quinta-feira, agosto 21, 2008

Pequim 2008

A Vanessa pode ter ganho uma medalha, o Nélson até podem ganhar outra, o Gustavo ficou a um passo e a Naíde até pode ter tido um dia mau, mas o que se realça dos atletas portugueses destes Jogos Olimpicos é, essencialmente, a falta de profissionalismo dos mesmos.

Perdoem-me quem não merece ser incluído no lote mas tem sido demasiado mau o comportamento destes ditos atletas. Senão, vejamos:

- Francis Obikwelu faltou a uma prova de qualificação depois do insucesso no acesso à final dos 100 metros e do anúncio oficial do final da carreira.

- Marco Fortes disse que, de manhã, para ele, não era boa altura para lançar pesos. Era melhor estar na caminha.

- Sérgio Paulino abdicou da ida aos Jogos por problemas de saúde num ambiente que era conhecido há muito tempo, mas a bolsa não deixou de pingar todos os meses.

Amadores ou não amadores, a verdade é que os Jogos Olímpicos são competições especiais e o sonho de qualquer atleta. Se os que lá foram não pensam de forma igual, não beneficiassem da bolsa (de valor que desconheço) e dessem oportunidade a outros para lá irem.

Ah, e Vicente Moura tem mais é que se demitir. Porque ele é o chefe daquela delegação.

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Comentários:
É um facto que a prestação foi fraca, mas tb é um facto que tudo ganhou uma dimensão porventura exagerada, a partir do momento em que Marco Fortes tem aquela tirada vergonhosa da "caminha". Ainda que por acaso hoje de manhã, na Antena 3 tenha ouvido 3 outras desculpas tb elas mt boas: um queixava-se da corrente de ar no pavilhão, o outro dizia que água (era nadador) estava mt quente e um outro disse que o cavalo se sentia incomodado com o ecra gigante.
Mas foi de facto uma prestação má. Não digo muito má, pq sinceramente nunca esperei bons resultados. Tirando Vanessa Fernandes (que pensava que ia ganhar a medalha de ouro) e talvez um Nélson Évora a ir a uma de bronze, nao esperava nada mais. Nem Telma, nem Francis eu pensei que la pudessem ir.
Exigir medalhas, talvez até nem seja justo, mas exigir esforço, dignidade, capacidade de sofrimento, isso sim.
Bateram-se vários recordes nacionais e isso é de louvar.
Agora critico é as desculpas esparrapadas que alguns deram e outros que ficaram deslumbrados. Maus dias, todos os têm. Naide Gomes é um bom exemplo. Mas Naide teve a dignidade de o assumir e nao inventou desculpas. Simples!
Sim, critico Obikwelu por ter desistido dos 200m. É preciso ter lata! Se tb esse Sérgio Paulinho andou a receber e depois faltou por essas razões, ente merece é nunca mais envergar as cores nacionais.
Quanto a Vicente de Moura: é mais um homem de tachos! Agora com a medalha, já quer ficar de novo!
 
A bolsa varia, mas anda pelos mil e poucos euros para os melhores, e os 500 para os mais modestos.

Toda a despesa feita pelo estado com os jogos olímpicos não chegaria para pagar o passe de um jogador de futebol de topo, e é substancialmente menor que a efectuada por outros países de semelhante dimensão.

A maior parte das modalidades não tem competição de nível no nosso país, e as instalações e equipamentos raream.

Por tudo isto, acho que os atletas que conseguem ganhar alguma coisa neste contexto, são verdadeiros heróis.


Não podemos esquecer que, à excepção de cinco ou seis (Évora, Vanessa, Naide, Obikwelu e poucos mais), os restantes são mesmo amadores, e os jogos olímpicos para eles são sobretudo a oportunidade de participar numa festa.
Sempre foi assim.

É claro que há frases que podiam ser evitadas, mas se nos lembrarmos de frases de pessoas com bem mais responsabilidades (por exemplo governativas), verificaremos que tudo isto talvez não passe de uma tempestade num copo de água.
 
É pá o que se está a passar é mesmo à Tuga!
Vamos por partes: Os atletas portugueses em comparação com outros atletas que alcança as medalhas, fazem, no meu entender autênticos milagres. Isto é, para não falar das condições financeiras (1000€/mês, uma autêntica fortuna pensarão vocês) as condições de treino, de enquadramento competitivo e de capacidade de medicina desportiva de desenvolver as capacidades está muito aquém quando comparadas com os chamados países vencedores (EUA, China, Alemanha, França, etc.).
Se tivermos em conta que um atleta norte americano começa a sua vida desportiva na escola, com enormes infraestruturas e enquadrado numa realidade competitiva a todos os níveis e que os nossos míudos nem tem educação física (ou porque não há pavilhão, ou porque não há professor, ou porque está a chover, etc. etc.) começamos a perceber onde se distinguem os atletas de Top. Depois temos a questão financeira. Os atletas americanos, Chineses, etc. (Mesmo os que não são de alta competição) não fazem mais nada na vida. Dedicam-se a 100% ao desporto - resultado com mais praticantes com exclusividade à modalidade, a competitividade aumenta, o que obriga a que os bons sejam mesmo bons e não apenas aqueles que optaram pela actividade A ou B e através de treino e aprendizagem do desporto se desenvolvam. Falta portanto uma cultura de desporto verdadeira no nosso país (Tal como o que se passa com a cultura, por exemplo). Depois tentem viver com 1000 euros por mês e ser atletas de alta competição, e pagar as continhas ao fim do mês. Continuam a achar que é muito?
Outra questão infraestruturas... Cidade Universitária versus Cidades Olímpicas em várias cidades por país. Estão a imaginar? O próprio Obikwelu treina em Espanha. E se não fosse o Obikwelu (se só começou a treinar lá depois de ter conseguido alguma exposição mediática)? Quantos miúdos com potencial querem/ precisavam de ter condições adequadas e não as têm? Mais um factor de reflexão.
Depois e temos a mentalidade competitiva. Em termos internos, o Fortes, a Telma, a Vanessa, etc. não tem competição à altura. Apenas competem internacionalmente. E todos sabemos o que por exemplo um campeonato competitivo (prova regular) e o contacto constante com a competição provoca nos jogadores - desenvolvem o seu potencial e a sua capacidade. Somos um país pequeno e a falta de pressão e espírito competitivo e mentalidade ganhadora, influencia também a equação.
Outro aspecto e talvez o mais importante é o desenvolvimento físico, aliado à medicina desportiva (onde se incluem as substâncias potenciadoras de sucesso). Nos centros de medecina desportiva estudam-se cada um dos atletas. Desenvolvem-se os pontos fortes e identificam-se e minimiza-se os pontos fracos. Trabalha-se ao nível de suplementos alimentares e de desempenho com os resultados que estão à vista (Chineses com 2 metros de altura, chinesas com 130kg com uma força Herculiano, nadadores super-homens), etc. E porque não referir a questão do Dopping? Substâncias recém-desenvolvidas e ainda não identificadas pelos testes antidopping?

Em todos esses factores os países com sucesso estão a anos luz dos Portuguese. Só com trabalho arduo, dedicação, sacrificio e muita vontade é que aparecem os Carlos Lopes, Rosas Motas, Vanessas Fernandes, Nelsón Évoras e porque não dizê-lo os Marcos Fortes!

Claro que eu também queria medalhas. Mas para a maior parte dos atletas conseguir o mínimos e estar lá já foi a sua grande vitória, por isso ... parabéns Portugal!
 
O resultado de Portugal nos Jogos Olímpicos é, obrigatoriamente, positivo. Porque ganhámos 2 medalhas sendo que uma delas (triplo salto) foi numa competição técnica, ou seja, algo que nunca tinhamos conseguido anteriormente. Isso ninguém pode pôr em causa. O que pode ser posto em causa é um atleta que pode ser profissional, amador, desempregado, estafeta, bancário ou até ermita não ser correcto para com os seus colegas de profissão e justo para com o povo português. E, nisso, nem Obikwelu nem Paulino o foram.
 
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