controvérsia futebolística

... ao que parece os investidores arrependeram-se...

Considerado o Flop da história o Guarda-Redes Roberto arranjou colocação no seu país natal. E que colocação! A imprensa antevia um empréstimo ao clube onde se tinha destacado em Espanha numa equipa que lutava pela manutenção (qual Peçanha ou Ventura). Mas para espanto dos mais desatentos, a contratação foi anunciada por valores acima da compra!! Este cancro ainda deu lucro ao seu clube de origem... ou então não. Afinal a transferência deu-se por 80 mil € e o resto foi tudo obra de um fundo, que abrange o Presidente do Zaragoza ... e o dedinho do tal empresário.

O seu irmão é um dos melhores centrais do mundo, na minha modesta opinião. Vem de família de jogadores, tem o seu pai como empresário e agora tem uma ascensão meteórica. O jovem Júlio Alves, joga a médio e destacou-se ao serviço do... Ribeirão! Isso mesmo. Passou pelo Rio Ave, tal como Vítor Gomes, Ricardo Chaves ou Bruno China, mas ao contrário destes chamou à atenção do Atlético de Madrid. E cedo a equipa de Madrid viu potencial no Julinho e adquiriu por 300 mil € o seu passe à equipa de Vila do Conde. Até aqui tudo bem. Um mundial de sub 20 "normal" e bum! O Besiktas despende, passadas umas semanas, 3,5 Milhões € por metade do passe deste médio!!?? Quem terá sido o mediador desta negociata? Outra peça neste puzzle misterioso.

Outros exemplos, como Falcão ou Pelé, fazem confusão ao simples mortal, mas o que estes negócios tem em comum?

Jorge Mendes - o maior agente desportivo do mundo, com clubes "parceiros" que açambarcam os negócios;
Atlético de Madrid - Vendas e compras sobrevalorizadas (desde Pongolle, Pizzi, Roberto e Elias);
Zaragoza - Clube falido e que continua a reforçar-se como se não houvesse amanhã;
Benfica e Porto - Os maiores movimentadores de € do país.
Besiktas - Contingente português Jorge Mendes (desde o treinador interino até aos jogadores) e com o clube com Presidente e treinador de cana.

Schmeichel

César Prates, Valckx, Andre Cruz, Heinze

Figo, Paulo Sousa, Balakov, Ronaldo

J.V.Pinto Jardel

Nos últimos, o Sporting, para além do factor arbitragem, tem utilizado como argumento principal para o fracasso desportivo o facto de não ter as mesmas condições económicas para investir que os rivais FC Porto e Benfica.

Tem alguma razão no que à parte da capacidade financeira diz respeito (e até alguma na arbitragem) mas quando têm capacidade para comprar fá-lo de forma pouco criteriosa. Basta pensar que pagaram 7,5 milhões por Tello e 6,5 por Pongolle.

Agora resolveu investir 9 milhões no médio Elias, tornado-o no jogador mais caro de sempre da história do clube. O médio brasileiro que auferia 2 milhões limpos/época e era excedentário no Atlético Madrid e que há um ano custou aos espanhóis 7,5 milhões, chega agora a Alvalade por um preço mais caro e é comprado por um valor mais caro que jogadores de sucesso de dragões e águias.

Aqui ficam apenas alguns nomes de reforços mais baratos que Elias:

Mesmo assim, de vez em quando os responsáveis perdem a cabeça e contratam um jogador que custa mais do que os outros. Aconteceu com Tello (que agora se sabe que parte do valor para a comissão da contratação do João Pinto), Pongolle e agora Elias.

Numa busca rápida pela Net, percebemos a opinião geral no universo "bloguista", resumida em três "momentos": Caro, barrete e desnecessário. Virando-me para a capa da imprensa da especialidade retenho o termo "o mais caro de sempre". Um jogado que em Dezembro de 2010 era apontado com o "sucessor natural de Ramirez", um jogador que é internacional brasileiro e que fez carreira num dos maiores clubes do Brasil, com um número de jogos e golos assinaláveis, mesmo para um "meia", foi considerado pelo universo leonino de "Birra do Mano Menezes" e falhado de Madrid. É verdade que nunca o vi jogar, mas este já está queimado à partida. O tempo o dirá.

Se comparar-mos Pongolle (6,5 M€ - totalidade do passe) com dois jogadores dos rivais (não analisando a qualidade de cada um, apenas o desempenho) - Jara e Walter - percebe-se a diferença de tratamento. O Argentino custou aos cofres do Benfica 5 M€ por 75% do passe e Walter 5M€ por 50% do passe (Vendido inicialmente ao Rentistas por 6 pelo Juan Figger e depois vendido ao Porto). Enquanto que os problemas do clube leonino recaiam todos no Francês - justificou tudo - os dois jovens que nunca foram nem são opção válida para os clubes, vão passeando descansados, na sua passagem por cá. Um é irremediavelmente lembrado e queimado, os outros vão calmamente sendo esquecidos.

De facto ter boa imprensa no nosso país é tudo. Quando é que os jogadores Rochemback e Maniche tiveram direito a uma capa destas? E este ao que parece prefere a caminha em vez dos treinos duros do Jesus. E para complementar a capa o jornalista refere: "Um homem com gordurinha a mais nunca faria o golo que ele fez anteontem na Choupana: cerca de 60 metros percorridos em sete segundos, sempre com a bola nos pés". Um potencial flop de 6 M€ vai ganha um balão de oxigénio, sendo capa de jornal duas vezes seguidas em que marcou dois golos (nenhum deles decisivo) em jogos já resolvidos.
Antes pelo contrário, no caso dos jogadores leoninos, foram potenciadas pelas imprensa as situações de ruptura entre os adeptos e os jogadores.


Sugiro que para melhorar o nosso Futebol e fortalecer todos os clubes a imprensa desportiva, jornalistas e afins se assumam e opinem do clube do coração (o Fernando Correia fale só do Sporting, o Manha do Benfica, o Manuel Tavares do Porto, etc.). Tornam as coisas mais sérias e contribuem para a sustentabilidade da modalidade. Escusam-se de opinar acerca da vida interna dos clubes rivais. E se o fizerem, os adeptos não as tomam como verdades absolutas, pois sabem de onde vêm. Se em Espanha resulta aqui também pode resultar... e a malta não ouve tanto disparate, é que cansa sabem...

O Saragoça comprou Roberto ao Benfica e o mundo abriu a boca de espanto. Afinal, um clube endividado, com ameaças de penhoras, como poderia comprar um jogador por 8 milhões de euros? Soube-se que só tinham pago 50 mil e as coisas acalmaram.

Depois disso, contrataram Fernando Meira, Miguel Lopes, Hélder Postiga, Ruben Micael, Juan Carlos (via Braga), Luis Garcia, Songo'o e Barrera. Mais ninguém falou no caso.

Será tudo isto normal?

O FC Porto faltou à promessa e não deixou saír Álvaro Pereira. 30 milhões ou nada. Diria que perdeu uma grande chance de negócio (o Chelsea chegava a 25 M€, creio) porque não voltará a ter este preço por este jogador mas pôs Villas-Boas com os cabelos ruivos em pé de raiva de não contratar um jogador que tanto queria.

Valerá a pena a pequena vingança? Só se Vitor Pereira for campeão e Álvaro Pereira saír no final da época por valores aproximados dos agora discutidos.