controvérsia futebolística

Para estreia vou lembrar os anos dourados da Série A, o início dos anos 90, onde só se media um verdadeiro futebolista se conseguísse triunfar no árduo e competitivo campeonato italiano.

Todos os grandes jogadores da altura passaram por lá. Todos aqueles que nos lembramos e que foram em determinada altura fãs de alguém.

Primeiro um pequeno enquadramento histórico. Os anos 80 tinham sido particularmente complicados para o campeonato espanhol – reflexo de uma economia interna instável – os clubes estavam falidos; o campeonato inglês ainda vivia as consequências do castigo europeu às equipas e os reflexos do forte hooliganismo, e era um campeonato muito “fechado” e o campeonato italiano apresentava-se, na altura, como o El Dorado – afinal tinha sido em Itália que Maradona tinha encontrado o seu futebol e atingido um nível de melhor jogador do mundo – todos queriam ser o novo Maradona.

Primeiro podemos falar na equipa com mais sucesso da altura – o Milão. Um conjunto de jogadores quase perfeito, com um estilo de jogo equilibrado (4X4X2), sempre com comandantes fortes. O Milão conseguiu ser o espelho de um profissionalismo impar. A cidade desportiva dava as condições de treino perfeitas. O clube tratava os jogadores como nenhum outro (dava carro, casa, pagava as contas, tratava da família, etc.) – os jogadores só tinham que se preocupar em jogar futebol.

Tal como os outros grandes o Milão “importou” o que de melhor existia no mundo a nível de jogadores e consegui recrutar os craques estrangeiros da altura – Gullit, Rijkard, Van Basten, Papin, Desailly, Savicevic, Boban, Elber, Laudrup, Raducioiu – conseguiu manter os jogadores da casa – Rossi, Tassoti, Baresi, Costacurta, Evani, Nava, Galli, Ancelloti, Massaro – e lançar novos míudos, que alguns até fizeram nome nos rivais – Panucci, Maldini, Albertini, Stroppa, Simone, Melli, Albertini, Fuser, Eranio, Dioniggi e Coco.

Gullit, Rijkard, Savicevic, Baresi, Van Basten, Papin e Boban

O Milão bateu recordes de vitórias, de invencibilidade e até em transferências, na altura pagou 20 milhões de €!!?? ao Torino pelo azarado Gianluigi Lentini.

A Juventus teve o melhor jogador italiano da última década – Roberto Baggio – mas

nunca conseguiu combater e hegemonia do Milão - a descida de Divisão também não ajudou - apesar de também ter tido muitos e bons jogadores – estrangeiros de destaque: Júlio César, Kohler, David Platt, Andreas Moller, Thomas Hasler, Stefan Reuter, Jarni, Dechamps e Paulo Sousa; Italianos: Peruzzi, Sartor, Prrini, Marochi, Pessoto, Ferrara, Vialli, Ravanelli, Conte, Di Livio, Torricelli, Del Piero, Di Canio, Casiraghi, Schilacci – curiosamente a ascensão da Juventus com Marcelo Lippi, coincidiu com a “queda” do Milão.

O Inter sempre foi um outsider das grandes conquistas apesar da sua história e tradição em Itália e de ter grandes jogadores estrangeiros – Brehme, Mathaus, Klinsmann, Shalimov, Sammer, Pancev, Ruben de Sosa, Wim Jonk, Bergkamp; italianos – Zenga, Pagliuca, Bergomi, Nicola Berti, Delvechio, Schilacci, Dino Baggi; e grandes treinadores como o nosso comnhecido Trappatoni.

Trappatonni e Mathaus

Muitos foram os clubes – Lázio, Parma, Roma, etc. – e jogadores – Zola, Asprilla, Brolin, Aldair, Mihajlovic, Doll, Balbo, Cannigia, Voller, Gascoigne, Winter, Signori, Mancini, Lombardo, Boksic, etc, etc, etc, e que marcaram essa época mas creio que nenhum chegou ao sucesso do AC Milão.

E tu, qual as tuas memórias deste tempo?

# publicada por Santinni : sexta-feira, setembro 21, 2007