sábado, novembro 19, 2005

Braga-Benfica

Era um jogo do líder frente ao campeão. Jesualdo alinhou como seria de esperar: trio de meio campo com Madrid (estanca muito jogo, a bem e a mal), Vandinho (polivalente e óptimo jogador) e Luis Filipe (médio ala, para defesa direito, para médio interior...revela qualidades) e Jaime e Cesinha nas alas a apoiar João Tomás. Jaime não entrou em jogo (Davide também não o conseguiria fazer, mérito a Leo por anular os dois), Castanheira foi diferente (já para não falar no homem do jogo - Maxi).
O Benfica de Koeman era uma incógnita até sexta-feira: Quim, Miccoli e Simão pouco tinham treinado, não se esperava que fossem chamados. Não só o foram, como 2 deles foram titulares e, pelo que se percebeu ao longo da partida, Koeman auto-limitou-se substancialmente a partir do minuto 1: Quim estava inferiorizado fisicamente. A qualquer momento poderia dar um chuto mais forte e caír no relvado. Foi responsável directo por 2 dos 3 golos (apesar de uma boa defesa a livre de Castanheira) e deixou a ideia de que não tinha condições para jogar. Simão estava, segundo Koeman, em melhores condições do que contra o Villarreal (jogo do qual disputou os 90 minutos). Saíu ao intervalo, como seria de esperar, em evidentes dificuldades físicas. Sabendo que o Braga era uma equipa perigosa, física, Koeman arriscou desde o início ao saber que teria que fazer uma alteração obrigatória (tirar Simão) e não poder arriscar a terceira muito cedo (dada a falta de condição de Quim). Para um jogo destes, começar, à partida, limitado desta forma...Ah, e insistir com Beto na ala direita durante mais 90 minutos é de herói! O Benfica troca bem a bola, controla bem o jogo, mas não sabe "picar" o adversário e as perdas de bola de Petit e Manuel Fernandes são de irritar qualquer treinador (menos Koeman, é claro!). Koeman volta a demonstrar uma falta de qualidade gritante.
O golo de Anderson veio em boa altura para o Benfica: controlava mas não criava muito perigo. As alas estavam paradas (Beto como interior, Simão a meio gás), Geovanni perdido, acabando por serem os laterais Leo e Nelson a desiquilibrar. O Braga não encontrava o seu ritmo e apenas Vandinho escapava da mediania. O segundo tempo, e com as alterações introduzidas pelos treinadores, viu-se um Braga mais ofensivo e um Benfica sem objectivos definidos (a não ser deixar passar o tempo). Até que entrou a guerra dos bancos e aí: 15 a 0 para Jesualdo: lançou Maxi para decidir, enquanto que Koeman lançou Karyaka e Nuno Assis para fazerem o mesmo: controlar uma posse de bola que, a essa altura, estava muito lá para trás no terreno de jogo.
O Braga virou o jogo, num lance infeliz de Quim e numa bola parada (tal como o golo do Benfica).
O 2-2 e o 3-2 deixemos para posterior análise...não pertenceu a este jogo (e ainda bem que não influenciaram o resultado final).

Comentários:
Este jogo provou essencialmente duas coisas:
1- O Braga este ano vai ser uma equipa muito mais complicada (se duvidas houvessem)
2- O mio campo do Benfica nao vale, se tiver pela frente um meio campo dinamico e que se mexa sem bola.

A incapacidade de Beto e Manuel Fernandes (Petit neste caso e o menos culpado, mas tb ja revelou estas carencias anteriormente) para acompanharem as movimentacoes dos seus adversarios e gritante... Entao Manuel Fernandes... alguem com tanta reputacao, nao pode fazer um jogo destes. Mau, mau, mau, muito mau! Beto, nunca percebeu o que estava a fazer em campo... E enquanto Luis Filipe esteve no meio campo, ate este conseguia ir por ali a fora, sem oposicao. Valia ao Benfica a falta de comparencia de Jaime, senao, mesmo na primeira parte outro galo cantaria. Merito (mais do que de Leo), de Petit neste apagamento do jogador mais movel do ataque bracarense.

Mas interessa-me falar mais do Braga, porque esta equipa ontem demonstrou capacidade de reaccao. Nao so durante o jogo, mas ate mesmo a derrota da jornada anterior.
4 defesas, Madrid a trinco (longe de ser o tipico trinco, mas este sim ocupa os espacos certos e pisa os terrenos que tem de pisar - Quem me dera que Custodio tivesse um decimo da sua desenvoltura tactica - e que na hora de fazer sair o passe, fa-lo com qualidade), Luis Filipe e Vandinho numa linha mais adiantada, tendo Luis Filipe a missao de fechar pela interior direita, e de atacar pelo extremo do mesmo lado. Jaime com total liberdade de movimentos, Cesinha aberto a esquerda e Joao Tomas a ponta.
Basta olhar para este desenho para ver que falamos de um esquema coxo, e isso explica a incapacidade do Braga para levar perigo a baliza do Benfica - Nao que o Benfica estivesse bem, o Benfica foi sofrivel o tempo todo. Perigo so de bola parada, e via-se que esperava um contra-golpe que nunca teve capacidade para praticar.
Bom Jesualdo percebeu que a equipa estava coxa, e sacrificou o suspeito do costume - Abel - fazendo uso da versatilidade de Luis Filipe. Lancou Davide para a ala direita, e reorganizou meio campo e ataque. O meio passou a ter so duas linhas, com Madrid e Vandinho numa linha mais recuada (da qual Vandinho tinha autorizacao para se desfazer, lancando o panico no meio campo benfiquista), Jaime a frente deles, sem ter a obrigacao de surgir nas alas, porque ambas passaram a estar ocupadas permanentemente. A direita por Davide, e a esquerda por Cesinha.
O Benfica ja acabou a primeira parte com maior dificuldade. E ao intervalo Jesualdo mete Castanheira e diz a Jaime que ja nao tinha paciencia para esperar por um golpe de genio (e este jogador e capaz disso, mas Petit guardou-o no bolso). Castanheira e um jogador que nao transporta a bola, antes procura os colegas, e solicita as suas desmarcacoes... E o meio campo do Benfica comecou a sofrer ainda mais, quando os seus colegas comecaram a corresponder.
Era apenas logico que o Braga chegasse ao empate (Este sim, um FRANGO), e que a partir dai estivesse mais perto da vitoria. A entrada de Bevacqua, voltou a desiquilibrar a equipa do Braga, mas rendeu frutos, onde nao se esperava : Nas alturas e face a dois centrais de grande qualidade, mas que ontem merecem que se lhes aponte o dedo nos dois golos do Braga (embora no primeiro, alguem devesse explicar a Leo, que ja nao tinha que estar a marcar o poste). No segundo Bevacqua sai de fora de jogo, mas vem para tras... Se e grave a falha do fiscal, muito mais o e a dos defesas do Benfica - ate porque nao e virgem, o golo do Rio Ave e igual... O central que marca o avancado, parte em vantagem para o lance, mas e batido por incapacidade, mais do que pelo fora de jogo que estava a espera que fosse marcado.
Braga muito bem, Benfica sem classe, sem capacidade de aguentar um resultado que lhe havia sido oferecido por um amigo da familia.
 
Ainda não consigo perceber a não convocação de Hélio Roque!!

E gostava de ver Carlitos na esquerda.
 
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