terça-feira, junho 12, 2007

Vitor Baía

Portugal sempre foi pródigo em ter grandes guarda-redes. Antigamente, falava-se em Carvalho, Damas, Bento...perderam-se, entretanto, referências até que apareceu um jovem, de estilo refinado, ágil entre postes, rápido fora deles (se bem que não muito forte). Com a enorme vantagem de ter à sua frente uma defesa sólida e um meio campo super trabalhador, cresceu na baliza do FC Porto um senhor chamado Vitor Baía.

Lembro-me vagamente do que aconteceu na altura em que apareceu...corria o início de época de 1988/1989, Mlynarzyck tinha-se lesionado gravemente, faltava ao Porto um guarda-redes para jogar! O junior Baía foi lançado num jogo em Guimarães que penso que o Porto venceu. Revelou serenidade e personalidade. Afinal, algo pouco habitual num jovem de 18 anos. Pouco tempo depois, Riade chamava por Vitor Baía mas os interesses do clube foram mais fortes. Bizarro assumiu a baliza, Brassard foi promovido e Portugal foi campeão do Mundo. Já Vitor Baía, ganhou outro prémio...Ele é hoje o jogador com mais títulos em todo o Mundo, tem 32 troféus! É certo que os venceu, na sua grande maioria, ao serviço do seu clube de sempre, o FC Porto mas pelo Barcelona foi campeão espanhol, vencedor da Taça das Taças e da Taça do Rei. Foi também no Barcelona que conheceu o período mais conturbado da sua carreira. Levado por Robson,teve uma primeira época, a nível exibicional entre o óptimo e o mau. Com a saída do técnico inglês, veio Van Gaal e a vida de Vitor Baía tornou-se num inferno: apesar de ter sido a primeira aposta do técnico holandês, Baía pagou caro a falta de conhecimento com o sistema táctico de Van Gaal, onde o guarda-redes tinha que predispôr-se em campo de outra forma (mais interventivo, mais adiantado, funcionando muitas das vezes como um líbero) e Baía vacilou, chegando inclusivamente a ser vaiado em pleno Camp Nou. Ainda hoje, poucos são os catalães que vêem em Vitor Baía um guarda-redes de grande qualidade. A vinda de Hesp deitou por terra a aventura do português em terras espanholas e "relegou-o" para o seu clube de sempre onde viria a sofrer uma grave lesão no joelho (penso que foi lá) quando tinha já os seus 30 anos.
É o fim, pensaram (e desejaram) muitos. Mas Baía arrancou a partir de então para uma nova carreira, sempre em progressão até Mourinho voltar a fazer dele um dos 3 melhores guarda-redes do ano na Europa.
A vinda de Helton relegou-o para o banco, mas nem por isso deixou de ser um exemplar profissional e companheiro, digno de um verdadeiro capitão e líder. Aquilo que Baía sempre revelou no Porto e na Selecção (apesar do episódio com Ricardo) mas que não foi capaz de almejar, por diversos factores, no Barcelona.
Acabe ou não acabe a carreira, o importante é deixar bem claro: Vitor Baía foi o melhor guarda-redes português de todos os tempos e muitos dos troféus que os clubes por onde passou receberam deveram-se também às suas qualidades.


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