terça-feira, junho 05, 2007

Análise Superliga_5

O título:


Mais uma vez, a época começou "estranha". O campeão Porto, a 2 semanas do início do campeonato, decidiu trocar de treinador tendo Co Adriaanse saído para a entrada de Jesualdo Ferreira. Na realidade, o holandês nunca foi um bem-amado nas Antas, caminho igual parece tomar o professor Jesualdo que não cai nas graças dos adeptos portistas. Analisando a época portista, chega-se à conclusão que correram o suficiente para serem campeões. O facto de possuírem o melhor plantel dos 3 grandes e a espinha dorsal mais sólida de todas: Helton, Pepe, Lucho, Anderson, Postiga. Este último durou meio campeonato, mas rapidamente apareceu Adriano para complementar o que faltava. De Anderson pouco se viu (apenas no início da época) mas acabou por não ser preciso porque o Porto sempre esteve em 1º, nunca precisou de carregar muito no acelerador e apenas a rigidez táctica de Jesualdo Ferreira não lhe permitiu ter mais asas para voar mais alto. É um campeão justo mas parece que fez os mínimos para isso.

Do Sporting tinha-se curiosidade para ver se Paulo Bento conseguiria, agora com mais responsabilidades, pegar numa equipa que surpreendeu pela positiva em 2005/2006 e fazê-la chegar um pouco mais além. Apenas 2 derrotas, a confirmação de talentos como Moutinho e Nani, a ascensão de Miguel Veloso, o eclipse de Paredes e Carlos Martins e o reaparecimento de Polga e Tello, aliados à qualidade habitual de Ricardo e Liedson fizeram do Sporting a equipa mais regular e que seguiu uma linha mais recta que os seus opositores. O esforço de final de época parecia merecer mais mas a exibição na Luz confirmou-lhe o justo 2º lugar.

Já o Benfica passou por momentos muito dificeis ao longo da época. Viu-se privado de Rui Costa durante muito tempo, Simão e Luisão também estiveram ausentes e o plantel desiquilibrado que continua a possuír não oferece muitas soluções em termos tácticos. De qualquer forma, acabar o campeonato a 2 pontos do título acaba por parecer positivo, tal a dose de críticas atiradas à equipa (e ao próprio) de Fernando Santos. Num ano onde se destacaram pela positiva Petit, Simão, Miccoli e Karagounis, ficou a nítida sensação que a diferença de qualidades dentro do plantel assume valores extremos e perigosos. Nesta condição, era díficil chegar mais longe.


A europa:

O Braga era o principal favorito e alcançou o 4º lugar com bastantes dificuldades. Mas o que é facto é que parece que desiludiu mas obteve a classificação que aspirava como normal. Isto diz bem do real estatuto que hoje a equipa possui. Mesmo assim, o seu presidente foi demasiado desconcertante ao trocar de treinador duas vezes.

De quem se esperava muito era do Boavista mas poucas foram as coisas que lhe correram bem. Muito por culpa do seu presidente que permitiu a saída de Jesualdo (com ou sem cláusula, a responsabilidade é do presidente) 15 dias antes de começar a época. Uma equipa com nomes como José Manuel, Ricardo Silva, Linz, Tiago, Kazmercziak e Grezlak não pode andar abaixo do 6º-7º lugar. Grande parte das responsabilidades devem ser imputadas à direcção axadrezada que continua a manifestar pouca capacidade de decisão e uma política de gestão bastante controversa.


A agradável surpresa do ano, essa, pertence ao Belenenses de Jorge Jesus. Um plantel que inicialmente estaria preparado para jogar a Liga de Honra, foi "promovido" à última hora e realizou temporada notável trazendo ainda para a ribalta do futebol Nivaldo, Rodrigo Alvim, Dady e as afirmações de José Pedro e Ruben Amorim.


Também em destaque esteve o Paços Ferreira de José Mota que conseguiu pela primeira vez o acesso a uma prova europeia. Numa época em que até nao tinha grandes estrelas (lembro-me que noutros anos teve Rafael, Everaldo, Zé Manuel, Junior ou Manduca) foi capaz de chegar à Europa, sobretudo pela óptima prestação caseira que teve onde apenas perdeu uma vez frente ao Belenenses. Será um 2007/2008 interessante na capital do móvel, veremos como reage José Mota à questão-Europa e se o plantel será reforçado consoante as necessidades reais da equipa.

Quem ficou a um passo da Europa foi a União Leiria. Mesmo assim, conseguiu o acesso à Intertoto, competição que disputa pela terceira vez. Apesar da boa classificação, a época não foi fácil para a turma da cidade do Lis. A novela-Rossato manchou a boa carreira de Domingos Paciência enquanto treinador e abriu as portas para Paulo Duarte que não foi capaz de chegar mais longe ficando a um mísero ponto do objectivo-Europa. Para o ano sobem as expectativas.

Da Madeira, chegaram também 2 desilusões: Carlos Brito e Ulisses Morais, dois treinadores ambiciosos e com qualidades, não foram capazes de levar a Madeira à UEFA. Nem Nacional nem Marítimo demonstraram capacidade para ir mais além tendo inclusivamente desiludido dentro de portas.

Pelo meio da tabela, bem acima da linha de despromoção andou sempre Naval que se tivesse realizado uma segunda volta igual à primeira, estaria hoje ainda a festejar a qualificação para a taça UEFA mas a saída de Rogério Gonçalves veio prejudicar esse sonho. Sentido inverso tomou o Estrela da Amadora, bastante prejudicado por começar o campeonato fora da Reboleira e só quando teve o Estádio José Gomes ao seu dispôr é que Daúto Faquirá conseguiu tirar o máximo rendimento dos seus atletas. Uma boa estreia na Superliga deste treinador que sempre foi bastante apoiado pela direcção estrelista. Louve-se a atitude.

Quase sempre com um pé acima da linha de água andou a Académica. De Manuel Machado esperava-se uma equipa mais forte e poderosa, sendo por isso de estranhar a péssima participação caseira registada pelos estudantes: 11 pontos caseiros dos quais apenas 1 (!) na segunda volta! Época para esquecer, pede-se mais para o ano a Manuel Machado.

A descida:

Já se sabia que o Aves era o principal candidato a descer de divisão. A meio da época já ninguém esperava que pudessem salvar-se o que até poderia ter acontecido não fosse a sensacional vitória do Setúbal na Figueira da Foz. Mesmo assim, o Prof. Neca foi castigado pela falta de ambição patenteada na maior parte dos seus jogos utilizando um sistema demasiado defensivo. A melhora de qualidade do plantel registada em Janeiro (entraram Nuno, Jorge Ribeiro e Moreira) veio dar-lhes alguma inspiração numa equipa que viveu sobretudo de transpiração. A descida justifica-se.

O outro adeus foi do Beira Mar, numa equipa que um ano mais voltou a brincar com a sorte (2 trocas de treinadores, mudança de cerca de 50% do plantel em Janeiro, o risco-Jardel), desta vez deu-se mal e não resistiu. Havia menos espaço para falhar e, apesar da revelação Edgar (é um craque!), este foi o pior Beira Mar dos últimos anos. De todas as formas, demonstraram-se quase decisivos para o título ao fazerem o Sporting e Benfica escorregarem em Aveiro.

Quem se safou mesmo na última jornada, e talvez também merecesse a descida, foi o Vitória Setúbal. Uma época mais com dificuldades financeiras, pagamentos em atraso, problemas disciplinares, mudanças de treinadores e instabilidade directiva fazem desta equipa um case-study, tal não é a enorme surpresa que foi vê-lo ficar na Superliga. Depois do empate caseiro com o Marítimo poucas seriam as pessoas a julgar possível a sua manutenção. Permanecem mas pouco fizeram por isso.


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