controvérsia futebolística

Desta vez Mourinho foi longe de mais. Nem me refiro ao facto do golpe publicitário que fez indo a Israel. Não, não é isso. Também não é o facto de ter dito que uma das suas qualidades era ser leal quando abandonou o barco de Pinto da Costa (mesmo depois de, a meio da época, ter dito que não o faria). Também não falo do facto de ter dito que o sucesso não tem nada a ver com a sorte quando ele mesmo admitiu a sorte que Costinha teve em Old Trafford num lance onde o próprio Costinha admitiu que estava num sítio onde a táctica de Mourinho não o "permitia" estar. Também não me quero referir ao cansaço que é ouvir o técnico português fazer infinitos planos para os próximos 20 anos da sua carreira quando nem se sabe o dia de amanhã (Planos esses que incluem, vez sim, vez não o Calcio).Ao que me quero referir ao dizer que Mourinho foi longe de mais é quando vem dizer, numa frase enigmática, que, se um seu assistente lhe conta que viu determinada coisa e o outro assistente diz o mesmo, ele acredita neles porque lhes é leal.Com isto, Mourinho sacode a água do capote da retirada de Frisk e "queima" Silvino, Baltemar ou "Zé Toni". Eles é que viram, eles é que "enganaram" o mr. Perfect. Ele é apenas um bom homem, um ser leal que até vai a campo de guerra harmonizar a paz falando sobre futebol...se calhar Rijkaard nem passou perto da cabine de Frisk, mas Mourinho estava muito ocupado a ensinar futebol no balneário e os seus pobres assistentes estavam cá fora a fazer a "segurança real" e, como até nem falam inglês, perceberam mal tudo. Tadinhos...

P.S. - Quando foi o episódio da camisola rasgada, Mourinho questionou quem eram os colaboradores leoninos para falarem fosse do que fosse. Mourinho não é perfeito, está muito longe disso, mas é muito inteligente. Aqui fica outro exemplo disso:"Eu não perco o controlo emocional. Por vezes quero perder o controlo emocional, o que é diferente."(...basta relembrar o episódio de Alvalade para ficarmos na dúvida se Mourinho é ou não um grande actor...)

1 - O Rio Ave é a unica equipa que ainda não perdeu em casa?
2 - O Estoril tem mais 2 golos marcados que o Porto (32-30)?
3 - O Porto tem o 4º pior ataque a jogar em casa?
4 - O Gil Vicente sofre menos golos fora que o Sporting (17-19)?
5 - O Rio Ave é a equipa com menos derrotas no campeonato (4)?
6 - Marítimo, Rio Ave, Braga, Porto, Benfica e Boavista perdem menos que o Sporting?
7 - O melhor ataque da Superliga (Sporting-50), nos 26 jogos que fez, não marcou golos em 9?
8 - O Rio Ave é a 2ª melhor equipa a jogar em casa (atrás do Benfica)?


Estes são dados até à 26ª jornada e são meras coincidências estatísticas...

"É verdade que, embora hoje em dia não aconteça tanto e falo por mim, houve um período em que as vindas à Selecção muitas vezes serviam até para os próprios jogadores descansarem, entre aspas, para depois estarem a 100 por cento nos compromissos dos clubes".

As declarações de Nuno Gomes não orgulham ninguém. Nem os antigos seleccionados e seleccionadores, nem Madaíl, nem o próprio Nuno Gomes. Mas este acaba por dizer algo que todos nós já pensávamos há algum tempo: na falta de empenho dos jogadores na selecção. As histórias da Paula, as cabines partidas (sub-21), as escapadelas dos estágios, os sacos de plástico mandados das janelas, as estranhas noites da Coreia e outras mais, são histórias que ficaram sempre a meio e todas muito mal contadas. Quem as conhecia, dava uma achega mas não passava disso. Parece que havia um código de protecção para todos os meninos da geração de ouro. Ora, essa geração acabou, não ganhou nada (a nível senior) e chega agora um intermediário na ligação (velhos-novos) dizer que agora é diferente e que o nível de aplicação é maior, o que dá direito a 2 interpretações: Scolari é mesmo um fora de série, reconhecido pelos jogadores, e conseguiu o impossível (obter níveis de concentração elevados dos jogadores para todos os desafios) ou então Nuno Gomes assume um papel que caíu no vazio e dá como culpados para essas falhas de concentração os meninos da geração de ouro que já se foram embora (Couto, Figo, Sousa, Rui Costa, J. Pinto, Baía) e deixa claro o empenhamento destes jovens. Qual será?



P.S. - Se pensarmos bem, as qualificações portuguesas sempre foram dificultadas por resultados típicos de falta de concentração (empates com Arménia, Azerbeijão e Liechtenstein, derrota com Ucrânia) e os particulares (dos quais fala Nuno Gomes) também sofreram do mesmo mal (França 0-4, Finlândia 1-4, Espanha 0-3, Tunísia 1-1 ou Albânia 5-3). Muito provavelmente, os jogos particulares de que Nuno Gomes fala também incluem os jogos a contar para o apuramento com equipas de menor dimensão.

Muito se tem discutido quem tem melhor calendário até final do campeonato. Num ano como este, ir ao Dragão ou receber o Beira Mar, em termos de grau de dificuldade, é quase igual, mas de qualquer modo é possível comparar, em termos teóricos, os trajectos de cada um dos candidatos:
Benfica: receber Marítimo, Leiria, Belenenses e Sporting não soa a fácil. Destes, só Belenenses parece mais acessível. Marítimo venceu em Alvalade mas está em quebra; Leiria empatou Porto e Sporting mas está em quebra; Sporting na Luz será, muito provavelmente, o jogo do título. Por outro lado, visitar o Estoril e o Penafiel parece acessivel (Sporting e Porto ganharam lá), mas passar em Vila do Conde e no Bessa parece mais complicado. A visita ao Bessa poderá ser já “fora de tempo” dado ser o último desafio do campeonato mas este já estará resolvido nessa altura? Grau de dificuldade (0 a 10): 8
Braga: tem o calendário quase igual ao Benfica com a diferença de receber o Beira Mar e ir ao Moreirense em vez de receber Marítimo e ir a Vila do Conde. Ligeiramente mais acessível, mas também nada agradável. Na altura mais crítica (31ª e 32ª) enfrenta Sporting e Boavista. Grau de dificuldade (0 a 10): 8
Sporting: desloca-se ao Bessa e, de seguida, tem 3 jogos de grau de dificuldade menor (apesar de envolver equipas a precisarem de pontos): Beira Mar (venceu na Luz mas não se percebe bem como) e Académica em casa e Moreirense fora. As complicações reaparecem com a ida a Braga e Luz (numa altura-chave do campeonato), mas a visitas do Guimarães também não parece pera doce, dado o bom momento que a equipa atravessa. Por fim, recebe o Nacional no jogo a feijões ou da consagração. Terá de enfrentar fora do seu terreno 3 candidatos ao título. Grau de dificuldade (0 a 10): 9
Porto: Tal como o Benfica, desloca-se ao Bessa e a Vila do Conde e recebe o Marítimo. A diferença é que nos outros jogos o calendário é mais acessível: recebe Gil Vicente, Setúbal e Académica e visita Beira Mar e Moreirense. Tem 2 jogos seguidos fora o que para eles tem sido bom (excepção Alvalade). Grau de dificuldade (0 a 10): 7
Boavista: receber Sporting, Porto, Braga e Benfica é, por um lado bom, mas por outro lado mau. É que, enquanto os recebe (é bom jogar em casa estes jogos), os rivais estão a jogar com equipas de menor dimensão. Apesar disso, é a equipa que mais joga em casa (o outro jogo é com o Moreirense). As saídas a Aveiro, Coimbra e Guimarães também não se avizinham fáceis. Tal como Benfica e Braga, o Boavista e o Sporting têm um calendário muito parecido: apenas diverge Os próximos 2 jogos (Sporting e Porto em casa) serão decisivos nos reais objectivos da pantera. Grau de dificuldade (0 a 10): 9

Num campeonato normal, quem se saísse nos duelos entre candidatos sagrar-se-ia campeão. Do modo como tem ido esta Superliga, é muito difícil esperar este ou aquele resultado. Por isso cada equipa terá de puxar das suas armas para chegar ao título:

Benfica - (FAVOR) Defesa de betão sempre que jogam Miguel, Luisão e R. Rocha; Geovanni no seu melhor; Petit e Manuel Fernandes ainda com força. (CONTRA) Simão em baixo de forma; pontas-de-lança não marcam golos; fraca reacção à desvantagem.
Braga - (FAVOR) A defesa muito bem organizada; sistema de jogo totalmente assimilado por todos; capacidade de recuperar desvantagens e dar a volta; bolas paradas de João Alves; dupla goleadora Wender-João Tomás. (CONTRA) Luís Loureiro não teve substituto à altura; se a dupla não marca, mais ninguém se "lembra" de o fazer; P. Sérgio e Jaime aquém do esperado.
Sporting - (FAVOR) Liedson; Moutinho a aparecer no lugar do, até então, insubstituível Custódio; capacidade ofensiva acima da média. várias soluções de ataque. (CONTRA) defesa super permeável; oportunidades desperdiçadas em demasia; lesões de jogadores importantes; falhou quando foi necessário assumir a liderança.
Porto - (FAVOR) Mantém a espinha dorsal do ano passado (Baía, J.Costa, Costinha, Maniche), calendário mais acessível, capacidade de explosão de vários jogadores. (CONTRA) o regresso da indiscplina; o abalo psicológico; ausência de espírito de equipa; pontas-de-lança não marcam golos;
Boavista - (FAVOR) Espírito de luta; várias vitórias no último minuto, sinal de persistência; nunca se sabe bem o seu real valor. (CONTRA) Defesa aquém do habitual; muitas lesões; nunca se sabe bem o seu real valor.

Antes de se iniciar o jogo já se sabia o que era pretendido por cada um dos treinadores: José Peseiro queria posse de bola, circulação da mesma, pressão alta, para assim que recuperasse a posse de bola lançar as diagonais de Liedson e Douala.
Couceiro, queria enervar o Sporting. Era um 4-4-2 matreiro o do FCP, que assim que se via com bola, se transformava num 4-3-3, deslocando Quaresma e Maufim para as alas, explorando o défice de velocidade dos laterais leoninos.
Ora, com o que o FCP não contava era com a total ausencia de Maniche em campo... Anbdei que tempos a perguntar-me a mim mesmo quem era o quarto elemento do meio campo do FCP, e só me apercebi quando vi o Maniche numa barreira (no lance do amarelo ao Pedro Emanuel). Uma sombra de alguma coisa (que não de si mesmo) este Maniche, que já deve ter o pensamento congelado na Sibéria.
Com isto, começou por se desmontar a estratégia do FCP (que beneficiou de alguma inépcia Sportinguista nos primeiros 5-10 mins). Viana e Barbosa esticavam o jogo para as laterais, Moutinho estava em todo o lado (é a pilhas?), Douala lá aparecia, e Só Liedson estava muito bem guardado pelo excelente Pedro Emanuel e por Jorge Costa. Na defensiva de Alavalade, Beto e Rui Jorge estiveram Excelentes, Enak ao nível habitual e Rogério menos bem. Ao SCP faltava o último passe, a última definição do lance. Até que McCarthy definiu. Definiu que é mimado, definiu que é egoísta, definiu que tem qualquer outra coisa em mente que não futebol. A partir daí pedia-se a Couceiro que equilibrasse a equipa. Ou fixava Quaresma na frente, ou então substituía-o por alguém que conseguisse estar fixo na frente... Não o fez. Descompensou a equipa, obrigou Bonfim a procurar a linha canhota, abriu o seu meio campo (Maniche não morava lá) e Costinha (não sabia quem marcar...) e Ibson não davam para tudo. Chegou o intervalo, com Baía a fazer o SCP sonhar (excelente o lance, Now you see it, now you don´t), e com Liedson a falhar um golo à Liedson.
Na segunda parte o FCP fez falta de comparência. O SCP cresceu, e as suas movimentações não tiendo efeitos práticos (estava quase tudo muito desinspirado), faziam adivinhar o golo. Que surgiu por Liedson, num lance em que o Génio do capitão se soltou da lâmpada mágica (o defesa-esquerdo titular da selecção prostado ao solo, e aí foi ele). A partir daí, voltaram alguns vícios antigos do Sporting, mormente a auto-flagelação. Pontapé para o ar, jogadores que sem bola já não corriam, ficavam a ver o jogo, e o porto a beneficiar (com 9 homens!!!) de inúmeros lances de bola parada à entrada da área... Não houve perigo, é um facto, mas o SCP deu-se ao perigo.
A cerca de 10 minutos do fim (contando com descontos), Barbosa pegou no jogo, e era um regalo vê-lo tratar a bola, e distribuí-la da esquerda para a direita, e esticar a equipa do FCP - afinal o que o SCP devia ter feito desde o golo. Não fossem alguns remates disparatados, e teria havido tempo para mais golos. O segundo surgiu em mais um desenho geométrico de Pedro Barbosa (35 anos de muito futebol). Carlos Martins colocou o ponto final.
Venceu a melhor equipa, a única que tinha um plano para atacar a baliza adversária (independentemente do número de jogadores - penso que Couceiro só pensava fazê-lo na segunda parte).

O clássico Sporting-Porto tem tudo para ser muito badalado. Ver o Porto reduzido a 9 jogadores num jogo grande é muito, mas mesmo muito raro. Aliás, não me lembro de tal ter acontecido desde que vejo futebol. Mas isso são pormenores que não têm que influenciar a arbitragem, neste caso, de João Ferreira. Vamos à análise:
- Em jogo grande, já se sabe: a primeira (falta feia) é de graça. Beto fez uma tesoura a Quaresma, falta passível de amarelo (sem qualquer discussão), mas como era cedo e era a primeira, passou. Erro grave, mas habitual (o que não justifica).
- Pouco depois é Rui Jorge que imita Beto. Mais junto à linha, mais discreto, mas o mesmo critério. A segunda também pago eu (pensou João Ferreira).
- Liedson divide o lance com Pedro Emanuel e cai. Há contacto entre os dois, talvez Pedro Emanuel cometa falta (discutível) e vê amarelo porque Liedson (sem ter a bola controlada) só tinha Baía pela frente. Se assinalou a falta, tem que dar amarelo. Já agora, se a falta tem sido mais cedo, haveria acção disciplinar?
- McCarthy agride Rui Jorge. Uma pequena cotovelada (não deixa de o ser) que nem vontade deu a Rui Jorge de caír no relvado. Saíu logo em protesto. Quem já viu Benni a sacar uma gancheta de direita, fica desiludido com esta expulsão, de tão "pequena" que foi. A expulsão aceita-se, mas eu não decidiria nesse sentido, porque não acho que seja para tanto (João Pereira não fez o mesmo a Hugo Viana?).
- Centro de Pedro Barbosa na direita e Seitaridis evita Liedson (que estava sozinho e em boa posição de marcar) de cabecear. Penalty e vermelho directo exibido. A lei diz isso mesmo, o lance é para expulsão. Pena é noutros jogos não vermos este tipo de lances de ser julgado desta forma.
- Ao caír do pano, Bosingwa "pega" em João Moutinho e parece que o tenta lançar ao ar (qual Lançamento do Peso). João Ferreira mancha a sua exibição ao não mostrar o amarelo a Bosingwa. Completamente deplorável o comportamento do árbitro que, mesmo perante as suas barbas, não mostra o amarelo ao jogador do Porto.
Já agora, os árbitros auxiliares foram isso mesmo. Auxílios e dos bons pois raramente julgaram mal.

P.S. - Se se pode falar em tentativa de prejudicar a equipa do Porto neste jogo, pode-se pensar nisso "apenas" em 4 lances (isto porque, nos pequenos pormenores de jogo, não houve tendências para nenhum dos lados): a expulsão, porventura exagerada, de McCarthy e a não acção disciplinar a Beto, Rui Jorge e...Bosingwa. O facto de este não ter visto amarelo deixa a ideia (a quem quer tê-la) que o trabalho de João Ferreira estava feito, o Sporting já tinha o jogo ganho (ou o Porto o jogo perdido) e não fazia sentido castigar ainda mais a equipa azul. Este é o único lance inaceitável e imperdoável a João Ferreira.

Era uma jornada interessante com o clássico Sporting-Porto a fechar uma jornada onde o Benfica também tinha um jogo interessante: a visita a Setúbal. Comecemos por aí:
O Setúbal começa melhor e tem 2 chances de golo. Um erro defensivo leva à expulsão de Veríssimo. O jogo vira e o Benfica cresce. Marca num golo feliz e José Rachão encolhe-se (Meyong por Binho). Trappatoni agradece, mantém-se fiel ao princípio do "risco mínimo" e consegue chegar ao 2º golo por Geovanni, também num lance feliz. Vitória importantíssima e a garantia de mais uma semana de liderança. A fechar a jornada, o Sporting recebeu o Porto e venceu 2-0. Sem brilho, nem chama, mesmo com vantagem numérica, o Sporting fez um 2º tempo muito calculado (algo pouco habitual em Peseiro). Até a substituição de Niculae foi congelada. O Porto de Couceiro sofreu as 2 primeiras expulsões. McCarthy e Seitaridis deixaram o conjunto (ainda) mais fragilizado. Os azuis e brancos não conseguem actuar como equipa, apesar da solidez defensiva. O problema é que McCarthy, Quaresma, Diego e Fabiano só pensam neles mesmos e são jogadores demasiado egoístas. Os outros candidatos ao título (são? não são? são? não são?) empataram mas souberam recuperar de desvantagens. Braga e Boavista ainda demonstram força e poder, argumentos válidos para este final de campeonato. O Bessa vai ferver daqui a 15 dias com a visita do Sporting...
No fim da tabela, Académica e Estoril venceram jogos importantíssimos. As 2 equipas encontrar-se-ão na próxima jornada e quem vencer terá argumentos suficientes para fugir à despromoção. Quem parece não conseguir fugir à sina é o Beira Mar de Luís Campos que em 13 jogos ganhou...2.
A 8 jornadas do fim, o Benfica tem 6 pontos de vantagem dos outros 4 adversários directos (e será a equipa que vai marcar o ritmo. Terá personalidade para tal?

Equipa da semana: Guimarães
Jogador da semana: João Moutinho (o nº 28 da camisola é os anos de maturidade que demonstra)
Golo da semana: Evandro

P.S. - Será que o Ibson é outra vez jogador da semana?

Dizer que o Porto ficou reduzido a 9 jogadores, no jogo frente ao Sporting, para beneficiar o Benfica, só pode figurar na rubrica de humor...

Porque será que sempre que há um jogo grande em Lisboa(contra Benfica e Sporting), o treinador do Porto (seja ele qual for) tem sempre a barba por fazer? Tempo a mais a fazer a táctica ou rituais antigos do tempo do Delane Vieira...?

Não bastava as asneiras que costumam fazer, agora começaram também a dizê-las. A UEFA acusa Mourinho de ser o principal responsável da retirada prematura (só para alguns) de Anders Frisk. As críticas e as insinuações aquando do Barcelona-Chelsea fizeram o sueco abandonar. Terá sido mesmo assim? Terão sido as ameaças de morte após o jogo do Chelsea? E o que lhe deu na cabeça para dizer que gostava do Chelsea desde pequenino? Chelsea esse que quando Anders Frisk era criança não passava do Gil Vicente lá do sítio. E quando levou com um isqueiro (ou seja o que for que tenha sido) no Roma-Dinamo Kiev? Anders Frisk não sentiu medo?
Esta teoria da conspiração é altamente disparatada. Aliás, como toda a organização UEFA.

P.S. - Anders Frisk não deixa saudades. Pelos disparates que cometeu ao longo da sua carreira e, principalmente, pelo cabelo e modo de correr...

De José Peseiro já muito se disse: Bem, mal, que é ridículo, que é bom, que não percebe nada disto, que está acima da média...
A primeira lição a reter do treinador do Sporting, é que não vale a pena perspectivar e também não interessa observar o que se passou anteriormente. Não existe uma consitência de comportamento, por isso mais vale dançar consoante a música.
José Peseiro começou o campeonato a perder: Ninguém lhe reconhecia capacidade, e a pré-época realizada reforçou isso mesmo. No início do ano, diziam-me que Peseiro era bom treinador porque tinha feito uma excelente campanha com o Nacional, ao que eu retorqui que essa excelente campanha se tinha traduzido num 11º lugar... Responderam-me que o Nacional jogava muito à bola, e estava eu longe de imaginar que no próximo clube de Peseiro, a conversa será identica : Muita parra, pouca uva.
Pensando bem, existe outro paralelismo entre o trabalho efectuado na Madeira e aquele que está a ser desenvolvido em Alvalade: As equipas quebraram fisicamente, e (no caso do Nacional) baixaram na classificação (suspeito que o mesmo vá acontecer ao SCP). Ou seja, Peseiro é bom tacticamente, mas os seus jogadores não aguentam o ritmo porque não são preparados convenientemente... (Curioso, que o ano passado, até perder a final da Taça do Rei, o Real Madrid só merecia elogios de todos os quadrantes... embora aí seja discutível o dedo de Peseiro, não deixam de ser 3 experiência curiosamente identicas).
Peseiro recuperou o Sporting, e aos poucos vai destruindo o bom trabalho que fez: Ontem o SCP jogou sem 7 titulares (4 deles por opção técnica), e ao intervalo abdicou de mais um e de um dos supentes mais utilizados... Quando em situação de vantagem, chama-se gestão de plantel, quando se tem de correr atrás do prejuízo, chama-se: " MAS O HOMEM TÁ LOUCO, OU QUÊ?".
O Sporting começou o jogo com o Belenenses, preocupado com o facto de Carlos Martins ter de ver um amarelo nesse jogo, para descansar com o Penafiel, e assim estar livre para o jogo com o Porto... MEU DEUS!!! Alguém se lembrou que pelo meio haviam 6 pontos em disputa? Arrisco-me a dizer que com tamanho tempo para planear um jogo (15 dias), o SCP tem obrigação de golear o FCP no Alvalade XXI. E a poupança de esforços ao intervalo no jogo de ontem, dá-me vontade de rir... Poupar quando é preciso forçar???? Peseiro apregoou o melhor plantel de Portugal... agora sabemos que não só acredita nisso, como até está convencido que tem o melhor plantel do planeta!! Dá para todos descansarem, como naquele jogo da taça em que descansou Ricardo (O único jogo da taça em que Trapatonni não descansou o GR titular... O Benfica provavelmente vai ganhar a taça. Os troféus ganham-se nos pormenores, e os 3 golos do Benfica nesse jogo, foram esquisitos - Tiago só não tem culpa no primeiro, que com Ricardo nem ao poste ia - teria sido golo de Simão), e arrisco-me mesmo a dizer que num dos próximos jogos vai descansar o Peseiro e vai ser o Paulinho a orientar a equipa.
Outra das falhas de Peseiro é a falta de humildade, a mesma que fez com que o SCP se despedisse da Superliga ontem, e que provavelmente custará a presença na Liga dos Campeões - A ganhar, nunca protege a equipa de eventuais dissabores. O Sporting não sabe controlar um jogo (quantos e quantos exemplos poderiam ser dados... Sempre disse que falta classe a esta equipa - e agora reforço, a falta de classe vem do seu treinador). Uma equipa que joga o que o SCP joga (Carlitos, essa dos 5-7 minutos, só se só andas a ver resumos), tinha que ser líder destacadíssimo... E não é, porque o futebol do SCP é uma democracia, e um bom treinador impões uma suave ditadura - Ditadura porque todos sabem que é ele que manda, suave porque as pessoas gostam dele. Adeus Superliga, para o ano há mais. O futebol de Peseiro, faz com que mereça outra oportunidade, e a partir de agora que reforce os aspectos mentais do jogo.

Duas semanas em Espanha e habituei-me a viver mais a "La Liga" que a "Superliga". No fundo, os nomes estão trocados. Aqui vive-se o seu clube de forma intensa. O povo sevilhano está dividido. Aqueles com quem tenho lidado são 95% de uma das equipas da cidade (só o meu chefe é do Real Madrid por isso...Força Galácticos!!). Bétis e Sevilha são adorados nesta cidade. O meu formador e colega Paco é do Bétis. Era habitual frequentador do estádio, tinha carnet e tudo. Mas começou a viajar muito e perdeu a vontade de ir ao estádio. Ainda se lembra de Finidi, Vidakovic e Cuellar. Diz-me que aqui é muito importante ter jogadores da cidade no clube. Há um gosto muito grande nisso, é como se fosse "o vizinho do lado a jogar por nós". Tanto que é assim que o canal de televisão andaluz dá-se ao luxo de, no resumo do Deportivo-Getafe, falar em Romero como sendo um jogador andaluz!! Aqui, a região é venerada.
Ao fim de um par de dias conheço o "homem-para-todo-o-serviço"do hotel. Juan Ramón é um velhote simpático, com 51 anos. Diz-me que apita jogos regionais, ganha 36 euros por cada jogo que apita e que, até ao ano passado, jogava numa equipa de veteranos mas uma lesão na rodilla (joelho) afastou-o da bola. Conta-me também que nunca teve propostas para receber por fora e que um árbitro da 1ª Liga ganha cerca de 6000 euros por mês. Fala em Calado e Joao Tomás mas as palabras não são de apreço. Adepto assumido do Bétis, já não vai ao estádio porque os bilhetes são caros e tinha que levar os 2 filhos. Constatei os preços elevados ontem: Sevilla-Saragoça, bancada central, tipo "3ºanel": 50 euros. Não ia com esse intuito mas, enquanto esperava na fila, um velhote vem ter cmg e pergunta-me para onde quero ir. Digo-lhe que é para um lugar que vale 40 euros.Ele diz-me que tem um lugar melhor e que me faz desconto. Desconfio, mas outro tipo que está na fila assegura-me que o homem é de confiança. Explica-me que tem um desconto nem sei bem porquê (os gajos falam muito rápido) e até me dá o cartão profissional! Descontos em futebol, touros e teatro!! Acedo à candonga do Joaquin Polo à beira da bilheteira mas como sou tuga não faz mal. Não espero um estádio com muita gente, 5ª feira o Sevilha jogou para a UEFA, empatou 0-0 e leva 4 jogos seguidos sem ganhar (3 em casa). As ruas estão quase desertas, tudo o que é comércio está fechado (menos comidas). Perto da hora do jogo, começa a romaria. Impressionante: o estádio quase que enche. Perto do meu sector chegam duas centenas de crianças! Certamente um acordo com alguma escola, algo de que já falámos aqui no blog. O jogo começa, o apoio é grande mas nota-se insegurança dentro de campo. O Saragoça marca e constato que o estádio é (quase) todo do Sevilha! Penso que vi 4-5 pessoas levantarem-se. Certamente, não estavam mais de 100 pessoas do Saragoça. O Sevilha não consegue virar o resultado e perde. (Poucos) Lenços brancos nas bancadas e 5 jogos seguidos sem ganhar. Circulo pelo estádio e constato outra coisa: as pessoas têm acesso aos balnearios dos clubes! Algumas pessoas aguardam a porta: namoradas, adeptos insatisfeitos, tugas curiosos. Fui embora.Ontem jogava o Barça. Como estava em Sevilha, vi o jogo de pé, ao balcão, num bar. Chega um velhote (curto velhos pá!) e põe-se à minha frente. Já nem sei bem porquê começamos a falar. É do Barça pergunto eu? Diz-me que sim. Seria o homem andaluz? Não, tou só de visita. Sou catalão. Daí até falarmos na final de 1979 com o Steaua ou até na ditadura de Franco foi um instante. Aquele homem respirava futebol. Conta-me que deixou de ser sócio do Barça no tempo de Van Gaal, que sofreu com o “pesetero do Figo” e que Ronaldinho brinca de mais. Falamos na minha formação que me levará a Barcelona. No final do jogo, dá-me um cartão seu com telefone e e-mail. “Antes de ires para Barcelona avisa-me. Faço questão de te levar ao estádio”...

O equilibrio dos campeonatos europeus é bem visivel nos dias que correm: ainda este fim-de-semana o campeão mundial em titulo foi batido em casa por 4-0 e o ex-galáctico Real Madrid perdeu 2-0 (e foi dominado) com uma equipa de segundo nível (Getafe). Mas, ao analisarmos os 5 campeonatos mais do nosso conhecimento (Inglaterra, Espanha, Portugal, França e Itália) deparamo-nos com um enigma: em 3 campeonatos, a melhor equipa, aquela que pratica melhor futebol,está em 1ªisolada:Chelsea, Barcelona e Lyon sagrar-se-ão campeões certamente. Em Itália, a luta é entre Juventus e Milan. Mas Itália é um campeonato à parte: quem joga mais feio, ganha! E chegamos a Portugal: incontestável que o Sporting é quem joga melhor. Não defende bem, mas ataca e mantém sempre mais posse de bola que o adversário (excepto no Dragão talvez). Pode-se dizer que começou mal a época com 2 derrotas mas isso também o Man Utd e já ultrapassou o Arsenal. Se estivéssemos a falar de um Porto de Mourinho ou de um Benfica de Camacho compreendia-se mas os seus rivais não estão a um bom nível. Mas atenção que o Sporting não tinha a responsabilidade de ser campeão que o Porto tinha. De qualquer forma, estranha-se o facto de uma equipa a jogar tão bom futebol numa grande parte da época não tenha sido capaz de assumir o comando. E depois de ver o jogo com o Middlesborough mais interrogações se colocam...

Porque será que chegámos a um ponto em que as equipas que estão em desvantagem entregam o comando do jogo aos seus opositores? (Assim foi, por exemplo, no Chelsea-Barcelona e no Juventus-Real Madrid)

(ver nota inicial no post anterior)

Ontem pudemos assistir ao melhor jogo dos últimos anos. Presentes 2 das 3 melhores equipas da Europa. A outra será o Milan.
Mourinho deu uma vez mais uma verdadeira lição. Em todos os aspectos!
Ninguém estaria à espera de ver Kezman como titular. Surpreendeu tudo e todos e de tal forma que atordoado a esse imprevisto sistema táctico, o Barcelona ficou nas cordas. Um inicio fulgurante do Chelsea rebentou com o Barça. Depois, um lance polémico e tremendamente subjectivo virou o jogo. Um penalty subjectivo, dá o golo ao Barça, motiva os espanhóis e faz tremer os ingleses. Alguns minutos depois, Ronaldinho marca um golo que não existe! Aquele golo é impossivel! Nem a computador é possivel fazer aquela obra prima! É de ver , rever e voltar a rever!
Oportunidades atrás de oportunidades para ambos os lados. Incerteza a todo o momento. Um lance capital. O golo de Terry. Um lance básico! É uma jogada á FC Porto de Costinha! Até o próprio realizador antevendo a jogada, foca insistentemente Terry a sinalizar a jogada! Tão mal defendido pelo Barça! Será que Rayjkaard, não treinou este tipo de lançe?!
No geral, uma vitória justissima! E sem Robben e Drogba que são as duas referências atacantes!
A postura de Mourinho, que muitos consideram arrogante, deveria ser um exemplo para muitos portugueses! Os ingleses e os espanhois (pior só mesmo os franceses, alemães) tem a mania da sobranceria. E tanto que lhes custa ver um portuga em grande e a ensinar-lhes como é!
Não deixa que lhe ponham a mão em cima, e contra-ataca! E depois têm de engulir em seco!
É como diz o anúncio!: “falam, falam, falam....” mas depois têm de engolir em seco!
Ainda continuam a achar que é sorte!?
O homem sabe mais de futebol que todo o resto junto!

Este texto, não é escrito por mim (o mesmo acontecendo com o que se segue). Afazeres profissionais impedem-me de manter o blog activo, pelo que não querendo defraudar ninguém, e pq é sempre importante respirar futebol, aqui fica a opinião de um bloguista amigo. Obrigado, e desculpem o inconveniente.

Decorrida mais uma jornada de um campeonato competitivo como nunca, assistiu-se a mais uma escorregadela de um dos lideres. Desta vez calhou ao Sporting.
Em Belém, assistimos a um Belenenses, forte, personalizado, tacticamente disciplinado e com uma dinâmica ofensiva interessante. O Sporting por seu lado, e exceptuando os primeiros minutos, entrou (á semelhança do que acontecera em Leiria e no Funchal) amorfo, inseguro, sem a classe de alguns jogos. Carlos Martins desceu á terra. É de facto um bom jogador, mas reafirmo que não é o jogador que endeusaram. Pese embora a exibição conseguida de Pedro Barbosa, o que é facto é que Hugo Viana, fez e faz falta. Hugo na defesa é também um erro de casting. O que vale é que Polga e Beto estão a caminho. E quando Liedson não resolve..........
Mas nada tá perdido, e matematicamente continuam a depender apenas de si.
Na Madeira, o Benfica teve alguma sorte. Entrou muito bem no jogo e nos primeiros 10 minutos por 3 vezes esteve pertissimo do golo. Depois contou com a ajudinha desse grande lampião que dá pelo nome de Bruno Paixão. Não marcou um penalty de Dos Santos. Ainda que isso não fosse garantia de golo (não é Adriano?!). No geral o Benfica jogou relativamente bem, fez o 1-0 pelo azarado Nuno Gomes, desperdiçou várias oportunidades para sentenciar o jogo e acabou nos últimos jogos com a corda na garganta. Considero burrice de Quim o lançe da grande penalidade. Vistas as coisas, considero uma vitória justa e importantissima.
Em Penafiel, o FC Porto teve uma sorte impressionante ainda que com mérito por terem sempre acreditado que era possível dar a volta. O Penafiel falhou demasiados golos que teriam sentenciado a partida. E Luís Castro (que considero ter grande qualidade) falhou ao não ter esgotado a 3ª substituição e com isso quebrar o ritmo e queimar tempo.
E o meu Braga!?! Nunca escondi que gosto muito daquela esquipa, que tem um treinador que não tendo que lidar com a pressão de ganhar, é nestes termos muito bom e que tá coadjuvado por um grande adjunto. Rui Águas de seu nome. Volto a reafirmar que é candidato ao titulo!! Aqueles que diziam que não era, o que dirão agora?!!
É que se a 10 jornadas do fim ( e tendo já defrontado FC Porto e Benfica) não é candidato, como é que poderão afirmar á boca cheia que o 4º classificado é o principal candidato!!??

Equipa da Semana: Belenenses
Jogador da Semana: MacCarthy
Golo da Semana: Zé Manel ou Hugo Almeida

Couceiro admitiu ontem que o Benfica é o principal candidato ao título. Eis a frase que o comprova:
"Só Porto e Sporting dependem de si mesmos."

Será coincidência do destino?

É o terceiro jogo em que Benni McCarthy está castigado e, portanto, impedido de defrontar o Benfica e é despenalizado. Nos 3 jogos em questão, Benni marcou sempre!
Ironia do destino ou Coincidências estatísticas...?

Mais uma jornada e agora um trio na frente. Os 3 grandes estão par a par no comando da mais renhida Superliga dos últimos 10 anos.
No Dragão, Porto e Benfica dividiram, justamente, os pontos. Ficaram empatados em chances de golo e bolas na barra. O Porto não se conseguiu unir, não aproveitou a superioridade numérica a meio campo, nem soube tirar partido da vantagem no marcador. Maus indicativos para Couceiro. O Benfica entrou personalizado mas inconsequente. Geovanni e Nuno Assis a espaços e Manuel Fernandes a bom nível, mas os erros de posicionamento defensivo não decidiram por desperdício dos dragões. Ambos tiveram oportunidades soberanas esbanjadas infantilmente (os marcadores dos golos perderam uma chance clara de golo com o resultado ainda em 0-0). Entretanto, o Sporting venceu facilmente o Estoril por 4-0 mas ainda apanhou um outro susto e não fosse Ricardo a salvar talvez tremesse um pouco. Liedson voltou a bisar em 2 golos estranhos. Não interessa como, nem quando, o brasileiro aí está para se sagrar, indiscutivelmente, o melhor marcador da Superliga.
No resto da jornada, destaque para a vitória do Moreirense que ganhou pontos a todos os rivais directos e ao distanciamento de Marítimo e Rio Ave dos 5 primeiros classificados.

Equipa da semana: Moreirense
Jogador da semana: Niculae
Golo da semana: Luís Mário
Triste da semana: Amoreirinha (esta semana até nesta rubrica eu voto). Este homem veio substituír o grande Abadito!!

Parece que todo o mundo está à espera da resposta para esta pergunta. Câmaras de televisão não faltaram, lances divididos com os braços também não. Mas afinal...
Quantos processos sumaríssimos irão resultar do Porto-Benfica?