segunda-feira, janeiro 31, 2005

Mercado_1

Com estes ficaram, com estes acabarão.
O mercado de transferências fechou e os plantéis não mexem mais até final da época. Houve quem se reforçasse muito e mal, houve quem o fizesse pouco e bem. O tempo o dirá, mas aqui ficam algumas luzes do que realmente aconteceu:
Os 3 grandes mexeram e remexeram mas não parece que tenham suprido as verdadeiras carências da equipa. O Porto limitou-se a emagrecer o plantel (cedências dos pouco utilizados Hugo Almeida, Hugo Leal e César Peixoto) e a trocar de jogadores com as mesmas características: Carlos Alberto por Leo Lima, Derlei por Cláudio Pittbull e Hugo Leal por Leandro do Bonfim. Também chegaram Leandro numa altura em que Nuno Valente regressa de lesão e Ibson que já tinha sido referenciado pelo Benfica. Fernandez não melhorou a qualidade do grupo, eliminou "gorduras" desnecessárias mas não definiu se quer um 4*4*2 ou um 4*3*3. E numa equipa pouco mecanizada, o sistema não se encontra definido é meio caminho andado para se "andar aos papéis" nalguns jogos. Ao mesmo tempo que contratava Ibson e Leandro do Bonfim, Pinto da Costa rescindia com Fernandez. Péssimo acto de gestão, senão vejamos: as compras de Leandro, Leo Lima e Claudio Pittbull foram todas avalizadas pelo técnico espanhol. Uma derrota infeliz com o Braga (não pondo em causa a justiça no resultado, este foi conseguido com um golo fora de jogo e um de ressalto sortudo) e o técnico arrumou as malas. Resta saber qual a opção dos investid...digo, de Pinto da Costa. Estranha a opção de trocar portugueses por brasileiros. É que já são 7 no plantel!
O Benfica teve uns 15 reforços apalavrados: Maxi Lopez, Robinho, Ibson e até Pandiani. Muita parra e pouca uva (culpa de quem?). Fez como o Porto: trocou jogadores para a mesma posição: Saíram Argel, Zahovic e Sokota, chegaram André Luíz, Nuno Assis e...Delibasic. Contando ainda com Mantorras que voltou à competição, tem-se um plantel com as mesmas lacunas, apenas com a melhoria da velocidade e repentismo de Nuno Assis e a capacidade concretizadora (?) de Delibasic. Uma melhoria significativa mas penso que insuficiente. Roger ficou fora das contas e não entrará no plantel.
Já o Sporting foi buscar Mota e libertou Tinga, Danny e Paulo Sérgio (estes dois desnecessários neste sistema). Aumentou a concorrência na frente também com o regresso de Niculae e Sá Pinto e perdeu velocidade nas alas (pouco utilizada). O seu maior problema é a falta de velocidade no meio campo, João Moutinho (outra meia-aquisição) pode ser a solução e laterais pouco interventivos no jogo.
Dos 3 grandes, apenas o Benfica reforçou-se em algo que não tinha.
Das equipas que têm estado na meta de de cima da tabela, Braga, Rio Ave e Setúbal não se reforçaram, sinal de plantel equilibrado e/ou orçamento curto ou bem planeado.
O Boavista abdicou de Frechaut e foi buscar Hugo Almeida que pode dar muito jeito na frente de ataque, visto que Flores tem sido uma desilusão e Fary ainda não jogou devido a lesão. O Marítimo perdeu Leo Lima mas contratou Lobaton e Marcinho para a mesma posição. Não sofreu grandes alterações.
Das equipas que mais se reforçaram, o Beira Mar foi a que melhor o fez: Rui Óscar, Ricardo Silva, Ali, Ahamada e Jorge Silva mais o treinador Luís Campos. Dispensou os indiscipliados Zeman e Pablo Rodriguez, restando saber se haverá tempo para Luís Campos formar um 11 competitivo e capaz de fugir à despromoção. Também na luta para a permanência houve reforços das outras equipas: o Moreirense contratou Eriverton, Nei e Delfim enquanto que a Académica foi buscar Andrade, Hugo Leal, Roberto Brum, Beaud e Kennedy. O desafio de Nelo Vingada é idêntico ao de Luís Campos.
A meio da tabela o Belenenses tapou lacunas existentes com Paulo Sérgio para a ala, Catanha para a frente e Rui Ferreira para fechar a zona central, reforços importantes para o reequilibrio do plantel. Já o Gil Vicente promoveu pequenas alterações dispensando Jorge Ribeiro e Rui Baião e vendendo Julio César. Chegaram Ezequias e Carlos Carneiro. O Leiria contratou Ferreira para colmatar a lacuna finalizadora existente enquanto que perdeu Vargas para o Estoril que também se reforçou junto ao Benfica com Yannick e Amorerinha. A saída de N'Doye para o Penafiel era de esperar. Penafiel que reforçou a defesa com 2 desconhecidos (Vazas e Berville), lacuna grave que possuía. Por fim, o Nacional reforçou-se com Alonso, Wendell (bom jogador) e Marchand para o meio campo e João Carlos Pereira para o banco e o Guimarães perdeu Nuno Assis e Carlos Carneiro mas ganhou velocidade nas alas com César Peixoto e contratou Diogo, um avançado brasileiro que jogava na...Suécia.
Contas feitas, parece que Porto mexeu demais, Sporting não mexeu porque está bem, Benfica mexeu aquilo que pôde. Para a Europa, Braga, Boavista e Marítimo aparecem como os principais favoritos sendo que Rio Ave, Setúbal e até Belenenses, Leiria ou Guimarães (estes três últimos mais dificilmente) podem fazer uma gracinha. Depois, uma quebra na tabela e Nacional e Gil Vicente aparecem como os mais prováveis para fugir à despromoção. Ficam 5 candidatos para 3 vagas. Penafiel e Estoril ainda não estiveram abaixo da linha de água, mas poderão não aguentar o ritmo que Académica, Beira Mar e Moreirense irão introduzir com as suas novidades. Penso que Moreirense, Estoril e Beira Mar ou Académica (o que mais dificuldades tiver em formar uma equipa o mais cedo possível) não irão aguentar-se na I Liga.
Quanto ao campeão, até Braga e Boavista já parecem estar na corrida tal é a constante perda de pontos dos 3 grandes.


Comentários:
Não concordo que o SCP tenha falta de velocidade a meio campo. OS elementos do meio campo do SCP são de facto lentos, mas dão enorme velocidade ao jogo com passes certos, tensos e rápidos - A velocidade da bola é grande e isso é que interessa. O meio campo do Sporting não tem problema algum - é quase perfeito, no contexto do panorama nacional. O Problema é outro, e está na falta de maturidade competitiva dos seus elementos (plantel no geral).
Quanto ao Porto, "quanto mais se mexe nela, pior ela cheira..." . Pinto da Costa não teve paciência. Provavelmente pagará caro por isso.
O Benfica, foi o o que melhor fez face às suas carências. Mas olhando para a chegada de Delibasic, será que Trapatonni vai resistir à tentação de encostar Nuno Assis à direita de modo a aocmodar o novo reforço, voltando a jogar com dois pontas de lança e mantendo os mesmos defeitos do jogo do Benfica? Acredito que o melhor esquema para o Benfica é aquele com que se apresentou em Moreira de Cónegos e Trapatonni sempre teve lá Zahovic para jogar dessa maneira (com defeitos e virtudes, ele podia desempenhar essa função - Já se esqueceram da gde pré-época?). Será que o técnico não gosta dessa táctica? E será que se só gostar de um dos centrais que tenha numa equipa, altera o sistema de modo a jogar só com um central? Zahovic devia ter estado a jogar, e o Benfica não estaria tão preso de ideias e tão refém do pontapé para a frente. Assim como agora deveria ser suplente de Nuno Assis, que caso se lesione, deixa a equipa orfã de substituto... Algo me leva apensar que Trapatonni poderá previlegiar o 4-4-2 (4-2-4 na versão do Benfica), em detrimento do mais adequado 4-3-3 (para as características do plantel benfiquista) - em 4-3-3 é um potencial candidato ao título, em 4-4-2 é candidato à Europa.
 
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