controvérsia futebolística

O Sporting chega a Braga entre a espada e a parede. Pede-se-lhe um truque a la Houdini para escapar da dificil situação em que está. Em Braga só lhe interessa um resultado: a vitória.
E ao Sporting só interessa a vitória. Como é que se chega a casa de um rival na classificação, que tem a melhor e a menos batida defesa do campeonato (uma coisa nem sempre implica a outra) e se impõe argumentos próprios?
Do Sporting espero o seguinte: Ricardo, Rogério, Rui Jorge, Enak e Beto; Custódio, Roca, Moutinho e Viana; Liedson e Douala.
Dois pontos de interrogação: Custódio e Douala. Custódio depende de Carlos Martins e Pedro Barbosa, mas o jogo da Uefa de hoje provavelmente atribui-lhe a titularidade no dia do trabalhador. Douala tem que jogar se o Sporting quiser roturas no último terço (e não me refiro à perna do jogador, embora seja sempre um forte possibilidade – com tanto gelo que já vi naquela perna, o homem mais parece um congelador). O problema é que se o jogo de hoje com o Alkmaar não correr de feição ele vai ter que entrar.
Como pode então o Sporting explorar o Braga? O Sporting não é uma equipa rápida (já Mourinho o disse) e portanto tem que apostar na rapidez de circulação de bola, para escapar a ser previsível. Quando o Sporting imprime ritmo às trocas de bola torna-se demolidor, quando dorme e espera torna-se presa fácil. Pede-se aos jogadores movimentos sem bola. Pede-se a Rochemback que apareça nas linhas e aos médios interiores que, à vez apareçam no meio. Isto vai colocar dúvidas na cabeça dos jogadores do Braga: “Mas eu marco quem? Vou ali dizem-me que não sei quê, quando chego aqui afinal parece que não. Mas o que é isto?!?!?”. Enquanto os médios se deslocam e o Sporting troca a bola isso dá tempo a Rogério e Rui Jorge para timidamente e sem se cansarem muito, irem subindo no terreno fazendo eles o papel de médios ala (que não extremos...), e de repente o Sporting ganha mais uma unidade atacante (dependendo do lado aonde ocorre o ataque), e maior superioridade numérica é criada no meio campo. Compete a Custódio tapar qualquer eventual deslize... E se o Braga for ambicioso, e não recuar as suas unidades (ou seja se não tiver dinâmcia defensiva – esta foi à Carvalhal), o Sporting dominará a seu bel-prazer e manterá a posse de bola durante muito tempo, disfarçando desse modo eventuais fragilidades defensivas (é preciso ver que o Sporting está muito melhor neste aspecto, relacionado, quer com o retorno de Beto, quer com o recuo de Rochemback). Na frente, a receita do costume. Vamos ver Liedson e Douala cair nas linhas várias vezes, e a atitude dos defesas do Braga face a esses movimentos, determinarão o resto. O central acompanha? Deixa a marcação para o lateral? E se já há superioridade no meio campo, como é que o lateral pode abandonar o médio interior?
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