sexta-feira, outubro 08, 2004

Capitães_1

Ostentar uma braçadeira de capitão não está ao alcance de qualquer jogador..."Um capitão é sempre um capitão" diz-se. Às vezes não é bem assim...Podemos começar por um exemplo muito recente: a selecção nacional. Pauleta e Costinha são os capitães. Será que alguém já teria imaginado o capitão pós-geração de Riade e Lisboa? Penso que não...nem mesmo Scolari ou Madaíl. O grupo de trabalho não é novo (até Quim continua a ser chamado), mas os capitães são. Numa situação algo diferente encontram-se clubes como, por exemplo, o Benfica "era pós-João Pinto". Rodavam-se 15 jogadores por época (entre eles o capitão) e elegia-se o que estivesse lá há mais tempo e com condições para titular (temos este ano o exemplo do Belenenses em que Andersson ostenta, dentro de campo, a braçadeira - Wilson e Tuck não fazem parte das contas de Carvalhal).
Mas os bons capitães têm algo a mais que os outros: têm que ser líderes! Têm que ter voz de comando! Têm que ser respeitados e ouvidos por dirigentes, treinadores e colegas! Jorge Costa é o melhor exemplo em Portugal (Vitor Baía também o poderia ser). Recentemente, no país vizinho, vimos o melhor exemplo possível de um mau capitão: Raúl. Dos poucos jogadores que não falaram sobre a saída de Camacho (e que interessavam ouvir). Nem ele, nem Morientes, nem Helguera, nem Guti...Ouviu-se a voz de Roberto Carlos (que depois seria vaiado por isso em pleno Barnabéu), Figo (discurso coerente, de um líder de balneário - "Camacho deixou-nos sem explicação, pensei que fosse um ganhador"), Beckham e Owen (por "culpa" da sua formação britânica). Regra geral, os clubes possuem dentro do seu balneário um núcleo duro de jogadores que, pela sua longevidade no plantel e/ou carácter e personalidade vincadas, têm um maior protagonismo no seio do grupo. Voltando ao nosso país, o Porto possui 2 capitães de altíssimo nível: Vitor Baía e Jorge Costa. O resto do núcleo duro é formado por Costinha, Maniche e Derlei. No Sporting, uma situação muito parecida: Pedro Barbosa e Beto são os capitães. Rui Jorge, Hugo, Sá Pinto e Ricardo complementam o núcleo central. No Benfica, temos Simão e Zahovic como principais figuras. Petit, Miguel, Nuno Gomes e Argel secundam-nos. 5, 6 jogadores ditam leis dentro do balneário. Eles têm a obrigação de manter o grupo unido e motivado (papel igualmente atribuído ao treinador). Em termos de liderança dentro do terreno de jogo, Porto e Benfica saem a ganhar, porque os seus líderes jogam constantemente (exceptuando Argel) e por outra razão: penso que só vi Simão ser expulso uma vez por palavras, Jorge Costa não me recordo de estar em tal situação enquanto que no Sporting Pedro Barbosa é o líder de expulsões em toda a Superliga. Tanto Barbosa, como Beto (e até Rui Jorge) são muito nervosos e às vezes esquecem-se que um capitão dentro de campo é um jogador como os outros (aos olhos do árbitro) apenas com o "poder" de dialogar com os árbitros. Jorge Costa (mete medo) e Simão (queixinhas chorão) também se enervam facilmente mas lidam com a situação de outra forma.
Adiante... Para se ter uma noção mais exacta do papel de capitão temos, por exemplo, o caso de Mourinho no Chelsea que perguntou aos 2 capitães da equipa (Terry e Lampard) sobre a possibilidade de levar mais um português para o clube (Ricardo Carvalho). Possibilidade essa que poderia levantar ondas de suspeição dentro do balneário acerca dos compatriotas de Mourinho. Com esta medida, o treinador soube assegurar-se que tinha carta branca, não da direcção, mas dos próprios jogadores, para contratar quem queria. Com esta análise, tomamos uma maior consciência sobre a verdadeira influência de um capitão. O capitão tem que respirar o balneário, sentir os prós e os contras que se vivem e agir em função do melhor para a equipa. Alturas há em que deve saber transmitir algumas informações ao treinador sobre os colegas e filtrar informação essencial para dentro do balneário recolhida junto da direcção (se for esse o caso). Lembram-se da história do Hélder no Correio da Manhã?

Comentários:
Capitão de equipa... líder de balneário.
Para se ser líder de alguém, é preciso que esse alguém nos reconheça enquanto líder. Concordo que, em todo o lado, há um grupo de jogadores que dominam e ditam leis dentro de um balneário.
Simão - É um capitão a pedido do próprio... Assim que chega ao Benfica alguma referência do clube, os próprios colegas questionam o seu posicionamento e reconhecem algumas carências na sua condição de "LÍDER".
O facto do Simão não ser expulso por palavras, de modo algum implica que o não mereça... Porque tb ele reclama e muito. O mesmo se aplica ao Jorge Costa e ao Vítor Baía (vejam o intervalo do jogo com o Guimaráes).
Fazemos as contas às expulsões do Simão Sabrosa, quando ele tiver tantos anos de capitão como o Pedro Barbosa, e sobretudo quando ele tiver 34 anos (Quanto ao Jorge Costa, estamos conversados, não tem muitas vezes o castigo que merece) ...
Quanto à liderança que os capitães do Sporting exercem no balneário (com o Rui Jorge num paralelo ao Barbosa e ao Beto), não há dúvida absolutamente alguma do respeito, da cultura, da liderança, da condução nas atitudes, da influência que exercem junto dos seus colegas. Não há dúvida alguma do respeito que lhes têm as suas direcções (muitas vezes os capitães do Sporting dão murros na mesa, muitas vezes contrariam - sobretudo oBarbosa e o Beto- a teoria do sistema). Enfim, são verdadeiros capitães, e é comum ouvir dos jogadores que abandonam o clube os seus nomes enquanto condutores de homens e pessoas que dão o exemplo. Exmplos de garra, querer, determinação, vontade de vencer... Quanto às suas capacidades para concretizar tal desiderato, já será uma conversa que não é para aqui chamada neste momento.
Com relação à liderança de balneário no FCP, não existe nada a apontar, os homens mandam, sabem mandar, e têm a vantagem dos àrbitros saberem que eles mandam.

Com relação à selecção, quero dizer que penso neste momento que o Costinha é o capitão perfeito para a selecção das quinas. Não há outra hipótese. Como o Figo, o foi durante muitos anos, embora sem o ter sido.
 
Já agora, qual é a história do Hélder? Não acompanhei na altura...
 
A história do Hélder poderás ler neste endereço:
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=126077&idCanal=12

Quanto às expulsões dos grandes, não me parece que expulsar em casa ou fora seja diferente (essa história do respeito pela casa dos grandes acho que é vergonhosa), por isso relembro que o Simão foi expulso contra o Varzim (derrota por 2-1 que ditou o afastamento de Jesualdo Ferreira) por simular uma falta. Não tenho bem a certeza mas penso que foi assim que ele foi expulso.
 
Bom, não acho bem que seja diferente, mas não tenho dúvidas que assim é (no caso de todos os grandes).
 
Sabes, acho que já se perdeu um bocado o medo e a vergonha de marcar um penalty nas Antas, na Luz ou em Alvalade contra os da casa. O difícil mesmo é marcar um penalty no Dragão...! :-)
 
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