quarta-feira, agosto 24, 2005
Reflexão_13
A eliminação do Sporting da Liga dos Campeões deve servir de período para reflectir. Não vi o jogo da segunda mão (só o resumo). Ouvi o relato até ao 1-0 e depois do jogo a opinião de comentadores e adeptos. Para a reflexão principal, não é necessário saber se foi ou não penalty, se Ricardo foi ou não infeliz no lance do golo. A questão que está aqui em causa é a postura assumida por 2 pessoas do Sporting: Dias da Cunha e Peseiro.
O presidente teve (e tem) um discurso de adepto. Ainda no aeroporto disse "o Sporting foi muito superior na 1ª mão" e que "a ver se a Udinese em casa joga melhor, porque cá foi muito pobre"(o que, para mim, não é verdade). Dias da Cunha falou como se o Sporting tivesse a obrigação de vencer em Udine! Se não foi capaz de marcar sequer um golo em casa porque razão haveria de marcar 2 (e não sofrer mais do que um) fora?
Se bem me lembro, o Benfica frente à Lazio e ao Inter foi superior, segundo a opinião de muita gente. Eu sempre defendi o contrário. Se com a Lazio na 1ª mão perdeu por 3-1 contra uma equipa que não correu, já com o Inter sofreu 4 golos (quase todos) infantis na 2ª mão. Não foi por acaso. As equipas italianas jogam diferente das portuguesas. Sabem estar para ganhar. Nós, portugueses, pensamos que só porque fazemos dribles e toques bonitos temos uma grande equipa. A Udinese é superior ao Sporting, disso não tenho duvidas. Mas Dias da Cunha não soube ser humilde a meio da eliminatória, imagine-se o que irá dizer no final dela...
Em relação a Peseiro, o treinador tem um problema de optimismo. O optimismo não é um problema, apenas o é se, consecutivamente, o resultado não é tão bom como se esperava. Isto porque Peseiro dá conferências de imprensa e a meio dela sai-lhe sempre o: "vamos ganhar" (nem é o "vamos tentar ganhar"). É lógico que essa é a vontade e a determinação de todos os envolvidos no jogo. Mas Peseiro diz aquilo de uma forma como se meio caminho já estivesse andado. Disse-o antes do jogo da Luz, disse-o antes da final da UEFA (justificado nos 2 casos), mas continua a dizê-lo (não aprendeu a lição). Esse é um discurso de balneário, não um de conferência de imprensa.
P.S. - Perdendo ou ganhando, acho que o que ponho em causa é a forma de estar de presidente e treinador do Sporting que, quanto a mim, não beneficia a equipa nem os adeptos. Estes acreditam no treinador e quando vêem que Peseiro não tinha razão, atiram-se às culpas lançadas por Dias da Cunha.
O presidente teve (e tem) um discurso de adepto. Ainda no aeroporto disse "o Sporting foi muito superior na 1ª mão" e que "a ver se a Udinese em casa joga melhor, porque cá foi muito pobre"(o que, para mim, não é verdade). Dias da Cunha falou como se o Sporting tivesse a obrigação de vencer em Udine! Se não foi capaz de marcar sequer um golo em casa porque razão haveria de marcar 2 (e não sofrer mais do que um) fora?
Se bem me lembro, o Benfica frente à Lazio e ao Inter foi superior, segundo a opinião de muita gente. Eu sempre defendi o contrário. Se com a Lazio na 1ª mão perdeu por 3-1 contra uma equipa que não correu, já com o Inter sofreu 4 golos (quase todos) infantis na 2ª mão. Não foi por acaso. As equipas italianas jogam diferente das portuguesas. Sabem estar para ganhar. Nós, portugueses, pensamos que só porque fazemos dribles e toques bonitos temos uma grande equipa. A Udinese é superior ao Sporting, disso não tenho duvidas. Mas Dias da Cunha não soube ser humilde a meio da eliminatória, imagine-se o que irá dizer no final dela...
Em relação a Peseiro, o treinador tem um problema de optimismo. O optimismo não é um problema, apenas o é se, consecutivamente, o resultado não é tão bom como se esperava. Isto porque Peseiro dá conferências de imprensa e a meio dela sai-lhe sempre o: "vamos ganhar" (nem é o "vamos tentar ganhar"). É lógico que essa é a vontade e a determinação de todos os envolvidos no jogo. Mas Peseiro diz aquilo de uma forma como se meio caminho já estivesse andado. Disse-o antes do jogo da Luz, disse-o antes da final da UEFA (justificado nos 2 casos), mas continua a dizê-lo (não aprendeu a lição). Esse é um discurso de balneário, não um de conferência de imprensa.
P.S. - Perdendo ou ganhando, acho que o que ponho em causa é a forma de estar de presidente e treinador do Sporting que, quanto a mim, não beneficia a equipa nem os adeptos. Estes acreditam no treinador e quando vêem que Peseiro não tinha razão, atiram-se às culpas lançadas por Dias da Cunha.
# publicada por Kramer : quarta-feira, agosto 24, 2005
Comentários:
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Tb não vi o jogo da segunda mão, mas devo dizer que no da primeira o Sporting foi muitíssimo superior à Udinese. Teve inúmeras oportunidades flagrantes de golo, e a Udinese saíu de cá com um resultado muito lisonjeiro, como inclusivé admitiu o seu treinador de forma pronta e muito honesta. Cá não jogou, até porque os fiscais de linha não lho permitiram. Mas percebeu-se a ideia do que poderia ser a Udinese. Cinica, matreira, italiana, rápida a sair para o ataque, organizada e com um plano de jogo bem definido. Simplesmente não manteve o Sporting longe da área e não foi preciso bombear bolas para lá chegar. Pelo que, com base nesse jogo, a Udinese de modo algum é superior ao Sporting pelo menos, não sem sombra para dúvidas.
Ontem não terá sido assim, até porque fez três golos e não se faz três golos num jogo sem saber exactamente aonde atacar o adversário.
Parece-me claro que o Sporting tem fragilidades, que com jogadores de qualidade se pagam caro (Di Natale, Iaquinta, Filipe, Zenoni e Barreto são muito bons jogadores - e falo dos que vi, ainda faltou Di Michelle).
Quanto ao discurso do treinador, não é por aí. Preso por ter cão preso por não ter quando se perde. Porque se ele tivesse discurso cauteloso, aqui d´el rei que inibe a sua própria equipa (Vide Lazlo Boloni - eqto ganhou nem um pio, qdo perdeu tinha discurso derrotista). Peseiro quer puxar pelos adeptos, e passar uma ideia de força. O problema não é esse, o problema é que não é consubstanciado em campo.
Dias da Cunha é que já parava com a conversa dos árbitros porque irrita. E não é por ele ter esse discurso que o Sporting deixará de ter decisões que não irão a seu favor (o que é normal, pode aborrecer, mas é normal ter penaltys mal assinalados a favor e contra. Não são decisões pontuais num jogo, por parte do arbitro que podem definir o rumo do mesmo).
Quanto aos dois penaltys, se o Sporting não sofresse golos dessa maneira, sofrê-los-ia de outro modo qualquer. O Sporting tem sempre que sofrer um golo. E neste momento tem dois problemas: Ricardo (há que proteger o jogador e sentá-lo) e Liedson (há que trazê-lo de volta à terra - em todos os jogos que já vi dele este ano teve má performance em frente à baliza, incluindo na primeira mão com os italianos).
Peseiro tem que cumprir a sua promessa de não defender com três homens. Precisa de explicar aos jogadores quem tem o papel de defender em determinada situação de jogo, quem pode subir em dada situação de jogo, quem tem de fazer a cobertura aos lances, quem tem que fazer jogo de contenção, etc e tal... A criatividade do Sporting é um dado adquirido, agora falta o resto. Se o Sporting trabalhar isso, vai ficar bem e vai ser uma muito boa equipa. Boa já ela é.
É preciso é não afundar. Não somos os melhores do mundo, mas estamos muito mais longe de ser os piores.
Ontem não terá sido assim, até porque fez três golos e não se faz três golos num jogo sem saber exactamente aonde atacar o adversário.
Parece-me claro que o Sporting tem fragilidades, que com jogadores de qualidade se pagam caro (Di Natale, Iaquinta, Filipe, Zenoni e Barreto são muito bons jogadores - e falo dos que vi, ainda faltou Di Michelle).
Quanto ao discurso do treinador, não é por aí. Preso por ter cão preso por não ter quando se perde. Porque se ele tivesse discurso cauteloso, aqui d´el rei que inibe a sua própria equipa (Vide Lazlo Boloni - eqto ganhou nem um pio, qdo perdeu tinha discurso derrotista). Peseiro quer puxar pelos adeptos, e passar uma ideia de força. O problema não é esse, o problema é que não é consubstanciado em campo.
Dias da Cunha é que já parava com a conversa dos árbitros porque irrita. E não é por ele ter esse discurso que o Sporting deixará de ter decisões que não irão a seu favor (o que é normal, pode aborrecer, mas é normal ter penaltys mal assinalados a favor e contra. Não são decisões pontuais num jogo, por parte do arbitro que podem definir o rumo do mesmo).
Quanto aos dois penaltys, se o Sporting não sofresse golos dessa maneira, sofrê-los-ia de outro modo qualquer. O Sporting tem sempre que sofrer um golo. E neste momento tem dois problemas: Ricardo (há que proteger o jogador e sentá-lo) e Liedson (há que trazê-lo de volta à terra - em todos os jogos que já vi dele este ano teve má performance em frente à baliza, incluindo na primeira mão com os italianos).
Peseiro tem que cumprir a sua promessa de não defender com três homens. Precisa de explicar aos jogadores quem tem o papel de defender em determinada situação de jogo, quem pode subir em dada situação de jogo, quem tem de fazer a cobertura aos lances, quem tem que fazer jogo de contenção, etc e tal... A criatividade do Sporting é um dado adquirido, agora falta o resto. Se o Sporting trabalhar isso, vai ficar bem e vai ser uma muito boa equipa. Boa já ela é.
É preciso é não afundar. Não somos os melhores do mundo, mas estamos muito mais longe de ser os piores.
Vans, concordo coma a tua visão sobre Ricardo: deve sentar para sua protecção e para Nélson não se sentir prejudicado porque já merece uma chance.
Em relação ao Peseiro, vais de encontro ao meu pensamento: como não é consubstanciado em campo, já era tempo de parar com a auto-promoção constante. Se tu me prometes a mim uma coisa e não a cumpres, à segunda vez eu já desconfio. Acho que foi o que se passou com Peseiro. Relembro que depois da derrota com o Maritimo o ano passado, Peseiro prometeu que iria jogar muito bom futebol. E conseguiu-o! Mas alguém se lembrou do que tinha dito Peseiro na 3ª jornada quando tinha já 2 derrotas?
Em relação ao Peseiro, vais de encontro ao meu pensamento: como não é consubstanciado em campo, já era tempo de parar com a auto-promoção constante. Se tu me prometes a mim uma coisa e não a cumpres, à segunda vez eu já desconfio. Acho que foi o que se passou com Peseiro. Relembro que depois da derrota com o Maritimo o ano passado, Peseiro prometeu que iria jogar muito bom futebol. E conseguiu-o! Mas alguém se lembrou do que tinha dito Peseiro na 3ª jornada quando tinha já 2 derrotas?
Um bom central, rápido mas com graves falhas de concentração é no fundo um... mau central. Percebo o que dizes, qundo acerta parece um fora de série, mas o problema é que falha com enorme frequência. O Sporting tinha no Enak um grande central, e agora precisa de ir buscar outro e correr com o Polga, porque o Polga não gosta de estar no banco (E o Peseiro, como é menino, ele sim, meteu para ali uma rotação de centrais, com o Enak no banco a dizer que com meia perna fazia melhor.E mais, o Peseiro convenceu-se que a perda do Enak não seria nada do outro mundo, porque já tinha no plantel dois centrais com capacidade para serem titulares). Portanto, o Polga tem que ir para o Brasil, onde será titular indiscutível no Iparaguacaçu. Jogue o Tonel e o Beto (que tremeu com o Belém, senti isso a quilómetros!! Até ao golo, óptimo, depois do golo precipitado, apressado, acossado, pressionado, e várias outras coisas acabadas em ado... Um líder não pode tremer. Mas ele merece o meu benefício da dúvida, porque nunca o ouvi queixar-se de ser opção de banco, nem se escusou a jogar fora de lugar durante quase dois anos - Beto é profissional! Refilão, mas profissional).
peseiro é bom treinador mas não tem sabido estar à altura para um clube como o Sporting. e não se sabe relacionar com a imprensa portuguesa
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