definida em campo, jogando constantemente na queima; o modelo de Trappatoni só tem futuro até as vitórias serem interrompidas. Aquilo que fez foi errado. Empurrou a equipa para trás quando o Moreirense nem estava a causar perigo. As suas indicações ao intervalo foram de contenção. Este pequeno "Catenaccio" que pretende implementar tem a validade de 2 jogos seguidos sem vencer.
Já o Sporting conseguiu pior que os seus adversários directos. A ida a Setúbal não deixa nada de positivo nos horizontes leoninos. Está mais que visto que um meio campo com 4 unidades tem que ter velocidade e mobilidade nas alas. Ora, o único médio com alguma mobilidade que o Sporting tinha era Tinga (Barbosa foi uma sombra de si mesmo) e foi substituído por...Custódio. O ataque continua muito dependente de Liedson que até poderia ter igualado a partida, não fosse caír no seu erro habitual de falhar golos atrás de golos. Pinilla não é mau, mas também não é bom; Hugo teve a "casa" da ordem; Hugo Viana faz lembrar Zahovic; Custódio é um jogador mediano (será só aos meus olhos?); Danny espevita o jogo leonino mas precisa de jogar mais tempo; Rochemback faz toda a falta naquele meio campo. Peseiro deu ideia de inovar com aquela substituição de Tinga por Custódio mas dizer que serviu para estancar o contra ataque do Setúbal...só se foi até ao intervalo.
Feitas as contas finais, o Benfica cumpriu mas não convenceu, o Porto não conseguiu um resultado tão mau quanto possa parecer e o Sporting falhou na deslocação a Setúbal.
No restante da jornada, destaque pela negativa para o pontapés & caneladas em Barcelos e para a equipa fraca que o Penafiel apresenta. Pela positiva, a força do Leiria e Nacional nas reviravoltas do marcador e o golo de Hugo Santos do Estoril.
Equipa da semana: Setúbal (pela segunda semana consecutiva)
Jogador da semana: Jorginho
Melhor golo: Maniche, que golaço!

Cunha Leal, vice-presidente (ou presidente mandatado por Valentim Loureiro, ou seja lá o que for!) diz que até final do ano, EM PRINCÍPIO, chegar-se-á à definição se descem 3 ou 4 equipas. Numa altura em que se fala na profissionalização dos árbitros, porque não profissionalizar (leia-se, dar formação pessoal e profissional) os dirigentes portugueses? Em vez de serem construtores civis ou presidentes da junta, porque não serem dirigentes a tempo inteiro? Talvez aí se interessassem mais por aquilo que é suposto andarem a fazer...preocuparem-se com as cores do clube que representam.
Que vergonha é esta de, quando o campeonato chega ao meio, discutir-se se descem 3 ou 4 equipas. Mas quem decide? A Liga? A Federação? O Governo? Se o problema é a I e II Liga serem responsabilidade da Liga e as II B e III serem da Federação, então o Governo tem que deliberar. Cada entidade apresenta uma solução, o Governo faz a devida mediação e decide. Os órgãos (in)competentes executam.
Como querem que as pessoas vão aos estádios? E já agora, para que é que queremos pessoas no estádio, estádios esses sem vedação? Em Braga, esteve prestes a acontecer uma invasão de campo. Alguns dos adeptos presentes (os ditos anormais que têm inteligência suficiente para serem dirigentes, quer da Federação, quer da Liga), autênticos selvagens, estiveram para cometer barbaridades.
Por exemplo, para quê um estádio da Luz novo, com 65 mil lugares, quando só tem 2 entradas (Colombo e Alto dos Moinhos)? Faz sentido circundar metade do estádio? Faz sentido andar atravessar Av. Lusíada a pé? Como é possível, 2 meses após o Euro, os acessos ao estádio serem de terra (leia-se lama no Inverno)? Porque será que estavam só 25 mil pessoas no estádio? Porque é que a fila para comprar bilhetes 10 minutos antes do jogo começar era de 60 a 70 pessoas? Sei que este é um caso localizado, mas é onde costumo assistir aos jogos e acredito que nos outros não deve andar muito longe disto...
E pensar que o problema principal disto tudo é chegar lá dentro e ver duas equipas, sem vocação ofensiva, sem prazer de jogar, de brilhar, de criar perigo para o adversário. Para quê a espera? Para quê o dinheiro mal gasto? para quê a caminhada?

P.S. - Em 1991, Carlos Queirós disse: "É preciso limpar a porcaria que há na Federação." 13 anos depois, temos que dizer que é preciso limpar a porcaria que há na Federação e na Liga. Se bem que no Governo, a porcaria não deve ser muito melhor.

Acabo de ver parte do jogo Aston Villa-Chelsea e o que se esperava confirmou-se: o Chelsea não venceu, mas também não perdeu nem sofreu golos. Mourinho está, sem dúvida nenhuma, a trazer algo nunca dantes visto (desta forma) numa equipa inglesa: a consistência defensiva é impressionante. Estava a ver o jogo e a pensar no trabalho táctico que, tanto uma, como outra equipa têm desenvolvido. A diferença é abismal. Estamos a falar de David O'Leary e de um Aston Villa que até está bem arranjadinho mas foi praticamente incapaz de "inventar" forma de ultrapassar o muro criado por Mourinho. A sua táctica é "simples": 4 defesas, 3 médios capazes de fechar a zona central e as laterais e 3 avançados (2 mais móveis). Mourinho confia muito na capacidade de 1x1 destes. Tem que confiar, porque nenhum dos seus médios centro tem a capacidade de Maniche. Lampard e Tiago não fazem o costa-a-costa que Mourinho precisava. Por isso, Cole também não desempenha o papel de Deco (não recua tanto, caíndo sempre que possa nas alas) e fixa mais junto dos avançados. É um jogo de puro contra-ataque (com equipas superiores e a jogar fora de casa), e que está a colher frutos: 1 golo sofrido em 5 jogos! Muito bom para uma liga tão disputada como a inglesa. Por outro lado, Drogba e Kezman ainda não renderam o que já seria de esperar. Mourinho dar-lhes-á o tempo que necessitarem.
Apesar de fora o desempenho do Chelsea ser de contenção (lembro que tem 3 jogos fora em 5), em casa, a postura é completamente diferente: massacra desde o início o adversário. Foi assim com o Southampton (se bem que tenha começado a perder desde o primeiro minuto). Ainda falta ao Chelsea a consistência de 90 minutos mas Mourinho está, sem dúvida, no bom caminho. O facto de hoje não ter perdido, nem sofrido golos indica que a equipa está forte, até porque o Villa Park nunca foi tarefa fácil para ninguém...

Mourinho levantou, finalmente, uma pontinha do véu sobre as alegadas (pelos vistos, mais que certas) ameaças que sofreu dias antes da final da Liga dos Campeões. Tenho a ideia de ter pensado se as ameaças teriam vindo dos adeptos do Mónaco (seriam? Adeptos do Mónaco têm barcos, não armas!), ou de emissários do Pinto da Costa (seriam? Pinto da Costa era homem para isso...ou não?), ou de simples adeptos fanáticos (um ultra dos super-dragões?). Pelos vistos, a 3ª hipótese foi a real. Agora as razões para tal sucedido é que parecem muito mal explicadas...Mourinho, pelo que sei, não explica o teor da ameaça. A julgar por aquilo que dizem os líderes dos Super Dragões compreende-se que não queira referir. Ao que parece, Mourinho andava a mandar mensagens e a telefonar para a namorada (ou esposa) de...um adepto dos Super Dragões. Esta história faz-nos entrar na dimensão da Casa Branca dos tempos do Clinton mas não deixa de ter alguma piada. Pelo menos, ficámos a saber que a ameaça, afinal não era tão má como parecia. O jovem enamorado, de tão abalado que ficou, nem foi ver a final para a qual já tinha comprado (? - leram o post das Claques?) bilhete. Mas é uma história muito mal contada...até porque Mourinho refere no seu livro que uma claque foi proibida pela direcção de entoar cânticos com o seu nome. Os Super Dragões dizem que não foi assim, foi opção deles que, desde o jogo de Alvalade, e depois das declarações infelizes de Mourinho ("Sr. Presidente, deixe-me ir embora!"), decidiram não entoar mais o seu nome. Depois de algumas críticas ferozes que vi essa claque fazer à direcção, acredito que a opção tenha sido deles. Se neste caso parecem ter razão, no caso das mensagens também a poderão ter...

Faço novamente um apelo para avançarmos com este concurso. Se alguns já pensam em jogos da bola e jantaradas, que mal tinha se fizéssemos esta pequena competiçãozinha entre todos?
Aguardo feedback positivo de todos vós.

Surge assim o segundo desafio aos visitantes do blog: e que tal uma liga fantástica? O concurso é simples, basta adquirir a revista record (3 euros) e fazer a inscrição via web (www.liga.record.pt): Para quem não conhece bem, o concurso passa por convocar 23 jogadores para o nosso plantel, com um determinado orçamento (40 milhões de euros) e um número fixo de jogadores em cada posição (3 guarda-redes, 4 defesas laterais, 4 defesas centrais, 3 médios centro, 3 médios ala, 2 nº10 e 4 avançados). A pontuação é dada ao onze escolhido para essa semana e baseia-se na pontuação dada pelo jornalista do record, dos golos que marcou, se sofreu golos (o guarda-redes e os defesas). Todo o regulamento e tabela de pontuações está na revista record. A partir daí, é estar atento às exibições dos nossos jogadores e à equipa dos nossos rivais. Eu já joguei em anos anteriores e acreditem que é bem engraçado! Quantos mais concorrentes melhor! Conto com a vossa participação. O concurso começa na 3ª jornada, ou seja, dia 19 Setembro. Conto receber as vossas participações até dia 14-15 Setembro. Aceito propostas para prémios!

P.S. - Se tiverem alguma dúvida posso explicar. Quando fizerem o registo, preciso que me enviem (num comentário vosso ou por mail: joao.nuno@zmail.pt) o código da vossa equipa.

Falar sobre presidentes de clubes é sempre delicado. As figuras de proa dos clubes dependem, essencialmente, dos títulos que conquistam e das guerras de palavras que ganham aos outros presidentes. Claro que no topo desta hierarquia surge Pinto da Costa. Nunca vi ninguém assim: é astuto, irónico ao mais alto nível, sabe estar, sabe gozar e, melhor que tudo, sabe ganhar. Lembro-me quando Octávio esteve no Porto e Jorge Costa foi emprestado. O Porto jogava mal, tinha um plantel medíocre (comparado com o de outros anos) e as pessoas começaram a insinuar o fim de Pinto da Costa. Para mal dos anti-tripeiros, estavam enganadas. Pinto da Costa sacou o "coelho Mourinho" da cartola, como que se de raiva ou vingança se tratasse. O resto da história já sabemos...Mas, com Mourinho, Pinto da Costa perdeu preponderância. Naturalmente. Agora, esteve mal no caso-Del Neri e na formação do plantel, mas não há quem o ponha em causa, quem o critique, quem o enfrente. Ainda recentemente foi desmentido por McCarthy pois disse que não tinha negociado com o Everton. O problema é que os jornalistas vêm-no como intocável, como um sábio engraçado e não se atrevem a abaná-lo, quanto mais derrubá-lo. Numa coisa Luís Filipe Vieira teve razão: se o caso-Del Neri acontecesse com ele, era atacado e gozado.
Passo então ao presidente menos presidente que existe: LFV. Quando lá estava Vilarinho, era presidente sem o ser. Agora que o é efectivamente, não se comporta como tal. Luís Filipe Vieira tem sido capaz de dizer autênticas atrocidades. Algumas ofensivas para adeptos e sócios como eu. Os 18 milhões de Mantorras, os 500 mil sócios, a equipa-maravilha, etc. O seu último acto de gestão poderá ter sido ruínoso: a contratação de José Veiga, esse bimbo emigrante que está disposto a dividir o trono do Rei-Bimbo com LFV. Qual o jogador que não está em litígio com Veiga? Todos os jogadores que representou e os quais abandonou para ir para o Benfica e mais alguns: Quaresma, Viana, Abel Xavier, Figo, etc...As contratações falhadas pelo Benfica o ano passado devem-se à sua presença nas negociações (Junior, Ricardo, Polga e outros que já nem me lembro). Tiago incompatibilizou-se com ele, Hélder já o criticou depois de saír e os que lá estão também não devem andar satisfeitos. A lista de reforços é fraquíssima: lavagem de dinheiro com Alverca (o Benfica continua a contratar, em média, 3 jogadores ao Alverca por época, este ano foram 5 - Yannick, Manu, Zé Rui, Amoreirinha e Rodolfo Lima, que estrelas!!!) e para quê falar em Everson, Karadas, Paulo Almeida, Carlitos, Bruno Aguiar e Alcides se o destino de 80 a 90% deles será, constantemente, o banco de suplentes. O Benfica de LFV endireitou algum caminho e hoje já não está na miséria, mas continua a viver acima das suas possibilidades e, sobretudo, acima do seu verdadeiro potencial. LFV tinha a missão de alertar os benfiquistas e admitir que estamos a anos-luz da organização de Porto e até do Sporting.
Sporting esse que tem o presidente mais adepto de todos. Dias da Cunha chega a dizer que foi roubado pela arbitragem em...jogos amigáveis!!! É um lírico. Não gosto dele, devo admitir. Acho que deveria assumir mais uma postura de presidente. Não acho correcto, assim que acabam os jogos, ele ter sempre uma palavrinha para dizer que o fora-de-jogo aos 58 minutos foi mal assinalado...É demasiado picuínhas ("porque é que o jogo do Porto com o Leiria passou para dia 22?") e acho que devia deixar em casa o seu "amigo" Sistema, ou então, apresentá-lo finalmente a todos nós. A política do Sporting tem sido boa em termos empresariais, mas deficitária em termos futebolísticos. A venda de Ronaldo e Quaresma no mesmo ano foi um erro de marketing (quando custaria Ronaldo depois do Euro? Se bem que não teria o mesmo prestígio do que jogando no Man Utd). Mesmo assim, o ano passado conseguiu grandes contratações (Ricardo, Polga, Liedson e Rochemback) e não foi além do 3º lugar. As lacunas eram as alas, o Sporting contratou jogadores...para o meio (Rogério, Hugo Viana e os regressos de Carlos Martins e Danny).A culpa do mau resultado do ano passado, ao que parece foi de Fernando Santos, tendo este sido despedido, indo a SAD contra a política habitual da casa: não despedir treinadores. Veremos se a aposta desta dá resultado, as lacunas do plantel continuam mas a qualidade do meio campo foi reforçada. Mas é preciso dizer uma coisa: desde os tempos da camisola rasgada do Rui Jorge que muita coisa não soa bem vindo da SAD...

Depois da boa campanha do Euro 2004, a selecção nacional está de volta. Se é certo que, com toda a onda positivista que se criou em torno da selecção durante o campeonato europeu, ganhou muitos mais apoiantes que tinha anteriomente, também é certo que, quando começarem a jogar novamente, outros apoiantes irão ficar desmotivados e diminuirão o seu apoio. Isto porque habituaram-se durante muito, muito tempo a ver os seus jogadores favoritos, da sua geração favorita: Vitor Baía, Couto, Rui Costa, João Pinto e Luís Figo estão todos fora no momento...Baía para não ser suplente, Couto porque está lesionado (será só isso?), Rui Costa saíu, João Pinto continua "castigado" pela federação e Figo foi comer um kit kat. Dificilmente qualquer um deles voltará a jogar pela selecção, ou pelos normal isso seria, mas...
Este sábado defrontamos a Letónia e começamos a sentir saudades...saudades dos que são líderes incontestáveis, saudades de acreditar e sonhar com a magia de Figo...Penso que estas saudades são extensíveis a Madaíl que decidiu deixar vagas as camisolas com os números 7 e 10. Uma decisão estranha mas, se calhar, clara como água: Rui Costa e Figo têm a porta aberta para regressarem quando entenderem. Quanto a mim, má decisão. Ou entram nas contas ou saem fora. Poderemos até dizer que Maradona, Larsson e Hagi tiveram esse previlégio, mas não é o mais justo para quem trabalha o ano inteiro e depois vê o seu lugar ocupado pelas vacas sagradas...
Ontem foram anunciados os capitães de equipa da selecção: Pauleta e Costinha, por esta ordem. A mim custar-me-á ver Costinha como capitão da selecção. Isto porque não acho que o seja. Pode ser ministro até das finanças, agora capitão da nossa selecção não! A adicionar a esta "desconfiança", parece que temos aí um novo jogador: Derlei deve estar quase, quase a vestir a nossa camisola. Será que os portugueses se vão habituar a puxar por Deco e Derlei em vez de Rui Costa e Figo? Eu não...e se, por algum acaso, Derlei não vestir a camisola da selecção, foi porque alguém se lembrou disso mesmo.

Pinilla, o novo Maradona! Os chilenos estão loucos com o seu astro!
"A apreciação à estreia de Pinilla prossegue com alusões à disponibilidade física do avançado, à sua capacidade de sacrifício, aos pormenores de recorte técnico equiparados a... Maradona (!) - o lance refere-se à evolução do avançado entre a defesa gilista para cruzamento que Liedson por pouco não emendou para o fundo da baliza, aos 69' - e, claro, à assistência para o terceiro golo, da autoria do mesmo Liedson." in O Jogo, 31/08/2004

P.S. - A isto sim, eu chamo facciosismo!!!

Nada pára a capacidade de Figo publicitar seja o que for. Uma conhecida marca de chocolates contratou-o e já tem um slogan preparado:
Figo aparece a comer uma barra de chocolate e diz:
"Faça uma pausa com Kit Kat"

Por esta acho que já ninguém esperava. Luís Fabiano é o último reforço do Porto. Estranha opção a de reforçar uma zona onde haviam muitas soluções. Uma delas (McCarthy), estava na suposta lista de dispensas de Del Neri e seria uma das razões para este ser despedido. Agora pergunto: Fernandez também será despedido por isso? Ou será que a lista de dispensas foi posta a circular pela administração azul e branca de forma a tornar mais credível a incapacidade de Del Neri? (esta solução faz-me lembrar o pão embebido em tabasco dado pelo Manuel José aos patos na Suécia...) Estranho o campeonato já ter começado e o Porto continuar neste vaivém de trocas e baldrocas...mais estranho ainda é vender Rossato. Será que ninguém quis mesmo o Nuno Valente? Ou só deram meia dúzia de tostões por ele? De qualquer das formas, comprar 2 jogadores ao Nacional para dispensá-los em 2 meses soa-me mal, tanto que eram jogadores sobrevalorizados dado o excelente campeonato que fizeram. Terá sido esse investimento recompensado com a cedência dos 2? Não me parece... Ou será que, afinal, até foram baratinhos? É que para os cofres de Sporting e Benfica, respectivamente, ouviu-se dizer que eram caros e que as negociações foram difíceis. (faz lembrar os preços elevados de Paulo Ferreira e Derlei para uns e acessíveis para outros). Uma coisa é certa, os jogadores não se queixaram de assim serem tratados e quem detém o passe deles é o Porto por isso eles decidem o que fazer. Quanto a McCarthy, um dia disse que preferia deixar o futebol do que voltar a ser treinado por Victor Fernandez. Ele esqueceu-se das suas palavras, mas Fernandez não...pena para os dois as negociações com o Everton terem corrido mal. Agora, Mccarthy será o 4º avançado do Porto atrás de Fabiano, Derlei e Postiga. E ainda há Hugo Almeida!!
Qualquer um destes jogadores dava um jeitão ao Benfica e ao Sporting! E como encaixará Fernandez todas estas vedetas? 2 pontas-de-lança (Derlei e Fabiano) e 1 losango no meio campo (Costinha, Maniche, C.Alberto e Diego) parece o mais provável...mas onde encaixa Quaresma? Com ele partimos para o 4*3*3, caíndo Derlei na esquerda e saíndo um brasileiro. Excesso de opções no Porto não costuma ser problema até porque quem fica de fora não se queixa...a não ser que seja "menino rebelde". E isso há lá muitos (Diego, Quaresma, Fabiano, McCarthy)
De realçar outra coisa: dos ditos jogadores passíveis de serem vendidos e não foram(Costinha, Maniche e Nuno Valente), só Costinha ainda não renovou até 2007. Quase que aposto que, aumento de ordenado e cláusula para saír, constam da renovação.