sexta-feira, outubro 29, 2004

Chelsea_3

Numa sequência lógica de acontecimentos, Mutu foi ontem despedido pelo Chelsea que invocou consumo de cocaína (droga social) do atleta. O caso irá, certamente, arrastar-se pelos tribunais mas a razão deverá prevalecer do lado do clube londrino. Mourinho consegue assim descalçar uma bota que tinha calçada desde que chegou a Londres. A outra (Hernán Crespo) descalçou-a logo que pôde mas não havia maneira de se safar desta. Mutu esteve com um pé na Juventus mas o negócio gorou-se. Mourinho sabia dos problemas do atleta (trazidos já da época transacta) e, segundo consta (li nalguma comunicação social) foi Mourinho que pediu o controlo anti-doping no final de um treino do Chelsea. Ora, a ter sido assim, Mourinho imaginou a sequência lógica de acontecimentos: controlo positivo, razão de despedimento, bota descalçada. O jogador que estava à parte no balneário só podia causar mesmo problemas. E depois do (quase) confronto físico com Mourinho, não havia outra solução que não mandá-lo embora. A cocaína foi (como muitas vezes é na vida) o caminho mais fácil.

P.S. - Mutu custou ao Chelsea 22 milhões de euros. Se fosse com outro clube, esta bota seria ainda mais difícil de descalçar, mas como é com o Chelsea, o investimento sem retorno mal se nota...

quinta-feira, outubro 28, 2004

Porto_6

Acredite-se ou não a derrota de ontem do Porto (e consequente eliminação da Taça de Portugal) concluíu uma série de 3 jogos que serviram para aumentar as probabilidades do Porto se sagrar campeão esta época. A vitória na Luz e as derrotas no Parque dos Príncipes e Guimarães vieram trazer uma certeza quase absoluta: o Porto depende do campeonato para fazer desta época uma época com vitória(s). Afastada a hipótese de conquista da Taça de Portugal e com o apuramento para a 2ª fase da Liga dos Campeões por um fio, há que concentrar baterias no acesso à UEFA (3º lugar no seu grupo) e, claro está, o campeonato nacional onde está a um ponto do líder Benfica. Apesar desta minha visão, a estatística diz-nos que o Porto está perto de igualar o número de derrotas da época passada inteira (tem 4 em 13 jogos, o ano passado teve 5). Ainda para mais, a longa ausência (quase certa) de Costinha poderá ir fortalecer ainda mais o grupo de trabalho (a ausência de Derlei o ano passado foi sentida? Penso que durante os 2 jogos seguintes...nada mais!). Fernandez dará espaço a Bosingwa (mais provável) ou recuará Maniche e lançará Carlos Alberto (a reclamar uma chance no 11 há já algum tempo)?

P.S. - Este post deixa de ter efeito se Fernandez continuar a utilizar a defesa em linha subida (qual Del Neri) nos próximos jogos. É que, em 2 jogos com esse sistema defensivo, sofreu duas derrotas (PSG e Guimarães) e acumulou duas más exibições e muitos erros defensivos.

quarta-feira, outubro 27, 2004

Contratações_1

Se formos a analisar, durante os últimos 4-5 anos, as contratações dos 3 grandes anunciadas pelos jornais chegamos à conclusão que o Benfica, a serem verdade essas notícias, teria um plantel de 40-45 jogadores. O plantel do Sporting andaria perto e o do Porto seria um pouco mais pequeno.
Tento fazer um esforço para me lembrar de todos os jogadores que foram conotados com os grandes e é por demais evidente que, das duas uma: ou há constantes fugas de informação nos grandes ou então há uma grande imaginação dos jornalistas portugueses (e não só destes: a internet permitiu que a informação circulasse mais rápido e notícias veiculadas em jornais como o "Gazzetta Dello Sport", "Calcio Mercato.com" ou "L'Equipe" surgem rapidamente nas capas e nos sites portugueses).
Eis uma lista de jogadores (muito incompleta e para a qual peço a vossa ajuda para os inúmeros nomes que me escaparam) veiculados com os grandes nos últimos anos:
Porto - Davide, Enke, Van Hooijdonk, Caneira, Paulo Costa, Pauleta, João Pinto, Nuno Gomes, Saviola, Morientes, Luís Loureiro, Leandro (reparem na percentagem de antigos jogadores dos rivais)
Benfica - Ricardo, Polga, Diego, Jorginho, Rossato, Rui Costa, Ronaldinho, Adriano, Davide, Sávio, Jardel, Boa Morte, Pauleta, Abel Xavier, Atouba, Ricardinho, Junior, Tchato, Gilberto, Alex, Hierro, Litos, Cléber, Hanuch (reparem na quantidade de jogadores que actualmente actuam nos rivais)
Sporting - Jorginho, Gaúcho, Adriano, Enke, Neca, Pauleta, Sheringham, Paulo Assunção, Salas, Frechaut, Nikolaidis, Derlei, Caldwell, Gamarra, Paulo Ferreira, Dani, Marek Heinz, Ricardo Oliveira, Dudu Cearense (reparem na quantidade de jogadores que actualmente pertencem...ao Porto)

Nota: Nesta lista não se encontram os jogadores conotados com os clubes em questão e que, posteriormente, assinaram contrato.

Conforme podemos ver (apesar de faltarem muitos nomes), o Porto foi o menos sondado no mercado (alguns dos nomes apenas aparecem como moedas de troca pós-conquista da Liga dos Campeões) . Estará a isto associado o facto de ter uma organização mais fechada, ser o clube que vende menos, em termos de imprensa, ou o facto de não falhar contratações? Neste capítulo, o Benfica está destacadíssimo. Muitos foram os jogadores associados aos encarnados nos últimos anos. Apesar disso, as últimas aquisições efectuadas foram feitas sob secretismo: Everson, Karadas e Dos Santos foram "escondidos" da imprensa até ao último momento. Sinal de mudança?

P.S. - Hoje Robinho aparece como certo no Benfica nas 3 capas de jornais portugueses. Por aqui poderemos entender melhor o que se passa no clube da Luz. Se assinar, mantém-se a fuga de informação (pelo menos no que diz respeito a jogadores cotados). Se não assinar, ou o Benfica falhou contratação ou foi mais um boato da "imprensa cor-de-rosa desportiva"...

segunda-feira, outubro 25, 2004

Desafio_2

Estão passadas 7 jornadas, a Superliga começa a estabilizar, as equipas começam a carrilar, e já é possível apontar alguns destaques.Este desafio é simples, mas dá sempre um grande gozo:Escolher a melhor equipa da Superliga.Aqui fica a minha escolha, tendo em conta as exibições até ao momento.
Guarda REdes: Marcos (Marítimo)
Defesa Direito: Miguel (Benfica)
Defesa Esquerdo: Jorge Luiz (Braga)
DEfesa Central : Luisão (Benfica)
Defesa Central: Jorge Costa (FC Porto)
Trinco : Wênio (Marítimo)
Médio Esquerdo: Wender (Braga)
Médio Direito:Ugh... Zé Manel (Boavista)
Médio Avançado: Jorginho (Vitória Setúbal)
Ponta de Lança: Liedson (Sporting)
Ponta de Lança: McCarthy (FC Porto)

O treinador desta equipa seria o Carlos Brito, porque queria descobrir se até assim ele arranjava maneira de empatar.Por mérito seria o José Couceiro do Setúbal (bons resultados), mas escolho o Brito porque assim o Couceiro pode fazer o que mais gosta : reclamar das injustiças da vida.

Árbitros_6

João Ferreira no Sporting-Belenenses não esteve nada bem: no primeiro tempo não viu uma falta em carrinho de Beto passível de amarelo. Apesar de ter visto o mesmo Beto puxar a camisola de Antchouet, não lhe deu o devido amarelo (o mesmo se passou num lance com Danny no segundo tempo). Teve influência no resultado final porque o 1º golo leonino surge de um canto inexistente (é Polga que cabeceia) e porque o 2º golo surge de uma falta a meio campo não assinalada sobre um jogador do Belenenses. Ainda com o resultado em 0-0, Polga derrubou Petrolina (passível de amarelo), falta essa que não foi assinalada. João Ferreira deixou muito a desejar e com razões de queixa do lado do Belenenses.
Mário Mendes no Benfica-Nacional teve uma actuação razoável com 2 erros graves: primeiro, Ferreira (adiantado em relação à defesa benfiquista) isolou-se após receber a bola de um adversário, logo estava em posição legal. O árbitro auxiliar assim não considerou. Depois, o golo do Nacional nasce de um livre indirecto batido...directamente. Como ninguém tocou na bola, o golo não podia ser validado.
No Porto-Penafiel, o segundo golo de McCarthy nasce de um fora de jogo do sul africano (fica o benefício da duvida se bem que os jogadores arrancam na mesma altura, o árbitro auxiliar deveria ter visto a posição irregular).

Superliga_8

Semana de vitórias para os 3 grandes. O Sporting confirmou, em pontos, o bom momento q atravessa. Digo em pontos porque a exibição não convenceu frente a um Belenenses muito bem orientado e que foi capaz de criar algum perigo (Antchouet falhou isolado). Do lado do Sporting, apenas Douala foi capaz de desiquilibrar e, claro está, Liedson. Com o pé ou de cabeça, ele é o jogador mais decisivo dos leões. Positivo para estes ter conseguido parar aquele que era o melhor ataque da Superliga e ter conseguido a segunda vitória consecutiva. Destaque ainda para a boa entrada de Carlos Martins. O Benfica enfrentou um Nacional com um futebol muito parecido com o do Boavista. Um 4*5*1 muito fechado, com marcações individuais a todo o terreno. O Benfica foi nulo no 1º tempo não sabendo contrariar a táctica ultra-defensiva do Nacional. Trappatoni acabou por ser feliz com as opções que tomou (encostou Karadas a extremo esquerdo (!) e pôs Simão a nº 10 (mesmo depois da entrada de Bruno Aguiar para a ala esquerda). Um golpe de sorte (ou de génio) de Karadas decidiu o jogo a favor do Benfica que mantém a liderança.
O Porto venceu o frágil Penafiel, mais uma vez pelo pé direito de McCarthy. Quem diria que Fernandez estaria tão dependente nesta altura do sul africano? Postiga não parece forte opção, Fabiano está lesionado, Derlei “fora dela”...De qualquer das formas, mais uma vitória, aumento da pressão sobre o Benfica e ainda foi possível lançar Bosingwa e Raul Meireles no meio campo (descansando Diego e Costinha), aproveitando assim Fernandez para fazer gestão do plantel.
No resto da jornada, grande vitória do Setúbal em Braga. Couceiro demonstra mais uma vez que está talhado para jogar fora de casa (com o Alverca o ano passado também foi assim). O Marítimo cedeu frente a uma Académica determinada a honrar a memória do seu presidente, mas o futebol que praticou foi de bom nível e só não marcou por azar. O Gil Vicente continua nas ruas da amargura, não vai lá nem de penalty (Fábio falhou com o resultado ainda em 0-0) e encontra o líder na próxima semana.
Equipa da semana: Setúbal
Golo da semana: Karadas (destacar também o golo de Manuel José)
Jogador da semana: McCarthy (apesar do segundo golo ter sido obtido de forma irregular)

sexta-feira, outubro 22, 2004

Liga dos Campeões_2

Olhar para a Europa e encontrar o futebol mais bonito que se joga leva-nos a encontrar duas equipas: Arsenal e Barcelona. Para mim, o seu futebol é o mais artístico e bonito de toda a Europa. Temos também o futebol eficaz de Chelsea, Man Utd, Valência, Milan e Juventus. Mas não é tão bonito como o dos Gunners e o dos Blaugrana.
Mas, se analisarmos essas duas equipas, reparamos num aspecto comum curioso (apesar do Arsenal ser uma equipa formada há 5 ou 6 anos e o Barcelona ser um caso recente, muito recente): ambos os plantéis são curtos. Demasiado curtos! Senão, vejamos o banco de cada uma das equipas no último jogo da Liga dos Campeões:
Arsenal: Taylor (gr), Cygan, Flemini, Larsson, Pennant e Van Persie
Barcelona: Martinez (gr), Peña, F. Navarro, Rodri, Iniesta, Riera e Messi.
Bem sei que Bergkamp não gosta de aviões e que Motta, Edmilson, Gabri e Giuly estão lesionados, mas as opções não deixam de ser pouco viáveis...até porque só o Barça mexeu no decorrer de cada partida e foi para lançar Iniesta, um "semi-titular".
O grande problema para estas equipas é a longevidade da época. Hoje posso dizer que será difícil chegarem muito longe na Liga dos Campeões. É que o seu lençol é curto, e para chegarem longe na Europa, terão que se "encolher" um pouco nas competições internas. Até agora tudo tem corrido bem: 1º classificados nos seus países, 2º lugar nos grupos. O problema é o futuro e as complicações provenientes do desgaste causado por uma época tão longa. Espero, sinceramente, que não sofram lesões nos seus melhores jogadores porque, pelo futebol que praticam, merecem obter sucesso desportivo.

P.S. - Valência, Milan e Juventus conseguem alterar 3 ou 4 peças das suas equipas e manter o nível exibicional de jogo para jogo. Será que a qualidade de jogo superará, no final, a constância exibicional?

quinta-feira, outubro 21, 2004

Humor_9

Admito que ainda estou um pouco ressentido da derrota de domingo passado. E isso mexe comigo como é lógico...Mas ver o Porto jogar frente ao Paris SG com uma defesa em linha altamente pressionante, só me fez lembrar Del Neri e o seu sistema de jogo desapropriado aos azuis (assim foi definido por jogadores e dirigentes). Será que Fernandez está a par das "invenções" do seu antecessor? Não deve estar...porque se estivesse não cometia a barbaridade de ontem.
A defesa em linha de ontem foi completamente humorística!

P.S. - Fernandez já conhece estas defesas em linha desde os tempos do Celta quando defrontou o Benfica de Heynckes. Na altura, deveria ter aprendido a lição de que uma equipa sem rotina adequada, não sabe jogar em linha. Principalmente numa prova europeia!!

quarta-feira, outubro 20, 2004

Desafio_1

As últimas (polémicas) declarações no blog faz-me pensar se todos vós não estarão a necessitar de descarregar algumas energias negativas...por isso lembrei-me de escrever algo para desabafar. O desafio é falarem um pouco sobre o vosso MAIOR ódio de estimação! Sim, esse tipo que já lixou o teu clube 3 vezes ou que, pura e simplesmente, ficas vermelho de raiva cada vez que ouves o nome dele. É esse mesmo! Um jogador seja ele de onde for...a palavra é tua! Fala mal do teu ódio de estimação e defende os que sejam ódios de estimação dos outros mas que tu gostes.
Apresento-vos o meu:
COSTINHA
Epá, primeiro que tudo, digo-vos que ele deve perceber de futebol. Por aquilo que diz e por aquilo que dizem dele, deve ser culto em termos futebolísticos. Mas não o consigo suportar. Primeiro porque não acho que seja grande jogador. Como disse anteriormente, pensa rápido mas executa devagar. E por isso dá aquelas "porradas" valentes nos adversários. Por muito cerebral que seja o seu jogo, para mim ele é "sarrafeiro", é lento e apenas surgiu quando Mourinho lhe atribuíu funções definidas. Aliás, se não fosse Mourinho, Costinha não iria muito longe. A sua ascensão (ainda ninguém percebeu muito bem como se deu a passagem do Nacional para o Mónaco) foi muito rápida, mas também com muitos percalços. Senão, vejamos (espero não me enganar): quando chegou ao Mónaco, nem opção foi. Penso que terá sido Tigana a apostar mais nele e, mesmo assim, a sua titularidade passava muitas das vezes por ser defesa direito. Era como que a primeira opção defensiva no banco (trinco ou lateral). Depois, lá ganhou um determinado espaço mas nunca sendo indiscutível. Veio para o Porto em final de contrato (?) e encontrou a concorrência de Paredes. Começou como suplente, aproveitando-se de uma lesão do seu concorrente directo, e posterior venda. Assumiu o comando do meio campo mas só com Mourinho se tornou preponderante. E isto porquê: porque Mourinho sabe das suas limitações, mas também conhece a sua inteligência. Por isso lhe atribuíu funções de 3º central. Para mim, Costinha é isso mesmo: um central volante, ou seja, passar a linha de meio campo só quando é canto ou livre a seu favor. E aí, é um perigo constante! Estou na expectatica para ver o seu desempenho esta época: com Del Neri fracassaria. Com Fernandez poderá desempenhar funções iguais às que Mourinho lhe atribuíu por isso deverá safar-se bem. Mas acho-o muito limitado e o facto de marcar sempre em jogos decisivos irrita-me profundamente!!!!!!!!!
Odeio o Costinha...

Galope Sem Destino

Na ponta do pé direito vive a fantasia, o drible impossível de fazer, o gosto sádico pelo praticamente impossível, o remate colocado. É indiscutivelmente senhor de uma técnica muito acima da média (complementada com uma habilidade digna de um fora de série), os arranques podem ser devastadores e é capaz de tirar do sério o mais atento dos defesas - eis RICARDO QUARESMA.
É produto daquela que será a melhor escola de talentos futebolísticos do país. Um certo dia vi este rapaz ganhar sozinho (o termo é mesmo este) um europeu de Sub-16 realizado em Israel. Parecia adormecido (penso mesmo que terá vindo do banco, mas não estou recordado), e no prolongamento pegou na bola 2 vezes e virou o jogo a favor de Portugal (o adversário seria a Rep Checa, mas a minha memória n me permite afirmá-lo sem dúvidas...). Na altura pensei: Fabuloso. Este miúdo vai ser um Deus (o último foi daquelas à Quaresma, fintou meia equipa).
Cerca de um ano depois, Lazlo Boloni leva-o para estágio com a equipa sénior do Sporting e numa altura em que muito se falava do regresso de Simão, disse: Não é prioritário, as alas estão entregues (no ano a seguir surgiu Ronaldo e todos perceberam do que falava...) - Ou então não foi nada disso, e simplesmente não havia dinheiro.
Bom seja como fôr, deslumbrou logo de entrada. Via-se que não tinha medo de nada. Logo nos primeiros jogos, fez gato sapato dos jogadores do Kaiserslautern, no primeiro marcou com a Académica, com o Liége impressionou. Aos poucos foi ganhando protagonismo e até conseguiu chegar a titular no plantel do campeão. Um miúdo.
Cheio de potencial, a questão que se levanta é: Porque é que volvidos três anos, este miúdo continua a ser visto como isso mesmo - Um miúdo.
Porque não é indiscutível no seu clube (ficou de fora nos jogos mais importantes - Benfica para o campeonato e Valência), porque não vai à selecção, porque não é aposta constante dos seus treinadores, porque não tem a confiança deles? O que lhe falta? Será que não evoluíu nada desde que chegou à ribalta? Serão os seus golos insuficientes? Serão as suas fintas ainda inconsequentes? Será que o seu encanto não passa da plateia?
Palavra aos bloguistas!

terça-feira, outubro 19, 2004

Reflexão_4

Penso que para este caso já não deve haver um período de reflexão. Porque já lá vai muito tempo que assistimos a este tipo de situações. Há uma figura no futebol português que todos ridicularizam que se chama Octávio Machado. Expressões como "o edifício do futebol vai caír" ou "vocês sabem do que é que eu estou a falar" foram adoptadas por todos nós ao longo dos tempos. Mas não é só Octávio que promete, promete e nada faz (qual político). Ainda agora tivémos 2 comadres zangadas que prometeram "trinta por uma linha" e nada vão cumprir. Falo, como é óbvio, de Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa. O primeiro disse que sabia de coisas de Pinto da Costa capaz de o envergonhar e prometeu mesmo "botar a boca no trombone". O segundo contou histórias do passado de grandes amizades entre os dois consócios portistas. Ora, telhados de vidro têm os dois (e até relacionados), daí ambos saberem de histórias um do outro e não contarem o que sabem. Faz lembrar João Malheiro uma vez na TV que provocou Pinto da Costa em directo e levou tal resposta que saíu com o "rabinho entre as pernas".
Ontem foi mais um ponto altamente negativo desta larachada: Numa conferência de imprensa, habitualmente reservada a treinadores e jogadores, os dois artistas (quatro a contar com Veiga e Reinaldo "Mudo" Teles) desafiaram-se e trocaram ofensas pessoais. Se a Carolina Salgado bebeu ou ainda bebe champanhe pago por clientes, isso nada tem a ver com o desafio Benfica-Porto!
Chega desta palhaçada, desta vergonha, deste nojo que é a envoltura do futebol português. As figuras (ridículas) são sempre as mesmas e já estava na hora de correr com elas. Mas o lobby é demasiado grande para caír sozinho. TENHAM VERGONHA NESSA CARA!

P.S. - Como está a investigação do "Apito Dourado"? Ninguém sabe pois não...é que o lobby também atinge a comunicação social...

segunda-feira, outubro 18, 2004

Superliga_7

Primeiro clássico da época, envolto em polémica como seria de esperar, mas a mostrar-nos algo que ainda não tinhamos visto esta época: um Porto seguro de si mesmo, com uma grande atitude competitiva (reconhecida por Trappatoni) e um Benfica que não soube trabalhar bem para este jogo. Nota-se que faltou trabalho durante a semana para enfrentar todas as situações de jogo. O Porto foi mais forte no primeiro tempo (esperado por alguns), o Benfica mais forte no segundo tempo (esperado por muitos). O Porto sai vitorioso, assume-se como principal candidato ao título e dificilmente conseguirá ser parado (atenção que ainda não é líder). Tem o colectivo mais forte, os melhores jogadores, a direcção mais firme...tudo isto somado dá uma equipa fortíssima a nível interno (a nível externo já não será bem assim). Mas tudo ainda pode acontecer. O Benfica desiludiu mas convenhamos: o Benfica cometeu um erro grave (Fyssas), o Porto outro (Baía) e o árbitro dois (penalty e golo). Até por aqui ficaram empatados. Só mesmo no resultado houve diferença.
...E Rochemback voltou! Liedson ficou contente, Hugo Viana também e, acima de tudo, os adeptos ganharam uma nova esperança. Será possível um só jogador fazer esta revolução toda? Pelo que vimos de Rochemback, é sim senhor. Mas não foi só isso. O Estoril foi muito permeável, nunca se entendeu com aqueles 4 médios do Sporting e teve (tal como nas Antas) o "azar" de jogar com Abadito, candidato a pior central da Superliga. Mas isso não desvaloriza o que de bom o Sporting fez: aproveitou a velocidade de Douala, a técnica e criatividade de Roca, Rogério e Viana, Custódio ocupou espaços atrás e, claro está, Liedson. Mas nem tudo foram rosas: um adversário mais perigoso que este fará abanar uma defesa que é fraca a defender nas alas e a dupla de centrais parece perder-se de quando em vez. A confirmação dá-se na próxima jornada com o Belenenses. Por falar em Belenenses, a reviravolta dos azuis contra o Penafiel (assemelha-se, em termos de qualidade, ao Estoril) foi de assinalar. Antchouet fez das suas e endiabrou a defensiva penafidelense. Destaque também para a vitória do Boavista, os 14000 espectadores em Leiria (a SAD leiriense anda a ler o blog pois distribuíram bilhetes pelas escolas de Leiria) e mais uma vitória do Braga.
O destaque pela negativa vai, como é óbvio, para Luís Campos, Fangueiro e Olegário Benquerença e os seus auxiliares. Já vai sendo tempo do treinador gilista deixar de ter mau perder e pôr os seus jogadores a jogarem melhor futebol...

Equipa da semana: Porto
Jogador da semana: Zé Manel
Melhor golo: McCarthy (desculpa lá Zé Manel mas o golo do Benni é fabuloso)

Clássicos_2

O 1º assalto do combate do título foi ganho pelo FC Porto. Foi um jogo com alguns pormenores, algum jogo de banco, algumas ideias que se confirmaram.O FCP entrou no jogo com a surpresa de ter deixado de fora Ricardo Quaresma (ele que se tem revelado muito bom nos jogos grandes...), e pelo que se viu, quem deveria ter ficado sentado seria o Derlei (amorfo, sem velocidade para Miguel, sem força, sem movimentações a preceito, demasiado preso a um lugar onde não tem que estar : a ala). O Benfica tb revelou, pelo menos para mim, uma surpresa: Geovanni no 11, atrás do ponta de lança... Enorme equívoco de Trapatonni, que o mesmo viria a reconhecer com 20 e tal minutos de jogo.Já havia escrito anteriormente que a táctica do Benfica, permitia às outras equipas ter um ascendente numérico no meio campo, e neste jogo isso foi por demais evidente. Petit colou em Diego (sem grande sucesso...), Manuel Fernandes teve que se ver quer com Maniche, quer com Carlos Alberto, uma excelente jogada de Fernandez, que com a mobilidade deste jogador garantiu superioridade no meio campo, e não deixou de ter mais um homem para atacar. Isto porque Carlos Alberto iludiu com frequencia o seu marcador (fosse quem fosse), e provocava calafrios de cada vez que pegava na bola.O Porto foi para cima do Benfica, que não se defendeu convenientemente, porque Geovanni era figura de corpo presente, e a entrada de Karadas não resolveu o buraco do meio campo. Simão foi anulado por Seitaridis (jogo de campeão europeu), e do outro lado, ninguém conseguiu aproveitar as notórias dificuldades de Ricardo Costa na ala. Nem aqui Trapatonni teve a presença de espírito de criar problemas ao FCP com mudanças de ala entre os seus extremos. Chegou o intervalo com o porto a vencer e bem (marcou cedo, e controlou). A segunda parte trouxe novidades... Trouxe um FCP demasiado na expectativa, Fernandez e considerar o suicídio com o recuo das linhas, que só ia ao encontro daquilo que Trapatonni tinha disposto em campo. Ainda assim, o futebol do Benfica não lhe permitia chegar à area do FCP a não ser em bolas bombeadas... e aí Jorge Costa esteve monstruoso (FABULOSO JOGO), e Pepe tb não comprometeu. Ao passo que Nuno Gomes e Karadas... no bolso.Vieram as expulsões, e com isso o Porto atemorizou-se, mete um trico e um lateral esquerdo, e de repente temos o Porto a jogar com Diego e McCarthy na frente, e com os outros sete atrás... A pressão do Benfica intensificou-se, chegou mesmo ao golo (consentido pelo melhor guarda redes para a UEFA), mas o Porto teve a sorte do lance ser demasiado rápido para a vista do fiscal de linha do jogo. O Porto lá se aguentou, e valha a verdade o resultado acaba por ser justo, embora influenciado pela arbitragem (Penalty, que a ser marcado não escandalizava, e golo que não foi validado).Em termos de consequências, vi um Benfica com mais transpiração que inspiração, face a um Porto calculista, e que a espaços mostrou que continua a estar uns furos acima dos rivais em Portugal, sobretudo em atitude competitiva.Escrevi há tempos neste blog, que o Benfica tinha equipa para ganhar 30 jogos do nosso campeonato (excluí os grandes...) e mantenho essa afirmação pois parece-me que o seu futebol é previsível, e contra equipas de maior valia, não chega para sair vitorioso.Uma palavra para o fenomenal jogo de Miguel. Sou contra adpatações, não acredito que um jogador que se arrasta numa posição, possa subitamente ser óptimo noutra... Mas Miguel já me conquistou. É o toque de imprevisibilidade no futebol do Benfica. Tem uma qualidade física acima da média. Só que uma equipa não pode viver do seu lateral direito. Seja como fôr, parabéns a Fernando Chalana, e á sua visão no célebre jogo em que orientou o Benfica e no qual lançou o Miguel a defesa direito (Penso que 3-0 em casa com o Gil Vicente...).Ao Benfica, resta continuar a trabalhar e sobretudo ofensivamente acrescentar algo ao seu futebol, porque defensivamente a estrutura está mais do que consolidada e é a melhor em Portugal (continuo a manter isso).Já agora, se o Trapatonni lesse o blog, tinha jogado com três homens no meio campo, e acredito que não teria perdido o jogo. Não foi realista, porque a realidade era que o empate era excelente resultado, e quanto mais tempo o jogo estivesse empatado, maiores seriam as hipóteses do Benfica vencer a partida.

Árbitros_5

Vi a reportagem do almoço do Olegário Benquerença com os seus amigos e o brinde dizia algo do estilo: "que no final do jogo ninguém se lembre da arbitragem". Pois bem, difícil vai ser esquecê-la nos tempos mais próximos...
Vamos por partes: Olegário Benquerença não esteve mal no aspecto técnico. Arrisco-me a dizer que não esteve muito mal. Falhou no penalty sobre Karadas mas aí o fiscal de linha é tão responsável quanto ele. Há um lance entre Areias e Geovanni ao qual dou o benefício da dúvida (pequenos agarrões nestes lances são sempre naturais). No lance do golo, a culpa é quase toda do fiscal-de-linha. Benquerença não podia dizer que a bola esteve toda lá dentro. Quem tinha que dissipar dúvidas era o fiscal-de-linha. De resto, falhou pouco cometendo uma exibição agradável. No aspecto disciplinar, 2 ou 3 erros: o amarelo a Seitaridis não encaixou muito bem. Porque se ele viu também Miguel tinha que ver (reposição de bola em jogo demorada). Mas pior que isso foi Vitor Baía que gastou tempo em demasia (mas com a classe habitual o que torna tudo mais normal). No lance das expulsões, não se compreende. Benquerença marca a falta e vai dar amarelo a Jorge Costa (estarei enganado?). De repente (estou no ângulo que me permite ver todo a movimentação de Benquerença), Benquerença vê Pepe agredir Nuno Gomes e corre em direcção ao lance. Arrisco-me a dizer que Benquerença não viu o que Nuno Gomes fez (que, para mim, não é para expulsão se bem que aceito o critério caso Benquerença tivesse visto o lance) e agiu em função do que imaginou: Nuno Gomes terá agredido Pepe antes da agressão deste. Quanto a Jorge Costa deveria ter visto o amarelo por derrube a Simão no primeiro tempo (quanto a mim não é falta mas se ele a apitou deveria ter mostrado o amarelo). E, por fim, o lance do golo. Eu estou atrás da baliza e consigo ver a bola lá dentro. Só mesmo o fiscal de linha é que não quis ver aquela bola lá dentro. Acho que até a Carolina Salgado, na outra ponta do estádio, e de óculos escuros percebeu que era golo.
No Estoril-Sporting nada de especial a assinalar. Apenas a sensação de Liedson estar um passo à frente do defesa no lance do segundo golo. Mas, em caso de dúvida, beneficiar quem ataca.

sexta-feira, outubro 15, 2004

Polémica_1

Estarei presente no Benfica-Porto no domingo. Atrevo-me a dizer que este jogo, em termos de comportamento do público, não andará muito longe de todos os outros derby's que já assisti. Confrontos sempre houve, discussões sempre haverão. Não é por aí que algo de novo acontecerá.
Já agora, alguém ouviu algum jogador aquecer esta polémica? Não...porque eles são "só" os protagonistas da bola. Os outros (dirigentes, secretários de estado, ministros, etc.) é que são protagonistas. (Aqui sim, Scolari poderia ter dito a esses interesseiros: A merda são vocês!)
O secretário de estado do Desporto (hermínio loureiro) veio à televisão dizer que já não ia ver o jogo porque tinha ficado triste com tudo o que se falou esta semana. Mas que as pessoas poderiam ficar descansadas que o Benfica tinha reunido todas as condições para realizar o jogo. O ministro da administração interna (daniel sanches) vem afinal dizer que nem tudo está bem e o jogo está em risco de se realizar...tristeza!
Primeiro que tudo, no comunicado do S.L.Benfica, é referido que "a presença de hermínio loureiro no jogo de domingo não chegou a ser equacionada". Uma resposta à altura de quem mete nojo cada vez que abre a boca. Quanto ao ministro, que prepare a sua polícia em condições para esta e outras situações. Certamente que não se preocupará tantas vezes e poderá estar calado muitas mais...
Chega de falatório. Quando o jogo começar, estarei empenhado em ajudar o Benfica a ganhar, não para "gozar" com o tripeiro sentado à minha frente (ou a meu lado), mas para desfrutar de uma vantagem de 8 pontos sobre o maior candidato ao título. Isto sim, é futebol!

P.S. 1 - O estádio da Luz tem um problema. Podemos circundar, no seu interior, o estádio de uma ponta à outra (praticamente). Este é um problema que já se verificou no Benfica-Boavista do ano passado onde houve confrontos entre claques. Se tal se verificar no domingo, não venham dizer que a culpa foi do que se disse durante a semana. É culpa sim de quem planeou o estádio da Luz.

P.S. 2 - Desculpem as minúsculas referindo-me a Ministros e Secretários de Estado. É que, neste caso, é gente tão pequena que nem no nome merece algo grande.

quinta-feira, outubro 14, 2004

Esperteza saloia_1

Beckham anda novamente nas bocas do mundo. Desta vez por ter afirmado (ou por acreditar nisso) que era esperto e não burro conforme as pessoas pensavam dele. É que Beckham teve a fantástica ideia de, ao se aperceber que tinha fracturado uma costela (será licenciado em Medicina?), fez uma rasteira sobre um adversário de modo a ver o cartão amarelo e apanhar um jogo de castigo na próxima ronda, jogo esse que falharia pela lesão sofrida. Ora, com essa atitude (mais por comentar essa sua atitude), Beckham viu a FIFA olhar-lhe de lado e Blatter irritou-se mesmo com o britânico ao dizer que era um mau exemplo para os jovens de todo o mundo.
Carta aberta a Beckham:
David,
há coisas que se pensam mas não se dizem (um bom exemplo para entenderes isso é voltares a ler as declarações da tua amante acerca da tua performance sexual...). O mundo deve compreender por si mesmo que tu és um tipo esperto. Repara, no circo que é o futebol, és o jogador mais bem pago de todo o mundo, recebes contratos publicitários chorudos, és casado com a mulher dos sonhos de qualquer inglês (nem sei bem porquê...), vives numa mansão, até és engraçadito e achas que tudo isto não chega? precisas de rasteirar outro tipo para as pessoas te julgarem inteligente? Se assim for, não sei como arranjaste os contratos, a mulher e a mansão...

Imunidade Diplomática

Antes de mais, parabéns à nossa selecção. Brilhante jogo, excelente resposta, muitos golos, alegria e futebol. Assim dá gosto ver futebol, e se muitas vezes ficam aquém do que é desejável, e daquilo que têm obrigação, não é menos verdade que ontem excederam as expectativas do maior dos optimistas.
Apresentaram um futebol, uma fome e uma garra, que estão acima do nosso verdadeiro nível (que já de si, é bastante elevado, em consonância com o estatuto de vice campeões da Europa). Excederam-se. Parabéns

Por falar em Excessos... eis a seguinte transcrição:
"Luis Filipe Scolari conteve-se na sala de imprensa, mas no final da conferência dirigiu-se a um grupo de jornalistas com impropérios.
«Vocês andam a induzir o povo; andam a enganar os portugueses. O povo provou que está com a selecção! Vocês jornalistas é que são bons e aqueles (dirigindo-se aos jogadores no autocarro da selecção) são uns m...», disse o brasileiro. Não contente com o sucedido ainda despediu-se dos jornalistas de forma indecorosa: «Vão-se f....»."

Bem, isto é grave, se de facto assim sucedeu. Grave por dois motivos:
1- Era suposto ficarmos indiferentes ao empate com o Liechenstein? Não é assim que se vive o futebol, e o seleccionador nacional, tem perfeita consciência que só a pressão que vem de fora exorta os jogadores a dar respostas como a de ontem.

2- É ingratidão!! Nunca se viu uma selecção tão apoiada pelos media e também pelas pessoas como esta que é dirigida por Luís Filipe Scolari. Agora, o problema do seleccionador nacional será que crê estar acima de qualquer crítica, mesmo quando erra escandalosamente, como foi o caso do jogo com o Liechenstein...
Da mesma forma que ontem mereceu os parabéns, no sábado mereceu umas lambadas. Estamos entendidos, cara?
Continue o bom trabalho (os resultados dizem que é bom, e eu concordo com eles).

quarta-feira, outubro 13, 2004

Clássicos_1

Primeiro clássico do campeonato, curiosidade para ver se é desta que o Benfica vence Fernandez ou se o Porto consegue voltar a colar ao líder. À partida, o Porto tem mais a perder: pode ficar a 7 pontos da liderança e joga fora. Ainda não tem a equipa consolidada mas a vitória em Guimarães promete algo parecido, em termos de empenho, na Luz. Atenção especial a Costinha, Quaresma, Diego e Derlei (parece-me que irá ressurgir neste jogo). Em termos de individualidades o Porto supera o Benfica. A estes resta esperar que a equipa funcione e que não falhem nas marcações às pérolas azuis. O Benfica tem o tempo a seu favor e deve saber jogar com isso mesmo. Está numa situação primordial, como há muito não se via. Trappatoni terá de mostrar o seu dedo neste aspecto. Arrisco num jogo quente nas bancadas, mas morno no relvado. O resultado de 1-0, 0-1 ou 1-1 parece-me o mais natural. O Benfica é favorito mas este poderá ser o jogo que fará renascer o Porto. Empate 1-1 com golos de Luisão e Derlei.

terça-feira, outubro 12, 2004

Catennaccio

Buffon; Oddo, Pancaro, Nesta, Cannavarro; Diana, Gattuso, De Rossi e Zambrota; Totti e Gilardino...

Haverá alguém que acredite nas hipóteses desta equipa ser campeão do mundo em 2006?
Olho para a Squadra Azurra (este é o 11 dado como provável para a partida com a Bielorrússia) e noto uma enorme falta de fantasia... Vejo que os jogadores de classe estão encostados... vejo que o jogador de maior talento é desviado para um sítio onde não possa controlar o jogo a meio campo (Vai lá para a frente Totti), vejo que ao cerebral Pirlo é preferido o músculo de outros... Vejo o compromisso com um tipo de futebol, que tanto pode ganhar os jogos mais dificeis, como ter uma enorme dificuldade em vencer os mais fáceis. Por falta de criatividade, por falta de iniciativa, por ser mais reactivo que pro-activo.
Será que em Itália ainda não perceberam que o catenaccio caíu em desuso, e que há já muito tempo que os resultados da selecção não encontram correspondência no talento dos seus jogadores (nem sequer as exibições são boas...) e que é muito comum a Itália ser eliminada, quando em confronto com selecções mais fracas (teoricamente).

Humor_8

Palavras de Scolari na conferência de imprensa que antecedeu o jogo com a Russia:
«A minha visão de Portugal e dos portugueses é a de que elas batalham, buscam, tropeçam, reconfortam-se, voltam a ter condições do que querem e isso não é de agora. Há mil e quinhentos anos atrás, quando foram ao Brasil, já era assim.»

O mister Scolari, não só percebe pouco de futebol táctico, como de História. Há 1500 anos os portugueses nem deviam saber o que era um barco quanto mais onde ficava o Brasil!!!! A única relação que estabeleço entre o presente e o longíquo ano de 504 é o modelo táctico que o Scolari usa!

segunda-feira, outubro 11, 2004

Luís Filipe Vieira

Não gosto da personagem, acho que é mal formado, penso que reclama um respeito que ainda não fez por merecer, não conseguiu resultados, a sua política de contratações é no mínimo duvidosa e podia obrigar-nos a falar de coisas paralelas.
Mas este fim de semana, este homem, portou-se à altura de um presidente de uma grande clube. Teve uma tirada à Pinto da Costa, fez valer uma posição e assumiu para si todas as consequências que daí possam advir.
Nem um bilhete!! Luís Filipe Vieira já tinha deixado bem claro qual iria ser a sua postura enquanto presidente do Benfica: Na nossa casa mandamos nós (já aquando da discussão do localda final da taça, terá cortado o mal pela raíz).
E esta posição é legítima, correcta, não é nova, mas no Benfica não era normal há já muito tempo. Esperemos para ver se a leva até às últimas consequências. Digo isto, porque não acredito que das Antas venha um pedido de desculpas, e sempre quero ver se realmente não vai nenhum bilhete para o Porto. Se assim não fôr, o presidente do Benfica deverá assumir quaisquer problemas que possam surgie com a mistura de adeptos no interior do estádio, porque é certo que lá estarão adeptos do FCP (com ou sem bilhetes a serem-lhes destinados).
De qualquer maneira, fica o processo de intenções. Luís Filipe Vieira mostra força (sempre à custa de algum espalhafato, mas ninguém é perfeito, e neste momento o Benfica precisa mesmo de espalhafato para acordar). A rever, e a seguir com muita atenção os desenvolvimentos.

PS: O FCP já chateia com esta história dos bilhetes... eles próprios não cumprem, então porquê exigir que os outros o façam (nenhum clube grande cumpre esta determinação, limitam-se a pagar as multas, porque o dinheiro dos lugares cativos cobre o valor dessa multa. É a lei da sobrevivência) . Na minha terra, diz-se que quem tem telhados de vidro... Enfim.

Processo Leonino

O Título não é original , mas é perfeito. Implica a existência de uma acusação, a existência de réus, e o direito à defesa, que estes poderão, ou não, exercer...
O Sporting está mergulhado numa enorme crise, que conhece o seu expoente máximo nos resultados desportivos da equipa de futebol. O ser humano, de modo algum pode ser considerado como imune ao pânico. Antes pelo contrário. No meio de uma crise, é comum confundirem-se alhos com bogalhos, são muito comuns as incoerências, as contradições, a falta de raciocínio.
Será que tudo, mas absolutamente tudo vai mal no reino do leão? A mim, parece-me óbvio que não. O problema do Sporting é desportivo, é um problema de resultados (ou da falta deles, neste caso). Sendo os resultados obtidos pela equipa de futebol, é apenas natural que se questione a formação do plantel do SCP. Questione-se então, pois o homem evolui pela dúvida, e pelas respostas que dá às mesmas. Fala-se muito em António Dias da Cunha... O principal problema do presidente do SCP é não saber preservar a sua imagem, é não se conter em frente às camâras, é muitas vezes não ter o discernimento necessário para dizer simplesmente: “Não é altura para falar disso”.
Arrisca-se a ficar conhecido para sempre, como o homem do sistema. E é pena... é pena porque apresenta um ENORME trabalho enquanto presidente do SCP. Tudo fez para equilibrar as contas do clube, devolveu-lhe a credibilidade que há muito não tinha, dotou o clube de infra-estruturas que estão acima do que um clube português pode desejar, foi campeão no Sporting seguindo esta mesma política, que agora tão criticada é... Contenção, rigor, e excesso de palavras. Aguente-se o excesso de palavras do homem, e parece-me a mim que o SCP tem um excelente presidente.
Outro dos visados é Carlos Freitas... Fala-se que o plantel do Sporting não está à altura dos seus pergaminhos... há quem não tenha vergonha na cara e diga que Silva e Lourenço foram mal dispensados... Esses que criticam a sua dispensa, eram certamente aqueles que contribuíram para que no ano transacto fossem dois dos jogadores mais vaiados pelo público de Alvalade. Falam mal da dispensa de JVP, da fuga de Quaresma, mas depois querem que clube tenha contas equilibradas... Eram só 6 milhões de euros... não me parece que o Quaresma fosse a solução para os problemas do Sporting, e francamente não vejo que JVP pudesse fazer a diferença no contexto da equipa do Sporting. O plantel, quanto a mim, dá garantias e seria um excelente plantel para lutar pelo título. Terá a lacuna do lateral direito... Mas não é por aí. O Sporting já foi campeão, sem lateral direito, sem extremos, e sem guarda redes!!!
E depois surge José Peseiro, de quem já falei mais do que o suficiente, e que para mim é o principal responsável por tudo.
A questão será que os adeptos do Sporting, não podem pensar que um clube se governa cedendo a pressões, sem reflectir, de fora para dentro. Ouçam-se os adeptos, porque o seu descontentamento é como um alarme, mas quantas e quantas vezes não soa esse alarme pelos motivos errados? O problema do Sporting, é quanto a mim desportivo, e não institucional... ou será que não? A palavra aos sportinguistas, e aos demais.

sexta-feira, outubro 08, 2004

Capitães_1

Ostentar uma braçadeira de capitão não está ao alcance de qualquer jogador..."Um capitão é sempre um capitão" diz-se. Às vezes não é bem assim...Podemos começar por um exemplo muito recente: a selecção nacional. Pauleta e Costinha são os capitães. Será que alguém já teria imaginado o capitão pós-geração de Riade e Lisboa? Penso que não...nem mesmo Scolari ou Madaíl. O grupo de trabalho não é novo (até Quim continua a ser chamado), mas os capitães são. Numa situação algo diferente encontram-se clubes como, por exemplo, o Benfica "era pós-João Pinto". Rodavam-se 15 jogadores por época (entre eles o capitão) e elegia-se o que estivesse lá há mais tempo e com condições para titular (temos este ano o exemplo do Belenenses em que Andersson ostenta, dentro de campo, a braçadeira - Wilson e Tuck não fazem parte das contas de Carvalhal).
Mas os bons capitães têm algo a mais que os outros: têm que ser líderes! Têm que ter voz de comando! Têm que ser respeitados e ouvidos por dirigentes, treinadores e colegas! Jorge Costa é o melhor exemplo em Portugal (Vitor Baía também o poderia ser). Recentemente, no país vizinho, vimos o melhor exemplo possível de um mau capitão: Raúl. Dos poucos jogadores que não falaram sobre a saída de Camacho (e que interessavam ouvir). Nem ele, nem Morientes, nem Helguera, nem Guti...Ouviu-se a voz de Roberto Carlos (que depois seria vaiado por isso em pleno Barnabéu), Figo (discurso coerente, de um líder de balneário - "Camacho deixou-nos sem explicação, pensei que fosse um ganhador"), Beckham e Owen (por "culpa" da sua formação britânica). Regra geral, os clubes possuem dentro do seu balneário um núcleo duro de jogadores que, pela sua longevidade no plantel e/ou carácter e personalidade vincadas, têm um maior protagonismo no seio do grupo. Voltando ao nosso país, o Porto possui 2 capitães de altíssimo nível: Vitor Baía e Jorge Costa. O resto do núcleo duro é formado por Costinha, Maniche e Derlei. No Sporting, uma situação muito parecida: Pedro Barbosa e Beto são os capitães. Rui Jorge, Hugo, Sá Pinto e Ricardo complementam o núcleo central. No Benfica, temos Simão e Zahovic como principais figuras. Petit, Miguel, Nuno Gomes e Argel secundam-nos. 5, 6 jogadores ditam leis dentro do balneário. Eles têm a obrigação de manter o grupo unido e motivado (papel igualmente atribuído ao treinador). Em termos de liderança dentro do terreno de jogo, Porto e Benfica saem a ganhar, porque os seus líderes jogam constantemente (exceptuando Argel) e por outra razão: penso que só vi Simão ser expulso uma vez por palavras, Jorge Costa não me recordo de estar em tal situação enquanto que no Sporting Pedro Barbosa é o líder de expulsões em toda a Superliga. Tanto Barbosa, como Beto (e até Rui Jorge) são muito nervosos e às vezes esquecem-se que um capitão dentro de campo é um jogador como os outros (aos olhos do árbitro) apenas com o "poder" de dialogar com os árbitros. Jorge Costa (mete medo) e Simão (queixinhas chorão) também se enervam facilmente mas lidam com a situação de outra forma.
Adiante... Para se ter uma noção mais exacta do papel de capitão temos, por exemplo, o caso de Mourinho no Chelsea que perguntou aos 2 capitães da equipa (Terry e Lampard) sobre a possibilidade de levar mais um português para o clube (Ricardo Carvalho). Possibilidade essa que poderia levantar ondas de suspeição dentro do balneário acerca dos compatriotas de Mourinho. Com esta medida, o treinador soube assegurar-se que tinha carta branca, não da direcção, mas dos próprios jogadores, para contratar quem queria. Com esta análise, tomamos uma maior consciência sobre a verdadeira influência de um capitão. O capitão tem que respirar o balneário, sentir os prós e os contras que se vivem e agir em função do melhor para a equipa. Alturas há em que deve saber transmitir algumas informações ao treinador sobre os colegas e filtrar informação essencial para dentro do balneário recolhida junto da direcção (se for esse o caso). Lembram-se da história do Hélder no Correio da Manhã?

quinta-feira, outubro 07, 2004

PEQUENOS_1

Na baliza, um dos 4 melhores guarda redes da superliga... Na lateral direita, discutivelmente, dos três melhores laterais do nosso futebol... no centro da defesa, uma dupla fortíssima no jogo aéreo, quiçá a melhor em Portugal nesse departamento... no meio campo, um jogador fabuloso, que não pára de correr e que tem boa técnica, interpretando com à vontade as noções do futebol moderno.... no ataque um perigo à solta... e ainda um dos poucos homens que sabem o que quer dizer número 10 na nossa superliga.
A isto chama-se estrutura, e chama-se também : Equipa do Marítimo FC.
Aliás, a estrutura é tão boa, que se deram ao luxo de dispensar o homem que a consolidou, e foram buscar um preparador físico para tomar conta do cabedal dos meninos (Mariano Barreto tem provado ser muito mais do que isso, claro está).
O Marítimo joga com um 4-3-3, em que a chave está na capacidade física dos homens do meio campo (Chaínho e Wênio), que podem libertar Léo lima para acções ofensivas. Este modelo, é um modelo que pode proporcionar uma inferioridade numérica no meio campo, mas não deixa de ser verdade que a maioria das equipas da superliga não exploram esse facto convenientemente (muitas até não terão argumento para tal). Tem nas alas, dois extremos rápidos, com boa qualidade técnica (Alan, um génio e Manduca, uma agradável suspresa), que se movimentam bastante e farão muitos golos porque vagabundeiam pela frente de ataque. O ponta de lança é a grande incógnita desta equipa, sendo que dos que já vi , prefiro o bielorusso Bibishkov, que me parece ser óptimo a segurar a bola e soltá-la no momento exacto para jogadores que venham de trás em velocidade (e sobretudo que entrem em diagonal para o meio vindos das alas... Alan vai rebentar!). No banco ainda estão 2 internacionais A por Portugal (Silas e Bino). Os próprios laterais são algo ofensivos, sobretudo o excelente Ferreira, que sobe pelo corredor direito de mota!! É um excelente lateral e pertence aos quadros do... FC Porto. Os centrais estão acima de suspeita (Tonel e VD Gaag, são excelentes pelo ar, e bastante razoáveis junto ao solo), e só o lateral esquerdo deixa algo a desejar (Briguel?????? PÈSSIMO!!).
Como explorar a táctica do Marítimo? Primeiro, colocar dois homens nas alas, que prendam os seus laterais. E esses podem e devem ser os dois avançados de um conjunto que jogue em 4-4-2. E o famoso losango do meio campo, cria a esta táctica um problema incrível. Primeiro, qual dos dois médios marca o vértice mais avançado do losango? E depois, como é que o outro que sobra para as tarefas defensivas marca os restantes 2 que sobram no meio campo... E se esses dois atacarem por sítios diversos, esse homem que sobra tem que ser substituído.
Funciona porque os centrais do Marítimo não serão particularmente dotados para sairem a jogar... Mas para esta táctica funcionar, são precisos 4 médios com enorme capacidade física... Poucas equipas em Portugal se podem gabar de os ter... O Marítimo está lançado para um excelente campeonato.

Defesas Esquerdos

A nossa selecção depara-se com um problema: a falta de um lateral esquerdo que possa estar à altura daquilo que todos temos a legitimidade de considerar como uma grande equipa.
Sempre me lembrei de olhar para os diversos onzes da selecção e pensar: O defesa esquerdo não é mau... mas também não é bom. Inclusive, num futuro não muito distante, a questão colocava-se com relação aos defesas direitos também (Mundial 2002, Beto titular, Fréchaut o suplente). Lá apareceram duas pérolas caídas do céu, e a questão resolveu-se. Mas na esquerda, nunca se vislumbrou solução. Olhando para as camadas jovens, também não se vê solução, e o que se vê é que provavelmente existirão alguns jogadores, que por via das circunstâncias, nunca poderão sonhar com a convocatória... Estamos em testes, e o próximo a ser testado chama-se Jorge Ribeiro, e é o actual defesa esquerdo do Gil Vicente Futebol Clube. É o irmão do Maniche, fez o seu percurso de formação nas camadas jovens do Benfica, e isso valeu-lhe sucessivas convocatórias para as selecções jovens... Ah, e já agora, é um péssimo lateral esquerdo. É, com a idade que tem, tão lento como o Rui Jorge (o tal que só não é chamado de Tartaruga Touchet, porque nunca vai ao ataque), também não chega muito à linha de fundo, mas tem um senhor pontapé, e faz bons cruzamentos. Tecnicamente bom, tacticamente péssimo, no um para um permeável, não tem grande velocidade, e provavelmente será o suplente do Caneira. Mas Scolari, não tem muito para onde se virar. Ou será que não tem?
Existe um jogador, que não aprecio, mas que tem muito mais qualidades de lateral que o próprio Jorge Ribeiro. É rápido, sobe com à vontade, cruza razovelmente e é titular do Feyenord da Holanda: Bruno Basto já merecia uma chamada. O seleccionador nacional costuma dizer que não vê jogos de futebol, mas a grande verdade é que se devia dar ao trabalho de ir a Roterdão ver este jogador.
Olhando para as camadas jovens, surge agora o Valdir nas selecção de esperanças, ele que me parece ter o seu futuro no Sporting comprometido (Paíto chegou primeiro...), e que provavelmente para o ano estará no estrangeiro a jogar futebol... e depois? Nas equipas da primeira liga, quem são os laterais que podem acabar com a nossa miséria?
Caso bicudo para Scolari.

P.S.: Em vez de ter sempre a convocatória feita, e de haver lugares cativos em nome do espírito de grupo... eu penso que devia ir ver uns jogos do Totenham e acredito que facilmente chegaria à conclusão que o Pedro Mendes é uma alternativa muita mais válida do, por exemplo, o Tiago...

quarta-feira, outubro 06, 2004

Sporting_4

Passadas 5 jornadas e 1 eliminatória da Taça UEFA, o Sporting ainda não foi capaz de encontrar o seu ritmo de jogo. José Peseiro continua a não convencer por vários motivos: o discurso confiante não tem nada de mal, é natural transmitir confiança aos jogadores e adeptos. O problema é a promessa de futebol espectáculo e do melhor plantel (ainda recentemente disse que não conhecia o plantel a fundo). O Sporting está longe de praticar um bom futebol e as lacunas do seu plantel são evidentes. E aqui surge outro problema de Peseiro porque não tem conseguido minimizar essas mesmas lacunas. Senão vejamos:
José Peseiro já utilizou 4 modelos tácticos em 7 jogos oficiais: 4*4*2 losango, 4*4*2 normal, 4*3*3 e 4*2*3*1. Já mexeu demais, mas mais grave que as variantes tácticas (cada vez menos importantes no futebol) são as alterações contantes ao onze: Ricardo manteve-se como indiscutível na baliza. Na direita, 4 experiências: Miguel Garcia, Mário Sérgio, Enakharire e no decorrer da partida com o Leiria, Tinga. Peseiro tem que decidir se quer um lateral ofensivo ou um central adaptado. É que no centro os 4 centrais já jogaram todos (por impedimento de Beto) e na lateral esquerda a troca entre Rui Jorge e Paíto tem sido uma constante (já jogaram juntos ao mesmo tempo). Conclui-se que Peseiro já mexeu e experimentou demais. Por outro lado, Benfica e Porto também já utilizaram todas as suas opções para a defesa (se bem que por necessidade e não pura opção).
No meio campo uma certeza: sem Rochemback apto, Peseiro não abdicou de Rogério e Tinga, Barbosa e Viana foram opções de meio tempo, Custódio está a reaparecer, Carlos Martins perdeu a sua chance, Tello não entra nas contas e, no meio de tudo isto, a dúvida é: que meio campo utiliza Peseiro? 2 defensivos e um nº10? Losango? Rogério joga como cabeça de área ou no apoio aos avançados? Tinga é trabalhador mas também é trapalhão. Não seria melhor ser ele a fechar a zona da área? Será ele tão preponderante na equipa para ser titular todos os jogos? Quanto a Viana e Barbosa, que se passa com os dois? Não têm conseguido pegar na equipa mas também não têm jogado em funções constantes. Barbosa já encostou à esquerda e já jogou como nº10. Viana a mesma coisa. O facto de não imprimirem velocidade nem terem possibilidade de rasgar o jogo dada a falta de ligação entre o meio campo e o ataque podem ser factores que expliquem o baixo rendimento. No ataque, mais incertezas: 2 avançados móveis ou 3 avançados? Está visto que Liedson é indiscutível. Pinilla atravessa crise de confiança ou pode até ser fraco como jogador, não se percebeu ainda. Douala gosta e sabe jogar nas alas, é fundamental porque desiquilibra, tal como Liedson. Danny desiquilibra mas é inconsequente, Niculae e Sá Pinto não contam por lesão, Paulo Sérgio por opção. Peseiro mexe e remexe mas não percebe que assim não dá fluídez e consistência ao seu jogo. Vou tentar ajudá-lo:
Ricardo indiscutível pela presença e liderança.
Na defesa, Beto e Polga no centro e 2 opções importantes: segurança defensiva nas 2 laterais (Miguel Garcia e Rui Jorge) ou só em uma para conseguir desiquilibrar no ataque? (Miguel Garcia e Paíto ou Mário Sérgio e Rui Jorge). No meio campo, Rogério e Rochemback indiscutíveis. No ataque, Liedson e Douala fundamentais. Ficam 2 lugares para preencher: Um deles é de Barbosa a comandar o jogo (se estiver em forma), jogando Danny e Douala nas alas. Se preferir segurança, tira Danny e mete Hugo Viana ou Tinga para dar maior solidez ao meio campo, jogando com Douala mais junto a Liedson. Pinilla enquanto não se adaptar, não pode ser titular. Precisa de tempo, depois logo se verá se serve ou não. Peseiro precisa de dar ritmo a estes 9-10 jogadores e, acima de tudo, confiança aos laterais. Pois com um meio campo lento como o do Sporting, terão que ser os laterais a desiquilibrar lá na frente. O problema de Peseiro é o elevado nível de desconfiança entre adeptos e dirigentes...terá ele tempo para corrigir o que de mal tem feito?

P.S. - No jogo com o Leiria, Custódio está a marcar João Paulo no lance do golo do empate. Com quem estariam Beto e Polga? Com Krpan? Otacílio? Já no lance das bolas paradas com o Gil Vicente, se notou esta falha de marcação. Este é um trabalho semanal, saber quem pega em quem nas marcações individuais e, ao que parece, também aqui Peseiro tem andado a dormir...



terça-feira, outubro 05, 2004

Árbitros_4

Muito se especulou sobre a expulsão de Petrolina nas Antas. Situações como essa são sempre de interpretação dubia. Vejamos o que se passou: Juninho Petrolina cai e Ricardo Costa chuta ostensivamente a bola contra o seu corpo. Ricardo Costa não é santo nenhum, sabe onde ia acertar. Juninho leva uma bolada e reage, atirando a bola às pernas de Ricardo Costa. Isto quando aparece Costinha e dá um "calduço" em Petrolina que se levanta de pronto enfrentando Costinha. A confusão gera-se e Elmano Santos dá amarelo a Costinha e Petrolina (o segundo e conseuquente vermelho). A questão principal não acaba aqui...10 minutos depois Diego cai e Andersson tem o mesmo comportamento de Ricardo Costa. Amarelo para Andersson. Na primeira jogada, há 3 soluções para o árbitro: 1ª - Amarelo para os 3 jogadores (e a Andersson depois). 2ª - Serena os jogadores falando com eles e controlando a situação sem acção disciplinar ("lembrando-se", ou não, que um dos jogadores seria expulso com acção disciplinar). 3ª - Amarelo a Costinha, considerando que, tanto Ricardo Costa, como Andersson depois tentaram jogar futebol. Quanto a mim, Ricardo Costa foi esperto, Juninho Petrolina ingénuo.
Em Guimarães, Jorge Sousa esteve muito bem, por exemplo, no amarelo a Simão por protestos. Falou com ele e agiu disciplinarmente pela reacção estemporânea do capitão encarnado. Já no lance do penalty sobre Romeu, o braço de Luisão está nas costas de Romeu, mas não há empurrão. Romeu atira-se para o chão ostensivamente. Jorge Sousa, do ângulo em que vê o lance, vê Romeu a curvar-se e vê o braço de Luisão por cima das suas costas. É natural que marque penalty (os árbitros costumam ter medo de julgar a favor dos avançados estas situações) mas foi enganado por Romeu. Mais uma vez realço que é necessário avaliar o lance, não pelo ângulo em que vemos na televisão, mas sim no ângulo em que o árbitro se encontra.
Não vi o Sporting-Leiria, apenas o resumo. No lance do primeiro golo do Sporting, o defesa leiriense parece jogar a bola com o braço (ou terá sido ombro?) e, em seguida, Liedson puxa Renato. O árbitro nada assinalou. No lance entre Liedson e Renato dá ideia de existir falta mas Renato parece que não se incomodou com o puxão. Uma dúvida: será que esse tipo de contacto é normal e quando os jogadores caem fazem fita ou Renato mediu mal o lance e confiou que a bola chegaria sem problemas a Helton?



Superliga_6

Mais uma jornada e os grandes parecem encontrar a rota certa para navegar...menos o Sporting.
Benfica venceu num campo onde um seu adversário directo já tinha vencido e chegou mesmo a convencer. Não pela beleza da qualidade de jogo, mas pela consistência em si. O Benfica apresenta uma boa troca de bola, os jogadores já se conhecem bem e mostrou atitude, garra e querer. Continua a pecar na finalização. A bola corrida dificulta não o futebol, mas sim a eficácia. Manuel Fernandes começa a ganhar um espaço importante na equipa onde se realça também a solidez da defesa.
O Porto venceu o Belenenses e, tal como o Benfica, beneficiou da inferioridade numérica do adversário. De qualquer forma, levou tempo até inaugurar o marcador e a vitória só foi confirmada perto do fim do jogo. Este jogo serviu para ganhar confiança e deu para ver que McCarthy está convicto em ser titular, Diego tem muito futebol nos pés e Maniche parece ressurgir depois de um período menos bom (o mesmo não acontecendo com Derlei). Na próxima jornada, jogo grande na Luz. Pela primeira vez, em muitos anos, o Benfica recebe o Porto na condição de líder, condição essa que não perderá para os seus rivais mais directos, mesmo que saia derrotado. Pode ser um factor importante para controlar a ansiedade vermelha.
Em relação ao Sporting, que tem feito um campeonato medíocre (não ganha há 4 jogos), continua a fazer desesperar os adeptos. Não pela diferença pontual para os seus rivais mas pela qualidade de jogo, pela ineficácia dos seus sectores e pelas mudanças constantes no 11 dando ideia de faltar um rumo à equipa. Frente à União Leiria, Peseiro mexeu, mexeu, inventou e voltou a mexer. Há falta de rumo de Peseiro que parece ainda não saber muito bem as características de cada jogador.
No restante da jornada, destaca-se a 1ª vitória de Rio Ave e Académica (Jaime Pacheco continua a inventar, Luís Campos a desiludir), o bom momento do Penafiel (Wesley, jogador a rever) e o ataque demolidor do Setúbal. Destaque ainda para a boa vitória do Braga frente ao seu "rival europeu" Nacional.

Equipa da semana: Braga (reviravolta importante contra o Nacional)
Jogador da semana: McCarthy
Melhor golo: McCarthy (o segundo, pela magnífica trivela de Diego e remate indefensável de McCarthy)

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