controvérsia futebolística

O jogo começou tal e qual tinha começado o derby de Alvalade onde Ricardo Rocha marcou aos 2 minutos. Agora foi Liedson a aproveitar um bom centro de Abel e um falhanço de Nélson para, como habitualmente, marcar ao Benfica. O Sporting teve então 15 minutos de grande qualidade, a criar muitos espaços à entrada da área (principalmente das movimentações dos 3 homens da frente a caírem nas zonas das laterais) para poder ampliar a vantagem. Moutinho e Veloso não estavam de pontaria afinada. O Benfica demorava a encontrar o seu ritmo e apenas via nos lançamentos em profundidade a solução para chegar-se um pouco mais à frente. Nuno Gomes e Miccoli poucas hipóteses tiveram em bolas pelo ar. Até que, numa boa jogada de Leo na esquerda, Katsouranis rematou para boa defesa de Ricardo e no desenrolar da jogada, Miccoli (o melhor do Benfica, bem secundado por Leo, Petit e Karagounis) marcou o golo do empate num tiro de belo efeito. Dois belos golos mas esse empate não trazia verdade a um jogo onde o Sporting merecia estar a vencer. Depois, o Benfica cresceu, nivelou a partida até ao intervalo e foi já no segundo tempo que subiu de produção e foi superior ao Sporting sobretudo pela correcção nos posicionamentos de Katsouranis e Karagounis. Apesar disso, foi Tello que ficou perto do golo, não fosse o corte de Anderson. Chegaram então as substituições e Paulo Bento lança Pereirinha e Alecsandro saíndo Abel (bela exibição) e Djalló e ainda corrige a posição de Miguel Veloso, já desgastado e encosta Caneira à linha onde caía Karagounis. Duas substituições que pouco trouxeram ao jogo. Fernando Santos respondeu ao tirar o apagadíssimo Nuno Gomes e a lançar Manu que, numa fase inicial, foi encostar nos centrais leoninos o que, a seu tempo, foi corrigido tendo Manu aparecido mais na linha. Uma boa substituição mas sem efeitos práticos porque faltava presença na área para acompanhar as investidas de Manu. Apesar disso, doi da direita depois de um cruzamento de Nelson que Miccoli, de cabeça, fez brilhar Ricardo. Até final, Paulo Bento decidiu não arriscar para vencer o jogo e lançou Tonel no lugar de Romagonli enquanto que Fernando Santos, com a lesão de Petit (faria alguma alteração se ele não se lesionasse?) lançou Mantorras passando a jogar num claro 4*3*3 mas com Katsouranis e Rui Costa inoperantes para fazer chegar a bola à frente. Incrível como nenhum dos dois foi substituído e como Paulo Bento não aproveitou melhor essa lacuna física para empurrar a sua equipa para a frente. Na minha opinião, também o meio campo do Sporting foi-se abaixo fisicamente (Romagnoli, Nani e Miguel Veloso decresceram muito na segunda parte).
Destaques pela positiva para Liedson, sempre ele a decidir e para Polga do lado do Sporting (Abel também a um bom nível) e do lado do Benfica para Miccoli (com a inoperância de Nuno Gomes e a ausência de Simão é o italiano quem marca a diferença) e para Leo, Petit e Karagounis.
O árbitro Pedro Henriques esteve um pouco aquém do exigido. Eis as suas decisões nos lances mais controversos (desculpem se me esqueço de algum):
- Caneira puxa Miccoli ligeiramente e o italiano aproveita e cai para o chão. O árbitro assistente assinala a falta e Pedro Henriques exibe o amarelo. Decisão correcta porque Miccoli não tinha a bola dominada.
- Falta à entrada da área de Polga sobre Miccoli, ficou por mostrar o amarelo a Polga.
- Falta dura de Petit sobre Pereirinha, ficou por mostrar cartão amarelo a Petit.
- Karagounis simula uma falta de Caneira que Pedro Henriques considera que existiu. Se a decisão é essa, deveria ter mostrado amarelo a Caneira. Afinal, o que viu Pedro Henriques nesse lance?
- Alecsandro parece dominar a bola com o braço na área leonina, mas foi bola no peito. Decisão correcta ao mandar jogar.

Sobretudo, Pedro Henriques, como é habitual, falhou a nível disciplinar. A nível técnico, também não foi muito convincente mas, de uma forma geral, nenhuma das equipas tem excessivas razões de queixa do árbitro.

Companheiros, tem sido dificil aceder à net e por isso, uma vez mais, falho o post semanal sobre a Superliga. Prefiro lançar algumas notas soltas a ver quem lhes pega!

- O golo de Messi faz-nos recuar 11 anos no tempo. Já o disse e reafirmo. É o único jogador argentino capaz de poder igualar Maradona. Também a forma como Cristiano Ronaldo se "lança" sobre o adversário pode fazer-nos lembrar Maradona.
- Em Inglaterra, o nível de Man Utd e Chelsea é tão alto que faz-nos pensar...não mereciam os dois ser campeões? Esperemos que os títulos em que estão em disputa possam ser divididos entre eles que são, sem dúvida, as duas melhores equipas europeias da actualidade.
- Por cá, o Benfica voltou a tropeçar e a perder (definitivamente) a corrida do título. Resta-lhes lutar pelo famoso campeonato da segunda circular.
- Quem está em alta é o Sporting que continua a vencer e recupera a forma que tinha há 3 meses. Todas as equipas têm altos e baixos, o timing da equipa do Sporting foi feliz.
- O líder Porto parece não querer deixar de o ser. Quando o líder Pepe sai da equipa por lesão e é Bruno Alves a assumir-se como patrão e a marcar o golo inicial frente à Académica, muito se pode concluír sobre esta equipa.
- Carlos Brito deixou o Nacional e voltou a falhar um projecto europeu. Continuo a achá-lo um tecnico válido e com grandes conhecimentos de futebol. Apesar de muito chorão, é um técnico ambicioso e apresenta um futebol ofensivo. Melhor sorte para a próxima.
- O Inter voltou a falhar em momentos grandes. Decerto, será campeão...ninguém duvida disso. Mas, jogando em casa com o 2º classificado, e perder quando até então estava invicto é...desesperante!

Aqui ficam algumas notas soltas. Peguem nelas e moldem-nas às vossas ideias!

Ao que parece, o novo técnico do Marítimo, Alberto Pazos, veio dizer que Portugal era a 5ª provincia de Espanha. Uma declaração incómoda para quem cá está e pouco simpática ou mesmo pouco pensada para quem vai trabalhar na ilha da Madeira.
Mesmo que fosse verdade, Alberto Pazos poderia também ter dito que essa mesma 5ª província era a única província espanhola que tinha mais do que uma equipa com vitórias na Liga dos Campeões (Porto e Benfica), que era a província que mais equipas "espanholas" levava às competições europeias e quem melhor imagem passava relativamente a divisões com o Governo Central. Aqui as pessoas estão para trabalhar e não para discutir se temos direito a sermos independentes ou não. Aqui, a independência é nossa e somos livres de fazermos o que queremos. Talvez por isso, Pazos tenha deixado novamente o seu país, por se sentir mal e oprimido por não viver numa província livre e independente.

Nota: falar de Portugal como sendo a 5ª província espanhola, e deixando de lado Baleares e Canárias, vindo ele trabalhar para a Madeira onde o Governo Regional é isso mesmo, regionalista, também me pareceu uma jogada de mestre!

Chegou a altura das grandes decisões por isso toca a opinar!
Quem é o campeão? O favorito Porto? O descrente Benfica? O outsider Sporting?
E já agora, Quem desce de divisão? Os condenados Beira Mar e Aves? O falido Setúbal? A surpresa Académica?

Vamos lá, é altura de decisões!! Toca a votar no quadradinho do lado esquerdo!

A jornada do fim de semana começava com um Porto-Setubal. Apesar das ausências a meio campo, o Porto partia para este jogo com a moral de continuar em 1º e com a possibilidade de, vencendo, ampliar a vantagem sobre os principais perseguidores que jogavam fora de portas. Uma vitória quase perfeita por 5-1, um bis de Adriano, o regresso aos golos de Postiga e Anderson. Quase porque Pepe lesionou-se e desfalcará o centro da defesa portista durante 4 semanas. Por muito moral que ele dê a Bruno Alves, Pepe fará imensa falta à equipa.
Seguia-se o Sporting e a deslocação a Braga. Apesar de não ter visto o jogo, aconteceu o que esperava: um jogo cuidadoso por parte do Sporting, sem arriscar demasiado e na mesma toada com que costuma jogar fora de casa (e tão bons resultados tem dado). Mais uma vitória com golo do mal-amado Nani num deslize da defesa bracarense. Estava feito o resultado e a pressão ia toda agora para os ombros do Benfica que, pode-se dizer, sucumbiu a essa pressão. Talvez o cansaço da equipa habitualmente titular justifique parte do desaire mas as faltas de atenção do sector defensivo e, principalmente, as dificuldades na transacção defesa-ataque fazem da equipa de Fernando Santos um alvo acessível. A luta do título ficou agora mais nítida, sendo que dificilmente o Porto terá (no mínimo) dois desaires e sabendo de antemão que Benfica e SPorting ainda jogarão juntos.
Se, numa ponta da classificação, as coisas ficaram mais transparentes, na outra ponta tudo complicou com a vitória do Aves e o empate do Beira Mar. É que o Setúbal perdeu e defronta na próxima jornada no Bonfim o Beira Mar motivado por parar o Benfica. Veremos no que resulta esta luta a 3.
No resto da jornada, destaque para a reviravolta do Paços Ferreira frente ao Nacional que lhe permite continuar a sonhar com a Europa e à vitória forasteira do Belenenses em Leiria.

Equipa da semana: Sporting
Jogador da semana: Geraldo, um bis na reviravolta do Paços.
Golo da semana: (não vi todos...por isso voto no regresso aos golos de Anderson)
Treinador da semana: Jorge Jesus, cinco jogos seguidos sem sofrer golos e o histórico Belenenses em 4º lugar!
Positivo da semana: O renascer de Beira Mar e Aves num último fôlego...?!
Negativo da semana: a lesão de Pepe, talvez o jogador actualmente em melhor forma no nosso campeonato.
Triste da semana: Fernando Santos. Não só de avançados se ganham jogos. O plantel é curto, o cansaço é muito mas exigem-se outro tipo de argumentos para um candidato ao título.

No final do jogo Benfica-Porto do passado 1 de Abril, Rui Costa dirigiu-se a Jesualdo Ferreira a caminho dos balneários. Os dois conhecem-se desde os primeiros passos de Rui Costa na equipa principal do Benfica. Quando abordado por Rui Costa, Jesualdo pediu-lhe para falar com ele não ali, mas "lá dentro". A resposta foi, no mínimo, estranha e mereceu comentários por parte de Rui Costa:

"Conhece-me há mais de 20 anos, e eu não mudei, mas você mudou muito, não é mesmo desde que foi para o FC Porto. Eu sou sempre o mesmo. Você é tão benfiquista quanto eu."
Rui Costa para Jesualdo Ferreira

Realmente, Jesualdo tem mudado a sua forma de estar no futebol. Tal já foi referido neste blog. Principalmente depois das derrotas frente ao Atlético e Estrela Amadora, notou-se em Jesualdo uma raiva até agora desconhecida. Será nervoso miudinho pelo lugar que ocupa ou intenção de permanecer lá durante muito tempo...?

É importante referir os factos mais importantes dos incidentes que aconteceram no clássico e algumas questões pertinentes. Troca de acusações à parte, considero fundamental identificar onde ocorreram as falhas que levaram ao ferimento de 3 adeptos.
- Independentemente da decisão do Benfica (ou da PSP) em colocar os adeptos portistas no 3º anel, alguns deles teriam sempre que ficar lá porque o número de 3.500 (aproximadamente) não caberiam no sector do piso 0. A exemplo de outras ocasiões onde tal se sucedeu.
- Como foi possível o lançamento de petardos? Terão sido os adeptos portistas revistados? E os adeptos benfiquistas? Eu estive no estádio e ninguém me revistou...
- Se os adeptos estivessem no piso 0, lançassem um petardo ou um cadeira e acertassem num jogador, a responsabilidade seria de quem os pôs no piso 0? Ou seria da falta de controlo nas suas entradas?
- Terá o Porto legitimidade para dizer que os principais responsáveis são o Benfica e a PSP, defendendo assim o comportamento dos seus adeptos?
- Deveria ter agido, através da força, a Policia de Intervenção depois do 2º lançamento de cadeiras?
- Será correcta a postura de LFV ao dizer, se bem que em contexto determinado, que não entregará bilhetes ao Sporting?
- A todos aqueles que irão ver o Benfica-Sporting, um recado: vão mais cedo porque serão certamente revistados de cima a baixo. E, se tal acontecer, estes incidentes não se deverão repetir...

Depois de uma semana de interregno, voltamos à análise da Superliga numa semana de clássico onde nada ficou decidido e tudo está em aberto. Inclusivamente, o Sporting aproximou-se do topo da classificação e está agora a apenas 4 pontos do 1º lugar e, mesmo apesar do calendário complicado (deslocações a Braga e Luz), ainda sonha com o título. Essa é, sem dúvida, a grande questão após esta jornada: o Porto não fez uma 2ª parte que lhe tenha permitido demonstrar que é, inequívocamente, a melhor equipa da Superliga; o Benfica não foi capaz de bater, no seu próprio estádio, o seu maior opositor; o Sporting está a recuperar terreno mas não se sabe que o que perdeu até então, não terá sido demasiado para um campeonato um pouco mais curto que o habitual. A ver vamos o que nos reserva as últimas jornadas da Superliga, período no qual ainda poderão ocorrer algumas surpresas e em que Benfica e Sporting encontrar-se-ão na Luz, situação que beneficiará o líder Porto.
No resto da jornada, destaque para o adeus de Ulisses Morais à Madeira, depois da derrota caseira frente ao Braga que recupera confiança para defrontar Sporting e Benfica. Quem continua o caminho triunfal rumo à Europa parece ser o Belenenses que está agora isolado na 5ª posição. No fundo da tabela, Aves e Beira Mar são cada vez mais últimos e o Setúbal, apesar da crise, venceu e respira agora mais fundo.

Equipa da semana: Braga
Jogador da semana: Linz
Golo da semana: Linz
Treinador da semana: Carlos Cardoso
Positivo da semana: O relançar do título a três
Negativo da semana: os adeptos feridos no Estádio da Luz

O clássico aparentava poder decidir o título mas tal só se daria caso o Porto vencesse. Talvez por isso tenha começado o jogo melhor, sentia-se mais à vontade, mais confiante e, convenhamos, o seu sistema de jogo permite-lhe chegar mais rapidamente à baliza do adversário. Mas esse sistema de jogo teve uma inovação: Jorginho, na posição 10, Quaresma na esquerda a trancar as subidas de Nélson e o lado direito (praticamente) vazio sendo que Lucho era o homem que deveria tentar incomodar Leo. A este sistema, respondeu Fernando Santos com o 11 titular dos últimos tempos: Simão a 10, nas costas de Nuno Gomes e Miccoli, um meio campo com 3 unidades mas pouca velocidade de execução e de passe.
O Porto dominou a primeira parte e o seu golo premiou a melhor qualidade de jogo que apresentou. Na verdade, pouco mais fez para chegar ao golo (apenas um lance em que Adriano isola-se e Quim rouba-lhe a bola com uma grande defesa) e só de bola parada é que Pepe, libertando-se de Anderson, apareceu para marcar um golo que dava (ainda mais) tranquilidade aos azuis e brancos.
Fernando Santos teria que trazer algo de novo à equipa e por isso lançou Rui Costa. Não deu nas vistas mas foi pela qualidade no passe (inúmeras vezes libertou Leo na esquerda), pelo equilibrio e segurança que desempenhou um papel decisivo na qualidade de jogo que o Benfica apresentou na segunda parte. Também Nuno Gomes mudou um pouco o seu papel, apareceu mais vezes atrás, a tabelar com quem aparecesse mas não foi feliz. O golo viria a aparecer, também de bola parada, com David Luíz a aparecer na zona que era de Katsouranis (que já fora substituído) e a cabecear ao poste com Lucho a fazer um auto-golo um pouco estranho. Era feita justiça numa segunda parte onde o Porto mal existiu (apesar das boas ocasiões de Renteria e Cech) e o Benfica apresentou um futebol ofensivo, rápido (Rui Costa importantíssimo a imprimir velocidade à bola) e onde apenas faltou uma primeira parte ao mesmo nível. O Porto viu-se condicionado pela lesão de Raul Meireles mas Jesualdo também não foi capaz de tirar da cartola o joker para resolver a questão na segunda metade da partida.
A nível individual, destaque do lado portista para Helton pelas intervenções finais na partida a segurar o empate, Bruno Alves que, apesar do amarelo no 2º minuto, fez um jogo consistente e seguro, Pepe que continua a revelar qualidades muito acima da média, sendo ele o patrão da defesa portista. Pela negativa, Quaresma que não apareceu praticamente em jogo e Jorginho que nunca foi o jogador que o Porto precisava para aproveitar os espaços deixados por Adriano.
Do lado do Benfica, destaque para David Luíz que fez uma exibição repleta de personalidade e foi decisivo no golo, para Rui Costa e Karagounis pela capacidade em libertar jogo e permitir as subidas de Nelson e Leo pelas alas, sendo que pela negativa se destacaram Anderson em mais uma exibição demasiado nervosa e com responsabilidade directas no golo de Pepe e Nuno Gomes que, não só não teve ocasiões de golo, como não foi capaz de criar jogo para os seus companheiros. Simão também esteve uns furos abaixo do habitual e não foi ágil o suficiente para se soltar da marcação de Paulo Assunção.
No cômputo geral, o empate aceita-se, sendo o Porto o principal beneficiado visto que, nos 7 jogos que faltam jogar, tem o calendário mais acessível.